sexta-feira, 4 de abril de 2014

Era assim que vivíamos ...

Martin Luther King foi assassinado em Memphis, em 4 de Abril de 1968. Um mês depois, em 4 de Maio, devia ter tido lugar, no salão de uma igreja de Lisboa, uma sessão em sua homenagem. Estava planeada a projecção do filme «Marcha em Washington», seguida de um debate orientado, entre outros, por Luís Lindley Cintra e José Carlos Megre. Na véspera, a PIDE proibiu a sessão. Mas à hora marcada concentraram-se centenas de pessoas em frente da igreja de portas fechadas. Como em muitas outras ocasiões, tudo acabou com dispersão, à força, desta vez por agentes da polícia à paisana.

Via Entre as brumas da memória

O mau cheiro já se nota assim tanto?..

"Cheiro tóxico" afectou debate quinzenal na Assembleia da República!..

É isto que significa a União Europeia. Muito afastamento da realidade....


O princípio do fim da Internet como a conhecemos. 
O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje uma lei que podia ter sido escrita pelo Squealer, por significar o oposto do que realmente representa.

Via Aventar

José Traqueia Bracourt, 100 anos de vida e de dedicação à cultura

Nascido em Buarcos, dedicou toda a sua vida à música, ao Caras Direitas e ao Rancho das Cantarinhas, “paixões” que ainda hoje lhe fazem brilhar o olhar
Olhar vivo, penetrante, ar de “menino traquina”, José Traqueia Bracourt comemorou ontem o seu centenário, rodeado de amigos e muito carinho. À festa não faltou a música (a sua aliada de toda a vida), a Associação Viver em Alegria, o Rancho das Cantarinhas de Buarcos e elementos do Caras Direitas, também um amor de sempre. Na “Colina do Sol”, um lar residencial onde José Traqueia Bracourt tem passado os últimos 23 anos, está rodeado de “miminhos” e de memórias, muitas, que lhe brotam com facilidade, particularmente as da música.

A Serra da Boa Viagem vista da outra margem

foto António Agostinho

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Lembrando Joaquim Namorado

“Eleito um grupo razoável da CDU para a Assembleia Municipal, o Joaquim sempre se disponibilizou e participou nas reuniões preparatórias das Assembleias, o que além do mais obrigou a que fossem melhor preparadas e mais exigentes.
Com frequência o Joaquim achava que se as propostas não venciam era porque não as sabiam explicar e convencer, rematando:
- Qualquer burro come palha, o que é preciso é saber dar-lha!
Numa das Assembleias coube ao Joaquim fazer a intervenção em nome do grupo dos eleitos da CDU, o que naturalmente fazia com brilhantismo.
Chega atrasado um dos eleitos do PS e como não tinha lugar junto do seu grupo, ou para não atravessar a sala toda, sentou-se ao lado do Joaquim.
Seguindo atentamente a intervenção, o homem abanava com a cabeça concordando com o que o Joaquim explicava e propunha. O Joaquim estava satisfeito, um já estava convencido. Na hora de votar levantou a cabeça e espreitou para ver como o seu grupo votava e assim o fez, votando contra a proposta da CDU apresentada pelo Joaquim.
Reboliço na Assembleia! O Joaquim berra, virado para o suposto troca-tintas:
- Mas isto é uma aula de ginástica? Está para aí a concordar e depois vota contra!... Você é algum palhaço ou não sabe o que é que faz aqui?
O eleito do PS indigna-se mas está embaraçado, encolhe-se com medo do Joaquim. Que quando abanava a cabeça não era por concordar era para seguir atentamente a intervenção.
- Se não concorda e abana a cabeça a dizer que sim, então é burro! Se não tem opinião própria, não tem nada que estar aqui, põe-se um cinzeiro em seu lugar que o deve representar melhor!
Na Assembleia falam todos ao mesmo tempo estupefactos com a situação, mas com respeitinho que o Joaquim Namorado ainda podia pregar umas chapadas a algum. O Joaquim não se cala e pede a intervenção do Presidente da Assembleia Municipal, que aquilo era um ultraje à democracia, o Presidente e a Mesa não sabem o que fazer, completamente desorientados, também não queriam afrontar o Joaquim Namorado.
O homem das votações contraditórias acabou por pedir desculpa por desrespeito à democracia e ter dado sinais errados, comprometendo-se a, de futuro, não voltar a abanar a cabeça!
Apesar de tudo, o Joaquim ficou satisfeito.”

