segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A propósito do “negócio” do estacionamento pago no HDFF e do que ouvi na Foz do Mondego Rádio ao “vereador” do Câmara Oculta João Carronda, a quem aproveito para cumprimentar...

Em poucos estabelecimentos deste nosso Portugal somos tão mal atendidos, em termos de estacionamento pago, como no HDFF. Chego a pensar se não tratarão os clientes como lixo de propósito, uma espécie de política interna própria de uma empresa onde os processos e os métodos de fazer negócio são os que melhor consigam lixar os utilizadores.
Se esta política existe, estão todos de parabéns, a começar pela administração do HDFF, passando pelos directores da Figueira Parques e a acabar na câmara municipal: não é nada fácil criar uma cultura empresarial que consiga lixar o juízo aos clientes com a mestria que todos alcançaram. 
Só tenho dificuldades em compreender porque raio empresários se juntaram para tornar a vida dos clientes num inferno. Mas a estratégia empresarial tem razões que a razão desconhece e nós, os lixados, não nos devemos deitar a adivinhar. Quem sabe, talvez a administração seja influenciada por estrangeiros que pretendem obrigar os clientes a ir estacionar fora dos muros do hospital para treino físico. Ou, então, tudo não passa de uma maquinação das elites figueirenses, para fazer os doentes e restantes utentes do HPDFF sofrer a bom sofrer!..
O que eu sei é que o HDFF, a FP e a Câmara constituíram uma excelente metáfora do monstro capitalista: os utentes da classe média-baixa, que não têm dinheiro para pagar o estacionamento, têm de sofrer um humilhante calvário: depois de deixarem o doente, velho e em cadeira de rodas, têm de vir colocar o carro cá fora, para não pagar estacionamento, e percorrer centenas de metros, ao vento e à chuva, para ir ter com o doente e acompanhá-lo à consulta.
Depois da consulta, há que ir buscar a viatura, ao vento e à chuva...

Cabedelo...

foto António Agostinho

Marketing político à la carte

foto sacada daqui
Miguel Almeida, consultor para a área do ambiente, hoje nas Beiras:
Defendo que o presidente da Câmara deve ser o «diretor comercial» do concelho, vivendo em permanente contacto com as agências de investimento nacionais e estrangeiras e que a Câmara deve agir como facilitadora e locomotiva da implementação de novas empresas e da expansão dos negócios existentes.
Para este processo se desenvolver, é preciso que o presidente tenha atitude,  vontade, que conheça o concelho de fio a pavio e que o saiba «vender», enaltecendo as nossas virtudes e procurando os pontos positivos que as nossas aparentes fraquezas também nos dão, se as soubermos dissecar e converter.
Não podemos continuar com a maior taxa de desemprego da região, nem perder o comboio do desenvolvimento, nem perder terreno para os concelhos limítrofes.
A pseudo elite figueirense tem um problema: sempre se limitou a olhar para o seu bem estar, nunca percebendo que o bem estar dos outros também aumentaria o seu.
Presumo que o Miguel Almeida, ex-deputado, vereador e ex-candidato à Câmara pelo PSD, poderia ter  aproveitado a crónica para pedir ao seu governo a isenção da taxa do IVA e IRC para as empresas que venham instalar-se na Figueira... Evidentemente, sem esquecer as que já estão instaladas.
“Bem sei que o momento é adverso, mas é exactamente nestes momentos de crise que os mais ousados e inovadores conseguem vencer.
Uma coisa tenho como certa, se não tentarmos não conseguiremos.”
A crónica do Miguel Almeida, pelo menos para mim, tem um problema:  é tão simples,  que corre o risco de ser simplista...

Philip Seymour Hoffman

foto daqui

Philip Seymour Hoffman era um dos maiores actores da sua geração e uma presença regular em muito do melhor e mais interessante cinema americano dos últimos 15, 20 anos. Talvez fosse dos actores contemporâneos mais parecidos com aquela geração de actores americanos dos anos 1950 e 60.
Foi encontrado morto no seu apartamento em Manhattan, Nova Iorque. (Público)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cova, S. Pedro, Figueira da Foz, esta tarde...

foto de Pedro Agostinho Cruz

Continua mau tempo e também prossegue o ataque continuado à orla costeira a sul do estuário do Mondego... (continuação)


fotos António Agostinho
Como se pode verificar pelas fotos desta manhã a situação piorou. A areia continua a desaparecer. Na maré desta madrugada o mar esteve próximo do parque da Praia da Cova (Largo eng. Aguiar de Carvalho) e a sul continua a devastação: como se vê na foto, existem árvores na base da duna que vieram arrastadas com a derrocada provocada pela fustigação contínua do mar. A norte do campo de futebol a estrada de acesso ao Cabedelo estava cortada ao trânsito automóvel, pois o mar voltou a colocar pedras na via. Logo mais, cerca das 17, com a chegada da praia-mar, espera-se outro período complicado.

Olha a moral dele!.

