O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
Segunda-feira passada foi um dia terrível. Nesse dia, fez frio a sério e choveu diluvianamente. Foi um dia horrível: tive de ir buscar a minha Mãe ao hospital, que teve alta nesse dia. Com as obras em curso, neste momento, é um tormento para quem tem dificuldades em locomover-se, entrar ou sair de uma viatura, exposta à intempérie, para ir às consultas ou aos tratamentos. Nos últimos 4 meses, sei bem a falta que tem feito uma protecção para quem tem de utilizar os serviços do hospital Distrital da Figueira da Foz pela entrada provisória do Hospital de dia. É certo que tudo vai melhorar com as obras em curso, mas este ano o clima especialmente agreste, tem castigado duramente os doentes, em especial os idosos. Felizmente, que a partir de terça-feira tenho podido suspirar de alívio. Apesar do frio, que tem continuado intenso, temos tido dias de sol e de luz. Vamos ver se é para continuar. Estamos quase em meados de Março, mas com o frio que tem feito mais parece Dezembro, Janeiro ou Fevereiro. Que saudades tenho tido do “Março marçagão, de manha inverno, de tarde verão”.
Admito que existam alguns presidentes de Junta que são “boys”!..
Mas, aceitar que as remunerações de presidentes de junta sejam apelidadas como“money for the boys” (dinheiro para os rapazes), quando sepermaneceu mudo e quedo perante a nomeação de uma catrefada de assessores para os gabinetes governamentais, ao mesmo tempo que se exige aos portugueses que apertem o cinto, no mínimo, é muito difícil de entender!..
"Cinco meses e dez dias depois", aí está a realidade, nua e crua, que hoje vivemos. Uma realidade que não fazia parte das realidades previstas pelo Sócrates em campanha eleitoral?...
Como eu entendo bem a situação porque os jovens de hoje passam. Nos anos 80 do século passado, depois de ter feito um concurso externo para a EDP, onde fiquei em terceiro lugar, entre mais de 7500 concorrentes, admitiram-me para escriturário com contrato a prazo, quando o concurso havia sido para entrada no quadro. Estive nessa situação, contratado a prazo, 5 ou seis anos. Entretanto, como era necessário encaixar um filho de um sub-director, precisamente o sub-director dos recursos humanos da DODC, que trabalhava numa empresa em dificuldades – a Estaco - foi feito um concurso à la carte, e o menino entrou. Houve contestação, a admissão foi anulada, mas entretanto foi dada a volta por dentro e o menino lá reentrou e, tanto quanto sei, ainda lá está... Nesse tempo, era primeiro ministro o Professor Aníbal Cavaco Silva e a situação política então era em tudo semelhante ao que se passa na actualidade. Na ordem do dia estavam as privatizações, o congelamento dos ordenados, a contenção na admissão de pessoal, a subida dos impostos e dos juros bancários, o corte no investimento público, etc. Uma “cunha”, então, como agora, valia muito mais que a competência. Por isso, é que estamos na fossa irrespirável que Portugal, este cantinho à beira mar plantado cada vez mais mal frequentado, se tornou. “Filhos do infortúnio, somos nós”, os que nascemos desprotegidos da sorte, isto, é das cunhas!.. Porca miséria!...