Este episódio de uma Assembleia Municipal da Figueira da Foz, realizada nos anos 80 do século passado, contado pelo Vasco Paiva, trouxe-me outras recordações...
Vou relembrar ao  Vasco Paiva, na altura um alto quadro do PCP, portanto, profundo conhecedor do que vou relatar, um episódio que revela bem  o carácter  de Joaquim Namorado.
Estávamos em Outubro de 1982. A Comissão Política da Figueira da Aliança Povo Unido tinha acabado de aprontar as listas para as eleições autárquicas que se realizaram no final desse mesmo ano.
Para a Câmara Municipal, apresentou: António Augusto Menano, como cabeça de lista, logo seguido de João Paulo, operário e sindicalista.
Para a Assembleia Municipal, apresentou em primeiro Rui Frutuoso Alves, como cabeça de lista, Carlos Baptista, traçador naval, em segundo;  e,  em terceiro, uma figura prestigiosa do firmamento intelectual: o consagrado poeta e professor de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Joaquim Namorado.
Joaquim Namorado, na altura, era já um cidadão com uma vida inteira de entrega total à defesa dos interesses do nosso Povo, com um passado de resistência, que continua a ser um exemplo para todos  nós.
Por essa altura, as gerações que passaram por Coimbra,  e também as que na Figueira se preocuparam com o combate ao regime tenebroso de Salazar, tiveram sempre em Joaquim Namorado, não apenas o Amigo dedicado, esclarecido e compreensivo, mas também o conselheiro perspicaz.
Joaquim Namorado era um intelectual, mas não era nessa qualidade que as gentes das Alhadas e de Vila Verde o conheciam, estimavam e admiravam.
Conheciam-no e admiravam-no das sessões comemorativas dos aniversários das suas colectividades, conheciam-no das conversas que com ele mantiveram nas suas aldeias, e do ânimo, do entusiasmo e da coragem que as suas palavras lhes transmitiam.
Na Figueira, com o prof. Orlando de Carvalho, nunca deixou de comparecer a uma manifestação  antifascista, das que por aqui se realizaram antes de Abril de 1974.
Nem de comparecer, nem de subscrever, na maioria dos casos, a petição que era obrigatório fazer ao Governador Civil do regime opressor derrubado  pela Revolução do Cravos.
Lado a lado com gente de diferentes quadrantes políticos, mas todos irmanados por um sentimento de unidade antifascista pelo qual Joaquim Namorado sempre se bateu.
Na altura, era um profundo conhecedor e interessado pelos problemas da nossa cidade, do nosso concelho e dos figueirenses. Figueirense não apenas pelo coração mas também pela acção, em reuniões promovidas para debate dos assuntos locais, Joaquim Namorado era o figueirense que comparecia, fazendo ouvir a sua voz, como a voz da esquerda figueirense.
Foi este cidadão, na altura já um intelectual com prestígio a nivel internacional,  que aceitou,  em Outubro de 1982, ir em nº. 3, numa lista do seu Partido, na cidade da Figueira da Foz.
Lembras-te Vasco Paiva?.. 

GRUPO DE TEATRO DO Clube Mocidade Covense

AVISO

POR MOTIVO DE SAÚDE DE UM ELEMENTO DO GRUPO, JÁ NÃO SE REALIZA A ESTREIA DA PEÇA "QUEM É IGUAL A QUEM? ou A RESISTÊNCIA HERÓICA DAS MULHERES DA COVA / GALA", NO PRÓXIMO DIA 5 DE ABRIL, SÁBADO, FICANDO A ESTREIA A  AGUARDAR POR NOVA MARCAÇÃO DE DATA.

