quinta-feira, 13 de agosto de 2015
PAF: no país do faz de conta, onde o objectivo é enganar os tolos...
O Governo usa o Conselho de Ministros como mais uma peça da campanha eleitoral em curso para inventar uma "estratégia de protecção do idoso", que vale zero por necessitar de aprovação de uma Assembleia da República, que só será eleita em 4 de Outubro!..
"Com a Assembleia da República já em férias, o estatuto do idoso, como lhe tem chamado ao longo do seu mandato a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, apenas foi consagrado em formato de resolução do Conselho de Ministros em vez de lei – o que anula o seu peso legal, uma vez que a criminalização do abandono implica alterações ao Código Penal que teriam de ser aprovadas pelos deputados. A questão fica assim em banho-maria até à próxima legislatura, altura em que os deputados poderão vir a pronunciar-se sobre o tema."
"Com a Assembleia da República já em férias, o estatuto do idoso, como lhe tem chamado ao longo do seu mandato a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, apenas foi consagrado em formato de resolução do Conselho de Ministros em vez de lei – o que anula o seu peso legal, uma vez que a criminalização do abandono implica alterações ao Código Penal que teriam de ser aprovadas pelos deputados. A questão fica assim em banho-maria até à próxima legislatura, altura em que os deputados poderão vir a pronunciar-se sobre o tema."
A BOLA: "ai que saudades, ai, ai!.."
Durante muitos anos fui um fiel leitor do jornal A BOLA.
Carlos Pinhão, Carlos Miranda, Aurélio Márcio, Alfredo Farinha, Homero Serpa, Cruz dos Santos, Joaquim Rita, Rui Santos, Santos Neves, Vítor Serpa, e mais alguns, constituíam uma equipa redactorial com grande cultura jornalística, brio profissional e conhecimentos profundos sobre futebol e não só. A partir de meados dos anos sessenta do século passado tive oportunidade de ler nas colunas de A BOLA prosas de grande brilhantismo e fulgor, verdadeiros tratados na arte de bem escrever português, que me transmitiram o gosto pela nossa língua e pela crítica honesta, verdadeira, isenta e independente.
Desde a sua fundação, por Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, em Janeiro de 1945, A BOLA constituiu-se numa referência de prestígio, de rigor e de qualidade na forma de fazer jornalismo, de escrever sobre desporto e do futebol em especial.
A BOLA, em plena ditadura salazarista, afirmou-se com grande destaque no panorama da imprensa desportiva. Mas não só, A BOLA era o maior jornal português, o mais prestigiado e conhecido e o de maior expansão e vendas, dentro e fora de Portugal.
Durante as décadas de 60, 70 e 80, A BOLA era conhecida como a "Bíblia" do Desporto Português, uma instituição admirada e respeitada, em Portugal e no estrangeiro, em especial nos países onde viviam e trabalhavam os emigrantes portugueses. Nas antigas províncias ultramarinas de África (Angola, Moçambique, Guiné), os portugueses lá residentes aguardavam ansiosamente pela chegada do jornal, não só para saberem notícias do desporto do continente, mas, também, para matarem saudades.
Isso aconteceu quando o jornal era trissemanário. Publicava-se às segundas, quintas e sábados. Quando os jornais desportivos passaram a diários deixei de consumir esse tipo de imprensa.
O futebol não é uma escola de virtudes, mas continua a suscitar paixões.
O futebol de hoje, com os seus meandros obscuros, deixou de me interessar.
Mais triste, desolado e sem vontade de ler jornais desportivos fiquei ao deparar com a primeira página de ontem de um jornal que eu admirei tanto.
Reparem só na forma triste e miserável como dão a notícia da morte de Jorge Gonçalves!..
Resta-me fazer uso de uma expressão famosa do saudoso Carlos Pinhão: "Ai que saudades, ai, ai!.."
Carlos Pinhão, Carlos Miranda, Aurélio Márcio, Alfredo Farinha, Homero Serpa, Cruz dos Santos, Joaquim Rita, Rui Santos, Santos Neves, Vítor Serpa, e mais alguns, constituíam uma equipa redactorial com grande cultura jornalística, brio profissional e conhecimentos profundos sobre futebol e não só. A partir de meados dos anos sessenta do século passado tive oportunidade de ler nas colunas de A BOLA prosas de grande brilhantismo e fulgor, verdadeiros tratados na arte de bem escrever português, que me transmitiram o gosto pela nossa língua e pela crítica honesta, verdadeira, isenta e independente.
Desde a sua fundação, por Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, em Janeiro de 1945, A BOLA constituiu-se numa referência de prestígio, de rigor e de qualidade na forma de fazer jornalismo, de escrever sobre desporto e do futebol em especial.
