segunda-feira, 31 de maio de 2021

Deixem o pescador em paz...

Por Buarcos anda-se em maré de estátuas, pintura de muros, eleições e requalificações. Contudo, a
inda não foi hoje, apesar do aparato, que mudaram o pescador. Nem sei porque estão  com tanto gasto e trabalho. Em vez do pescador, coloquem ao centro da nova rotunda um urso. Essa sim seria uma estátua erigida ao "Cidadão da Figueira", porque realmente, somos uns ursos. Serviria também e ao mesmo tempo como uma homenagem  a "alguns políticos", porque não passam disso.
Andamos a perder qualidade de vida na Figueira. Ao mesmo tempo, fomos perdendo influência politica, económica e cultural. Deixamos de ser uma cidade e um concelho como havia poucos em Portugal. Ainda somos uma cidade bonita, mas a continuar por este caminho, em breve nem isso seremos. Precisam-se cidadão preocupados com o que nos rodeia. Contudo, a tendência é tornar-mo-nos amorfos e desinteressados.
O cidadão normal perdeu voz, os políticos não o ouvem, porque estão-se marimbando para  o que povo pensa. Se não é assim, parece...
O povo acredita na Democracia, mas cada vez menos acredita nos políticos. Sente-se sem opções de escolha. Somos mesmo uns ursos e merecíamos  uma estátua.  Ou "alguns políticos" é que são uns ursos e merecem uma estátua?
Na falta de um urso para modelo, como o pescador resiste a sair do sítio (tem muito ferro), deixo uma sugestão para o entro da nova rotunda: uma varina pintada de vermelho e verde, com a bandeira nacional a servir de saia,  e duas meia-bolas a servirem de "soutien".

A borda do rio: uma paisagem da minha infância....

Os próximos meses não vão ser fáceis, mas ainda bem que há eleições...

Ainda faltam alguns meses para as autárquicas 2021.
Não sei como vai ser possível aguentar tantos meses de discursos, programas, indignações, dilatações do ego, intrigas, acusações, análises e contra-análises, vigilâncias, reserva mental, espionagem, lama e riso barato, previsões e projecções, mais ego dilatações, calculismo e desinteresse e interpretações delirantes.
No final vamos ficar ou menos na mesma. 
Com algumas diferenças, porém: Carlos Monteiro vai perder a maioria absoluta; Santana Lopes, se conseguir ir a eleições, vai ficar a saber o que vale, até na Figueira; Pedro Machado, pode ser uma surpresa; Mattos Chaves, não vai surpreender. Sobre a CDU e o BE ainda nada se pode dizer, pois nada se sabe.
Resumindo e concluindo: vai valer haver eleições eleições.

Numa reunião camarária tipo chá canasta, fiquei a saber que a duna artificial do Cabedelo tem os dias contados...

Imagem retirada da net

Não estou a reconhecer os políticos figueirenses.
Está a decorrer e a dar em directo na net a reunião de câmara
Tem sido uma sessão produtiva. O presidente, os vereadores e as vereadoras, usam da palavra sem serem atropelados nas suas intervenções. As oradoras e oradores têm sido esclarecedores nas suas intervenções e os assuntos debatidos com urbanidade e clareza.
Fica o registo: qualificar um político (neste caso, mais do que um) como uma pessoa estimável, é o mesmo que afirmar de uma mulher, que é uma pessoa simpática. 
Hoje, também não me apetece ser desagradável. Sobre a reunião de câmara que ainda está a decorrer nada mais, por enquanto, tenho para dizer. Até ao momento, faltou só que tivesse sido servido um chá canasta e umas torradinhas...
Mas, eis surgiu que um sobressalto há poucos minutos. Ricardo Silva, vereador, perguntou: "como vai ser a época de verão no Cabedelo?"
Resposta de Carlos Monteiro, presidente: "a perspectiva é que os passadiços perpendiculares à linha de água estejam prontos antes do início da época balnear. Os outros não..."
Estou esclarecido: a duna artificial tem os dias contados...
Porém, como hoje também não me apetece ser desagradável, vou beber um cafezinho e fico por aqui... 

Os portugueses vão ter de decidir um dia o que verdadeiramente querem...

Foto PAULO NOVAIS via Diário de Notícias

Se bem me lembro, o fenómeno Passos Coelho, presidente do PSD entre 2010 e 2018 e primeiro-ministro de Portugal, entre 2011 e 2015, resultou de  uma estranha e bizarra aliança de conveniência entre a cacicagem menezista , alguns debitadores de tiradas blogo-liberais e os últimos ressentidos do cavaquismo. 
Passos Coelho, na altura, foi apenas um instrumento que soube usar bem os seus instrumentistas. 
Depois de termos visto para que serviu, será que que queremos voltar ao mesmo?
Agora, temos a evolução na continuidade: o venturismo, a doença senil do coelhismo...
No III Congresso do Chega, em Coimbra, André Ventura, sedento de chegar ao poder, sem moderação, ao ataque afirma-se pronto para limpar o país. 
Apontando ao PS e António Costa, afirmou que "isto de destruir um país em pandemia com o suposto objetivo de controlar a pandemia" terá de "ser levado à responsabilidade"Ao contrário do que disse ter acontecido com o Governo PSD/CDS de Passos Coelho, se chegar ao poder não quer ser "fofinho" ou "o limpa lençóis", mas sim "chamar à responsabilidade a esquerda e a extrema-esquerda pelo que fizeram a Portugal". 
O cenário está clarificado. No futuro a responsabilidade e a escolha vai ser dos portugueses: vão preferir o quê? A pornografia, pura e dura do Ventura, o erotismo, a preto e branco, estilizado do Coelho, ou preferem escolher viver uma vida?..