Pescadores da Cova-Gala foram roubados e ainda tiveram de gastar 200 € para recuperar o que é seu!

foto Pedro Agostinho Cruz
A “estória” conta-se em poucas palavras: os motores furtados a quatro embarcações no Portinho da Gala, na passada sexta-feira,  já se encontram na Figueira da Foz.
Os proprietários foram buscá-los, ontem, a Ciudad Rodrigo, Espanha.
Li hoje no jornal AS BEIRAS que, para além dos prejuízos acumulados durante os dias em que não puderam pescar, tiveram de suportar os custos da viagem (200 euros)!..
Entretanto, os dois suspeitos  detidos a 10 quilómetros daquela cidade espanhola que se encontra perto da fronteira com Portugal, residem em Toledo, para onde se dirigiam quando foram intercetados pela Guardia Civil,  e aguardam o julgamento em liberdade, que poderá ser realizado em Espanha ou em Portugal.

Politicamente falando...

"Estes governantes deviam ser presos", dispara Marques Mendes!..

Massada de cherne, uma refeição diferente para um peixinho, pois tem massa...

Uma entrevista exemplar, comentada por Sérgio de Almeida Correia, no Delito de Opinião. Fica uma passagem. Para ler mais, clicar aqui:

“... graças a essa entrevista, pela primeira vez, pude compreender o verdadeiro alcance do pensamento barrosista e a forma como a cartilha maoísta se entranhou no espírito do ainda presidente da Comissão Europeia. Repare-se que a clareza, tantas vezes ausente do discurso de Durão Barroso, esteve agora insofismavelmente presente.
Clareza na forma como fazendo apelo ao interesse nacional - o mesmo que o levou a negociar a sua ida para Bruxelas depois de dias antes ter desmentido com toda a convicção que estivesse de partida ou interessado no lugar, manifestando inclusivamente na ocasião a sua intenção de levar o mandato em que fora investido até ao fim -, afirma a necessidade do próximo Presidente da República ser mais um fruto da trapalhada ideológica e da vacuidade em que medram os partidos do centrão. Estão lá tudo e todos, incluindo o apelo a essa desgraça chamada consenso, espécie de mistura de águas e detritos de variadas origens que conduziu a democracia portuguesa, formalmente inquestionável, à substantiva podridão actual.

Clareza também na afirmação de que não tem qualquer intenção de ser candidato às presidenciais, o que deve merecer tanta credibilidade quanto as declarações de Passos Coelho em campanha eleitoral sobre os cortes dos subsídios de férias e de Natal, a defesa do Serviço Nacional de Saúde, a reforma do Estado ou a redução défice pelo lado da despesa. Ou, se quiserem, colocando as coisas no seu devido lugar, dou-lhe o mesmo valor que às prédicas semanais de putativos candidatos presidenciais e ex-primeiros-ministros em final de sabática.”

Enfrentar o medo

"O sofrimento que atingiu a sociedade portuguesa desde 2011 foi inútil e iníquo. Tal como na guerra colonial, em que era absurdo continuar a sacrificar vidas (dos dois lados) a pretexto de querer respeitar as que já se tinham perdido, também hoje é um erro grave persistir no caminho da austeridade invocando os sacrifícios que já foram suportados. Com um pouco de imaginação no cálculo do chamado "défice estrutural", e com a benevolência da Alemanha que precisa de um sucesso em Portugal, talvez possamos suavizar a austeridade e deixar crescer um pouco a procura interna. Espera-nos então um longo marasmo, um crescimento do produto que não evitará a depressão de muitos milhares de cidadãos que não voltam a trabalhar. Com salários baixos, diz o FMI, ainda podemos ter futuro como país exportador, assim saibamos agradar aos mercados e às multinacionais. Acontece que a crise do modelo de crescimento pela dívida, no capitalismo anglo-saxónico e na periferia da zona euro, arrastou a crise do modelo exportador que o alimentou. Os défices de uns são os excedentes de outros, e ambos são insustentáveis. A China já está a mudar. A Alemanha finge que todos podem ser exportadores, assim se esforcem.
Porém, há uma alternativa para o nosso país. "
Para continuar a ler, clicar aqui.

