sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Banca defende reforma da legislação laboral: "há muita gente que não puxa a carroça."

O presidente executivo do banco BPI assume que gostava de ter mais liberdade para despedir.

Miguel Maya, CEO do Millennium BCP/António Cotrim/Lusa

A FEBASE, em comunicado, "reagiu com profunda indignação às declarações proferidas por vários banqueiros na conferência organizada pelo Jornal de Negócios."
Sublinha: "antes de mais, convém recordar um facto essencial que alguns dirigentes parecem querer apagar da memória coletiva: desde 2007/08, o Estado português mobilizou mais de 23,8 mil milhões de euros para estabilizar o sistema financeiro, através de recapitalizações, garantias públicas, resoluções, nacionalizações e empréstimos ao Fundo de Resolução. Estes valores, amplamente confirmados pelo Banco de Portugal, Tribunal de Contas e comunicação social, traduzem um esforço público gigantesco. Quem resgatou a banca não foram os banqueiros; não arriscaram património pessoal, nem suportaram os prejuízos decorrentes de anos de má gestão e decisões irresponsáveis. Foram os contribuintes, e foram, em particular, os trabalhadores, que suportaram austeridade, cortes salariais e aumento de impostos enquanto o Estado impedia o colapso de instituições financeiras. É por isso profundamente ofensivo que dirigentes venham agora insinuar que são os trabalhadores que “não puxam a carroça”. A inversão moral é total.
Os trabalhadores portugueses não são puxadores de carroça. São profissionais qualificados que sustentam a economia real todos os dias, enquanto o setor financeiro foi, repetidamente, sustentado pelo Estado."

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