domingo, 18 de outubro de 2015

No país do divertimento...

Colocam Marco António Costa a falar de  "transparência e veracidade" das contas públicas... 
O que é que um gajo pode fazer mais, além de rir?..
Rir até chorar!..

sábado, 17 de outubro de 2015

Ter e ser...

Desde que OUTRA MARGEM viu a luz do dia - já lá vão uns 9 anitos e teca - ficou bem patente a minha independência, que muitos não conseguem perceber e muito menos aceitar.
Já ganhei alguns "ódios de estimação", que eu nunca retribui na mesma moeda. 
Aliás, o que me move é fácil de explicar: OUTRA MARGEM, para mim, que não sou filiado em nenhum partido, não tenho amigos na politica local ou nacional, não tenho interesses partidários nem económicos ou financeiros, foi sempre para mim um meio de participar activamente na discussão em redor da actualidade covagalense, figueirense e nacional. 
Podem acusar-me do que quiserem - o mais habitual não é rebater os meus argumentos sobre o que posto (alguém é capaz de contestar que não tenho razão nos alertas que tenho vindo a fazer ao longo dos anos sobre a erosão costeira a sul da barra ou o aumento em 400 metros do molhe norte?..) mas que sou sempre do contra, o que não é verdade.
A esses digo, apenas, isto: quando conseguirem perceber a minha independência, perceberão todo o resto
Enquanto morar em mim a esperança de que há uma possibilidade de ser possível viver numa Aldeia, num Concelho e num País melhor do que isto que temos, vou continuar por aqui.
Quando perder totalmente essa esperança, meto o teclado no saco... 
Os anónimos podem continuar a enviar mensagens, pois isso contribui para melhorar a minha disposição.
Nos dias que correm um gajo tem tantos problemas, que qualquer coisa que contribua para o divertimento diário é bem vinda.
Sou optimista por natureza.
Optimismo para mim é simples: é somar a + b na máquina de calcular e esperar obter c. 
O Dr. Salazar era ainda mais simplório: existe o mito urbano - não sei se criado ou alimentado por ele - que criava galinhas em S. Bento para aliviar os contribuintes dos encargos com a sua alimentação, enquanto os portugueses, fruto da política que implementou e impôs em décadas de ditadura, iam morrendo todos os dias: na guerra colonial, à fome de comida, de cuidados de saúde e privados do acesso ao saber e à cultura.
Este país do faz de conta, onde é mais importante ser do que ter, continua a precisar é de estilo: sobretudo, de sinais exteriores de modernidade e estatuto comuns aos que não sendo, querem parecer que são.

"Que país de merda"! (II)

foto sacada daqui
Pelo menos um dos cinco pescadores que morreram no polémico naufrágio da Figueira da Foz poderia ter sido salvo. O Sexta às 9 sabe que as Finanças terão vetado o alargamento do horário do socorro que, neste caso, se revelou fatal.

O pescador esteve no casco do navio a agonizar e a pedir desesperadamente por ajuda. A ajuda, essa, só chegou duas horas mais tarde e foi prestada por um militar da Polícia Marítima que usou uma mota de água. A lancha do Instituto de Socorros a Naúfragos nem saiu do porto, uma vez que os serviços do instituto fecham às 18 horas e o acidente aconteceu pouco depois das 19 horas. Nos últimos dois anos, só na barra da Figueira da Foz, morreram 11 pessoas em três naufrágios em tudo semelhantes.

Em tempo. 
João Traveira, pouco tempo depois do acidente escreveu isto que, passados todos estes dias, continua a arrepiar-me.
"Não consigo por palavras dizer tudo o que sinto depois de mais um barco ir ao fundo, do salva vidas não ter ido lá buscar as balsas porque está avariado, ver o chapas sozinho sem luz a ir socorrer as pessoas no mar de noite. Os nossos políticos e decisores não fazem ideia de nada e a ignorância nestes cargos é crime. Que pais de merda!"
Desculpem lá, mas se isto não é um país de merda, alguém por favor me explique o que é um país de merda?..
Uma palavra final para este oportuno e profissional trabalho jornalístico da equipa do Sexta às 9.
Sublinhe-se, por ser verdade, que a comunicação social em Portugal ainda é servida por muitos profissionais competentes e responsáveis. 
Porém, como em todas as profissões, há de tudo
Até há quem de forma despropositada e gratuita se preste a desnecessárias e infelizes figuras desproporcionadas ao momento que se estava a viver e à situação ..
Platão nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C.. 
No entretanto, viveu. 
Até porque, na altura, não havia assim mais nada para fazer.
Por exemplo, não podia ficar só em casa, deitado no sofá a ver um José Carlos Malato, um Fernando Mendes, um João Baião ou até um Manuel Luís Goucha.
Nesse tempo, havia mais vida para além da imagem...