A BOLA, em plena ditadura salazarista, afirmou-se com grande destaque no panorama da imprensa desportiva. Mas não só, A BOLA era o maior jornal português, o mais prestigiado e conhecido e o de maior expansão e vendas, dentro e fora de Portugal.
Durante as décadas de 60, 70 e 80, A BOLA era conhecida como a "Bíblia" do Desporto Português, uma instituição admirada e respeitada, em Portugal e no estrangeiro, em especial nos países onde viviam e trabalhavam os emigrantes portugueses. Nas antigas províncias ultramarinas de África (Angola, Moçambique, Guiné), os portugueses lá residentes aguardavam ansiosamente pela chegada do jornal, não só para saberem notícias do desporto do continente, mas, também, para matarem saudades.
Isso aconteceu quando o jornal era trissemanário. Publicava-se às segundas, quintas e sábados. Quando os jornais desportivos passaram a diários deixei de consumir esse tipo de imprensa.
O futebol não é uma escola de virtudes, mas continua a suscitar paixões.
O futebol de hoje, com os seus meandros obscuros, deixou de me interessar.
Mais triste, desolado e sem vontade de ler jornais desportivos fiquei ao deparar com a primeira página de ontem de um jornal que eu admirei tanto.
Reparem só na forma triste e miserável como dão a notícia da morte de Jorge Gonçalves!..
Resta-me fazer uso de uma expressão famosa do saudoso Carlos Pinhão: "Ai que saudades, ai, ai!.."
O segredo do Sporting
A PROMESSA
Obra original: "A Promessa" de Bernardo Santareno
Adaptação: António de Macedo
Realizador: António de Macedo
Produção: Centro Portugues de Cinema
Produtores associados: António de Macedo, Tobis Portuguesa e Francisco de Castro
Director de produção: Henrique Espírito Santo
Assistentes de produção: João Franco e Monique Rutler
Fotografia: Elso Roque
Director de som: João Diogo
Operador de som: José de Carvalho
Música: popular portuguesa
Registo musical: Michel Giacometti
Sonoplastia: Hugo Ribeiro
Misturas: António de Macedo e Hugo Ribeiro
Montagem: António de Macedo
Assistente de montagem: Clara Diaz-Berrio
Exteriores: Palheiros da Tocha, Tocha, Figueira da Foz, Buarcos, Gala, Cova
Estúdios: Tobis Portuguesa
Elenco: Guida Maria (Maria do Mar), Sinde Filipe (Labareda), João Mota (João), Luís Santos (Pai), Maria (Joaquina), José Rodrigues Carvalho (Mário), Fernando Loureiro (Cigano), Francisco Machado (Padre Couto), Celeste Alves (Intriguista), Luís Barradas (Cigano), Fernanda Coimbra, Grece de Castro, Agostinho Alves, João Lourenço, António Maia
Sinopse
José e Maria, habitantes de uma aldeia de pescadores, fizeram um voto de castidade, num acto de desespero, para tentar salvar o pai de José que pescava num dia de tempestade. Mas Labareda, um cigano acolhido pelo casal após ter chegado à aldeia ferido, irá pôr à prova o seu celibato “forçado” e, consequentemente, a sua fé.
Crítica
Como diria Leitão Barros, a haver uma indústria de cinema em Portugal, António de Macedo seria dos poucos a conseguir fazer carreira, e a prová-lo está este filme A Promessa. A produção, os cenários e os (por vezes exagerados) “artifícios” técnicos colocam-no ao nível da produção média internacional da época, não sendo por isso de estranhar que este tenha sido um dos filmes mais vistos do Cinema Novo. Facto curioso, uma vez que é também o filme (ou o autor) que mais se afasta dessa nova geração, fazendo prevalecer uma visão industrial e um experimentalismo técnico em detrimento das preocupações sociais e de identidade que moviam os restantes autores.
A acção, tal como no Mudar de Vida de Paulo Rocha, desenrola-se numa típica aldeia de pescadores, mas ao contrário do primeiro não tenta fazer o retrato de uma sociedade maioritariamente pobre e sem esperança no futuro, mas explora a questão da influência quase nefasta que a religião exerce sobre um povo ignorante. Todo o filme tem, por isso, uma espécie de aura esotérica que vai de encontro aos interesses do próprio autor, que se diz anarco-místico. Para tal, contribuem o uso da cor, do nevoeiro, de planos em câmara lenta e de uma certa representação mais teatral, ou como diria António de Macedo, mais melodramática, porque o povo português é melodramático. Porém, não se deve aqui confundir teatral com artificial, pois à excepção de um certo exagero na interpretação de um dos ciganos – que torna os diálogos quase imperceptíveis de cada vez que intervém – estamos perante um bom trabalho de actores, infelizmente tão raro nos filmes portugueses deste período. Também merecedora de destaque é a fotografia de Elso Roque que, em consonância com o misticismo de António de Macedo, proporciona momentos de grande interesse, como na poderosa cena da violação ou a pictórica cena final.
