Resistir à uberização do mundo...
"A empresa Uber, ao transformar particulares que possuem um veículo em motoristas ocasionais sem estatuto, não se limitou a suscitar a reacção dos táxis profissionais: o seu nome simboliza agora a ligação entre novas tecnologias e precarização. O êxito dos gigantes de Silicon Valley faz-se acompanhar por uma vaga de desregulamentações. E se os dirigentes políticos recuperassem o controlo?"
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Miguel Figueira na RTP
É uma entrevista de Maria João Seixas a Miguel Figueira.
Nesta conversa, em tom informal, o entrevistado fala do seu percurso pessoal e profissional.
Dos prémios, da obra em Montemor-o-Velho... Da escada rolante até ao Castelo, para facilitar a locomoção da população envelhecida, e do centro de alto rendimento.
Da sua casa...
E, também, do Cabedelo e da sua onda.
Para ver, clicar aqui.
Nesta conversa, em tom informal, o entrevistado fala do seu percurso pessoal e profissional.
Dos prémios, da obra em Montemor-o-Velho... Da escada rolante até ao Castelo, para facilitar a locomoção da população envelhecida, e do centro de alto rendimento.
Da sua casa...
E, também, do Cabedelo e da sua onda.
Para ver, clicar aqui.
Se é assim...
... se o cliente tem sempre razão, fique o senhor ministro a saber que faço parte daqueles milhões de clientes que só desejam pagar a electricidade, a água e gás que realmente consomem, e não a enormidade violenta de taxas e taxinhas que aparecem nas facturas...
A moda...
A moda, para quem eventualmente não saiba, é o exemplo do passageiro, do efémero.
No fundo, é sujeitar ao uso do gosto do momento, a forma de viver e de estar.
Usa-se, deixa-se de usar. Eventualmente, uns anos mais tarde, poderá voltar a usar-se.
Há modas imbecis e idiotas, outras com bom gosto, aliás como tudo na vida.
Sobre moda, apenas tenho a dizer que lhe resisto com uma certa facilidade.
Uso o que gosto, independentemente da corrente do momento.
A moda, no fundo, não passa de uma epidemia provocada.
No fundo, é sujeitar ao uso do gosto do momento, a forma de viver e de estar.
Usa-se, deixa-se de usar. Eventualmente, uns anos mais tarde, poderá voltar a usar-se.
Há modas imbecis e idiotas, outras com bom gosto, aliás como tudo na vida.
Sobre moda, apenas tenho a dizer que lhe resisto com uma certa facilidade.
Uso o que gosto, independentemente da corrente do momento.
A moda, no fundo, não passa de uma epidemia provocada.
domingo, 9 de outubro de 2016
Este meu mar, em outubro...
Foto António Agostinho |
De dia, ainda tem sido possível andar em t shirt...
Porém, ao passear pela praia e ao olhar o mar, vejo que já é outono.
A ondulação está diferente e o areal tem outra cor.
O sol já não sobe tão alto...
Está como eu: mais preguiçoso, acorda mais tarde e também se despede de nós, em cada dia que vai passando, mais cedo...
Certamente já repararam que os dias têm 2 horas a menos de sol... Esta diminuição tem sido lenta, mas inexorável.
Depois de setembro, que foi o mês de transição, em outubro afloraram em todo o seu esplendor as cores do outono, e os entardeceres precoces.
Contudo, em 2016, em outubro ainda se têm sentido os calores de Verão... Aproveitemo-los enquanto podemos...
Dia a dia, todos os dias que pudermos...
Cada dia das nossas vidas é decisivo.
Um dia, é tudo o que temos hoje, domingo, para viver... E nunca sabemos quando é o único por viver.
Um doido que não oferece perigo
«(...) como se tratam as pessoas que se conhecem há muito: como um doido que não oferece perigo» (Agustina Bessa-Luís, A Ronda da Noite, pág. 246).
sábado, 8 de outubro de 2016
Mais uma, para fazer rir o António Tavares...
António Tavares, faz parte daqueles políticos, para quem a política é a arte da dissimulação e do parecer ser, no seu melhor.
A impassibilidade, serenamente estúpida de um povo que habita num concelho amorfo, deu-lhe muito jeito...
Vive da política, como profissão, quem trata de fazer dela uma fonte de receita.
Vive para a política, quem não precisa da política para fazer dela uma fonte de receita.
Para que alguém pudesse viver para a política, tinha de ser economicamente independente das receitas que a política lhe pudesse proporcionar.