O empobrecimento competitivo

Assinalando o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza (17 de outubro), o Instituto Nacional de Estatística apresentou ontem - num documento síntese que vale a pena ver na íntegra - os dados definitivos do mais recente «Inquérito às Condições de Vida e Rendimento». O balanço da legislatura que agora termina não podia ser mais claro: Portugal converteu-se num país mais pobre e mais desigual, como demonstram os resultados obtidos pelo INE.
Risco de pobreza, que se manteve em cerca de 18% até 2011 dispara, em 2013, para 20%. A Intensidade da pobreza sofre um agravamento sem precedentes: aumentando apenas cerca de meio ponto percentual durante a crise financeira (2008-2011), regista um acréscimo de dois pontos percentuais desde então (para passar a situar-se, em 2013, nos 30,3%). A Privação material severa, que traduz a carência forçada num conjunto de itens (como a capacidade para pagar a renda, ter uma refeição de carne ou de peixe pelo menos de 2 em 2 dias, ou manter a casa adequadamente aquecida) atinge os 10,6% (quando entre 2008 e 2011 tinha descido de 9,7 para 8,3%). Por último, a Desigualdade na distribuição do rendimento atinge um rácio de 6,2 na diferença entre a proporção do rendimento dos 20% da população com maiores rendimentos e o rendimento auferido pelos 20% com menores rendimentos). 

Poderá pensar-se que estes são os custos inevitáveis do «ajustamento», mesmo quando os dados desmentem a «ética social na austeridade», prometida pelo governo no início da legislatura. Mas o que sucede, na verdade, é que o empobrecimento constitui um dos vectores essenciais da proclamada «mudança estrutural da economia portuguesa», assente na competitividade à custa de cortes nos salários directos e indirectos (e que implica, por seu turno, a desestruturação do mundo do trabalho e o reforço das «zonas de conforto» e dos rendimentos do capital).

É por isso, aliás, que muito do que está em causa nos dias que correm é a escolha, para o nosso futuro, entre uma economia medíocre, que aprofunda o empobrecimento do país, e uma economia aposta na qualificação do trabalho, na modernização dos tecidos produtivos e na coesão social. Pensar que uma e outra se podem conciliar e calibrar, num qualquer Orçamento de Estado negociado com a direita, é não perceber o que se passou nos últimos anos e subestimar a agenda ideológica que se pretende prosseguir, com a ajuda e cumplicidade das instituições europeias. Já bastam, de facto, as dificuldades e constrangimentos que teremos de enfrentar.


Nuno Serra, via Ladrões de Bicicletas

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Papão nosso que estais no céu

João Quadros
"Junto com o papão dos mercados veio o papão dos comunistas. No meu tempo de criança, dizia-se que os comunistas comiam crianças ao pequeno-almoço, e muitos acreditavam, talvez porque fosse mais provável do que no Vaticano. Tentando despertar velhos fantasmas, as capas dos diversos jornais portugueses falavam no PREC e o Expresso tinha um mural comunista na sua edição online. Depois de semanas a distribuir a biografia do Hitler, agora estão em pânico com o PREC. Pinto Balsemão está com ataques de anacronismo. Percebo o descontrolo, em 15 dias perderam o Governo e a indústria alemã como exemplo. Só falta o Marcelo ser um travesti. 

