quinta-feira, 17 de abril de 2014

Troca-tintas

Dou-me cada vez pior com  coisas destas.
Deve ser falta de paciência, uma forma educada de me referir à minha própria idade.
Casos destes, entre os chamados partidos do arco do poder, são frequentes. Penso que todos nos lembramos, por exemplo,  de João Gouveia em Soure.
“Posso dar um contributo para o concelho”, afirma hoje ao jornal AS BEIRAS a vereadora Alexandra Ferreira, sobre a  mudança de “equipa”, que gerou uma onda de choque nos bastidores políticos e autárquicos locais, com o PSD e a CDU a
manifestarem estranheza. 
Recorde-se, que Alexandra  Ferreira foi eleita pela coligação “Mais por Montemor”, nas últimas autárquicas e que fez parte do executivo liderado por Luís Leal.
Agora, aceitou assumir um lugar a meio tempo na Câmara de Montemor-o-Velho, depois de um longo “namoro político” de Emílio Torrão .
Nunca tive o menor respeito por essa treta de que aos jovens, é suposto ser permitido (e aconselhado), o arroubo ideológico...
Se se é novo, é suposto ser-se tolerante, aberto, curioso, e não fanático. Mas, também, penso, ter princípios e coerência política...
O que esta senhora fez, em gíria figurada e popular,  é definido com um nome: troca-tintas.

Capitães de Abril não discursam no Parlamento

"Em reunião, que ontem se realizou ao fim da tarde entre a presidente do Parlamento e os representantes dos grupos parlamentares, não ocorreu o consenso necessário para a intervenção de um representante da Associação 25 de Abril na sessão solene comemorativa [dos 40 anos do 25 de Abril]", informa a nota do gabinete de Assunção Esteves.
A inteligência pode ser  inimiga da acção, pois pode conduzir ao paradoxo.
Nos momentos de ruptura, ensina-nos que somos muitos pequenos, mas também nos diz que se nos vemos como pequenos nos apequenamos, o que é contrário ao bom uso da inteligência.
Como disse no passado domingo Marcelo Rebelo de Sousa -  Capitães de abril: «Goste-se ou não, estamos aqui devido a eles».

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Só para verem que ando atento...

“Areal da Figueira cresce cerca de 40 metros por ano”, é uma notícia hoje em grande destaque no Diário de Coimbra.
Há mais de dois  anos – em 5 de Março de 2012 – já este blogue, citando um trabalho da Lusa – dava conta deste problema numa postagem intitulada “cada vez mais areia a norte, erosão galopante a sul”.
Recordo uma passagem.
“José Nunes André, geógrafo e investigador universitário, tem vindo a monitorizar a acumulação de sedimentos através de três perfis transversais, elaborados numa faixa de dois quilómetros de comprimento no areal entre a Figueira da Foz e Buarcos. "Tem dado uma média de 40 metros ao ano de crescimento da praia. E a sul [dos molhes do porto] temos o reverso da medalha, as praias estão a recuar assustadoramente. As praias da Cova Gala e da Leirosa recuaram 15 metros num ano", disse à agência Lusa José André.
De acordo com o investigador, o ritmo de crescimento do areal da Figueira da Foz é, actualmente, superior ao verificado aquando da construção original do molhe norte, nos anos 60 do século passado. A praia, explicou, cresceu cerca de 440 metros até à década de 1980 e, a partir daí, nos últimos 30 anos, a acumulação de sedimentos reduziu de intensidade e praticamente estabilizou. No entanto, com a obra de prolongamento do molhe - concluída no verão de 2010 -, o areal voltou a crescer e, actualmente, apresenta 580 metros de largura máxima entre a marginal e a orla marítima, segundo as medições feitas por José André. 
Este geógrafo recordou que, por ocasião da obra, o período estimado de crescimento do areal foi estabelecido em 12 anos. Segundo os dados de que dispõe, e a manterem-se os valores observados, o prolongamento da praia vai ocorrer "apenas em seis, sete anos, até que as areias contornem o molhe"

E com toda a razão...

fot daqui
"Duarte Lima foi libertado. 
O ex-líder parlamentar do PSD já não está em prisão domiciliária e o juiz mandou retirar a pulseira eletrónica por considerar que o perigo de fuga está diminuído." 
Nada mais justo!
Para o Brasil, asseguro eu, não  existe mesmo nenhum perigo de fuga...

