António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 24 de abril de 2024
"Ninguém deve ser sujeito a falar sobre a sua vida privada se essa não for a sua vontade", mas...
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Via Jornal Público
Destino final?...
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, disse ao Diário as Beiras, que Arquivo Municipal deverá ser transferido para o Paço de Maiorca.
O autarca afiançou que o município vai concluir as obras de reabilitação do Paço de Maiorca, que incluíam a adaptação para uma unidade hoteleira, iniciadas em 2009 e canceladas dois anos depois. Mas, desta vez, sem alojamento.
“Vamos acabar o que pode ser acabado, [mas] os quartos não serão quartos”, asseverou o presidente da Câmara da Figueira da Foz. E ressalvou que o município não terá de suportar os custos da empreitada, já que tem financiamento público garantido.
Por outro lado, Santana Lopes garantiu que, após as obras, aquele imóvel municipal histórico e classificado continuará sob a alçada do Município da Figueira da Foz. E “com actividades que lhe “deem vida” e “adequadas ao espaço em questão”.
O 25 de Abril que falta
terça-feira, 23 de abril de 2024
Salários e juros na Zona Euro...
"O projeto do mercado comum, tal como nos foi apresentado, é baseado no liberalismo clássico do século XIX, segundo o qual a concorrência pura e simples resolve todos os problemas. A abdicação de uma democracia pode ser conseguida de duas formas, ou pelo recurso a uma ditadura interna concentrando todos os poderes num único homem providencial, ou por delegação desses poderes numa autoridade externa, a qual, em nome da técnica, exercerá na realidade o poder político, que, em nome de uma economia saudável, facilmente irá impor uma política orçamental e social; uma política única, em suma.
Isto é Gozar com quem comenta?..
Na qualidade de putativo cabeça de lista da AD às Europeias? Ou com o intuito de torná-lo um produto vendável e, qual sabonete, ficar capaz de ser vendido pela AD aos eleitores?
E Montenegro que, depois de ter enganado meio mundo, a seguir chamou estúpidas às pessoas que acreditaram nele e ficcionistas aos jornalistas, agora passou informação errada ao Marques Mendes só para se rir à brava vendo-o a espalhar-se ao comprido...?
Ui....
Pergunto.
É que não consigo perceber se esta de sacarem da cartola o tuttifrutti Bugalho para encabeçar a lista da AD às Europeias é de gargalhada, se é a mais última tragédia da ópera bufa montada pela trupe AD. A mim parece-me um valente tiraço no pé mas, caraças, neste mundo de loucos, que sei eu...
Quanto à barracada que fizeram o Marques Mendes dar, pondo-o, em horário nobre, a vender jogo branco parece-me imprudente. Ou insensato.
Ainda há pouco, Hugo Soares, todo pimpão, disse que houve por aí muito bom menino na comunicação social a efabular sobre o assunto. A efabular. Ou seja, segundo eles, mais outros a ficcionarem. Certamente, referia-se ao ex-bem-informado Marques Mendes.
Agora digam-me: quem é que, com esta banhada, doravante vai acreditar no Marques Mentes?"
segunda-feira, 22 de abril de 2024
Portas responde a Passos Coelho e clarifica discordâncias sobre a troika: "Como diria o outro, não havia necessidade"
«"Não achei nem apropriado nem justo", começou por dizer Paulo Portas sobre as declarações de Pedro Passos Coelho que, esta semana, deu uma entrevista ao Observador, onde falou das desconfianças da troika em relação a Portas, na altura em que a coligação PSD e CDS-PP governava o país entre 2011 e 2015.
Apesar de ser, "de facto, inusual" um comentador analisar uma notícia na qual é protagonista, Paulo Portas não se escusou ao tema no "Global", o seu espaço semanal de comentário no Jornal Nacional da TVI, pois, afinal, "quem não se sente não é filho de boa gente". Mas avisou logo que não iria usar "conversas privadas" nem iria entrar em polémicas com Passos Coelho, uma vez que já passaram quase dez anos e "acabou de chegar um Governo de centro-direita".
Portas quis assim explicar "a visão que os dois tínhamos sobre a troika". Os dois líderes coincidiam em diversos pontos, a começar pela necessidade de "resolver o problema da falência de Portugal, da nossa insolvência, cumprir o memorando da troika, que não tínhamos negociado, procurar uma saída limpa, se fosse possível - sobre isto nunca houve desentendimentos", disse.»