No fundo, tudo isto se resume a um medo terrível de que alguma coisa mude no que tem estado tão bem assim. Tudo pela tradição que aqui nos trouxe. Até a lógica do deve fazer Governo o partido mais votado, com o apoio do outro do arco, é a mesma da praxe: se não fizeres, és excluído. Não vem na lei, mas é tradição. Estamos perante a chamada Democracia de Barrancos. O melhor é matar o animal."

ALERTA !ALERTA COSTEIRO 14/15, mais do que possível é já uma certeza

"Dia 23 de novembro vamos plantar o dobro dos pinheiros - 1000 pinheiros mansos vão ser plantados
0,9 hectares vão ser reflorestados no pinhal da Cova-Gala. 
Alerta Costeiro 14/15 - Missão Florestação mais do que possível é uma certeza. 
Dia 23 de novembro, Dia da Floresta Autoctone conto com a vossa ajuda para plantar os mil pinheiros".

Pedro Agostinho Cruz

A vida...

"Os heróis sempre fizeram parte da vida da maior parte das pessoas, um jogador de futebol, o pai, ou uma qualquer a personagem da banda desenhada, o Super-Homem ou Mandrake, conforme os gostos. A televisão veio tornar mais elástica a fila, a montra que é apresentada todos os dias. Subliminarmente vão-nos sendo mostrados chefes, pensadores, economistas, políticos, como os exemplos maiores e melhores de heróis, exemplos a serem seguidos por todos nós, meros números deste mundo de formigas. Pela parte que me toca, tenho para mim que ser herói é coisa diferente e voto, desde já, em duas categorias: os pescadores e os bombeiros. 
São seres como nós, não deitam fogo pelas mãos, não voam, não se teletransportam, não se tornam invisíveis, não mudam de forma, mas trabalham em condições difíceis para nos trazer alimento, com baixos salários, e pouca segurança, defendem-nos do fogo, salvam bens e haveres, até são parteiros, quando necessário. Outros poderia acrescentar, como os mineiros e os polícias, mas será assunto para outra crónica."

Crónica de António Augusto Menano, escritor, hoje no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.
Tantos heróis que morreram na Figueira e poucos dias depois não lhes lembramos sequer os nomes nem a gesta. 
São os heróis desconhecidos. Os heróis do quotidiano. As pessoas vulgares que conhecemos e que ninguém mais, na realidade, conhece.

Todos temos projectos sem fim e grandiosos. 
Tudo marcha, porém, à medida da nossa grandeza ou da nossa pequenez.
Todos somos candidatos a heróis numa cidade que criou tantos heróis com pés e ideias de barro. 

Só há um tipo de riqueza: a nossa própria. 
Um só tipo de liberdade: a de conseguir vivê-la, impedindo que nos apertem o colete de forças em que vivemos.
Libertadores somos das nossas responsabilidades. 
Quando deixamos morrer a nossa liberdade individual, a cidade perde e morre também com a nossa incúria. 

A Figueira é assim. Uma cidade que tem vindo a morrer em paz. 
Podre.
Estamos mergulhados num coma profundo de que poucos se dão conta. Vivemos numa cidade que apesar de ter um bonito pôr do sol, vive sem horizonte, mergulhada na desesperança sem fim. 

Continuamos a morrer em paz. 
Podre.
De quem é a culpa? 
Como sempre, de todos e de ninguém! 

Recordando alguns dos avisos de um Senhor chamado Manuel Luís Pata


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Uma carta que merece ser lida com a máxima atenção

AQUI.

Veneno - puro...

Às vezes acho que tenho visões do futuro...
Será que vai ser igual ao presente, mas em pior?..
"Francisco Assis iniciou, hoje, um caminho longo para a liderança do PS. 
Não será um caminho fácil, nem garantidamente bem sucedido. 
Para que o vasto e numeroso leque de apaniguados de Costa seja desalojado do poder terá de fazer o PS descer ainda mais baixo do que já fez. 
Não será coisa impossível, nem sequer improvável. 
E será tanto mais breve, quanto melhor sucedida for a estratégia do actual secretário-geral."

PSD e PCP emitem comunicados sobre o naufrágio do Olívia Ribau...


Se esta será a sua eternidade, não sei...

"Diário de Coimbra e o actual momento político".

