segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O problema que nos afecta, enquanto cidadãos de Portugal: a classe dos "nossos" políticos...

Carlos Caldas, médico que lidera um laboratório no instituto de investigação sobre cancro, em Cambridge...
A culpa é das “pessoas que nos desgovernam”
“Há responsabilidades morais que começam no senhor que ocupa o Palácio de Belém, que, quando foi primeiro-ministro, acabou com tudo no que era produção e cavou a dependência da União Europeia em que nos encontramos”, afirmou o cientista, referindo que a culpa é também dos “dirigentes actuais, que têm um pedigree que começa nesse senhor”.

A obsessão de Santana...

De acordo com o Diário de Notícias, “Pedro Santana Lopes admite que pode haver dois candidatos da direita à primeira volta das presidenciais de janeiro de 2016 e não exclui avançar mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa o faça.” 
Há uma terrível tentação, em política e na nossa política, de ver as coisas não como elas realmente são, mas como gostávamos que elas viessem a ocorrer. 
Em Santana há muito que isso já não é novidade. 
Mais uma vez, o debate sobre o escrutínio presidencial foi lançado por ele nas hostes sociais-democratas. Sem que (tal como tinha acontecido com Durão Barroso em 2003), Passos Coelho, o presidente do partido se ter pronunciado sobre o assunto. 
Agora, devem suceder-se as proclamações de apoio ao auto proclamado pré-candidato Santana na corrida a Belém. 
Em 2003, então com 47 anos de idade, Santana Lopes corporizava, à direita, o ideal de uma nova geração.
Em 2015, com 58 ou 59, Santana Lopes continua a apresentar-se como alguém que dá uma ênfase especial ao lado emocional da política, muito para além do entendimento politicamente correcto do cargo de Presidente da República como mero garante do funcionamento regular das instituições. 
Mas a vida, mais uma vez, não está fácil para Santana: as sondagens não são famosas e Marcelo dará seguramente um bom cabeça de lista da família politica da direita... 

União FC (líder da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra) perdeu no Cabedelo!


Estou a entrar em depressão profunda...

61 já cá cantam!
É a segunda vez que celebro o meu aniversário com o algarismo «6» na casa das dezenas...

domingo, 4 de janeiro de 2015

Na véspera dos 61...


Gostava de ter mais tempo e mais algum dinheiro. 
Tempo para usar o tempo e o dinheiro da forma mais ajuizada, sem esquecer a auto-estima, os amigos e a família...
Mas, o que gostava mesmo, era de ter um blogue que não fosse lido por ninguém...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Mensagens presidenciais...

"Devo ainda referir que circunstâncias várias, para que, felizmente, não concorri, fizeram diminuir a minha movimentação e o número de presenças em cerimónias inaugurais e comemorativas. Mesmo assim não estive demasiadamente parado". 

Janeiro de 1974. Américo Tomás "dixit"...

"Rejeito em absoluto uma ideia demagógica e populista, que alguns pretendem incutir na opinião pública, segundo a qual os partidos e os seus dirigentes se alheiam dos interesses do país e das aspirações dos cidadãos. Devemos recusar o populismo e fazer um esforço de pedagogia democrática, tendo presente que os partidos políticos são essenciais para a qualidade da democracia e para a expressão do pluralismo de opiniões.

Mas esse esforço de pedagogia democrática só pode ser feito através da força do exemplo. Os partidos e os agentes políticos têm de demonstrar, pela sua conduta, que são um exemplo de transparência, de responsabilidade e de civismo para os Portugueses."

Janeiro de 2015. Cavaco Silva "dixit"...

“Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”...

As coisas, neste novo ano, continuam simples em Portugal: desde o vulgar trabalhador até aos detentores dos cargos políticos, quando exercidos em exclusivo, continua a não ser possível enriquecer com os actuais salários. 
Por isso, não se pode aspirar a viver em médias casas, passear em médios carros e gozar médias férias - no fundo, usufruir de um nível de vida médio, com um salário, mesmo que seja de político. 
Não pode. 
Ponto. 
Quando assim acontece, quando não é lotaria, nem herança, nem bens próprios anteriores, ou a família a pagar, é outra cosia
E essa coisa não é boa. 

Esta coisa, evidente e percebida por qualquer português que tenha passado uma vida de trabalho em Portugal, não necessita de explicações, pois é fácil de entender. 
Mas, em Portugal, também temos a outra coisa - a classe dos milionários, uma classe pequena mas crescente... 

Guerra Junqueiroin Pátria -  deu a explicação.
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)  
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e estes, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.  
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;  
Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, a-pesar-disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...) “  

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ano novo?..

A felicidade e a dignidade não passam por um estatuto conferido por um cargo político, um emprego ou o dinheiro do euromilhões... 
Muito menos, a felicidade e a dignidade passam por um carrão ou por cartões de crédito.
O ano prestes a finar-se, 2014, foi duro para a generalidade de todos nós. Ficámos mais pequenos, mais pobres, mais desesperados e mais à deriva.
O ano que hoje acaba, mostrou-me, mais uma vez, que a felicidade e a dignidade passam por outras coisas mais ao nosso alcance, mas não menos difíceis e importantes de alcançar. 
Nomeadamente, por andar de cabeça erguida e a coluna vertebral direita. 
Passam também por, em qualquer circunstância, tentarmos dar o nosso melhor.
O que sabemos que é difícil, pois vivemos numa sociedade - e numa cidade - em que o medo se transformou num instrumento ideológico ao dispor da classe dominante. 
Resta resistir.
Quem tem experiência de vida e memória sabe que já passámos por pior. 
Entretanto, fica o desejo do possível 2015 para todos.

Muito bem...


No último dia do ano o líder do PS foi a Évora para visitar José Sócrates no estabelecimento prisional de Évora, onde o ex-primeiro-ministro está em prisão preventiva. 
À saída, António Costa defendeu a existência de meios para a investigação poder executar o seu trabalho e a garantia dos direitos de defesa, tendo apelado a que se deixe a «justiça funcionar em todos os seus valores».

Uma história figueirense e portuguesa...

"Recentemente, o surfista Garrett McNamara pronunciou-se sobre as excelentes condições que a costa portuguesa oferece para a prática do surf. O recordista mundial opinou que há muitos talentos em Portugal, muitos surfistas que são muito bons, pelo que o país poderá em breve ter um campeão do mundo… “em ondas pequenas e em ondas gigantes”. Também afirmou que o vento aqui é complicado e que, em lado nenhum do mundo, chegam ondas tão grandes e com tanta frequência. Ouvi as suas declarações na televisão e logo me ocorreu a comparação com a actual situação do país e, em particular, da Figueira. Vieram-me à mente os nossos campeões, dispersos por esse mundo fora, na área do desporto, da ciência, da literatura, das empresas, no mundo do trabalho. Ultrapassando “ondas gigantes”. Como também a Figueira e as suas potencialidades, em particular na área que ele tão bem domina: o mar. Nas suas diversas vertentes. Também metaforicamente, senti os ventos adversos que sopram por estas paragens e as sucessivas ondas de austeridade que vêm afectando a generalidade dos portugueses. No final do ano e início do seguinte, faço votos que a reflexão de McNamara seja premonitória e que se dê início a um processo de reversão que vença as ondas gigantes e os ventos adversos. A solução está nas mãos de todos e de cada um de nós. Os problemas só se resolvem se os enfrentarmos, tal como o surfista enfrenta as ondas."

O texto é do Eng. Daniel Santos e foi publicado hoje no jornal AS BEIRAS. 
O título é da responsabilidade do autor do Outra Margem.