Geminações...

Rui Curado da Silva, investigador, no jornal AS BEIRAS.
“Desde 1988, a Figueira passou a estar geminada com Evpatória, na Crimeia.
Os recentes acontecimentos na Ucrânia e em particular na Crimeia são complexos e melindrosos.
O pior é que poderão não ter findado.
Independentemente dos desenvolvimentos futuros, não poderemos ficar indiferentes a eventuais atitudes de segregação ou de violência organizada sobre sectores da população de Evpatória.
Sobretudo num ano em que se comemora os 40 anos do 25 de Abril, não deveremos ser tolerantes com políticas totalitárias e antidemocráticas de iniciativa autárquica em Evpatória.”

Pobreza

Nada como uma pré-campanha eleitoral para se descobrir que afinal há pobreza em Portugal. 
De repente, torna-se urgente dizer qualquer coisa aos excluídos e vítimas maiores da troika e da política de terra queimada. 
Agora, até já é necessário compensar e reduzir as desigualdades e as injustiças sociais que os últimos 3 anos agravaram. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Gente culta é outra coisa!..

Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar , em entrevista ao "Terça à Noite" da Renascença: "O pior inimigo dos desempregados são as redes sociais", disse.

Em tempo.
Marta Sípnola, uma desempregada:
“Há muitas vezes um silêncio quando alguém diz mal do facebook ou outra rede social. Se calhar por não acharmos fundamental defender, cada um está onde quer estar, quem não quer ter nenhuma não tem e vivemos bem assim.
Mas depois há estes momentos em que acho o silêncio injusto. Cada um fará o que entender com o facebook, e se for só ter jogos pois seja. Eu uso para tudo e mais um par de botas.

... Para terminar, e não quero confundir pessoa e Instituição, para a qual contribuo, muito menos o trabalho dos voluntários que nada têm que ver com isto, a verdade é que precisando mais depressa pedia um ovo no facebook que ao Banco Alimentar. E sei que o receberia.”

Caso «Corpo de Hoje»

Tribunal indeferiu recurso e Câmara acusa associação de «denegrir imagem» da autarquia.

Diplomacia económica*

"Em agosto de 2009, em entrevista a um semanário local, o actual presidente da câmara, fez questão de sublinhar a sua certeza em “desenvolver uma diplomacia económica enérgica, cativando o maior número de empresários, criando todas as condições para que optem pelo nosso concelho, como um local privilegiado de investimento”.
Encontra-se em desenvolvimento  um plano estratégico para a cidade. Sendo um plano político que prossegue uma continuidade de desenvolvimento da cidade a partir de uma visão compartilhada de futuro, estabelece uma proposta da sociedade para a sociedade numa perspetiva intergeracional.
A diplomacia económica e as ações no território situam-se portanto a jusante do planeamento. Sem que este seja claramente concebido, correm-se riscos de decisões avulsas, eventualmente inconsequentes, com prejuízo para o erário público.
Agora que a ACIFF, numa louvável iniciativa, decidiu dinamizar um programa com o intuito de permitir a modernização dos estabelecimentos e o aumento  de atratividade, através do projeto (in) Figueira, não poderemos deixar de recordar os insucessos da materialização dos projetos PROCOM e URBCOM, concebidos para revitalizar as zonas centrais da cidade, o que não ocorreu.
Esta reflexão surgiu-me após uma recente visita ao mercado municipal, ele próprio objeto de recente e significativo investimento, onde encontrei uma alarmante ausência de consumidores.
A prometida diplomacia económica decerto contribuíria para o desejado sucesso no comércio e nos serviços na Figueira."

