segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Afinal como é: a tradição já não é o que era?..

"Decorre das mais elementares regras democráticas a obrigação de os titulares do poder executivo prestarem conta das suas acções. 
Espero bem que o governo empossado na sexta-feira não se faça de esquecido numa situação política tão delicada. 
É imperioso que apresente nas próximas horas um balanço de meio do mandato."

Novo governo

Não há dúvida nenhuma: depois de o Parlamento chumbar o programa do novo governo Passos-Portas, Cavaco Silva indigitará António Costa para formar governo.
Quem o garantiu, na SIC, não costuma enganar-se nas novidades que anuncia. Advogado, conselheiro de Estado, ministro de dois governos (um deles liderado por Cavaco Silva), ex-líder do PSD, comentador político - Luís Marques Mendes garantiu que "Cavaco Silva indigitará António Costa para primeiro-ministro" e o seu último discurso, na tomada de posse do novo governo, desfez essas dúvidas "por completo".

Via DN

Morreu José Fonseca e Costa, o cineasta contador de histórias

O realizador de cinema português, símbolo da geração do Novo Cinema nos anos 1970, José Fonseca e Costa morreu ontem, domingo, de manhã, no hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de pneumonia, na sequência de uma leucemia. 
José Fonseca e Costa, ao longo dos anos, tentou sempre fazer cinema que contasse histórias e que chegasse ao público. Sem abdicar da qualidade realizou filmes como Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983, escrito com Mário de Carvalho e David Mourão-Ferreira), Balada da Praia dos Cães (1986, adaptação do romance de José Cardoso Pires) ou Cinco Dias, Cinco Noites (1996, adaptação da novela de Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal).
O realizador de cinema ontem falecido tinha 82 anos e encontrava-se a filmar um novo filme, com produção de Paulo Branco, uma adaptação de Axilas, um conto do escritor brasileiro Rubem Fonseca, com argumento de Mário Botequilha.

domingo, 1 de novembro de 2015

Um dia destes vou reformar-me...

“(...)considera-se tanto mais civilizado um país quanto mais sábias e eficientes são as leis que impedem ao miserável ser demasiado miserável, e ao poderoso ser demasiado poderoso.“ 
"Se Isto é um Homem", de Primo Levi

Em tempo.

“Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”.
 Aníbal Cavaco Silva  

Viúva de Joaquim Comboio quer “que se faça justiça”

Vai ser uma caminhada penosa e difícil, mas a primeira coisa a ter em mente é não desesperar.
"Há sentimentos que não cabem nas palavras e os dos familiares das vítimas mortais do naufrágio de 6 de Outubro, à entrada da barra da Figueira, são exemplo disso."

"O Francisco Assis bem podia trocar de partido com o José Pacheco Pereira ".


Ana Cristina Pereira Leonardo, no facebook.
Nada a acrescentar, a não ser referir que se arrumavam duas casas...

Um retrato actualíssimo, 144 depois...

Eça de Queirós, in As Farpas, 144 depois.
«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»

sábado, 31 de outubro de 2015

Coisas que alguns de nós sabemos...

"O casamento é difícil, mas podem ter a certeza de que o divórcio é muitíssimo mais difícil".

Naval solidária com familiares das vítimas do «Olívia Ribau»

Decidiu a Naval 1.º de Maio entregar a receita do jogo da Taça de Portugal entre a Naval e Paços de Ferreira às famílias dos pescadores recentemente falecidos no naufrágio do «Olívia Ribau», à entrada da barra da Figueira da Foz. 
Com esta acção o clube angariou mais de 5.000 euros que foram entregues hoje de manhã aos familiares das vítimas. Depois de deduzido o IVA, cada uma das famílias recebeu 882,11 euros. A cerimónia contou com a presença, por parte do clube, de Vera Azul e Luís Pinto.

Via Figueira na Hora

Por mim vêm de carrinho...

BPN, BPP, BES, BCP, BPI, …
Nacionalizar a banca? 
Já o fizeram desde 2011
Houve os escandalosamente nacionalizados e houve todos os outros salvos pela troika
À conta do Estado. 
Venham lá com o papão dos perigosos comunas.