É assim e não podia ser de outra maneira...
"O Arraial dos Cravos, habitualmente no Largo do Carmo, onde Salgueiro Maia depôs o regime dos PIDEs, posteriormente agraciados por Cavaco Silva, primeiro-ministro, com pensão vitalícia "por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País" depois de a ter recusado ao capitão de Abril, realiza-se este ano, o dos 50 anos da revolução que deu a liberdade e a democracia ao povo português, e a independência às colónias africanas, no Largo de Camões, por falta de financiamento da Câmara de Lisboa, a dos 34 milhões de euros para um evento católico no Estado laico - Jornadas Mundiais da Juventude, do presidente Carlos Moedas, do mesmo PSD do agraciador de torcionários, e que em cerimónia resolveu assinalar outro 25, o de Novembro, a data que divide em vez de unir. É a raça deles."
O que é “Ficheiros Secretos”, um espectáculo de Luís Osório?
Sábado à noite, entre curioso e intrigado (um amigo meu, que muito prezo, tinha-me confidenciado que nem morto lá ía...), fui ao CAE ver esta perfomance de Luís Osório.
A coisa prometia. Tinha como convidados Santana Lopes, Conceição Monteiro, Luísa Amaro e Cândido Costa.
“Ficheiros Secretos”, com o sub-título de "Histórias Nunca Contadas da Política e da Sociedade Portuguesas", é um livro publicado pelo jornalista em 2021, que foi adaptado para os palcos, num espectáculo difícil de definir, mas que tem esgotado as salas por onde passa.
Ao que li, "é uma performance inédita de um jornalista e escritor reconhecido que arrisca agora o que nunca foi feito. Luís Osório assume o papel de narrador da história recente de Portugal, convocando para o palco memórias de personagens marcantes como Álvaro Cunhal, Mário Soares, José Saramago, Amália Rodrigues, Francisco Sá Carneiro, Jorge Sampaio, entre muitos outros.
O autor conduz a audiência numa viagem pelo último século português e pela vida de alguns dos protagonistas que marcaram o nosso tempo.
Uma viagem partilhada com o público e com convidados absolutamente surpreendentes."
Tudo isso se concretizou. No sábado passado, Luís Osório esteve completamente exposto e sem rede. Até teve uma "branca", breve (na Figueira é assim: é tudo "breve"), que ultrapassou com toda a naturalidade, quando se queria referir a um episódio que envolvia Carmona Rodrigues, antigo presidente da Câmara de Lisboa e o nome não saía.
Frente ao público, foi ele, só, mais as histórias dos seus fantasmas - bons e maus.
Mas, afinal, o que é “Ficheiros Secretos”?
Um espectáculo de segredos, confissões, medo e esperança?
Confesso que não sei explicar.
Para mim, foi algo inaudito.
Algo que nunca tinha visto ou ouvido. Um desafio absolutamente incrível e espantoso, que Luís Osório coloca a si mesmo e que já foi presenciado por mais de 20 mil pessoas deste País.
Eu, fui uma delas. E saí do CAE a pensar sobre o que tinha presenciado e não consigo ainda explicar por palavras ao que tinha assistido.
Continua presente a entrada de Luís Osório na sala, trazendo uma mala vermelha, carregada de memórias de familiares, daqueles que o tratavam por Miguel.
Durante a exposição perante o público, desnudou-se e aos seus fantasmas - sobretudo o da mãe, que deixou de cantar no dia em que ele nasceu. Continuam presentes os pequenos episódios das figuras públicas trazidas à colação. Focou relações familiares, lutas interiores ou episódios engraçados.
Nestas pequenas histórias, Luís Osório mostrou algo importante: um contributo para a definição e a compreensão do País que somos, nas suas grandezas, misérias e imperfeições.
Como ele, também acredito que “podemos saber os grandes factos históricos de trás para a frente, mas estes não têm a dimensão humana”.
Continuo a vê-lo desaparecer pela porta lateral do CAE, por onde tinha entrado, e continuo sem encontrar as palavras para explicar o que vi sábado passado, à noite, no CAE.