segunda-feira, 21 de abril de 2014

Profetas da Figueira... (7)

"Compreendo bem a frustração dos que genuinamente queriam um país mais solidário, coeso e livre, quando olham para a situação a que chegamos, mas não tenho dúvidas que, apesar de tudo, valeu a pena. Hoje, todos temos de ser “capitães” e ajudar Portugal a erguer-se, como sempre se ergueu. Abril ainda não se cumpriu totalmente, mas depende de todos a melhoria da democracia, através da persistência, da esperança e da sabedoria. O 25 de abril não deve ser comemorado como rotina, ou por obrigação. O 25 de abril tem de ser um tempo de reflexão, de cerrar fileiras para o futuro e de perce ber a história contemporânea de Portugal. Tenhamos memória."

Miguel Almeida, vereador Somos Figueira hoje no jornal AS BEIRAS.

sábado, 19 de abril de 2014

"QUEM É IGUAL A QUEM? ou A RESISTÊNCIA HERÓICA DAS MULHERES DA COVA / GALA", estreou ontem à noite com casa cheia

foto Olímpio Fernandes
O texto foi  escrito nos anos setenta do século passado pelo Adelino Tavares da Silva (foi meu Amigo e um grande jornalista deste País, tendo chegado a ser Director do extinto «O Século», a seguir ao 25 de Abril de 1974. Adelino Tavares da Silva tinha raízes familiares no nosso concelho, pois o seu Pai – o Comandante Rainho – era da Gala). A solução cénica encontrada para levar pela primeira vez ao palco este inédito, de que gostei sobremaneira,  foi do Francisco Sanchez.  A meu ver, houve  apenas dois pormenores que podem ser melhorados: a Tasca do Zé Gandarês, onde o narrador, o Tzé Maia, ao estar fora do palco, ao nível da sala, não fica visível para  grande parte dos espectadores; por outro lado, numa sala cheia como felizmente aconteceu ontem, a riqueza satírica e acutilante do texto provocou, por diversas vezes, reacções de agrado e boa disposição do público, o que foi positivo, mas prejudicou a compreensão da peça, pois tornou difícil a audição de certas passagens do magnífico texto do Adelino Tavares da Silva. De registar a boa prestação dos amadores em cena, o  que certamente terá muito a ver com a exigência e o rigor do director cénico. Sem desprimor para ninguém, gostei especialmente da interpretação que a Manuela Ramos deu a uma personagem forte e cheia de força, uma autêntica Mulher da Cova Gala, como é, indiscutivelmente,  a Ana Racha.
Muita gente pensa que o teatro é uma arte inacessível ao nosso depauperado bolso, ainda para mais neste difícil tempo de crise que atravessamos. Só que nem sempre é verdade. Para alegria de quem não possui bolso recheado e gosta de teatro, existem bons espectáculos, como o que foi levado à cena ontem à noite no Clube Mocidade Covense, que por dois ou três euros podem ser vistos.
"QUEM É IGUAL A QUEM? ou A RESISTÊNCIA HERÓICA DAS MULHERES DA COVA / GALA", é um espectáculo interessante e arrebatador, que fala de nós e dos nossos antepassados covagalenses,  que nos surpreende e  prende pela simplicidade de um texto escrito com a qualidade só ao alcance de um talento literário como o de Adelino Tavares da Silva, que consegue alcançar, como ontem aconteceu, os corações e a alma da plateia. Faz-nos pensar e reflectir, mas também nos faz rir e divertir. Numa palavra provoca-nos emoções. A não perder.
  
Ficha Técnica.
Actores:  Ana Margarida, Beatriz   Duarte, Dina Pimentel, Francisco Sanchez, João Pita, Lurdes Sardo,  Manuela Ramos, Maria Luísa, Rosa Estrela , Leonor,  Alexandra, Ana Sofia e Mariana.
Sonoplastia: José Vidal, João Pita e Adelaide Sofia.
Cenário: João Pita e Susana Brás.
Música: José Castro. Letra da Canção: João Pita.
Encenador: Francisco Sanchez.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

25 de Abril - 40 anos

A Direcção da Associação 25 de Abril informa que decidiu levar a efeito uma evocação a Salgueiro Maia, nela personificando a homenagem a todos os militares de Abril, no Largo do Carmo, no dia 25 de Abril às 11.00, evento para o qual desafia toda a população.
Mais informa que, nessa circunstância, o Presidente da Direcção da A25A proferirá uma intervenção de fundo na linha da que seria feita na sessão solene na Assembleia da República.
Após esse tributo, será organizada uma romagem ao edifício onde funcionava a PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, para evocação da memória dos cidadãos ali assassinados no fim da tarde de 25 de Abril.
Todos ao largo do Carmo às 11h00 de dia 25 de Abril!