Molhe sul

foto António Agostinho

O Portas pirou ou está só a levantar ondas?..

Óh Portas: já vamos no Prec!..
Ontem à noite, em Santa Maria da Feira, o vice-primeiro-ministro afirmou que o acordo à esquerda é parecido com "querer fazer o pino e ficar em pé ao mesmo tempo."

Óh Portas:  pergunta ao Passos Coelho onde está a Social-Democracia do PSD
Pergunta a ti mesmo onde pára o Humanismo Social-Cristão do CDS...

Óh Portas: não sabes, mas eu explico-te: todos os Partidos do dito Arco da Governação, incluindo o teu, há muito que abdicaram dos seus Princípios a bem da ida para o Governo. 
No caso do PCP e do BE, nem sequer é disso que se trata...
Trata-se, apenas, dentro dos constrangimentos e condicionalismos presentes, proporcionar ao seu eleitorado uma Governação melhor do que aquela providenciada pelo PS e pela Direita nos últimos quase 40 anos.

Óh Portas, achas pouco?

Está a chegar a época...

Recorde-se: quando o Carnaval era organizado pela Câmara gastava-se substancialmente mais!..
saber e por exemplo: em 2013 - 100 mil €. Em 2010 - 150 mil €

Aqueles 400 metros do prolongamento do molhe norte: "mais de 15 milhões de euros pagos por todos nós, que serviram para tornar a barra da Figueira da Foz, numa barra fatal"

A obra foi adjudicada por 12,5 milhões, mas custou mais de 15 milhões de euros. Esta fatalidade é conhecida das autoridades que continuam a não fazer nada que minimize o risco de morte certa como infelizmente tem acontecido desde a sua construção... 
Resolveu o problema do porto comercial, mas hipotecou o porto de pesca.
Em devido tempo, muita gente, incluindo os pescadores, avisaram a tempo para a ratoeira que iria ser construída. 
"Eles ouviram, fecharam os ouvidos e fizeram a obra".
Para António Miguel Lé, presidente da Cooperativa de Produtores de Peixe Centro Litoral, "os resultados falam por si. Infelizmente, quem tem pago todo o resultado desta construção temos sido nós".
Esta é uma reportagem a ver. Foi transmitida no passado dia 30 de outubro de 2015.
Para ter acesso clique aqui. Este importante trabalho de reportagem da RTP pode ser visto a partir do minuto 21.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O tempo que o pau vai e vem, folgam as costas...

foto sacada daqui
Nos últimos dias, a malta que tem estado no governo nos últimos 4 anos, tem andado numa fona a  inventar cargos prá boyada.
Tem nomeado gente e gente -  já lá vão mais de cem.
O  perspicaz Carlos Costa (o do Banco de Portugal, não o da Quinta das Celebridades...) acaba de escolher o às das privatizações, o Sérgio Monteiro, para ver se despacha o Novo Banco.
Até ao lavar dos cestos é vindima.
E ainda têm 10 dias...

Se ainda estivéssemos no Portugal do final dos anos 60 do século passado...

(Imagem: Franco Nogueira, Salazar. O último Combate (1964-1970), vol. VI, p.427.)
Sem internet, redes sociais, liberdade de imprensa, etc., etc., talvez os protagonistas da cerimónia a que assistimos esta manhã, no Palácio da Ajuda, pudessem manter a ilusão de que estão / vão mesmo a exercer as funções para que foram nomeados. 
Como não é o caso... temos pena.

Passos ataca Portas no acto de posse do governo?!...

"Ninguém deve arriscar o bem-estar dos portugueses em nome de uma agenda ideológica ou de ambições políticas ou partidárias". 

Em tempo.
Verdadeiramente importante.

Ao que tudo leva a crer, a próxima demissão de Portas deverá ser mesmo irrevogável...

