segunda-feira, 23 de maio de 2016

Um banco de jardim...

Citando Miguel Almeida.

"Como escrevi na passada semana, o tiro de partida das autárquicas está dado.
João Ataíde anunciou a sua recandidatura e João Portugal, ao contrário de há quatro anos, vibrou com o anúncio.
António Tavares, anunciou que abandona a vida autárquica no final do mandato, deixando o desabafo de que está farto de “jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona”.
Daniel Santos, faz “prova de vida” num artigo em que deixa no ar a possibilidade do reaparecimento do movimento Figueira 100%. Ou seja, a campanha está na rua. Parece-me demasiado cedo, mas o que é certo é que quem quiser ir a jogo, vai ter de afinar estratégias e acelerar o passo.
Todos sabemos que a política tem horror ao vazio, e quem quiser protagonizar alternativas tem de rapidamente começar a desmontar a narrativa do atual inquilino dos paços do concelho. Como repetidas vezes tenho escrito, importa fazer um debate, o mais alargado possível, sobre o paradigma de governação municipal que queremos.
É imperioso que se aproveite este súbito arrebatamento de alguns com as eleições autárquicas, para inverter este estado de letargia em que mergulhou a denominada “sociedade civil” figueirense.
Faz falta o contraditório e a discussão. Faz falta que todos se sintam convocados a proferir pensamento.
É preciso sair da zona de conforto e trazer o debate da mesa do café para fóruns mais alargados, sem clubismos nem crachás na lapela.
Se este debate for possível, as próximas eleições autárquicas serão um reflexo de um tempo novo."

Nota de rodapé.
O banco de jardim que a foto mostra, sem utilizadores, faz lembrar o vazio da tristeza em que vegeta a vida politica figueirense. 
Este banco de jardim, depois de construído foi colocado naquele lugar, para proporcionar o diálogo, mesmo em silêncio, ou em contemplação. 
Presumo que o objectivo era estabelecer algum tipo de relacionamento. 
Será que os figueirenses se vão sentar e trocar umas ideias?..

Uma empresa de sucesso...

Lusiaves/Avisabor… "Frangamente" a explorar os trabalhadores...
Recorde-se.
Avelino Gaspar, Fundador e CEO do Grupo Lusiaves, foi  condecorado por S. Exa., o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a Comenda de Mérito Industrial...

Duas notas de rodapé...
1. Terá acontecido, ou fui eu que sonhei, que os fundos estruturais da Europa jorraram em apoios às ideias de reestruturação de amigos e amigos de amigos do anterior Presidente, quando era primeiro-ministro? 
E se isto tudo aconteceu, não sei onde está a surpresa... 
O PPD/PSD não é um partido político; é uma empresa de sucesso. 
Parabéns, portanto, a todos os que contribuíram, com o seu voto, para o empreendedorismo de sucesso desta gente...
2. Citação de Filipe Tourais.
Estou a achar o máximo ver o pessoal dos colégios privados a comparecer a todas as cerimónias públicas onde estejam presentes membros do Governo para dar largas ao Mário Nogueira que - afinal! - vivia adormecido dentro de cada um. É um progresso. Pode ser que ainda percam definitivamente a cabeça e daqui a uns tempos acabem por perceber qual é a diferença entre um direito e um privilégio. Por enquanto, e apesar de se manifestarem, ainda estão na fase "aquilo que em ti é privilégio em mim é direito"/"estou-me nas tintas se o meu privilégio prejudicar o teu direito".

Quem disse que os jovens figueirenses não são dinâmicos e empreendedores e que a política lhes passa ao lado?..

Citando Jot´Alves, no jornal AS BEIRAS: 
«lideram a concelhia local do PSD uma geração (quase) inteira de antigos dirigentes da JSD».