Profetas da Figueira... (5)

“Não é entendível, por exemplo, que o Paião disponha de um plano de urbanização e a gestão urbanística  das Alhadas se faça pelo PDM quando ambas, por definição, se encontram ao mesmo nível na hierarquia urbana.
A montante deste processo, evidencia-se a necessidade da aprovação do plano estratégico que clarifique os objectivos e os caminhos que o concelho há-de tomar.
É portanto bem-vinda a recente decisão de suspender os planos de urbanização da Praia de Quiaios-Murtinheira, por obsoleto, e o plano de pormenor do Bairro Novo, assente em cadastro errado, ambos a exigir grande esforço na gestão urbanística.
Queremos acreditar estar na presença de vontade de alterar aqueles que têm sido os comportamentos nos últimos anos. É muito o trabalho que nesta área a Câmara tem que desenvolver, a começar pela concretização do plano estratégico e das revisões do PDM e do PU da zona urbana.
Deseja-se que a recente deliberação seja apenas o início dos ciclópicos trabalhos que sobre o assunto haverá que desenvolver.
Para já, os  sinais são positivos”.

Daniel Santos, engenheiro civil, hoje no jornal AS BEIRAS.

Obedecer!.. Não foi assim que tudo isto começou?..

“A homenagem que os pais dos seis jovens estudantes da Lusófona, que morreram na praia do Meco a 15 de dezembro, promoveram ontem para assinalar os quatro meses sobre a tragédia, ficou marcada pela identificação de Anabela Pereira, mãe de Tiago Campos, e de dois surfistas, por terem lançado flores ao mar, contrariando as ordens da Polícia Marítima. Os outros pais optaram por obedecer e não chegaram a entrar no areal.”

Via DN

Quando um jornalista pede desculpa por fazer jornalismo...

“Deu-se ontem, na entrevista de José Gomes Ferreira a Pedro Passos Coelho, um momento de verdade suprema. Durante toda a tarde, em antecipação de uma conversa entre um enamorado pela austeridade e um apaixonado pela austeridade, tinham chovido propostas de perguntas de um a outro: “Porque não foi mais longe?”, era a mais fácil de prever. E claro que apareceu.
A realidade, porém, não só ultrapassou a imaginação como a atropelou e fugiu. No único momento em que José Gomes Ferreira se lembrou de insistir numa pergunta, Pedro Passos Coelho franziu o sobrolho e levou o jornalista a escusar-se: 
“Desculpe, foi um impulso jornalístico”
Quando um jornalista pede desculpa por fazer jornalismo, está tudo dito.”

O verão está à porta e temos mais um problema na outra margem...

Imagem sacada daqui

A entrevista de Passos...

Para mim, o momento da entrevista de ontem de Passos Coelho à SIC foi este: “o perfil do candidato presidencial do PSD aproxima-se de Cavaco Silva”...
Confesso que fiquei na mesma em relação às grandes questões que se prendem com o nosso futuro.
Contudo, confirmei aquilo que pensava  em relação à vontade do líder do PSD sobre quem deseja para Belém.

Em tempo.
Ontem, enquanto via a entrevista de Passos Coelho, vá lá saber-se porquê, recuei ao tempo  em que a gente sabia que não havia pluralismo de opinião em Portugal.
Nada que se compare aos tempos que correm, de Cavaco Silva, presidente da República, tempos da comunicação social privada e da opinião pluralista e livre e isenta!..

PS...

Em Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, presidente eleito pelo PS,  "roubou" vereadora ao PSD/CDS! 
Segundo o Diário de Coimbra, Alexandra Ferreira disse ontem “sim”, depois de um longo “namoro” de Emílio Torrão. A vereadora, eleita pela coligação “Mais por Montemor”, que já fazia parte do executivo liderado por Luís Leal, aceitou o desafio e vai assumir um lugar a meio tempo na Câmara. 
Depois de uma estratégia concertada com a CDU, logo no início do mandato, Emílio Torrão reforça agora o espectro político em que assenta a Câmara de Montemor, com um executivo que classifica de «salvação concelhia».
Para Abel Girão, que liderou a candidatura do PSD/PP, trata-se de “uma situação lamentável, mas é o culminar de um «namoro político» que foi iniciado há bastante tempo por Emílio Torrão”.
Para o actual vereador da oposição, o ocorrido é  “ainda é mais lamentável, porque foi dado o segundo lugar da sua lista a Alexandra Ferreira”.
Por seu turno, a Concelhia do PSD, em comunicado, escreve  que Alexandra Ferreira, citando a própria, aceitou o repto de Emílio Torrão por “motivos que se prendem exclusivamente com razões pessoais e salvaguarda de uma situação de desemprego”. E acrescenta: “estamos perante um caso gritante em que o interesse pessoal mediato se sobrepõe às ideias, às causas e convicções que defendeu e apregoou na linha da frente nos últimos cinco anos”.
Como dizia Sá Carneiro, fundador do partido: “a política sem risco é uma chatice e sem ética uma vergonha”.
Recorde-se: o PS, que ganhou as eleições em setembro com maioria relativa, fez um acordo pós-eleitoral com a CDU.
“Tal como disse na reunião de câmara, não compreendo esta tomada de posição, até porque as pessoas têm de ter caráter: se concorrem pelos partidos, devem-lhes respeito e consideração”, reagiu  Jorge Camarneiro, vereador comunista, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS.
O autarca  estranha esta situação, “uma vez que havia um acordo entre o PS e a CDU que estava a garantir a estabilidade da governação do município”.
A Concelhia da CDU vai reunir-se, para tomar uma decisão. Mas só depois de abordar o assunto com o Emílio Torrão, a quem já solicitou uma reunião.
Entretanto, Jorge Camarneiro adianta que a sua coligação está “disponível para assumir responsabilidades executivas com pelouros”.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Carta aberta ao primeiro-ministro

