Manud Luís Pata nasceu na Gala, actual freguesia de S. Pedro, no dia 22 de Novembro de 1924.
É filho, neto e bisneto de marítimos oriundos de Ílhavo, os primeiros povoadores da Cova, aí pelo ano de 1742.
Fiel às suas raízes, fez-se ao mar, em 1943, como ajudante de motorista no lugre “Ana I”.
Habilitado em 1946 com a carta de motorista, foi trabalhar para a Empresa de Navegação Limpopo, de Lourenço Marques, Moçambique, creio que em 1948.
Entre Moçambique e Portugal continental foi fazendo a sua vida, sempre ligado ao mar, tendo realizado duas campanhas à pesca do bacalhau.
Depois do 25 de Abril de 1974, veio de vez para a sua Terra natal, onde terminou a sua actividade profissional como empresário na área da restauração.
Já na reforma, contra tudo e contra todos, como é “a sua imagem de marca”, dedicou-se à escrita e publica 4 livros. Três sobre “A Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau - Achegas para a sua História - Vol. I, II e III, dados à estampa em 1997, 2000 e 2003. Em 2005, publica a quarta obra : “Memórias de Moçambique”.
Apesar dos quase 92 anos e algumas maleitas físicas, ainda não parou. Conforme me confessou em julho de 2010, enquanto tomávamos um café numa esplanada da Cova, tinha pronto outro livro. Este, sobre a construção naval na foz do Mondego.
Já tinha contactado algumas entidades para tentar obter ajuda para a sua publicação, mas não estava a ser fácil. Como ele próprio dizia: “santos de casa não fazem milagres”.
Como escrevi, talvez há década e meia, numa crónica para o extinto “linha do oeste”, para mim, Manuel Luís Pata não é, ao contrário do que muitos julgam, até talvez ele próprio, um Homem teimoso. É sim, do meu ponto de vista um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheço.
E a prova aí está: no próximo dia 26 do corrente, no Desportivo Clube Marítimo da Gala, vai ser apresentado o novo livro de Manuel Luís Pata.