FIGUEIRA DE SEMPRE: "A BATOTA AMENA"

Viajar, é do que conheço de mais gratificante. 
E quando se fala em viagem, podemos simplesmente viajar no tempo, recuar a uma cidade que existiu lá atrás, no tempo, mas que, bem vistas as coisas, continua a Figueira de sempre.
Obviamente, que não vivi o tempo em que foi escrito o texto que publico a seguir, mas sinto que há qualquer coisa da nossa cidade que sempre ficou e permanece, vinda do passado.
Por isso, é da mais elementar justiça, recolher essa parte de nós, lá deixada, e divulgá-la.
Até porque, fisicamente, a Figueira, cidade, tem vindo a perder muito do seu encanto, a que acrescento, qualidade de vida. 
A Figueira é uma construção que os políticos consentiram - e, também, contribuíram ao longo dos anos -  que se viesse a transformar numa catástrofe onde a impiedade, a assimetria e a desconformidade estão a ser levadas ao limite. 
Neste momento, exemplo disso, são os 2 milhões para aproximar a Figueira do Mar e da Praiaquando o que deveria ser feito era  procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Quem tomou esta iniciativa, desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
E o problema da erosão costeira continua a crescer e a agravar-se a sul da barra do Mondego... 

"Mesmo cá de longe eu estou perto; estou a ver o desvairamento com que aí na Figueira se joga a batota, sob as vistas complacentes da autoridade que neste ponto não cumpre a lei nem as determinações superiores. Estou a ver o suspiro de alívio de mesiurs, os batoteiros, donos da nossa encantadora praia, onipotentes senhores, que teem a mão na policia e o administrador do concelho e falam de papo, entricheirados nas casas de vício e de exploração que são os chamados Casino Peninsular e cafés Europa e Hespanhol; suspiro de alívio por julgarem ter-se visto livres de quem lhes põe a calva á mostra, interpretando o sentir de toda a gente honesta e trabalhadora, que vê no jogo um prejuízo para os seus legítimos interesses.
Mas enganam-se os cavalheiros da indústria do jogo. Eu cá estou. (…)
Tivessem as autoridades a noção simples do dever que são obrigadas a cumprir, e há muito que a nossa praia estaria limpa d`esses senhores, que vassouram para a burra dos patrões avaros e rapaces o que a ingenuidade e o vício atiram para cima do tentador pano verde. E limpa também d`esses mesmos patrões que mal sabem ler e escrever, cuja origem e procedência é quasi sempre incerta, mas que passeiam a sua sobranceria, acotovelando com desprezo as pessoas que ganham honradamente a sua vida.
(…)
Fechem-se as batotas! Cumpra-se a lei…"

António Amargo, O Figueirense, 10 de Setembro de 1922, via ÁLBUM FIGUEIRENSE.

domingo, 22 de maio de 2016

Quando um político - estúpido ou inteligente - faz algo de que se envergonha, diz sempre que cumpriu o seu dever...

Embora haja ainda quem  goste de se sentar na cadeira ao
 lado do Poeta, para conversar, a maioria vira-lhe as costas.
Argumentam que o Poeta não fala, só gosta de ouvir...
Se não fizermos o que tem de ser feito, ninguém o fará por nós...
Todavia,  não há nada que chegue ao sossego!.. 
Quem é que gosta de pressões, contradições, correrias, tarefas chatas a cumprir?... 
Ai que prazer, 
Não cumprir um dever, 
Ter um livro para ler 
E não o fazer... 
O Poeta sabia do que falava e eu entendo-o tão bem!..
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Tavares, o mal-amado...

Mais um que foi triturado pela máquina do PS/Figueira...
Pena foi ter deixado uma imagem humilhante para os socialistas e restantes figueirenses.
A percepção que fica, é que na nossa cidade, politicamente falando, continuamos em contínua degradação e declínio...

Como já sabemos, desde sexta-feira, António Tavares vai abandonar a vida autárquica no final do mandato. A saída do vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz está agendada para o final do ano de 2017. 
Motivos - e passo a citar António Tavares, via o jornal AS BEIRAS: «já dei aquilo que é exigido a um cidadão médio». Que acrescentou: «trata-se da retirada de um cidadão que está na casa dos 60 e que o que quer é paz e descanso e fazer outras coisas». Mais: «já não tenho pachorra para jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona».
António Tavares apela aos que gostam dos jogos de poder que o esqueçam. «Deixem-me em paz. Não quero saber de nada». Aliás, a desilusão é de tal monta, que nem garante se vai continuar como militante... Recorde-se que Tavares é militante do PS, desde junho de 2013. Filiou-se porque «sentia alguma injustiça da parte de alguns militantes do PS, partido para que trabalhava há muitos...», justificou na altura o vereador.