Austeridade – sinais exteriores (2)...

40  anos depois do 25 de Abril, alguém  conhece por estes lados  algum órgão de informação de referência?
Eu não quero ser injusto. Mas, mesmo reconhecendo a competência, o profissionalismo, a dedicação e a entrega de alguns jornalistas locais, na Figueira, só conheço órgãos de informação de reverência...

Profetas da Figueira... (6)

“O 25 de Abril eclodiu as organizações, políticas, sindicais, populares.
Algumas novas, outras saídas da clandestinidade, onde se tinha desenvolvida a sua luta contra o Estado Novo.
A sua divulgação assumiu modos diversos, dos comícios aos cartazes e aos murais, colados , por militantes, pelas cidades, pintados nos muros e nas paredes. A Figueira não ficou de fora desta forma de luta. Brigadas de alguns partidos disputaram, renhidamente, os espaços.
Recordo pichagens a azul, no percurso de minha casa, até às paredes do Hospital da Misericórdia, onde trabalhava, palavras onde o meu nome era escrito exortando à minha morte. Que acabaram após uma conversa entre mim e o líder de um partido de direita, no café O Caçador.”

António Augusto Menano, escritor, hoje no jornal AS BEIRAS.

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Gabriel García Márquez morreu aos 87 anos

Gabriel García Márquez morreu nesta quinta-feira, aos 87 anos, na Cidade do México, de acordo com o jornal "El País". Ainda não há informações sobre a causa da morte, mas o autor de "Cem anos de solidão" chegou a ser internado neste mês por conta de uma infecção.

Austeridade – sinais exteriores...

Descobri que se acende uma luzinha quando o nível do gasóleo no depósito do combustível do meu carro desceu de tal maneira que entrou na reserva...

Troca-tintas

Dou-me cada vez pior com  coisas destas.
Deve ser falta de paciência, uma forma educada de me referir à minha própria idade.
Casos destes, entre os chamados partidos do arco do poder, são frequentes. Penso que todos nos lembramos, por exemplo,  de João Gouveia em Soure.
“Posso dar um contributo para o concelho”, afirma hoje ao jornal AS BEIRAS a vereadora Alexandra Ferreira, sobre a  mudança de “equipa”, que gerou uma onda de choque nos bastidores políticos e autárquicos locais, com o PSD e a CDU a
manifestarem estranheza. 
Recorde-se, que Alexandra  Ferreira foi eleita pela coligação “Mais por Montemor”, nas últimas autárquicas e que fez parte do executivo liderado por Luís Leal.
Agora, aceitou assumir um lugar a meio tempo na Câmara de Montemor-o-Velho, depois de um longo “namoro político” de Emílio Torrão .
Nunca tive o menor respeito por essa treta de que aos jovens, é suposto ser permitido (e aconselhado), o arroubo ideológico...
Se se é novo, é suposto ser-se tolerante, aberto, curioso, e não fanático. Mas, também, penso, ter princípios e coerência política...
O que esta senhora fez, em gíria figurada e popular,  é definido com um nome: troca-tintas.

Capitães de Abril não discursam no Parlamento

"Em reunião, que ontem se realizou ao fim da tarde entre a presidente do Parlamento e os representantes dos grupos parlamentares, não ocorreu o consenso necessário para a intervenção de um representante da Associação 25 de Abril na sessão solene comemorativa [dos 40 anos do 25 de Abril]", informa a nota do gabinete de Assunção Esteves.
A inteligência pode ser  inimiga da acção, pois pode conduzir ao paradoxo.
Nos momentos de ruptura, ensina-nos que somos muitos pequenos, mas também nos diz que se nos vemos como pequenos nos apequenamos, o que é contrário ao bom uso da inteligência.
Como disse no passado domingo Marcelo Rebelo de Sousa -  Capitães de abril: «Goste-se ou não, estamos aqui devido a eles».

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Só para verem que ando atento...