“Passos, escuta... estamos fartos de ver emigrar os nossos familiares, os nossos direitos, os nossos sonhos, e vamos continuar a lutar para que rapidamente entendas que o melhor para todos é que sejas tu, o teu governo, os teus banqueiros, os próximos a partir. Ninguém deixará cair uma lágrima quando tu zarpares. Essa viagem é hoje a condição para as pessoas voltarem a ter esperança num futuro melhor. Não bastará, é certo, mas tudo recomeçará nesse dia inicial, inteiro e limpo.”

Para ler na íntegra, clicar aqui.

Já não há revistas e jornais como antigamente!..


GRUPO DE TEATRO DO CLUBE MOCIDADE COVENSE

A ESTREIA DA PEÇA "QUEM É IGUAL A QUEM ? ou ARESISTÊNCIA HERÓICA DAS MULHERES DA COVA / GALA" VAI REALIZAR-SE NO DIA 18 DE ABRIL, PELAS 21h30.

Profetas da Figueira... (4)

 “O mundo virtual não é terreno de agitação social e não se fazem mudanças ou imposições por este meio. Os poucos casos bem sucedidos, como os do Egipto e de Tunis, tinham peculiaridades que os tornaram diferentes. A maior parte é conversa.”
António Tavares, vereador PS, no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.
Ainda bem que, finalmente, estamos todos esclarecidos. 
Detestava estar a perturbar quem não sabe do que falo...
(“Parabéns pelo teu blog. Mais uma vez dás provas do amor que tens pela tua terra e da tua paixão pela escrita e pela comunicação.
Obrigado por lembrares a figura do Zé Martins. Corajoso, honesto, coerente e escriba de fino recorte, o Zé VIVE na nossa memória. Bem o sabes.”

40 anos depois...

"Economicamente, em termos relativos, Portugal continua na cauda Europa. O endividamento externo em termos absolutos é extremo. O crescimento continua anémico. O desemprego, esse sim, duplicou, triplicou, quadriplicou… A emigração forçada voltou.

As famílias para as quais sempre esteve tudo bem, são as mesmíssimas do "antigamente", as outras estão sob um rolo compressor fiscal e o Estado Social a caminha silenciosamente para a iniquidade. A comunicação social tem dono(s) e não arrisca a sobrevivência com vãs denuncias dos abusos de quem pode abusar sem ser verdadeiramente incomodada pela 2ª justiça mais lenta da UE.

Internacionalmente evoluímos de derradeiro império colonial europeu orgulhosamente só, para PIIG bom aluno sob protectorado. Sequestrados pelos nossos credores que nos administram via politicos coolaboracionisas com forças que antagonizam com o interesse nacional.

Politicamente, o regime está falido. A democracia representativa não representa mais do que instituições fechadas à sociedade, que investem a maior parte dos seus recursos na mera manutenção e perpectuação no poder e na prosperidade dos seus protagonistas. O bem comum pode sempre esperar.

Perdoem-me se não celebro o facto de não ser preso amanhã por publicar e assinar este texto. A liberdade de expressão é pífia consolação para tudo o que “inconseguimos”.

40 anos depois o 25 de Abril falhou, senão para todos, pelo menos para 120 mil crianças, e pela fome de 120 mil crianças quem vendeu a alma?"

Feira Medieval Infante D. Pedro