Continuando a citar o trabalho publicado na edição impressa do jornal AS BEIRAS, Tavares, sempre oportuno, não deixou de reconhecer que o presidente da câmara da Figueira da Foz, «tem cintura para jogos de poder, lida bem com eles e gosta deles»
Sublinhe-se que nas últimas eleições, António Tavares foi imposto por Ataíde para vice-presidente. Nos «jogos de poder» que aconteceram no processo de elaboração da lista do PS, para as autárquicas de 2013, António Tavares foi um nome muito contestado.
O anterior vice-presidente, Carlos Monteiro, manteve o 2º. lugar e João Portugal ocupou o 4º. lugar, que era de Tavares, que foi em 5º. lugar.

O tempo acaba por devorar tudo... 
Todos somos impotentes perante ele. 
Ignora-nos sobranceiramente, porque sabe que sempre será o vencedor final. 
Glória aos vencidos...  Que somos todos nós, figueirenses!

sábado, 21 de maio de 2016

Estão a ficar sintéticos...

"Direita acusa Governo de favorecer a escola pública"!..

42 anos depois chegámos aqui. 
Ao Correio da Manhã, depois de termos deixado morrer a Capital, o Diário de Lisboa e o Diário Popular.
Continuamos a viver numa rede intrincada de cunhas e rodriguinhos em todos os centros que decidem as nossas vidas.
Temos uma população que norteia as suas acções cada vez mais em prol do culto da imagem e do individualismo.
É incrível como o espírito de Abril se foi perdendo no decorrer dos últimos 42 anos...
Mas, "há sempre alguém que resiste" - ainda há lugar para a esperança. 
Viva o 25 de Abril, apesar de ter sido uma porta que se abriu para o sonho e para a liberdade tão mal utilizada pela maioria do povo português!..

sexta-feira, 20 de maio de 2016

La dernière cène de Tavares?..

Imagem sacada daqui
É uma caixa do jornal AS BEIRAS.
António Tavares vai abandonar a vida autárquica no final do mandato.
A saída do vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz está agendada para o final do ano de 2017. 
«Já não tenho pachorra para jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona», disse Tavares ao jornal que, amanhã, na edição impressa, trará todos os pormenores.

Via-se que o vereador Tavares, ultimamente, andava enfastiado. 
Ou ficou mais exigente, ou ficou mais desiludido...
Que grande desilusão!..
As ilusões, na política,  são perigosas...
Parece que a passagem pela política profissional do intelectual Tavares não correu bem...

Pelos vistos, lá pelo PS figueirense o nível rasteiro agravou-se. 
Quem se deverá safar com o abandono do intelectual figueirense da política activa deverá ser o João Portugal...
A partir de 2017, sem a sombra de Tavares, na Figueira, e afastado da bagunça parlamentar lisboeta, por cá tem tudo para ganhar novo e mais intenso brilho a sua estrela. 

Se se cumprir o anunciado pelo vereador e escritor Tavares, mais um ano e picos e encerra-se um ciclo na sua vida.
A vida, tal como um livro, tem capítulos! 
Um livro também tem  vírgulas, pontos e pontos finais parágrafos.... 
A vida  passa por encerramentos e recomeços! 

Estava escrito...
Na política figueirense, nada é simples. 
Nada é a preto e branco.

Sabia que no concelho da Figueira é usado glifosato nos espaços públicos?..

O glifosato é o herbicida que mata todas as plantas excepto as modificadas artificialmente para lhe serem resistentes. 
O Bloco de Esquerda questionou por escrito todas as Câmaras Municipais sobre o uso de glifosato nos espaços públicos. Num total de 112 respostas obtidas, apenas 18 foram negativas: 94 Câmaras Municipais responderam que nos seus concelhos se recorre a este perigoso herbicida. Entre as que responderam sim, está a Figueira da Foz...