A Promessa, talvez por não corresponder aos ideais traçados pelo Cinema Novo (mas não só), não está entre os melhores filmes da época. Mas, uma vez mais, António Macedo demonstra uma grande ousadia, quer ao nível do tema quer ao nível da técnica, sendo por isso um importante contributo para o cinema nacional.
Do ponto de vista da arquitectura, este filme tem quase um valor histórico e etnográfico, pela forma que nos dá a conhecer um tipo de aglomerado já extinto.
Adaptação: António de Macedo
Realizador: António de Macedo
Produção: Centro Portugues de Cinema
Produtores associados: António de Macedo, Tobis Portuguesa e Francisco de Castro
Director de produção: Henrique Espírito Santo
Assistentes de produção: João Franco e Monique Rutler
Fotografia: Elso Roque
Director de som: João Diogo
Operador de som: José de Carvalho
Música: popular portuguesa
Registo musical: Michel Giacometti
Sonoplastia: Hugo Ribeiro
Misturas: António de Macedo e Hugo Ribeiro
Montagem: António de Macedo
Assistente de montagem: Clara Diaz-Berrio
Exteriores: Palheiros da Tocha, Tocha, Figueira da Foz, Buarcos, Gala, Cova
Estúdios: Tobis Portuguesa
Elenco: Guida Maria (Maria do Mar), Sinde Filipe (Labareda), João Mota (João), Luís Santos (Pai), Maria (Joaquina), José Rodrigues Carvalho (Mário), Fernando Loureiro (Cigano), Francisco Machado (Padre Couto), Celeste Alves (Intriguista), Luís Barradas (Cigano), Fernanda Coimbra, Grece de Castro, Agostinho Alves, João Lourenço, António Maia
Sinopse
José e Maria, habitantes de uma aldeia de pescadores, fizeram um voto de castidade, num acto de desespero, para tentar salvar o pai de José que pescava num dia de tempestade. Mas Labareda, um cigano acolhido pelo casal após ter chegado à aldeia ferido, irá pôr à prova o seu celibato “forçado” e, consequentemente, a sua fé.
Crítica
Como diria Leitão Barros, a haver uma indústria de cinema em Portugal, António de Macedo seria dos poucos a conseguir fazer carreira, e a prová-lo está este filme A Promessa. A produção, os cenários e os (por vezes exagerados) “artifícios” técnicos colocam-no ao nível da produção média internacional da época, não sendo por isso de estranhar que este tenha sido um dos filmes mais vistos do Cinema Novo. Facto curioso, uma vez que é também o filme (ou o autor) que mais se afasta dessa nova geração, fazendo prevalecer uma visão industrial e um experimentalismo técnico em detrimento das preocupações sociais e de identidade que moviam os restantes autores.
A acção, tal como no Mudar de Vida de Paulo Rocha, desenrola-se numa típica aldeia de pescadores, mas ao contrário do primeiro não tenta fazer o retrato de uma sociedade maioritariamente pobre e sem esperança no futuro, mas explora a questão da influência quase nefasta que a religião exerce sobre um povo ignorante. Todo o filme tem, por isso, uma espécie de aura esotérica que vai de encontro aos interesses do próprio autor, que se diz anarco-místico. Para tal, contribuem o uso da cor, do nevoeiro, de planos em câmara lenta e de uma certa representação mais teatral, ou como diria António de Macedo, mais melodramática, porque o povo português é melodramático. Porém, não se deve aqui confundir teatral com artificial, pois à excepção de um certo exagero na interpretação de um dos ciganos – que torna os diálogos quase imperceptíveis de cada vez que intervém – estamos perante um bom trabalho de actores, infelizmente tão raro nos filmes portugueses deste período. Também merecedora de destaque é a fotografia de Elso Roque que, em consonância com o misticismo de António de Macedo, proporciona momentos de grande interesse, como na poderosa cena da violação ou a pictórica cena final.
A Promessa, talvez por não corresponder aos ideais traçados pelo Cinema Novo (mas não só), não está entre os melhores filmes da época. Mas, uma vez mais, António Macedo demonstra uma grande ousadia, quer ao nível do tema quer ao nível da técnica, sendo por isso um importante contributo para o cinema nacional.