A nossa informação, está pelas ruas da amargura. 
Jornais, rádios e televisões, renderam-se ao magnífico chefe. 
O absolutismo democrático reinante, a falta de liquidez e a necessidade de manter os empregos, transformaram jornalistas em animadores e aprendizes em abrilhantadores.
Continua por resolver o problema da blogoesfera. 
A resposta ao "jornalismo" do grupo Diário de Coimbra está aqui.
Limito-me a sublinhar.
"Não deixa de ser curioso que os jornais deste grupo declarem o combate a um governo. Tanto mais a um governo que ainda não existe e não se sabe se existirá. Mas percebemos que esse combate não é só de amanhã, mas foi e é o seu combate de todos os dias. Percebem-se assim as suas opções editoriais…
O editorial assinado pelo director finge-se preocupado com a democracia, mas duvido que o editorial tenha sido votado ou sequer discutido com os jornalistas. Certamente baseia-se na capacidade do proprietário em decidir."

Se tivéssemos tido menos cavaco e mais mar...

"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco. Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico. 

Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti? Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.

Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo. Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano. Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras? fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.

JOÃO QUADROS
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria quinhentos de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.

Eu, às vezes penso: o que não poupávamos se Portugal tivesse mar.

Paris-Telheiras, um crónica de João Quadros, publicada a 5 de Abril de 2012 no Negócios.

A direita entre a golpada e a democracia

"Ficou decidido por decreto, aparentemente irrevogável, publicado em 25 de Novembro de 1975, que a Direita é democrática. Que os bombistas, terroristas, aliados da direita, foram “combatentes da liberdade”. Ponto final parágrafo.
Nunca mais desde aquela data até hoje a Direita teve necessidade de fazer “prova de vida” da democracia. Nos dias que correm, tem. O que faria, a partir de hoje, em qualquer país da Europa civilizada – atenção, não confundir com União Europeia – um político que estivesse na situação de Passos Coelho? Isto é, um político que tivesse sido encarregado pelo Chefe de Estado (Rei, Rainha ou PR) de formar governo e se deparasse nas suas diligências com a situação com que Passos se deparou? Muito simples: pedir-lhe-ia uma audiência para lhe comunicar que não tinha condições para formar Governo. “Arranje outro, Excelência”
A direita portuguesa não quer fazer isso. 
Está inclinada para o Golpe. Dentro de dias o saberemos."

Via POLITEIA

Políticas radicais de austeridade...

"Já foram apontadas as principais falhas que provocaram o drama que se viveu na barra da Figueira. Há muitas responsabilidades a apurar, falhas técnicas, falhas humanas, etc. Mas a falha política, a falha de quem tutela os serviços de socorro é a falha mais fria, a mais racional, a mais pensada, aquela que não depende de um instante infeliz de um homem ou de uma falha técnica ocasional de uma máquina. E neste caso essa falha, foi a decisão de encerrar os serviços de socorro às 18 horas. A decisão de restringir a um determinado número de horas por dia serviços de emergência dedicados a acudir acidentes que podem ocorrer durante as 24 horas do dia comporta sempre enormes riscos de mais tarde ou mais cedo se consumar um acidente fatal. É aqui que se traça a fronteira entre a austeridade que mata e políticas de racionalização que não entram em conflito com o conceito de urgência. Um ataque cardíaco tal como um acidente marítimo não têm horas do dia para ocorrer, mas este governo repetidamente implementou medidas de racionalização irracionais, limitando horários de determinadas urgências ao comum horário laboral, como se a morte ao final do dia fosse também para casa jantar e dormir. O conceito estendeu-se à segurança marítima e o acidente acabou por acontecer."

Rui Curado da Silva no jornal AS BEIRAS.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

É uma cena lá deles...

"Comandante do Porto da Figueira da Foz demitiu-se".