Portas: "O socialista é muito bom a gastar o dinheiro dos outros".
Pois é...
Estes tempos de análise política à base de painéis de televisão, inquéritos de esquina de rua ou sondagens avulsas em conversa de café, dão azo à promoção de políticos com falta de qualidades...
“São todos iguais” – dizem...
O problema, porém, surge mais agudo quando se começa a pensar que tipo de qualidades é preciso ter para se ser político.
As da seriedade, honradez, competência técnica e intelectual? As inerentes ao espírito empreendedor? As da coragem? As da lucidez do sábio e a prudência do cogitante?
Uma mistura de todas elas? 
E como se detectam as qualidades? A olho nu da observação televisiva e mediatizada ou só pelo contacto pessoal e intransmissível?
É esse o problema do votante: não sabe exactamente, porque não conhece...
E é por isso que a imagem mediática é fundamental.
Substitui a essência  e transforma uma pessoa sem qualidades, num candidato de públicas virtudes, feito de promessas.
À  primeira qualquer cai. À segunda... À terceira... Mas, à quarta, à quinta ou à sexta,  ainda é possível cair no logro de colocar a cruz de votante num aldrabão militante?..

Continua mau tempo e também prossegue o ataque continuado à orla costeira a sul do estuário do Mondego... (continuação)

Tal como desde 2006 temos vindo a alertar, está em curso o previsto agravamento da catástrofe ambiental de erosão do litoral, que já atinge proporções dramáticas, nas praias ao sul da Figueira da Foz (Cova-Gala, Costa de Lavos, Leirosa, Pedrógão, Vieira de Leiria…).
Há anos que este blogue tem andado a chamar a atenção para este problema. 
Se quiserem confirmar, basta escrever as palavras "erosão costeira", no quadradinho em branco, no canto superior esquerdo deste blogue e clicar. 
Somos nós, habitantes do sul do concelho, os mais afectados, pois as “obras no Molhe Norte, têm precisamente impacte maior nas praias a sul”.
Fica, mais uma vez, a pergunta já aqui feita diversas vezes desde em 11 de Abril de 2008.
Será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE tiveram na zona costeira na margem a sul do Mondego?
Entretanto, a devastação das dunas vai-se agravando, como as impressionantes fotos tiradas na tarde de ontem pelo Pedro Agostinho Cruz comprovam.

Bom domingo

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Podemos ter a certeza que o concelho da Figueira está a atravessar um óptimo momento quando o eng. João Vaz, consultor de ambiente e sustentabilidade, gasta uma crónica de jornal inteira a escrever sobre o que requisita à Biblioteca Municipal...

Continua o mau tempo e continua a devastação das dunas da Praia da Cova. Esta foto de António Agostinho é de hoje de manhã. Para entender melhor o que aconteceu nos últimos 4 dias nesta zona, clique aqui, aqui, aqui e aqui. 
“Frequentemente requisito à Biblioteca Municipal livros e desenhos animados para mim e para a minha filha. São gratuitos e há diversidade q.b. O empréstimo evita uma desnecessária acumulação de livros e DVDs usados em casa. Apesar das vantagens, a Biblioteca tem poucos utilizadores. Na secção infantil, nunca aparecem mais de meia dúzia de crianças. A ideia instalada de que o acesso à cultura depende do rendimento parece ser falsa. Só não lê quem não quer.”  - Hoje nas Beiras

Possibilidades...

Esta coisa de já ter uns anitos em cima do pelo começa a ser tramada...
Principalmente quando se continua a ter boa memória,  recorda-se o tempo em que pagar impostos significava ter água com custos limitados, electricidade com custos limitados, transportes com custos limitados, possibilidades de acesso à saúde, à educação e a outras coisitas que, agora, no “liberalismo”, são considerados  “luxos”.
Viver numa sociedade com custos limitados, nos artigos de primeira necessidade e acessos generalizados aos cuidados e educação e saúde,  foi considerado  “viver acima das possibilidades”.
Agora, dão-se subvenções a quem precisa. Por exemplo, em 2012 a  FPF e a Mota-Engil estiveram no top 10 dos apoios estatais.
“O Estado concedeu apoios de 2241 milhões de euros em 2012. Este montante, que representa 2,86% do total da despesa do Estado, foi concedido sob a forma de subvenções públicas a 17 542 beneficiários. Em média, cada entidade apoiada recebeu 19 150 euros, de acordo com o relatório-síntese da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) relativo ao ano de 2012. O documento identifica as dez entidades privadas que receberam apoios mais avultados.
A lista é liderada pela Cruz Vermelha Portuguesa, mas inclui também a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a construtora Mota-Engil. A FPF recebeu 8,8 milhões de euros para o pagamento da dívida fiscal dos clubes de futebol ao abrigo do chamado Totonegócio. Este acordo prevê que as verbas atribuídas pelos jogos sociais aos clubes de futebol sejam transferidas para a federação até ao pagamento de dívidas fiscais. No caso da Mota-Engil, a subvenção de 8,142 milhões de euros é justificada com o pagamento de obras de interesse turístico relativo à construção do novo Museu dos Coches, em Lisboa.”
Porque será, que, agora, que já estamos a  “viver abaixo das nossas possibilidades” - tudo o que era de acesso liberal passou a ser de acesso privado -, os impostos não baixam?.. 
Antes pelo contrário!..
Porque será?..