Do ponto de vista da arquitectura, este filme tem quase um valor histórico e etnográfico, pela forma que nos dá a conhecer um tipo de aglomerado já extinto.
Retratos da Aldeia
imagem sacada daqui. Estela de xisto. São sinais enigmáticos, o que significam é um mistério ainda por desvendar, mas uma certeza existe: aquela é a primeira escrita nascida na Península Ibérica, entre há 2700 e 2500 anos. Daqui até aos blogues, foi um fósforo. |
Não são só os intolerantes que me incomodam, mas também os donos das verdades do regime.
Não são só os agressivos que me incomodam, mas também os que não têm sentido de humor.
Não são só os vingativos que me incomodam, mas também os que se acham muito invejados.
As pessoas são como tijolos: umas são sólidas, outras são ocas e vazias.
Quem sente inveja é invejoso.
Mas, então, aqueles que se acham muito invejados, que nome dar a essa gente?
Tudo o que escolhi fazer na minha vida serviu sobretudo para aprender, ou sentir-me bem.
É o que faço neste blogue.
Não preciso de sensações fortes, nem sofro desse tédio enorme que força as pessoas a estarem sempre a tentar escapar da sua "zona de conforto".
Não tenho jeito, nem feitio, nem pachorra, para aturar essa gente.
Às vezes parece-me que alguns insuportáveis políticos que andam pela Aldeia, não passam de meninos ricos.
Sempre pensei assim: um pobre a gozar com os tiques de riqueza de um milionário é comédia.
Um rico a gozar com a miséria de um pobre é crueldade.
Isto vai ao arrepio do pensamento vigente.
Quem manda sabe que tem uma Aldeia com um povo maioritaria e culturalmente analfabeto e adulador, que não merece mais do que o que tem.
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Cartazes...
A rapaziada que tem governado este País, poderia estar preocupada com o caos económico da nação de que é responsável em grande parte.
Com a crescente pobreza.
Com a esmagadora carga fiscal.
Com o desemprego.
Com o estado social.
Com outra coisa qualquer de interesse à vida de quem tem de comer o pão que o diabo amassou.
Mas não.
As suas apreensões vão para os cartazes para enganar os incautos!..
Essas sim, são as preocupações de monta para quem lá está neste momento e para quem aspira a lá chegar outra vez em outubro p.f.
E o povo, que continua a votar nestas aberrações, bem as merece.
Com a crescente pobreza.
Com a esmagadora carga fiscal.
Com o desemprego.
Com o estado social.
Com outra coisa qualquer de interesse à vida de quem tem de comer o pão que o diabo amassou.
Mas não.
As suas apreensões vão para os cartazes para enganar os incautos!..
Essas sim, são as preocupações de monta para quem lá está neste momento e para quem aspira a lá chegar outra vez em outubro p.f.
E o povo, que continua a votar nestas aberrações, bem as merece.
A Cultura vale a pena... *
* - Crónica publicada no jornal AS BEIRAS. A meu ver a merecer a melhor atenção dos excelsos responsáveis políticos
autárquicos pelas diversas variantes da actividade cultural.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Nada de novo...
Hoje, ao olhar para os escaparates deu para ver o óbvio…
Os jornais desportivos são previsíveis, não correm riscos.
Contam as histórias que se esperam, com
as personagens estereotipadas que se esperam.
Enfim…
UMA FEIRA ONDE A TERRA SE ACABA!..
A Freguesia de S. Pedro foi fundada em 1985.
A emigração dos covagalenses, sobretudo para os Estados Unidos, tem mais de 100 anos.
Nesta notícia, que fala sobre um certame que visa mostrar "as artes, ofícios e tradições" locais, nem uma vez aparece o nome do núcleo habitacional que deu origem a tudo: Cova e Gala.
O jornalista é o menor dos culpados.
Quem não conheça o nosso passado, ao entrar pela porta grande na Aldeia, fica por saber que está na Cova e Gala. Isto é grave: mexe com os sentimentos mais profundos dos descendentes dos ílhavos que ainda cá moram.
A verdade, neste momento, é que embora real, porque existiu, existe, vive e pulsa, Cova Gala parece não ter tido passado, nem presente para quem foi o mentor da elevação a Vila de S. Pedro e não Cova e Gala - como deveria ter sido, por respeito ao passado e ao sentir dos descendentes dos ílhavos que fundaram, primeiro a Cova e, cerca de 40 anos depois, a Gala.
A Cova Gala ainda não está morta - apesar de não ter monumentos edificados com o nosso dinheiro em sítios privilegiados e estratégicos - mas corre esse risco no futuro.