"O comandante do Porto da Figueira da Foz pediu a exoneração do cargo, que foi aceite", disse Nuno Leitão, o porta-voz da Autoridade Marítima, à agência Lusa. 
Paulo Inácio manter-se-á em funções até ser substituído, disse a mesma fonte, acrescentado desconhecer qual a data da posse do novo comandante. O novo responsável pela capitania do Porto da Figueira da Foz é Silva Rocha, um oficial, com "larga experiência", que exerce funções na Direcção Geral da Autoridade Marítima e que foi comandante do Porto da Póvoa de Varzim/Vila do Conde. As razões do pedido de Paulo Inácio não foram reveladas. 
No dia 06, um naufrágio à entrada da barra do Porto da Figueira da Foz provocou cinco mortos. Dois outros pescadores foram resgatados com vida por uma moto de água da Polícia Marítima. 
A operação de salvamento, que se prolongou por seis dias, foi criticada por pescadores e familiares das vítimas.

Esta nossa barra: uma preocupação de sempre na minha vida...

Mais tarde ou mais cedo tudo acaba por se saber.
Nada ficará por esclarecer. 
Por mais que se queira encobrir ou dissimular a realidade, vem sempre o tempo em que a verdade se torna clara e exacta.
Isto, porque o que é verdadeiro, já antes aparecia como evidente, mas capsulado num jogo de interesses que só engana quem é tolo ou finge que não quer ver.
Toda a gente sabe que não se deve mexer na forma natural do litoral, sem precaver as consequências.
Como todos sabemos, isso nunca aconteceu com a barra da Figueira. 
Pergunto a quem de direito, se foi assim, de modo "anti-científico" que tudo se passou,  e a quem, nesta altura, se podem pedir responsabilidades por tudo o que tem acontecido, tanto na barra da nossa cidade, como no litoral, a sul da foz do Mondego. 
Fale-se então dos molhes, já que eles estão atravessados na vida das pessoas e no equilíbrio da região, sem que, até ao momento, se assuma o que eles atacam, prejudicam ou perturbam a vida das pessoas. 
Isto é, aquilo que eles continuam a afectar e a destruir.
A Figueira, desde que me recordo, encontra-se à mercê de meia dúzia de empregadores, alguns dos quais enricaram como intermediários ou como jogadores. 
Pouco têm a ver com o trabalho - salvo no que respeita à  exploração.
Portanto, nada perturba esta gente, salvo o que pode prejudicar o negócio. Ou, precisando, os negócios dos seus homens de negócios.
Que importância tem para quem não trabalha ou não produz mais do que as pessoais contas dos seus lucros, as verdadeiras condições e a realidade em que um pescador é obrigado a desenvolver a sua actividade numa barra como a da Figueira? 

Quando em 1977, já por má influência dos molhes,  a Cova esteve quase a ser invadida pelo mar, quem é nos acudiu para além dos militares da Figueira?
Quem é que esteve verdadeiramente preocupado para além dos habitantes da Cova que, na altura, sentiram, por assim dizer, os pés molhados?
Por isso, a mim, quando toca a assuntos do mar, ninguém me ameace com processos em tribunal
Os poderes - e os jornalistas são um poder e em vez de conviver alegremente com o poder - têm a obrigação de pensar no que pode acontecer se se modifica a forma do litoral sem prever as respectivas consequências.
Ao contrário do que dizem, por ignorância pura e dura, os meus detractores, eu tenho passado, uma vida, uma experiência e uma vivência, que é a maior e a única riqueza de que sou dono.
As imagens acima mostram que, mesmo como jornalista, assumi ser sempre uma voz emprestada ao Povo, no sentido de procurar dar a conhecer os problemas vividos e sentidos, por exemplo, pelos pescadores. 
Foi assim, que no desempenho da minha função de jornalista em Janeiro de 1980 embarquei a bordo de uma pequena embarcação de pesca artesanal- o "Tó Cesar" -  e escrevi a reportagem que foi publicada na edição nº. 107 do jornal Barca Nova, cuja publicação data de 1 de fevereiro de 1980.
Quem tiver dúvidas leia. As imagens podem ser ampliadas. Basta clicar em cima.

Em tempo.
Ainda há quem se lembre do meu passado.

Os esclarecidos, não têm dor de burro: têm dor de pertinente inteligente...

"Porque é que uma aliança pós-eleitoral entre o PSD e o CDS foi, em 2011, uma coligação e uma aliança pós-eleitoral entre o PS, o BE e o PCP é, em 2015, uma frente?"
Daniel Oliveira