Quem vive para a política tem de ser economicamente "livre"…
Considero a política uma ocupação decente e nobre.
Gosto de pensar no ideal de alguém se dedicar a pensar na melhor forma de resolver problemas que nos afectam a todos.
Como tal, olho para os políticos com critério de exigência, como pessoas diferentes do resto dos cidadãos...
Por isso, não consigo esquecer que o político quase nunca opta por uma carreira política baseada na promoção do bem comum.
Aquilo que, a meu ver, é verdadeiramente importante, não é a forma como se chegou lá, mas o que fez com o poder quando lá chegou...
A impassibilidade, serenamente estúpida de um povo que habita num concelho amorfo, deu-lhe muito jeito...
Vive da política, como profissão, quem trata de fazer dela uma fonte de receita.
Vive para a política, quem não precisa da política para fazer dela uma fonte de receita.
Para que alguém pudesse viver para a política, tinha de ser economicamente independente das receitas que a política lhe pudesse proporcionar.
Quem vive para a política tem de ser economicamente "livre"…
Considero a política uma ocupação decente e nobre.
Gosto de pensar no ideal de alguém se dedicar a pensar na melhor forma de resolver problemas que nos afectam a todos.
Como tal, olho para os políticos com critério de exigência, como pessoas diferentes do resto dos cidadãos...
Por isso, não consigo esquecer que o político quase nunca opta por uma carreira política baseada na promoção do bem comum.
Aquilo que, a meu ver, é verdadeiramente importante, não é a forma como se chegou lá, mas o que fez com o poder quando lá chegou...
A vida difícil das pessoas com deficiência
Até à passada sexta-feira, o púlpito do plenário da Assembleia da República nunca tinha sido usado por um deficiente motor.
Jorge Falcato, o deputado eleito pelo BE, experimentava pela primeira vez as plataformas criadas para permitir o acesso a deputados com deficiência motora.
Este deputado, voltou a trazer ao debate parlamentar a questão do apoio às pessoas com deficiência. Falcato bate-se pelo apoio directo à pessoa deficiente, dando-lhe a possibilidade de ter um vida independente, de poder escolher quem a pode ajudar e em que condições. Quer isto dizer, que o actual paradigma de institucionalizar a pessoa, seria substituído com base na implementação desse conceito.
Falcato, neste período em que se discute o Orçamento, aproveitou para questionar o Governo sobre o que vai acontecer, nesta matéria, em 2017.
Esta sua intervenção, assinalou a primeira vez que um deputado com mobilidade reduzida, que se desloca em cadeira de rodas, subiu ao púlpito para discursar.
Talvez para ficar o testemunho de como é muito mais difícil a vida destas pessoas, o momento ficou marcado por um acidente, sublinhe-se, provocado pelo facto de a cadeira de rodas do deputado não estar travada e não por ter havido um erro na construção da plataforma elevatória.
Sexta-feira passada, foi um dia marcante para os cidadãos com deficiência e para os que defendem uma sociedade mais inclusiva e mais justa.
Esperemos que o Orçamento para o próximo ano contemple as expectativas que estão criadas.
Jorge Falcato, o deputado eleito pelo BE, experimentava pela primeira vez as plataformas criadas para permitir o acesso a deputados com deficiência motora.
Este deputado, voltou a trazer ao debate parlamentar a questão do apoio às pessoas com deficiência. Falcato bate-se pelo apoio directo à pessoa deficiente, dando-lhe a possibilidade de ter um vida independente, de poder escolher quem a pode ajudar e em que condições. Quer isto dizer, que o actual paradigma de institucionalizar a pessoa, seria substituído com base na implementação desse conceito.
Falcato, neste período em que se discute o Orçamento, aproveitou para questionar o Governo sobre o que vai acontecer, nesta matéria, em 2017.
Esta sua intervenção, assinalou a primeira vez que um deputado com mobilidade reduzida, que se desloca em cadeira de rodas, subiu ao púlpito para discursar.
Talvez para ficar o testemunho de como é muito mais difícil a vida destas pessoas, o momento ficou marcado por um acidente, sublinhe-se, provocado pelo facto de a cadeira de rodas do deputado não estar travada e não por ter havido um erro na construção da plataforma elevatória.
Sexta-feira passada, foi um dia marcante para os cidadãos com deficiência e para os que defendem uma sociedade mais inclusiva e mais justa.
Esperemos que o Orçamento para o próximo ano contemple as expectativas que estão criadas.
Joaquim de Sousa, um ex-edil figueirense ao raio x
Para ler melhor, clicar na imagem |
Recorde-se.