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

“19 funcionários que trabalham no edifício da Direcção Geral de Energia e Geologia adoeceram com cancro.”

“O primeiro-ministro, Passos Coelho, garantiu de manhã desconhecer o caso. Isto depois de o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, ter avançado à TSF que se está à procura de uma outra localização para a DGEG, mas que é preciso encontrar uma renda mais barata e falta autorização do Ministério das Finanças.”

Continua mau tempo e a erosão continua ao ataque na Cova... (continuação)

Hoje não estive em S. Pedro, por isso tenho de recorrer às fotos do Pedro para fazer o ponto da situação...
Ver aqui e aqui.

Esta foto fez-me lembrar um poema...

foto de Pedro Agostinho Cruz

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i/Pitagórica

Custa-me dizê-lo, pois até  me fica mal, mas confesso que, de quando em quando, chego a ter pena do professor Marcelo...
Sobre o mundo e o país que ajudou a criar,  ele não diz nada quando tinha a obrigação de dizer - só fala a propósito de minudências...
Pelos vistos, tal como os maridos enganados,  só aparece quando não é preciso...

AINDA SOBRE A PRAXE



Pobre país, desgraçado, de desgraçados...

imagem sacada daqui
Ontem, três notícias, no mesmo dia, ao mesmo tempo, na mesma página do mesmo jornal, em 30 de Janeiro de 2014, naquilo que é hoje Portugal.
A saber: 
3 -"Hotel vai ser construído em cima da praia de Labruge".
Pergunte-se-lhes: empreendedores, ignorantes, "requalificadores" e "valorizadores", e demais responsáveis de "governo", "justiça", "ciência", "ordenamento do território", etc, etc, etc., blá blá blá, blá blá blá, blá blá blá: com que dinheiro se vai "defender" a orla costeira, num país do Atlântico Norte? É com o dinheiro pessoal (dos ordenados e reformas) de quem, no presente, governou e decidiu ou não decidiu seja o que for?  Ou é com o dinheiro público (que, no futuro, não vai haver) de todos os cidadãos, do Estado, do país que vier a haver, chamado Portugal?
Pobre país, desgraçado, que nem sequer sabe o que é o Mar - o seu Mar, o "Mar Português", no Atlântico Norte -, nem sabe do que é que esse seu Mar é capaz, nem sabe como o conhecer e como o enfrentar (e ainda têm que ser os estrangeiros a vir enfrentar as dificuldades típicas do Atlântico Norte, aqui naturais, para aqui criarem alguma coisa de produtivo como é a aquicultura, e não somente mais e mais especulações "comerciais" e "turísticas", como os indígenas gostam). Pobre país que chegou ao ponto de deixar os seus jovens andar a morrer nas praias, à meia-dúzia, em rituais "universitários" bizantinos e goliardescos, boçais, pseudo-feudais e pseudo-clericais, pretensamente típicos de "tradições antigas" ("tradições" que, na verdade, foram inventadas, há trinta anos atrás, por razões políticas [!] e que, na verdade, é obvio que são somente [pseudo-]"tradições" de canalhice e de pretensiosismo social, pseudo-elitista, dito "académico"), os mesmos rituais e as mesmas (pseudo-)"tradições" - de "bullying" colectivo e massificado (permitido, e impune, no interior das Escolas…!!) - que o Estado, durante décadas (a partir de Coimbra e da sua universidade pública lá existente), foi sempre permitindo, tolerando e incentivando, e alargando e deixando alargar às outras "Escolas" todas (!!!), superiores, e secundárias, e primárias... públicas e privadas (até aos jardins-escola...!!!!), em vez de nessas Escolas ter ensinado aos jovens o que é o Mar, e como o enfrentar...!!!!!
Pobre e triste país, de festas, e de futebóis, e de rituais, e de labregos, e de doutores, e de oficiais e comendadores da Ordem do Infante Dom Henrique que, no meio da desgraça inevitável, passam o tempo a encher a boca com retóricas de "Regresso ao Mar" e de "História dos Descobrimentos Henriquinos", etc, etc, etc., blá blá blá, blá blá blá, blá blá blá (sem sequer saberem o que é o Mar), e passam o (pouco) tempo que lhes resta a "discutir" e a relativizar, "democraticamente", tudo aquilo que é óbvio e evidente (para, assim, o postergarem). E passam o tempo, "academicamente", a epistemologizar as "pós-modernidades", de "Esquerda", etc, etc., etc., das suas "causas" fracturantes, do sexo dos seus anjos pagos com dinheiro público, nas universidades, ao mesmo tempo que deixam afundar, no caos, irreversível, a sua terra, o seu mar, a sua demografia (o seu povo), a sua verdadeira paisagem geográfica e humana.
Pobre país.
CEMAR (Recebido por mail)