"Todo o homem tem uma porção de inépcia que há-de sair em prosa ou verso, em palavras ou obras, como o carnejão de um furúnculo.
Quer queira quer não, um dia a válvula salta e o pus repuxa."
Camilo Castelo Branco
Escrito em 1866, A Queda dum Anjo é um romance satírico de Camilo Castelo Branco, no qual o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, um fidalgo transmontano que se desloca da província para Lisboa. Ao ser eleito deputado, Calisto vai para a capital, onde, além de se deixar corromper pelo luxo e pelos prazeres, se torna amante de uma prima distante, Ifigénia, nascida no Brasil.
A Queda dum Anjo é uma obra em que Camilo descreve, de modo caricatural e humorístico, a vida social e política portuguesa.
A narrativa de Camilo Castelo Branco, publicada em 1865, não pode ser mais actual.
Camilo é um escritor de ruínas e contaminações, mas, para além disso, é um escritor entre dois mundos.
O livro traça, alegoricamente, o percurso da contaminação do Portugal antigo por modas politicas, sociais e culturais a partir de uma personagem.
Calisto Elói, é a representação da reserva da sabedoria moral e dos bons costumes, figura conservadora que o faz ser eleito deputado. Este deputado de província, era uma esperança de mudança num Parlamento como palco fechado e circular de disputas pessoais que os próprios discursos políticos geram, em vez de tentarem conhecer e resolver os verdadeiros problemas nacionais.
Ao longo desta narrativa camiliana, a contaminação da personagem e os indícios da queda expressam-se exteriormente através da primeira visita a um alfaiate lisboeta, impulsionada pela intenção de impressionar...
É o primeiro passo de um percurso que culminará na transformação de um anjo, num homem "subordinado ao alvitre do alfaiate, cheio de meneios, posturas e jeitos a quem o descostume restituíra o aprumo da espinha dorsal"...
A sua própria mulher não o reconhecerá.
Quer queira quer não, um dia a válvula salta e o pus repuxa."
Camilo Castelo Branco
Escrito em 1866, A Queda dum Anjo é um romance satírico de Camilo Castelo Branco, no qual o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, um fidalgo transmontano que se desloca da província para Lisboa. Ao ser eleito deputado, Calisto vai para a capital, onde, além de se deixar corromper pelo luxo e pelos prazeres, se torna amante de uma prima distante, Ifigénia, nascida no Brasil.
A Queda dum Anjo é uma obra em que Camilo descreve, de modo caricatural e humorístico, a vida social e política portuguesa.
A narrativa de Camilo Castelo Branco, publicada em 1865, não pode ser mais actual.
Camilo é um escritor de ruínas e contaminações, mas, para além disso, é um escritor entre dois mundos.
O livro traça, alegoricamente, o percurso da contaminação do Portugal antigo por modas politicas, sociais e culturais a partir de uma personagem.
Calisto Elói, é a representação da reserva da sabedoria moral e dos bons costumes, figura conservadora que o faz ser eleito deputado. Este deputado de província, era uma esperança de mudança num Parlamento como palco fechado e circular de disputas pessoais que os próprios discursos políticos geram, em vez de tentarem conhecer e resolver os verdadeiros problemas nacionais.
Ao longo desta narrativa camiliana, a contaminação da personagem e os indícios da queda expressam-se exteriormente através da primeira visita a um alfaiate lisboeta, impulsionada pela intenção de impressionar...
É o primeiro passo de um percurso que culminará na transformação de um anjo, num homem "subordinado ao alvitre do alfaiate, cheio de meneios, posturas e jeitos a quem o descostume restituíra o aprumo da espinha dorsal"...
A sua própria mulher não o reconhecerá.
Li este livro pela primeira vez, em 1975.
Adorei a prosa de Camilo Castelo Branco. Fiquei devoto deste escritor sublime. Admirei, sobretudo o seu talento de escritor genial, já que nunca escreverei nada decente, perante a grandeza descritiva de Camilo.
Gosto de ler, sobretudo obras de escritores portugueses. Mas, Camilo, a par de Eça, para mim, são génios completos.
Quem sabe se não é a distância que nos aproximou?..
"O humor é uma arte difícil, se é muito ligeiro não se compreende e se é muito pesado pode esmagar os pés a quem o lança."
Pitigrilli

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