“Segundo Sócrates, “a administração é uma questão de habilidades, e não depende da técnica ou experiência. Mas é preciso antes de tudo saber o que se quer.”
O exercício de funções autárquicas não é, nem mais, nem menos, do que um acto de administração para o que são convocados órgãos colectivos cujos elementos prosseguem as mesmas finalidades (no caso, a defesa dos interesses dos cidadãos). Tal é independente da visão que cada um tenha acerca dos processos a adoptar para a sua prossecução e do grupo político de que emanam.
Ora, as melhores decisões devem resultar de salutares trocas de argumentos, tendo sempre presente o interesse público.
Vem isto a propósito do facto de ter tido a oportunidade de assistir a parte da última reunião da Câmara Municipal onde
constatei que a diferença de opiniões entre representantes dos dois grupos eleitos, atingiu
níveis de crispação que nada abonam a favor da procura das melhores soluções. Muito mais do que acontecia no mandato anterior quando o partido maioritário não detinha o poder absoluto.
Não há muitos anos, apesar do maior ou menor grau de maioria, os pelouros executivos eram distribuídos pelos vereadores independentemente da sua origem partidária. Ao que me recordo, sem que se tivessem atingido tais níveis de crispação.
Pergunto-me: porquê?
Não terá isso muito a ver com as íntimas motivações dos actuais
protagonistas?”
Título e texto do Eng. Daniel Santos, em crónica que hoje publica no jornal AS Beiras
Em tempo.
O
Eng. Daniel Santos é um cidadão com passado na política figueirense.
Não
terá, eventualmente, é muito jeito e paciência para a retórica da política figueirense dos dias que passam...
Para
muitos, porém – onde eu me incluo -, nada disso tem qualquer espécie de
importância. Ou antes, tem, porque serão aparentes deficiências
transformadas em virtudes.
Em
tempos de descaramento e de verbo excessivo, a frontalidade é uma
qualidade a registar, a valorizar e a enaltecer.
Digamos assim, como em tempos de corrupção e facilidades
várias, a honestidade, que deveria ser um traço banal e corrente
na nossa vida política colectiva, ser valorizada e enaltecida como um sinal de
excelência.
O
eng. Daniel Santos, um cidadão com um percurso político de muitos
anos a nível local, neste momento, da não política, faz nas suas
crónicas semanais no jornal AS BEIRAS, política de excelência.
Na
crónica de hoje, isso aconteceu mais uma vez.
Com
a sua passagem pela política, aprendeu a fazer política através da
escrita.
Ainda
bem que o seu capital de experiência está a ter tão bom
aproveitamento.
Eu,
como leitor, com a frontalidade que me é peculiar, registo o facto, divulgo o mais possível os seus excelentes escritos, e
agradeço.
António Agostinho