António dos Santos - o Tróia

Um dia destes, ao fazer uma caminhada pelas ruas da minha Aldeia, passei pela Rua António dos Santos - o Tróia - e deparei com a placa no topo norte da rua (para quem não sabe, é a que vai dar mesmo até à entrada do porto de pesca) no estado que a foto mostra.
Confesso que não gostei e, espero, que depois deste reparo a placa que recorda na toponímia cova-galense um lobo do mar, talvez um dos maiores de toda a orla marítima portuguesa, de seu nome António Santos - o Tróia, volte a ter a dignidade e o respeito que o homenageado, em devido tempo, pela Comissão de Toponímia da junta de freguesia de S. Pedro, merece.


Conheci muito bem António dos Santos - o Tróia, a sua esposa - a dª. Elvira - e as suas filhas.
A sua casa ficava a cerca de 200 metros para sul da casa dos meus Pais. A casa em madeira, embora já não pertença à família, ainda lá está: fica na esquina, lado norte, da rua que dá acesso às antigas instalações do Alberto Gaspar.
Por uma questão de precisão histórica, porém, recorro ao livro A Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, vulme II, de Manuel Luís Pata, que retrata essa figura lendária que se chamou António dos Santos, mais conhecido pelo o Tróia.
Nasceu na freguesia da Sé Nova, em Coimbra, a 15 de Fevereiro de 1912.
Fez 6 campanhas ao bacalhau. Entre as razões que o levaram a ter abandonado a pesca ao bacalhau, não esteve de certeza o medo. Escreve quem o conheceu: "por medo? Não! O Tróia não sabia o que era o medo. Ele tratava o mar por tu, o mar era o seu grande companheiro do dia a dia...
O Tróia deve ter deixado a pesca do bacalhau, não por medo, mas sim por revolta pela desumanidade que imperava naquela vida, que não se enquadrava na sua maneira de ser. Enquanto para alguns capitães o bacalhau representava mais do que a vida dos pescadores, ele, Tróia, vária vezes tinha posto a sua vida em perigo para salvar vidas em naufrágios ocorridos na barra da Figueira da Foz. O Tróia, antes de embarcar para a pesca do bacalhau, já tinha dado provas da sua bravura, quer na sua bateira a remos, quer a nado, cometendo actos de invulgar heroísmo. Ele parecia possuir algo sobrenatural: de noite, acordava e levantava-se da sua cama, quando pressentia que algo de grave se passava nas proximidades da barra da Figueira. E, muitas vezes, o seu pressentimento estava certo. Nessas ocasiões, saltava para dentro da sua bateira, quer em noites de verão, quer em noites invernosas e fazia-se à barra, muitas das vezes antes das sereias dos Bombeiros começarem a roncar a dar o alarme. Quando chegava o socorro já lá andava o Tróia a furar o mar..."

Quem recorda o Tróia, lembra-o como um lobo do mar, possivelmente um dos maiores que existiram na orla marítima portuguesa.
Manuel Luís Pata, ao vivo, assistiu o dois naufrágios em que o Tróia arriscou a sua própria vida para salvar outras vidas.
"O primeiro foi o encalhe da traineira Sagres, nos rochedos do Forte de Santa Catarina. O outro, foi o encalhe do iate de cabotagem Bem Aventurado ao sul dos blocos da barra no Cabedelo." 
Nesta ocorrência, todo o esforço do Tróia foi feito a nado, batendo-se com o mar, a passar cabos do navio para terra. Graças à sua coragem, toda a tripulação se salvou e  alcançou terra. Neste naufrágio, a que assistiu Manuel Luís Pata, o único meio possível de ajudar as vitimas era a nado pois não havia outro meio de chegar ao navio - "só um Tróia teria a força e a coragem para o fazer".

Relatar uma vida cheia como a de António dos Santos - o Tróia não é tarefa fácil. Muito mais haveria a escrever. Porém, esta postagem para além de apenas recordar uma figura com a dimensão humana de poucos, pretende chamar a atenção de quem de direito para a dignidade que merece a preservação da sua memória numa rua da freguesia de S. Pedro.