quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Evidência

«É mais difícil ser livre do que puxar uma carroça.»
Vergílio Ferreira

Mira: Gente Corajosa, Construindo o (Seu) Próprio Mundo...

Mira, e a Praia de Mira… Gente corajosa - gente pobre... nascida da sua própria pobreza (nascida de si própria…) e, por isso, capaz de "dar remédio à sua pobreza"… Gente trabalhadora, que sabe o que são as dificuldades… e, por isso, sabe como vencê-las.
Gente com quem se pode, e deve, contar. Gente que ultrapassou de tal maneira qualquer estigma, ou conotação depreciativa (da antiga pobreza), do nome "Gandarês", que, numa geração, conseguiu que os seus vizinhos passassem a reivindicar (eles também...) o título, agora invejado, de "Gandareses"...
Gente que tem o mais importante de tudo (e que, em tantos "intelectuais" e "citadinos", falta totalmente): a coragem... A capacidade de criar (cultivar).
Gente corajosa, no coração do (seu próprio) mundo. Construindo o (seu próprio) mundo, e salvando-o, para o Futuro… Enquanto outros se afundam, e vão continuar a afundar (e, com eles, um país inteiro...), cada vez mais afogados no pântano das suas próprias contradições, duplicidades, hipocrisias e traições… demasiado cobardes para alterarem seja o que for das suas mentiras, das suas hesitações e das suas faltas de alternativa.
Porque é que aquela gente - numa terra pequena - é assim…?
Porque é que aqueles Homens e aquelas Mulheres, os Gandareses, numa terra pequena, vindos da pobreza antiga, conseguem ser mesmo os primeiros, e os melhores, naquilo a que, verdadeiramente, se dedicam…?
(enquanto outros, nas suas curiosas filáucias, andam a reivindicar, sem quaisquer espécies de objectividades, ou quantificações, a condição de serem, também eles, a "capital" "mundial", ou "universal", seja do que for... e que acham que só existe lá na terra deles… para assim conseguirem ser, também eles, "a capital" de qualquer coisa… seja o que fôr… desde os salsichões fritos até às urtigas...)
A pequena Praia de Mira, na Beira Litoral (Portugal), é mesmo a recordista (ininterrupta), em termos europeus (e, portanto, mundiais), da Bandeira Azul da Europa... das praias ecologicamente exemplares… (vinte e sete [27] anos... contínuos e interruptos… um feito único, de que ninguém mais se pode gabar…). É Mar...
A pequena vila de Mira (Portomar), na Beira Litoral (Portugal), é mesmo a sede, em termos mundiais (ininterruptamente), dos Campeonatos do Mundo de Columbofilia... ("Pombas", em vez de "Falcões"… mas é também em Mira que está o nosso Amigo João Petronilho, o homem que sabe fotografar as Águias… [e, às vezes, até encontra Pelicanos…). É Céu...
A partir de pequenos locais, como o Seixo, e o Casal de São Tomé, etc., a pequena vila de Mira, na Beira Litoral (Portugal), tem mesmo uma presença dominante em todas as feiras, e exposições, e negócios, e eventos públicos, de hortos, e plantações, e plantas decorativas, e flores, e fabrico de terra e de substractos vegetais, em Portugal inteiro (e, muitas vezes, até no estrangeiro)… Não há dúvida de que, para plantar, e cultivar, não há como os Gandareses (desde a Ria de Aveiro até ao Tejo…). É Terra… Espantoso…! Aqueles que, antigamente, não tinham terra, são os que, hoje em dia, a fabricam (melhor que a dos outros) e, por isso, a exportam…
Na Praia de Mira, veio mesmo a localizar-se o centro principal, em Portugal (e, portanto, "no mundo"... ou, se se quiser, "no universo", como outros gostariam de dizer na sua terra…?), do tipo emblemático de "Pesca de Cerco e Alar para Terra", heróica e arcaica, dos Pescadores Portugueses (sem portos…! somente a partir das praias…!), a pesca antigamente chamada "Arte" (e, actualmente, chamada "Arte-Xávega"), a pesca com a fabulosa embarcação, única no mundo, chamada "Barco-da-Arte" ou "Barco-do-Mar" ("meia-lua")... A pesca com "o mais belo barco do mundo"… E, por isso, foi na Praia de Mira que, no ano de 2012, vieram a unir-se todos os outros Pescadores Portugueses deste tipo de pesca, quando essa emblemática "Arte-Xávega" portuguesa foi mais do que nunca posta em perigo… e, por isso, foi nesta Praia de Mira que se criou a Associação Nacional representativa deste tipo de Pescadores… E esse movimento, nascido na Praia de Mira, já conseguiu uma recomendação, por unanimidade, na Assembleia da República Portuguesa.
Ao longo dos anos, a Câmara Municipal de Mira, com a colaboração de algumas outras entidades (entre as quais o CEMAR - Centro de Estudos do Mar), promoveu na sua terra, no "coração da Gândara", as Jornadas Culturais da Gândara, um fórum de discussão aberta, franca e pluralista (e não-bizantino, não-académico...) apontado para a reflexão e a intervenção, com verdadeira utilidade prática, sobre a Identidade e o Futuro local. E já vão na XI edição…
No ano passado, de 2012, discretamente, sem demasiado alarido — mas com decisão, e com teimosia… em contra-ciclo, contra-corrente… contra todas as dificuldades e desânimos alheios (em 2012…) — a Câmara Municipal de Mira inaugurou na sua vila um excelente museu, o Museu do Território da Gândara ("Ver Para Querer"...), baseado em excelentes conteúdos (da autoria dos mais competentes e adequados investigadores locais), e com excelentes tecnologias e metodologias expositivas (muito modernas, e de muito bom gosto, ao melhor nível da Glorybox, que as executou). E esse núcleo museológico inicial, agora já lá existente, em Mira (desde há um ano… e há quem ainda não o tenha ido visitar…?!), é só uma amostra do muito mais que se poderá fazer, no futuro (na Praia de Mira, etc.), para musealizar e para "erguer um monumento à glória" do  Património Cultural local, do mundo antigo da Cultura Popular da Gândara… do Património de Mira e da Praia de Mira... dos seus estóicos Camponeses, e dos seus heróicos Pescadores. E as amostras, os embriões, dessas outras instalações museológicas futuras, já existem, na Praia de Mira...