Coisas verdadeiramente importantes: a segurança

 Via Diário as Beiras

Champions? Vergonha...

«A confusão que se gerou na madrugada de ontem entre adeptos ingleses e a PSP, e que resultou em quatro detenções e um polícia ferido, aumentou o sentimento de insatisfação dos elementos daquela força de segurança, originado pela falta de meios e “o atropelo aos direitos dos profissionais da PSP”
O ferido pertencente a uma Equipa de Intervenção Rápida (EIR) e estava sem capacete – que poderia ter evitado a grave lesão – por não haver equipamentos de proteção pessoal para todos

Miguel Mattos Chaves fez a apresentação formal da candidatura

Foto sacada daqui


O professor universitário Miguel Mattos Chaves, candidato do CDS/PP à Câmara da Figueira da Foz, fez a apresentação formal da sua candidatura, programa e candidatos, num jantar que contou com a participação do presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos. No evento participaram, ainda, cabeças de lista a várias autarquias do país. Aliás, a  maioria dos participantes era de fora do concelho. No jantar, realizado na passada sexta-feira num restaurante de Buarcos, ouviram-se críticas dirigidas ao Governo, à esquerda, ao PSD e à gestão autárquica socialista figueirense, proferidas por Rui Morais (Concelhia), Jorge Almeida (presidente da Distrital), Francisco Rodrigues dos Santos e Miguel Mattos Chaves.

domingo, 30 de maio de 2021

A PROPÓSITO DO MEL: UM PENSAMENTO PARA QUANDO TIVER DE PASSAR POR UMA MESA DE VOTO:

SE O ESQUERDISMO É A DOENÇA INFANTIL DO COMUNISMO, NÃO SERÁ O VENTURISMO A DOENÇA SENIL DO COELHISMO? 

Há lodo no Portinho da Gala: para que serve um cais de atracação neste estado de manutenção?..

Foto via Pedro Machado - Figueira do Futuro

Nada de novo: ano eleitoral é sinónimo de mais obras das câmaras

Via Jornal de Notícias



É assim em Lisboa, Porto, Braga, Oeiras, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Viana do Castelo, Bragança. A Figueira da Foz não poderia ser  excepção...

Democracia no CHEGA?.. Nem internamente...

 Via Jornal Público

"... não deixa de ser um caso sério, que tira o sono aos autarcas, tão habituados a viverem no melhor dos mundos, sem terem que prestar contas que não seja aos seus camaradas e opositores políticos mal informados e também mal preparados."

 Via JORNAL O MIRANTE

Andam a multar os portugueses por causa do uso da máscara para quê?

A Avenida dos Aliados foi o salão de festas dos adeptos do Chelsea depois da vitória (1-0) sobre o Manchester City, no Estádio do Dragão, que deu a vitória da Liga dos Campeões ao clube de Londres.

Chega, ou querem com mais molho?...

«Ventura confessa que "única obsessão" é chegar ao poder...

"Só tenho um único sonho, uma única obsessão que é levarmos ao governo de Portugal, para transformar de vez a face deste país", afirmou Ventura, já aos gritos, com uma música orquestral em fundo, com os delegados a aplaudi-lo, alguns de pé, depois de ter falado durante 27 minutos para apresentar a sua moção de estratégia global.

Num congresso em que têm sido públicas as críticas entre delegados e dirigentes, o presidente e deputado do Chega relativizou o problema, dizendo tratar-se de "dores de crescimento".

"Não me preocupam as divisões e disputas", disse, para quem são a "prova de um partido que quer crescer", embora também tenha admitido que "sem disputa ideológicas" o "partido seria muito melhor"

Um dos temas que dividiu a discussão interna foi a revisão do programa do partido que, anunciou Ventura, será decidido na primeira reunião do conselho nacional após o congresso.»

Via Diário de Notícias

OUTRA MARGEM, um blogue para os simples...

Ando por aqui há mais de 15 anos. 
Já tive momentos em que me apeteceu abandonar.
Já fui alvo de algumas tentativas de envolvimento em polémicas, para as quais, com toda a franqueza, não tenho a mínima aptidão e, muito menos, pachorra.
Há questiunculas com que não me interessa perder sequer um minuto.
A meu ver, a blogosfera é um exercício solitário. Um blogue como OUTRA MARGEM, é uma espécie de diário aberto onde escrevo o que lhe apetece, sem ter de dar justificações seja a quem for, a não ser a si próprio.
Aproveito para deixar expresso, que não sou de «causas». De qualquer causa, seja ela qual for. Quem tem «causas» e vive para elas, em regra, acaba por dar-se mal. Ou melhor, se não conseguir entender que, em última análise, quase tudo tem um valor relativo, acabará, mais tarde ou mais cedo, por ter graves dissabores existenciais. E eu, que sobre a vida nunca tive ilusões por aí além, não me apetece andar zangado com ela, porque a minha «causa» ou as minhas «causas» não se materializam ao sabor da minha soberana vontade.