Nota de rodapé.
O Roundup foi criado em 1974 pela Monsanto, rendendo milhões de euros de lucros anuais a esta multinacional.

Na Figueira, a estabilidade política está estável...

Enquanto no PSD/Figueira o Manel vai sendo frito em lume brando, continua a andar por aí uma malta, para quem a política é a condução dos assuntos públicos para o proveito dos particulares, a ficar cansada de esperar, mas a aguardar pelo que julga o momento certo para avançar...
Só que, por vezes, os que esperam pelo momento certo, para tentar fazer alguma coisa, acabam por nunca fazer nada.

Na Figueira, as estratégias partidárias deveriam ser políticas, não pessoais.
A política, na Figueira, principalmente nos tais partidos do arco do poder, anda próxima do grau zero. 
Mas, a estabilidade está estável.  
E isso é importante: o futuro, para certas almas, continua assegurado.

Política, em democracia, deveria ser conflito e compromisso. E, já agora, negociação. 
Era isso que a tornaria fascinante e útil. 
Também na Figueira...
Todavia, alguém consegue lobrigar, neste momento, nos partidos do arco do poder figueirense,  estratégias de políticas sérias que metam as pessoas lá dentro?

Mas - e isso é importante... - a estabilidade está estável.  
Ao que parece não existem problemas na política local.
Contudo, o problema é capaz de ser precisamente esse: é que aparentemente não existam problemas.
O nosso problema, se calhar, é os políticos figueirenses pensarem e agirem como os que pensam que ter problemas, é um problema.

Da visibilidade...

No dia em que um tal António Agostinho foi à Assembleia Municipal, realizada no passado dia 29 de Abril, falar no período antes da ordem do dia, sobre o Posto Médico da Cova e Gala, tanto o presidente da câmara, como o vice-presidente não estiveram presentes para ouvir o munícipe.
E, ironia do destino, foi isso que acabou por ficar na lembrança de muita gente, isto é, foi isso mesmo que acabou por dar visibilidade, importância e atenção à intervenção desse tal de António Agostinho...

Resumindo e concluindo.
A visibilidade não depende de se estar em primeiro ou segundo plano para alguém. De se ser amigo, ou ignorado por alguém, mesmo que esse alguém esteja conjunturalmente no poder. 
Um simples rodar no anel de focagem acaba por fazer toda a diferença. 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

No fim do mandato é preciso material para incluir no folheto de propaganda para a campanha do próximo mandato...

Rui Curado da Silva, esta quinta-feira, assina mais uma oportuna crónica nas BEIRAS, a que dá o sugestivo título de "Desconstruções na areia".

Passo a citar:
"O Grupo de Trabalho para os Sedimentos, constituído em abril de 2015 pelo Secretário de Estado do Ambiente, publicou o seu relatório final a 30 de setembro de 2015, onde se pode ler na secção dedicada à Barra da Figueira o seguinte:
«Num contexto de incerteza sobre os impactos resultantes do desassoreamento da praia da Figueira da Foz, nomeadamente sobre o litoral de Buarcos, e do seu potencial como mancha de empréstimo, recomenda-se que o areal daquela praia não seja objecto de ocupações com carácter fixo e permanente».
Claramente, a ciclovia e as estruturas que começaram a ser implementadas pela autarquia na praia no âmbito do projecto de requalificação do areal, não respeitam esta recomendação.
O mandato deste executivo caminha para o fim e a pressão para apresentar a “obra do mandato” é inexorável. Já vimos este filme na Figueira, já experimentámos esse clima frenesim pela “obra feita”, uma paixão pelo betão que causou estragos permanentes.
Porque é que a obra do mandato não pode ser de outra índole?
Porque é que a obra do mandato não poderia ser deixar uma faixa costeira mais segura para as gerações vindouras?
Porque é que não poderia ser encontrar uma solução eficiente para combater a erosão costeira na margem sul?
Porque é que não poderia ser implementar uma solução equilibrada para o areal da margem norte e devolver a baía a Buarcos?"