“Areal da Figueira cresce cerca de 40 metros por ano”, é uma notícia hoje em grande destaque no Diário de Coimbra.
Há mais de dois  anos – em 5 de Março de 2012 – já este blogue, citando um trabalho da Lusa – dava conta deste problema numa postagem intitulada “cada vez mais areia a norte, erosão galopante a sul”.
Recordo uma passagem.
“José Nunes André, geógrafo e investigador universitário, tem vindo a monitorizar a acumulação de sedimentos através de três perfis transversais, elaborados numa faixa de dois quilómetros de comprimento no areal entre a Figueira da Foz e Buarcos. "Tem dado uma média de 40 metros ao ano de crescimento da praia. E a sul [dos molhes do porto] temos o reverso da medalha, as praias estão a recuar assustadoramente. As praias da Cova Gala e da Leirosa recuaram 15 metros num ano", disse à agência Lusa José André.
De acordo com o investigador, o ritmo de crescimento do areal da Figueira da Foz é, actualmente, superior ao verificado aquando da construção original do molhe norte, nos anos 60 do século passado. A praia, explicou, cresceu cerca de 440 metros até à década de 1980 e, a partir daí, nos últimos 30 anos, a acumulação de sedimentos reduziu de intensidade e praticamente estabilizou. No entanto, com a obra de prolongamento do molhe - concluída no verão de 2010 -, o areal voltou a crescer e, actualmente, apresenta 580 metros de largura máxima entre a marginal e a orla marítima, segundo as medições feitas por José André. 
Este geógrafo recordou que, por ocasião da obra, o período estimado de crescimento do areal foi estabelecido em 12 anos. Segundo os dados de que dispõe, e a manterem-se os valores observados, o prolongamento da praia vai ocorrer "apenas em seis, sete anos, até que as areias contornem o molhe"

E com toda a razão...

fot daqui
"Duarte Lima foi libertado. 
O ex-líder parlamentar do PSD já não está em prisão domiciliária e o juiz mandou retirar a pulseira eletrónica por considerar que o perigo de fuga está diminuído." 
Nada mais justo!
Para o Brasil, asseguro eu, não  existe mesmo nenhum perigo de fuga...

Profetas da Figueira... (5)

“Não é entendível, por exemplo, que o Paião disponha de um plano de urbanização e a gestão urbanística  das Alhadas se faça pelo PDM quando ambas, por definição, se encontram ao mesmo nível na hierarquia urbana.
A montante deste processo, evidencia-se a necessidade da aprovação do plano estratégico que clarifique os objectivos e os caminhos que o concelho há-de tomar.
É portanto bem-vinda a recente decisão de suspender os planos de urbanização da Praia de Quiaios-Murtinheira, por obsoleto, e o plano de pormenor do Bairro Novo, assente em cadastro errado, ambos a exigir grande esforço na gestão urbanística.
Queremos acreditar estar na presença de vontade de alterar aqueles que têm sido os comportamentos nos últimos anos. É muito o trabalho que nesta área a Câmara tem que desenvolver, a começar pela concretização do plano estratégico e das revisões do PDM e do PU da zona urbana.
Deseja-se que a recente deliberação seja apenas o início dos ciclópicos trabalhos que sobre o assunto haverá que desenvolver.
Para já, os  sinais são positivos”.

Daniel Santos, engenheiro civil, hoje no jornal AS BEIRAS.

Obedecer!.. Não foi assim que tudo isto começou?..

“A homenagem que os pais dos seis jovens estudantes da Lusófona, que morreram na praia do Meco a 15 de dezembro, promoveram ontem para assinalar os quatro meses sobre a tragédia, ficou marcada pela identificação de Anabela Pereira, mãe de Tiago Campos, e de dois surfistas, por terem lançado flores ao mar, contrariando as ordens da Polícia Marítima. Os outros pais optaram por obedecer e não chegaram a entrar no areal.”

Via DN

Quando um jornalista pede desculpa por fazer jornalismo...

“Deu-se ontem, na entrevista de José Gomes Ferreira a Pedro Passos Coelho, um momento de verdade suprema. Durante toda a tarde, em antecipação de uma conversa entre um enamorado pela austeridade e um apaixonado pela austeridade, tinham chovido propostas de perguntas de um a outro: “Porque não foi mais longe?”, era a mais fácil de prever. E claro que apareceu.
A realidade, porém, não só ultrapassou a imaginação como a atropelou e fugiu. No único momento em que José Gomes Ferreira se lembrou de insistir numa pergunta, Pedro Passos Coelho franziu o sobrolho e levou o jornalista a escusar-se: 
“Desculpe, foi um impulso jornalístico”
Quando um jornalista pede desculpa por fazer jornalismo, está tudo dito.”