Com esta gente sim, vale a pena trabalhar. Trabalhar com quem trabalha.
Alfredo Pinheiro Marques

terça-feira, 30 de julho de 2013

aF207


Sobre Duarte Brandão de Buarcos, o Célebre Corsário Português...

Para quem hoje anda em "Festivais de Piratas" em Buarcos, e julga que a vila marítima portuguesa de Buarcos, na Foz do Mondego (hoje em dia, integrada na cidade da Figueira da Foz) é sobretudo célebre como alvo de ataques de corsários ingleses e holandeses nos fins do século XVI e inícios da século XVII, talvez convenha aprender qualquer coisinha de História (...de História… aquela disciplina acerca da qual, em Portugal, em geral, e na Figueira da Foz, em particular, reina a mais profunda e confrangedora ignorância…), para saber que esta vila portuguesa de Buarcos (Foz do Mondego) está também, ela própria, desde sempre, ligada aos próprios corsários portugueses… e um deles, no último quartel do século XV, foi mesmo uma extraordinária e espantosa figura de aventureiro (ao que parece, luso-hebraico-britânico…) que serviu como mercenário no mar os Ingleses, e comandou navios, e ilhas, e combates navais (e, como tal, foi dos primeiros e mais significativos "corsários ingleses"...), e viveu uma vida inteira entre Portugal e o Noroeste Europeu, cheia de estranhas peripécias, que até hoje ainda não estão totalmente esclarecidas...
Sobre Duarte Brandão de Buarcos (ou Edward Brampton), navegador, mercador e corsário português do século XV, que se notabilizou como mercenário e corsário português ao serviço dos Ingleses, e em 1987 foi pelo Rei de Portugal Dom João II feito Senhor da vila portuária e piscatória de Buarcos, na Foz do Mondego (e, depois, em Lisboa, teve também os seus navios e aí deu origem a Porto Brandão... e foi pai do João Brandão de Buarcos a quem se devem todas as estatísticas das "grandezas de Lisboa" em 1552… ) vejam-se as notícias publicadas, aqui, na Foz do Mondego (Montemor-Buarcos):

 Alfredo Pinheiro MARQUES,, “Vidas de Montemor: Duarte Brandão”, Jornal Baixo Mondego e Gândaras, Montemor-o-Velho, 2004 (Outubro 2004).

Querem Piratas, a Sério (Em Vez de Corsários)…?
E, se quiserem piratas, a sério, por conta própria (em vez de corsários)…? Também têm… (têm os melhores…).
Têm, nem mais, nem menos, do que o mais célebre (literariamente) pirata português do século XVI, António de Faria (sim… o da "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto…), o António de Faria de Sousa que nasceu na Foz do Mondego (na Quinta do Canal, Figueira da Foz…)…
O mesmo que, mais tarde, quando morreu, na Índia, em Goa -- devidamente confortado com os santíssimos sacramentos da absolvição dada pela Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana… (e... absolvição dada por um Santo… um Santo, verdadeiro, e célebre, dessa Santa Igreja…) -- ainda tinha lá consigo, guardados na arca, dois sabres japoneses...

A ter em conta

"Auto-elogio, orgulho desmedido, arrogância, mistificação." 
Gente perigosa. 
Registem.

A união nacional a fazer o seu caminho...

A imprensa parece ter aceitado bem a sugestão de Pedro Passos Coelho e hoje, em véspera de recomeço dos briefings diários, combinou mostrar a Maduro o seu apreço pelo remoçado SNI, fazendo  em uníssono, nas suas capas, um louvor ao governo, com o qual escondem a desgraça de milhares de famílias portuguesas.
Milhares de funcionários públicos vão ser despedidos sem justa causa mas o que os três jornais destacam, em primeira página, é o facto de poderem continuar a usufruir da ADSE.
O que mais me revolta nestas capas, é (não) terem sido pensadas por mentes ocas e ignorantes. Estas  abencerragens apresentam a notícia como se usufruir da ADSE fosse um benefício. Esquecem, ignoram (ou fingem ignorar?) que muitos funcionários públicos despedidos já descontaram para a ADSE durante décadas pelo que o Estado estaria obrigado a devolver-lhes o dinheiro, no caso de  os privar do sistema.
Volto a lembrar esses ignorantes com carteira de jornalista, que os funcionários públicos descontam uma percentagem  suplementar do seu ordenado ( 2,5% a partir de 2014)  para usufruírem da ADSE. Como acontece com alguns trabalhadores do privado que têm regimes especiais ou complementares de saúde.

Daqui

Viva a República

Só temos de dar graças por Portugal ser uma República!
Já imaginaram o que seria  uma personagem tipo Cavaco Silva como monarca vitalício?

Ericeira

foto António Agostinho

domingo, 28 de julho de 2013