Estava em curso o processo de instalação de uma nova fábrica de celulose: a Soporcel. Na margem sul, as obras do porto, na zona do Cochim, avançavam em bom ritmo. A marginal ribeirinha, com terrenos que tinham sido ganhos ao rio, estava a ser transfigurada.
Nas zonas rurais ainda havia muitas carências. Apesar da electricidade já chegar praticamente a todo o concelho, existiam problemas de potência e iluminação pública. Na rede de abastecimento de água havia muitas obras em andamento, nomeadamente, em Quiaios, Lares, Vais, Marinha das Ondas, Carvalhal e Alhadas. Por essa altura, há apenas 35 anos, sublinhe-se, o sul do Paião ainda não era abastecido por água canalizada.
Mas havia mais coisas em andamento no concelho. Por exemplo, estava em curso o processo de pôr o Paço de Tavarede sob domínio do Património Municipal para ser recuperado e utilizado para fins sociais e culturais.
O Ciclo Preparatório e Escola Secundária do Paião estava prestes a ser uma realidade. Ainda não existia aberta ao público a Ponte Edgar Cardoso, mas já faltava pouco. Viria a ser inaugurada, pouco tempo depois, a 12 de Março de 1982.
Em pinceladas rápidas era assim a Figueira e o concelho há 35 anos. Joaquim de Sousa, então um político profissional, passados 6 anos depois do 25 de Abril de 1974, depois de 5 anos como deputado e membro do governo, sentia "uma profunda desilusão e um desencanto enorme". Segundo o que ele, na altura, confidenciou numa entrevista que deu, em Maio de 1981, ao Director do Barca Nova, o falecido jornalista José Martins, "conhecer o poder por dentro não é agradável". "Sabes?", desabafou a determinado ponto da conversa com o Zé Martins, "não tenho feitio para prostituta, nem mesmo por obrigação. O poder não é tão poder como as pessoas pensam".
O que Joaquim de Sousa, naquela altura, estava a gostar era de ser presidente de câmara: "agora sim, apesar das muitas vicissitudes por aqui e por além, sinto que o cargo que ocupo na Câmara me está a proporcionar dos momentos mais felizes da minha vida".
Durou foi pouco como presidente de câmara: fez apenas um mandato, que decorreu de 1979 a 1982...
O que valeu ao doutor Joaquim de Sousa, é que gostava de ser professor, que era a sua profissão...
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Não há como regressar ao passado...
Luís Marques Mendes leva-nos numa viagem pelas (suas) incoerências em torno do sigilo bancário.
Via geringonça
Fez ontem um ano...
Cito o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz.
"Naufrágio Olívia Ribau: fez ontem um ano que cinco pescadores morreram à entrada da barra da Figueira da Foz. Fez ontem um ano que a cidade, infelizmente, assistiu a um dos acontecimentos mais negros da sua história. Hoje, partilho este trabalho. Um resumo dos dias mais duros e horríveis que já vivi atrás de uma máquina fotográfica."
Passou um ano...
Um ano depois, pelo menos (com a devida excepção, publicada ontem no jornal AS BEIRAS, que fica devidamente registada na imagem do lado direito) a acreditar pelo que não li nos jornais, já desapareceu das preocupações da opinião pública e publicada...
Ficou o drama para as famílias afectadas. Mas, continua actual...
Só tenho uma dúvida: a sua actualidade deve-se à dimensão da tragédia ou ao secular atraso deste país?
A meu ver à combinação das duas hipóteses...
"Naufrágio Olívia Ribau: fez ontem um ano que cinco pescadores morreram à entrada da barra da Figueira da Foz. Fez ontem um ano que a cidade, infelizmente, assistiu a um dos acontecimentos mais negros da sua história. Hoje, partilho este trabalho. Um resumo dos dias mais duros e horríveis que já vivi atrás de uma máquina fotográfica."
Passou um ano...
Um ano depois, pelo menos (com a devida excepção, publicada ontem no jornal AS BEIRAS, que fica devidamente registada na imagem do lado direito) a acreditar pelo que não li nos jornais, já desapareceu das preocupações da opinião pública e publicada...
Ficou o drama para as famílias afectadas. Mas, continua actual...
Só tenho uma dúvida: a sua actualidade deve-se à dimensão da tragédia ou ao secular atraso deste país?
A meu ver à combinação das duas hipóteses...
... mais um hipócrita
Manobrou nos bastidores, com o alto patrocínio da chanceler Merkel, para evitar a eleição de António Guterres...
