O Município da Figueira da Foz, à semelhança de muitos
outros por este país, está sufocado financeiramente.
Em 2011, contraiu junto da banca, um empréstimo de 31
milhões de Euros para pagamento de dívidas a fornecedores, numa operação
designada como “saneamento financeiro”.
No final de 2011, a sua dívida total (sem
considerar as dívidas das empresas municipais) atingia um valor de 60
milhões de Euros. Contando com as empresas municipais, esse valor deveria rondar os 90 milhões de euros.
Em 2012, contraiu um novo empréstimo de mais um milhão de Euros.
Não é preciso ser muito perspicaz, para saber que isso compromete o nosso futuro.
A despesa do serviço da dívida, em 2012, atingia um valor à
roda de 7, 5 Milhões de Euros. A partir de 2014, o serviço da dívida
deverá chegar a um valor superior a 9,0 milhões de Euros por ano, quando tiver que começar a amortizar o atrás mencionado empréstimo de 31 milhões.
Para se ter uma ideia de quanto isto pesa e
pesará no Orçamento municipal, refira-se que, sem contar com eventuais
fundos comunitários disponíveis, o Município da Figueira tem (e deverá ter no futuro),
capacidade para arrecadar uma receita anual total à volta de 32 a 33 milhões de
Euros.
Como todos sabemos, a responsabilidade da governação do município, entre 1996 e
2009, pertenceu ao PSD/PPD.
Primeiro com Santana Lopes (um mandato) e depois com
o eng. Duarte Silva (dois mandatos).
Antes e depois, nestes 39 anos de regime democrático, a gestão pertenceu ao PS...
Em tempo.
Toda a gente sabe que um colectivo é um grupo de pessoas que
pensam pela sua própria cabeça.
Um colectivo é expressão
de cidadania, de exigência, de participação.
Toda a gente sabe que um rebanho é um bando que segue o
primeiro - não forçosamente um líder não uma ideia, apenas o primeiro que lhe
calhou em sorte. Em rebanho não se
pensa, não se decide, não se exige, não se questiona - segue-se ao sabor do
acaso, ou então da vontade daquele que vai à frente.
Os colectivos defendem-se, porque sabem que sua força reside
no número e sabem também que se algum cair, outro ocupará o seu lugar, os
colectivos existem porque a união dá força às ideias e as ideias com força, dão
razão de ser aos actos que fazem da vida a verdadeira luta.
Os rebanhos têm pastores que os guiam. Outros que os
guardem. Num rebanho
se algum cai os outros fogem e abandonam-no à sua sorte.
Um colectivo alimenta a sua própria vida, um rebanho apenas
alimenta a vida dos seus predadores.
Um rebanho é a preguiçosa estupidez que se desloca sem nexo,
ao sabor das circunstâncias.
A sua pequenez é insuportável, o seu alheamento imperdoável,
os seus malefícios irrecuperáveis.
Espero que a Figueira deixe de ser um rebanho e se aproxime mais de ser um colectivo...