quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O dia mais negro da magistratura

"Para quem tinha dúvidas, percebe-se agora muito bem a razão de Joana Marques Vidal ter sido corrida do cargo de PGR.
Mas se dúvidas existissem, eis o que disse, ao Expresso, António Ventinhas, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público: “É o regresso ao tempo do dr. Pinto Monteiro e das decisões secretas e inexplicáveis”. Porquê? “Porque de futuro não se saberá se quem assina as peças processuais é efetivamente o autor ou um superior hierárquico, na sombra, a dar ordens no processo, sem qualquer conhecimento dos juízes ou dos advogados. É gravíssimo”. 

Para Rui Cardoso, ex-presidente do sindicato do MP, não há mesmo dúvidas: “04.02.2020, foi o dia mais negro da história democrática do Ministério Público português: morreu como magistratura. Nasceu uma verdadeira autocracia, com um nível de hierarquia que nem na administração pública existe. Todos os agentes do Ministério Público (que não mais podem ser chamados magistrados) são apenas uma longa mão da vontade do/a Procurador/a-Geral da República”, escreveu no Facebook. E mais ninguém diz nada? Será que Rui Rio concorda com este parecer? E o resto da oposição?"

Vitor Rainho

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