Agora, poderia, ao menos, ter sido mais discreto e súbtil a saudar a escolha do novo secretário-geral...
Mas, também, quem nunca tropeçou e depois começou a correr para disfarçar, não sabe o que é passar por uma vergonha!
Poderia é ter sido um pouco mais discreto...
Somos complicados mas giros... A rebelião inconsciente e anárquica que transportamos dentro de nós, agrada-me. Mas, quando é que começamos a dirigir o espírito contestatário, adequadamente e no momento próprio, contra o Poder?
Conheço quem gostaria de ter vivido noutra época e noutra latitude.
Não sou desses. Desde logo, porque valorizo acima de quase tudo o prazer de ser livre.
Daí, hoje, sentir-me feliz por em 25 de Abril de 1974, ter vinte anos, idade que já me permitiu ver a libertação do meu país.
Deste modo, os meus 62 anos de idade são uma riqueza pessoal e o tesouro mais valioso do meu sentir o que é ser português e figueirense: ter vivido 42 deles em Liberdade.
Antes de Abril de 1974, isto era um filme a preto e branco.
Depois, vivi a Festa. As pessoas manifestavam-se, falavam, participavam e riam. As ruas encheram-se de gente, gente que arrastava mais mais gente cheia de esperança na Democracia.
Havia alegria no ar. Música que cantava a recém-nascida liberdade deste meu país e desta minha cidade. O sussurro deu lugar ao grito. Pelo ar ecoavam gritos de Liberdade de palavras agitadas e imensas bandeiras coloridas.
E vieram à luz do dia mais palavras, palavras não novas, mas existentes até então escondidas no segredo da clandestinidade e que se passaram a pronunciar alto.
Palavras simples, lindas e belas como Liberdade e Igualdade. Palavras horríveis e feias como fascismo e repressão.
Todas elas, finalmente, permitidas de gritar à luz do sol.
No meu país e na minha cidade já não havia palavras proibidas.
Quarenta e dois anos depois do 25 de Abril, alguns ainda vivemos Liberdade. Outros, apenas, em liberdade. Mas, todos com medo.
O tempo que vivemos, de austeridade imposta, é a própria antecâmara do medo. Medo de não ter trabalho. Medo de falar e perder o lugar do sustento (há mais quinhentos na fila, dispostos a trabalharem cada vez por menor salário). Medo de não ter acesso à saúde e à farmácia. Medo de se ter que trabalhar (os que puderem) até morrer. Medo da usurpação das reformas. Medo da ausência de esperança para os nossos. Medo da opinião opressiva e única. Medo da ausência de alternativa política. Medo de uma Europa que deixou de privilegiar o social e de ser integradora. Medo de um futuro similar a um passado que se pensou ter ficado definitivamente para trás. Medo de uma liberdade que é cada vez mais formal. Medo desta liberdade do medinho e do respeitinho, que não é a Liberdade.
Em outubro de 2016, também na Figueira, Abril murchou. Até já temos reuniões de câmara realizadas à porta fechada!
Mas, se este é um já um Abril distante, no tempo, daquele Abril de 74, Abril, aquele Abril de 1974, continua sempre perto do meu sentir e do meu viver.
Uma pequena nota: sem aquele de Abril de 1974, por exemplo, seria impensável ler no jornal que "ao que se sabe, a Figueira possui uma alta taxa de desemprego, sobretudo quando comparada com os outros concelhos do distrito", ou ter acesso à praga de um blogue como este!..
É um pequeno detalhe para sublinhar que, de tudo aquilo que aquele Abril de 1974 nos trouxe, o mais importante foi a Liberdade.
Ter a noção disto, é importante para se compreender muita coisa que se passa, no tempo que passa, na Figueira da Foz.
Que falta que faz Eça, que criticou, há mais de cem anos, a sociedade elitista, hipócrita, injusta e medíocre em que viveu...
Não sou desses. Desde logo, porque valorizo acima de quase tudo o prazer de ser livre.
Daí, hoje, sentir-me feliz por em 25 de Abril de 1974, ter vinte anos, idade que já me permitiu ver a libertação do meu país.
Deste modo, os meus 62 anos de idade são uma riqueza pessoal e o tesouro mais valioso do meu sentir o que é ser português e figueirense: ter vivido 42 deles em Liberdade.
Antes de Abril de 1974, isto era um filme a preto e branco.
Depois, vivi a Festa. As pessoas manifestavam-se, falavam, participavam e riam. As ruas encheram-se de gente, gente que arrastava mais mais gente cheia de esperança na Democracia.