Fica o registo, para memória futura: muito embora sem nome no mapa, nem monumentos, a Gala está bem situada. Fica do lado sul da foz do Mondego. E, como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento do Cabedelo – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios. O lugar, chama-se Gala. É uma aldeia de pescadores.
Ao fundo e antes das dunas, que a separam do grande areal da praia, junta-se intimamente – quer dizer: sem uma nítida separação – a um lugar que tem o nome de Cova. Os dois lugares estão ao mesmo nível – o das águas do mar - e formam a Aldeia.
Na melhor das hipóteses, perdeu-se a noção do valor que é o respeito por mais de 200 anos de história.
O mais caricato, é que tudo isto seria cómico se não fosse ofensivo à memória colectiva da minha Terra - a Cova Gala.
Sabemos que a cultura - não gastronómica - não é o forte dos homens das obras de São Pedro.
Não haverá ninguém com responsabilidades autárquicas, que ultrapasse este estado intelectual primitivo e tenha o bom senso de inverter o rumo que nos conduziu a estes desmandos, cada vez mais visíveis a olho nu?
A emigração dos covagalenses, sobretudo para os Estados Unidos, tem mais de 100 anos.
Nesta notícia, que fala sobre um certame que visa mostrar "as artes, ofícios e tradições" locais, nem uma vez aparece o nome do núcleo habitacional que deu origem a tudo: Cova e Gala.
O jornalista é o menor dos culpados.
Quem não conheça o nosso passado, ao entrar pela porta grande na Aldeia, fica por saber que está na Cova e Gala. Isto é grave: mexe com os sentimentos mais profundos dos descendentes dos ílhavos que ainda cá moram.
A verdade, neste momento, é que embora real, porque existiu, existe, vive e pulsa, Cova Gala parece não ter tido passado, nem presente para quem foi o mentor da elevação a Vila de S. Pedro e não Cova e Gala - como deveria ter sido, por respeito ao passado e ao sentir dos descendentes dos ílhavos que fundaram, primeiro a Cova e, cerca de 40 anos depois, a Gala.
A Cova Gala ainda não está morta - apesar de não ter monumentos edificados com o nosso dinheiro em sítios privilegiados e estratégicos - mas corre esse risco no futuro.
Fica o registo, para memória futura: muito embora sem nome no mapa, nem monumentos, a Gala está bem situada. Fica do lado sul da foz do Mondego. E, como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento do Cabedelo – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios. O lugar, chama-se Gala. É uma aldeia de pescadores.
Ao fundo e antes das dunas, que a separam do grande areal da praia, junta-se intimamente – quer dizer: sem uma nítida separação – a um lugar que tem o nome de Cova. Os dois lugares estão ao mesmo nível – o das águas do mar - e formam a Aldeia.
Na melhor das hipóteses, perdeu-se a noção do valor que é o respeito por mais de 200 anos de história.
O mais caricato, é que tudo isto seria cómico se não fosse ofensivo à memória colectiva da minha Terra - a Cova Gala.
Sabemos que a cultura - não gastronómica - não é o forte dos homens das obras de São Pedro.
Não haverá ninguém com responsabilidades autárquicas, que ultrapasse este estado intelectual primitivo e tenha o bom senso de inverter o rumo que nos conduziu a estes desmandos, cada vez mais visíveis a olho nu?
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
A macrocefalia figueirense
Não vi, mas ao que me disseram, Maiorca passou na televisão,
num daqueles programas de entretenimento. Foram várias horas do habitual vazio artístico
e cultural que caracteriza a programação televisiva dos fins de semana.
O Concelho da Figueira, no geral, tem efectivamente pouco a mostrar, pouco de
que nos possamos orgulhar, mas, espero que não tenha passado apenas a miséria
cultural, económica e social habitual.
Espero que no programa transmitido em directo de Maiorca tenha sido dado o devido realce ao que merece e que tenha sido melhor ao que habitualmente
é: mais um dos meios de imbecilização
que asseguram a mediocridade cultural do País.
Espero que tenha sido mais que as habituais cantigas
brejeiras em sol e dó, uma mostra de uma caldeirada de enguias ou um arroz de
lampreia, artesanato em miniatura e a conversa boçal com as chamadas figuras típicas.
Ao que escreve Miguel Almeida, na sua crónica de hoje no jornal AS BEIRAS, a FINDAGRIM-Feira Comercial, Industrial e Agrícola de Maiorca, a única feira de actividades económicas do nosso concelho não tem sido apoiada, como merece, ao longo das 6 edições que foram realizadas, tanto pela autarquia figueirense, como pela ACIFF.
Algo continua podre no reino da Figueira...
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