Nota de rodapé.
Boas perguntas...
Mas, a cartilha é sempre a mesma. Apesar da possibilidade de se endividarem ter minguado, a malta continua a endividar-se para fazer a tal "obra do mandato"...
Quem vier a seguir que se desenrasque.
É preciso é "obrar" para o boneco. 
No fim do mandato é preciso material para incluir no folheto de propaganda para a campanha que há-de conduzir a mais um mandato.
Propaganda é o que mais preocupa os "nossos" autarcas. 
Portanto, João Ataíde, leve quem levar na sua lista,  vai, muito provavelmente, ganhar de novo as eleições. A máquina está muito bem montada e oleada...
E ai de quem mijar fora do penico... 

Ainda a propósito do Centro de Saúde Lavos...

para ler melhor, clicar na imagem
"Meu Caro amigo Manuel Cintrão.       
Li o teu artigo que a Voz da Figueira publicou no seu número 3149 de 11 do corrente mês de Maio, acerca da Politica de Saúde no concelho da Figueira da Foz. 
A propósito de que escreveste apetece-me fazer os seguintes comentários: 
Partes de pressupostos errados. Em primeiro lugar afirmas que o Presidente da Câmara da Figueira da Foz é que define a política de saúde para o concelho. Estás errado. Mas estás errado propositadamente (ou eu não te conhecesse). Tu sabes bem que quem define essa política é o Governo através da ARS. Mas tu, que és um homem inteligente (e aqui também há um pouco de Maquiavel) sabes bem que não adianta grande coisa pressionar o Governo ou ARSC, que são Entidades dificilmente pressionáveis (estão lá longe) e que provavelmente nem o teu artigo lerão. Então trataste de pressionar o elo mais fraco, por estar mais próximo e ter sobre a cabeça a espada das eleições Autárquicas de 2017. Está bem pensado, sem dúvida. É de Mestre!"... 
JOSÉ ELÍSIO FERREIRA DE OLIVEIRA, no jornal A Voz da Figueira. 

Nota de rodapé.
Como todos sabemos, a saúde é um valor central para a administração de um concelho como o da Figueira da Foz, pelo que o desenvolvimento da saúde e a promoção da saúde, são questões fundamentais para os princípios da equidade, sustentabilidade, cooperação intersectorial e solidariedade de uma comunidade - e isso não pode ser indiferente a um presidente de câmara.
Por isso mesmo,  João Ataíde deu prioridade à saúde na sua intervenção à frente dos destinos da autarquia. Esse facto remonta a 2009, ao início do seu primeiro mandato, como explicámos aqui.  

Exigia-se era que o planeamento e alargamento da rede de equipamentos de cuidados de saúde primários no nosso concelho, fosse devidamente dimensionado, isto é baseado em estudos sérios e não ao sabor do improvisos e sem ter em conta as diversas implicações que daí resultariam.
Deveria ter sido essa a prioridade do presidente Ataíde, e não limitar-se a seguir o que vinha do passado e agarrar logo a disponibilização de um terreno para um edifício para a implantação  de uma nova unidade de saúde, sobredimensionada para as necessidades do agregado populacional que iria servir, como é o caso do elefante branco construído, de raiz, por um executivo camarário presidido por João Ataíde, em Lavos.

Por outro lado, como sabemos, com a criação dos  Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES) foram atribuídas outras funções às autarquias, designadamente a presidência dos  Conselhos da Comunidade e a participação no Conselho Executivo de cada ACES

Fico por aqui. 
A resposta à carta do José Elísio, como é óbvio, se assim o entender, caberá a Manuel Cintrão dá-la.
Do meu ponto de vista, como um dos lesados pela política de saúde para o nosso concelho, pensada, definida e executada pelo Presidente Ataíde, porventura, com a desinteressada ajuda do José Elísio, resume-se a  isto: às vezes, para sermos melhores basta, simplesmente, querer ser diferentes de outras pessoas com as quais não concordamos.

Quem disse que o lugar de mulher era na cozinha?...