* Uma crónica de Daniel Santos, engenheiro civil , publicada no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.         
Sendo verdade que um produto só se vende, de forma consistente, se for realmente bom,  é também verdade que  os nossos produtos e serviços penetrariam melhor noutros mercados, caso a imagem do nosso concelho fosse substancialmente diferente da que hoje tem.
Tirando raras e honrosas excepções,  o nosso concelho tem sido  quase sempre notícia pelas piores razões e não pela nossa capacidade de executar projectos.
Para além das nossas idiossincrasias como concelho – que são apenas diferentes das de outros -  é uma realidade que não temos uma imagem por aí além, o que constitui uma menos valia em termos de disputa de  mercado.
Neste detalhe,  um bom marketing pode ajudar,  desde que seja verdadeiramente estratégico.
Mas, para isso,  são necessários estrategas lúcidos e  competentes.
Chegados aqui, fica a pergunta: resta ao presidente da câmara fazer diplomacia económica?

Leitura para os dias de chumbo : “Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”

Não sei se, apenas, por inabilidade política, incompetência ou azelhice pura, esqueceu, mais uma vez, uma coisa básica...
A política e a culinária devem respeitar o mesmo princípio: precisam de ingredientes certos, mas é na sua correcta aplicação que está a arte. 
Hoje, a comprovar aquilo que, até para um ignorante  era fácil de adivinhar, acabei de ler um curioso e sintomático texto, com assinatura de j´Alves,  publicado no jornal AS BEIRAS. Dado o seu manifesto interesse para os utentes do Hospital Distrital da Figueira, com a devida vénia, passo a citar:

“O relatório que a coligação Somos Figueira pediu aos Serviços Municipais de Protecção Civil, via câmara, a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso, aponta falhas no parque de estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz.
O documento começa por realçar a redução da largura dos corredores de emergência, que, sobretudo “devido ao sistema de curvas, não cumprem as medidas normalizadas”. Foram “identificadas ainda dificuldades na primeira curva de acesso, com a possibilidade de colisão com o telheiro”, acrescenta o documento.
Por outro lado, recomenda a instalação de um sistema alternativo do levantamento da cancela, para o caso de falhar a eletricidade. A necessidade de serem distribuídos mais cartões de livre acesso ao hospital pelas entidades de transporte de doentes é outras das considerações. Neste ponto, aponta que à delegação de Carvalhais da Cruz Vermelha foram entregues dois cartões para 22 viaturas. E nas suas homólogas da Figueira da Foz e da Borda do Campo existe uma relação de um para oito e de um para sete, respectivamente.
O horário do rececionista, que termina às 20H00, também é questionado pelo relatório, destacando que pode atrasar a saída das viaturas de transporte de doentes. No entanto, salvaguarda que esta pecha está a ser colmatada pela recepção do HDFF, com a qual se comunica através do intercomunicador instalado no acesso ao parque.
Por último, a Proteção Civil regista que a máquina de leitura de cartões não tem altura suficiente, obrigando os tripulantes ou auxiliares das viaturas de transporte de doentes a saírem da viatura para procederem a esta operação. O relatório termina sugerindo a aplicação de oito medidas.
HDFF contra-argumenta
Saliente-se que o relatório, com data de 11 de março, foi enviado para o gabinete do presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde.
Este, por sua vez, reencaminhou-o para as administrações do HDFF e da empresa municipal Figueira Parques, que explora o parque de estacionamento.
O hospital respondeu, por escrito, ao autarca, contra-argumentando a maioria das considerações do relatório.
Não obstante, a administração do HDFF mostra-se disponível para corrigir algumas situações. Nomeadamente, distribuir mais cartões de livre acesso pelas entidades transportadoras de doentes, com a concordância do concessionário do parque. Por outro lado, admite que a máquina de leitura de cartões e senhas não tem altura suficiente, disponibilizando-se para solucionar este problema.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, a administração do HDFF acrescenta que tem vindo a “acompanhar com cuidado e atenção o processo que resultou da requalificação e ordenamento do estacionamento no espaço do HDFF e está disponível para com, a Figueira Parques, estudar a melhor solução para o parque de estacionamento, tanto nas questões relacionadas com o acesso às instalações como com as questões de tarifação”.
Remata afiançando que “a gestão do parqueamento continuará a merecer a atenção e a avaliação que lhe são devidas, numa óptica de permanente melhoria”.
Chuva de críticas
Teo Cavaco, vice-presidente da Concelhia da Figueira da Foz do PSD e deputado municipal da coligação Somos Figueira, divulgou o relatório na Foz do Mondego Rádio, na noite de segunda-feira, na qualidade de comentador político. Não poupou nas críticas ao executivo camarário socialista, por ter envolvido a Figueira Parques na gestão do parque de estacionamento do HDFF.
O comentador realçou que o relatório da Proteção Civil “é absolutamente arrasador”, defendendo que “não havia razões de fundo para o estacionamento ser pago”.
Este é o pomo da discórdia entre a oposição e o executivo. Os primeiros censuram o segundo por ter arrastado (em 2013) a edilidade para uma decisão que prejudica os utentes. Este, por seu turno, justifica a medida com a necessidade de ordenar o estacionamento na zona de praia adjacente ao hospital. João Carronda e Joaquim Gil, que completam o painel de comentadores políticos da Foz do Mondego Rádio, também não foram parcimoniosos nas críticas à maioria socialista. “O executivo deixou-se ultrapassar pela oposição”, por ter sido esta a pedir o relatório à Proteção Civil, disse Carronda, que é deputado municipal do PS. E acrescentou que “houve alguma teimosia e autismo político”. Já o independente Joaquim Gil realçou que o envolvimento da autarquia no parque de estacionamento é “uma questão ainda por resolver”.
Um mal menor
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o gabinete de João Ataíde ressalva que “a conceção e a construção do parque de estacionamento é da exclusiva responsabilidade do HDFF”. Ou seja, a empresa municipal limitou-se a instalar os parquímetros e a explorar o espaço. Dito isto, acrescenta que a vantagem de a Figueira Parques ter dito que sim ao convite da administração do hospital é “poder corrigir” situações como aquelas que o relatório da Proteção Civil evidencia. Mas também para aplicar taxas mais amigas do utilizador. Se não fosse uma empresa municipal a gerir o espaço, o tarifário seria ainda mais elevado, defende o gabinete da presidência da Câmara da Figueira da Foz. A propósito de preços, eles já foram reduzidos e, ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, deverão baixar ainda mais.”

Em tempo.
Tal como prevímos há muito, Ataíde e esta maioria absoluta do PS,  têm um lindo problema para resolver com esta história do estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Como é que uma Câmara, que não tem dinheiro para fazer cantar um cego, avança com 80 mil euros para resolver um problema que não é seu, que na melhor das hipóteses prevê recuperar em cinco anos, metendo-se num enorme imbróglio, isso, confesso, faz-me  uma enorme confusão!..
Vamos esperar pelos próximos capítulos...

DEPOIS DOS "DESENHOS", O "REDESENHO"

Primeiro, o programa de ajustamento estava, afinal, mal "desenhado". Depois, era o programa "pós-troika" que ainda não estava "desenhado". A semana passada, um secretário de Estado - que entretanto foi forçado a fazer-se de morto em nome da descoordenação política do Executivo - falou noutro "desenho" porventura mais "realista". Finalmente, soube-se que há um "redesenho" em marcha - "os cortes serão redesenhados" como se pode ler no video - para tornar "permanente" o que já foi "transitório", "provisório", "temporário" e o seu contrário. Boa noite e boa sorte.

daqui