Não vale a pena, portanto, ter objectivos existenciais últimos e derradeiros que me consumam permanentemente. Essa é, de resto, uma maneira infantil de encarar a vida, que felizmente na maior parte dos casos o tempo se encarrega de corrigir. Quando muito, na adolescência, vivi dois ou três casos que me trouxeram obcecado e em estado de exaltação.
Recordo um grande amor, uma paixão impossível, uma revolução que ficou parada pouco depois do arranque e depois recuou. 

Com o passar dos anos e o andar do tempo, as coisas perdem o seu aparente grande valor, adquirem a sua verdadeira dimensão e, hoje, olho para elas como efémeras, aliás como tudo o que é especificamente humano.
No domínio da política, matéria de estrita humanidade, aprendi que o que penso não tem valor absoluto. Sobretudo, porque qualquer raciocínio político é, por definição, pluralista. Só teria valor se, além de nós, fosse para servir um número indeterminado de outras pessoas. 

Só que a realidade é o que é: a maioria entende de forma diferente  aquilo que me parece evidente. E como não tem (nem teria de ter) a mais pequena pachorra para ler o que penso, escolhe quem muito bem quer e entende para governar o país, a Figueira e a Aldeia.
Quando era racionalista gostava de ter a capacidade de impor o meu modelo social, pois pensava «saber» ser melhor para a comunidade. Agora, penso diferente: penso que a comunidade deve escolher livremente. 
A mim resta respeitar a vontade da maioria: cataláctica ou espontânea. 
Mesmo que esta caminhe no sentido contrário a tudo o que penso.

Confesso que vivo mal com quem tem certezas e convicções políticas absolutas. Sou relativista. Percebo que isso possa irritar quem tiver «causas».
Não me incomoda nada fazer parte do grupo que anda a ser queimado na fogueira censória dos escribas que não fazem parte do clube da ortodoxia imposta. Nesta vida tão frágil em que tudo é tão incerto e inseguro, para os simples como eu, sempre resta o OUTRA MARGEM.

sábado, 29 de maio de 2021

Vamos efabular em torno do congresso do Chega...

"Se o Chega estiver disposto a ceder apenas apoio parlamentar ao PSD, sem entrar para o governo, não será comigo".


Vamos efabular um pouco. Rui Rio tem no Ventura um casamento com uma mulher impossível. Olhamos para o Ventura  e para o Rio e a primeira coisa que nos ocorre, é: «como é que ele conseguiu nos Açores?» ("Os Açores foram um primeiro sinal:  as sondagens diziam que o PS ganharia folgadamente, depois a direita acabou por ter mais votos que a esquerda toda junta.") A segunda é: «o que vê Ventura no Rio?» O conjunto de respostas possíveis a estas perguntas tem contribuído para aquilo que parecia impossível: inflacionar os egos de Rui Rio e Ventura. Estes pormenores das suas vidas privadas - e, por força das circunstâncias e opção dos dois, pública - tem vindo a defini-los mais do que qualquer outra coisa.
 
Prosseguindo a efabulação, continuemos a considerar Rui Rio o marido de Ventura. 
A rejeição de que, aparentemente, Ventura está a ser alvo é-lhe insuportável e inaceitável. "Se o Chega estiver disposto a ceder apenas apoio parlamentar ao PSD, sem entrar para o governo, não será comigo".
Num casamento, chamar-se-ia a isto a ira da cornuda, da rejeitada, da mulher que perdeu o melhor do seu marido troféu.

O presidente do Chega, André Ventura, foi claro na convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL): Rui Rio "não tem conseguido fazer o seu papel de oposição à direita". A esquerda merece "pancada política" em vez de "bombons".
Na primeira fila estava, como esteve desde o início dos trabalhos, o ex-presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que André Ventura fez questão de cumprimentar ao entrar na sala quando ainda decorria o painel anterior.
Passos Coelho assistiu à intervenção do presidente do Chega, mas saiu apressadamente mal esta terminou.
"Rui Rio não tem conseguido fazer o seu papel de oposição à direita e não haverá possibilidade nenhuma de Governos à direita sem o Chega", disse André Ventura.

Um dia, Rui Rio cairá em si e detestar-se-à mais do que detesta Passos Coelho ("dizem que André Ventura é uma criação do antigo líder social-democrata...") e Ventura. 
Tomará consciência do que Ventura lhe fez e viverá o resto dos seus dias isolado, ressabiado e amargurado. Porventura, condenado a assistir ao renascimento de Passos Coelho.
A vingança vai ser servida fria. Quando Rio chegar a perceber isso será tarde de mais...

A alegria e o divertimento são fundamentais à vida. A inconsciência não...