Aqui está uma mulher com brilho nos olhos.
Alexandra Leitão, Secretária de Estado da Educação, usa texto enviado pelo Ministério da Educação do governo anterior ao Tribunal de Contas para esclarecer a ilegalidade dos contratos de associação em zonas onde não exista carência de escolas públicas
Que prazer, que gosto e que gozo, não dá ver os peões da direita a rebolarem os olhos ao levarem com os seus próprios argumentos...
Video sacado daqui.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Na Figueira, a festa para as autárquicas de 2017 vai de vento em popa... (II)

Já temos um candidato - João Ataíde.
Já temos (?...)  um não candidato - Miguel Almeida.

Eng. Daniel Santos
... "Ora, com o advento dos interesses individuais e de grupo dentro dos partidos, que deveriam consubstanciar na administração a defesa dos interesses da sua terra, ficou subvertida por completo a lógica dos objetivos, passando aqueles a tratar quase exclusivamente do seu umbigo.
Foi esta uma das razões que conduziu ao advento espontâneo de um grupo de cidadãos que, em 2009, se apresentaram a sufrágio com sucesso, apesar dos ignominiosos ataques de que a ousadia foi alvo. Se alguma coisa foi conseguida, não contribuíram porém para a reflexão e consequente reorientação dos partidos, que era um dos seus objectivos.
Será que, se tal voltar a acontecer, conseguem os figueirenses ajudar a colocar ordem naqueles comportamentos?"

E se...?

Se eu vos desse metade do que conquistei nenhum de vocês voltava a trabalhar!

Passei ao lado de uma grande carreira.
Quando sai da escola primária era para ter ido para o seminário.
Apetecia-me ser padre.  
Lembro que me seduziam os caldos, o sossego, a leitura - e, sobretudo, a tentação permanente.
Contudo, como a minha Mãe não deixou que fosse padre, vi-me na necessidade de percorrer outros caminhos...
A minha vida foi assim... 
Por um acaso, como já perceberam, foi mesmo assim.
Se tivesse ido para padre, como me apetecia, a minha vida não teria sido assim.
E se a minha vida não tivesse sido assim, a  minha vida teria sido, simplesmente, de outra maneira! 
Simplesmente, porque é assim!
Garanto, que se eu vos desse metade do que conquistei, nunca mais voltavam a trabalhar. 
Querem saber o que eu tenho? 
Preguiça, esse magnífico hábito de descansar antes da fadiga.
Para os invejosos, aproveito para esclarecer, que não fazer nada é a coisa mais difícil do mundo - a mais difícil e a mais intelectual....

Nota de rodapé...
Para os chatos, o chato não é ser chato.
O chato, é ficarem sem ter quem chatear...
Eu sei que estamos a atravessar dias difíceis. 
Ontem, não choveu. Hoje, estamos a ir pelo mesmo caminho. 
O campeonato já acabou, mas ainda temos as taças...
Querem mais?..
Fica uma sugestão?
Vão tentar chatear o Camões.

A partir de hoje, digam o que disserem, temos uma autoestrada única...

Papa:

"Um Estado deve ser laico".

terça-feira, 17 de maio de 2016

A propósito da crónica "privatização"...

Hoje no jornal AS BEIRAS, a colunista Isabel Maranha Cardoso, publica o que passo a citar:

"Uma das tendências relacionadas em geral com um ambiente de liberalismo, que afirma um protagonismo do mercado e a diminuição do peso da intervenção pública na economia e na sociedade, é a privatização.
Este processo passa pela rarefacção do papel do Estado e das suas responsabilidades operativas e de execução e por uma confiança muito maior nas forças da sociedade e da economia.
Habituámo-nos, em nome da muito repetida frase “ineficiência do Estado”, a acharmos normal serem os privados a executar tarefas que pertenciam ao Estado, a troco de “generosas” contrapartidas financeiras e nem sempre com o proporcional interesse público salvaguardado.
Está bem presente o caso das “PPP”, conceito importante e útil mas totalmente desajustado nos meios e fins a que se propuseram, tendo criado elevados compromissos financeiros para o Estado, muito superiores à utilidade pública que proporcionaram.
Reavivámos este tema face à avaliação das necessidades operativas, em termos de educação, que levou a cabo o ME e que dominou o debate público e político da semana passada, “desinformando” os cidadãos sobre os verdadeiros propósitos da polémica – a privatização do ensino.
Atribuiu-se à rainha de França Maria Antonieta o dito “se o Povo tem fome, dêem-lhe brioches”.
Pois eu diria, nesta questão da educação – o Estado só pode dar pão; brioches, quem os preferir, vai ter de os pagar!"