Havia alegria no ar. Música que cantava a recém-nascida liberdade deste meu país e desta minha cidade. O sussurro deu lugar ao grito. Pelo ar ecoavam gritos de Liberdade de palavras agitadas e imensas bandeiras coloridas.
E vieram à luz do dia mais palavras, palavras não novas, mas existentes até então escondidas no segredo da clandestinidade e que se passaram a pronunciar alto.
Palavras simples, lindas e belas como Liberdade e Igualdade. Palavras horríveis e feias como fascismo e repressão.
Todas elas, finalmente, permitidas de gritar à luz do sol.
No meu país e na minha cidade já não havia palavras proibidas.
Quarenta e dois anos depois do 25 de Abril, alguns ainda vivemos Liberdade. Outros, apenas, em liberdade. Mas, todos com medo.
O tempo que vivemos, de austeridade imposta, é a própria antecâmara do medo. Medo de não ter trabalho. Medo de falar e perder o lugar do sustento (há mais quinhentos na fila, dispostos a trabalharem cada vez por menor salário). Medo de não ter acesso à saúde e à farmácia. Medo de se ter que trabalhar (os que puderem) até morrer. Medo da usurpação das reformas. Medo da ausência de esperança para os nossos. Medo da opinião opressiva e única. Medo da ausência de alternativa política. Medo de uma Europa que deixou de privilegiar o social e de ser integradora. Medo de um futuro similar a um passado que se pensou ter ficado definitivamente para trás. Medo de uma liberdade que é cada vez mais formal. Medo desta liberdade do medinho e do respeitinho, que não é a Liberdade.
Em outubro de 2016, também na Figueira, Abril murchou. Até já temos reuniões de câmara realizadas à porta fechada!
Mas, se este é um já um Abril distante, no tempo, daquele Abril de 74, Abril, aquele Abril de 1974, continua sempre perto do meu sentir e do meu viver.
Uma pequena nota: sem aquele de Abril de 1974, por exemplo, seria impensável ler no jornal que "ao que se sabe, a Figueira possui uma alta taxa de desemprego, sobretudo quando comparada com os outros concelhos do distrito", ou ter acesso à praga de um blogue como este!..
É um pequeno detalhe para sublinhar que, de tudo aquilo que aquele Abril de 1974 nos trouxe, o mais importante foi a Liberdade.
Ter a noção disto, é importante para se compreender muita coisa que se passa, no tempo que passa, na Figueira da Foz.
Que falta que faz Eça, que criticou, há mais de cem anos, a sociedade elitista, hipócrita, injusta e medíocre em que viveu...
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
2017, ano de eleições autárquicas...
“A zona do terminal
intermodal vai ser requalificada,
para estimular a utilização de transportes
públicos e veículos amigos do ambiente, alargar o
espaço para peões e ciclistas e reduzir o
congestionamento de tráfego na zona da estação de comboios.
As obras, que custam cerca de 200 mil
euros e deverão arrancar em novembro, contemplam a construção de
uma rotunda. Esta solução de regulação do trânsito vai permitir
um acesso mais directo às ruas da República e Fernandes Tomás.
Entretanto, a autarquia aguarda
resposta da CP, a quem propôs que a sala de espera do terminal
ferroviário possa ser também utilizada pelos passageiros dos
autocarros.”
Via AS BEIRAS
Notas de rodapé.
1.Continuamos na série, mais do mesmo...
Tal como antes, também nos mandatos de João Ataíde, o dinheiro dos impostos não é distribuído por todo concelho, como seria justo, mas, sim, nas chamadas “obras do regime e de fachada” para encher o olho dos figueirenses.
2.Na Figueira, o cidadão raramente conhece e consegue compreender os caminhos para a solução dos seus problemas.
Nesta democracia figueirense (e, também por causa dela...), o poder, continua aquela entidade abstracta, que a maioria dos cidadãos julga capaz de resolver os problemas.
E, assim, por aqui, o poder permanece igual a si próprio, apesar das sucessivas eleições.
3.A minha alma, se já não fosse parava,
ficava parva...
Há muito que, apesar das obras ali
realizadas ainda não há muitos anos, esta estrutura, onde chegam e
partem por dia largas centenas de utentes – não esquecer que
estamos numa cidade e num concelho de turismo... - apresenta lacunas.
Mas, vai ser preciso chegar a 2017 (bem aventuradas eleições!..) para que este cartão de apresentação fique apresentável!
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