Não poderia concordar mais com a opinião que acabei de citar, expressa pela colunista Isabel Maranha Cardoso no jornal AS BEIRAS.
Só que esta maldita minha memória recorda-me a  privatização da água feita na Figueira, quando o PS estava no poder. 
Foi no último mandato do presidente Aguiar de Carvalho.
Na altura, a privatização da água na nossa cidade foi disfarçada com a utilização de um eufemismo: o termo concessão.


Ainda por cima, como foi  uma concessão de “primeira geração”, o investimento a realizar na rede, acabou por ser da responsabilidade do nosso município. 
Registe-se, que a concessão a operadores privados do sector das águas assentou no pressuposto da incapacidade financeira de alguns municípios em realizar as infraestruturas necessárias à reestruturação dos sistemas de águas e de saneamento.
Contudo, a Figueira da Foz teve um encargo de  € 8.698.396,65...
Sublinhe-se que o conjunto das concessões que registaram encargos públicos directos (58% dos contratos auditados) representou um investimento público global na ordem dos € 93.354.074,15

Os contratos de concessão com o maior nível de encargos públicos são os seguintes:
Santa Maria da Feira - € 43.543.193,11
Setúbal - € 19.960.101,71
Figueira da Foz - € 8.698.396,65
Barcelos com € 5.780.366,00

O que era público, passou efectivamente a ser privado. Por isso, de um ponto de vista prático, concessão ou privatização foi a mesma coisa.
Em termos gerais justificativos, os municípios concedentes destacaram como factores de risco “elevado” das concessões, susceptíveis de implicarem compensações directas às concessionárias, na sequência de processos de reequilíbrio, as estimativas de procura abaixo do caso base. 
Tratou-se do caso das entidades concedentes de Azambuja, de Figueira da Foz, de Ourém, de Paredes, de Santa Maria da Feira, de Matosinhos, de Vila do Conde, de Paços de Ferreira, de Marco de Canaveses e de Barcelos, o que representou cerca de 37% das concessões. 

Por outro lado, não se garantiu o interesse público.
Nomeadamente:
Não se efectuou a transferência de risco para o parceiro privado/concessionária;
O privado não assumiu riscos inerentes às actividades de exploração e financiamento da concessão;
Dos contratos não constam, de forma discriminada e detalhada, os riscos a assumir por cada um dos parceiros;
Os contratos não identificam as situações susceptíveis de gerarem partilha de benefícios entre as partes, utentes, concedente e a concessionária;
Os contratos não enunciam, de forma clara, os objectivos da parceria/concessão, bem como, os resultados que se pretendem do parceiro privado;
As concessões não contemplam um prazo de vigência do contrato adequado ao ciclo de vida e às especificidades do investimento a realizar;
O modelo de concessão não apresenta, para o concedente, vantagens relativamente a outras formas alternativas de alcançar os mesmos fins;
As tarifas - e todos sabemos quanto pagamos - apenas pretendem garantir o lucro do privado.

Por tudo isto e muito mais, não seria de encarar a remunicipalização do sector da água no nosso concelho, porque a água é um bem público e não uma mercadoria?..

Soberbo...

foto António Agostinho
...juro que também ouvi Rodrigo Queiroz e Melo, director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, dizer no programa Prós e Contras na RTP 1 que "o Estado cometeu a ilegalidade" de construir escolas públicas onde já havia colégios privados. 
E, quando aqui chegamos, já não há mais nada para discutir ou debater.
Portanto, o malandro é o Estado que ofereceu escolas e hospitais aos cidadãos... 
Os malandros não são os artistas, com bons contactos dentro dos governos PS e PSD, que se aproveitaram disso para criar empresas de caça ao subsídio e construir assim um negócio à custa da mama do dinheiro de todos nós...
Portanto, chegados aqui, o mais lógico é processar o Estado por cumprir a Constituição!