A
frase é deste blogue e é importante, pois realça um dos defeitos genéticos e óbvios da nossa democracia: qualquer democracia pluralista tem uma direita e uma esquerda, porque só há esquerda se houver direita. E só há
direita se houver esquerda. E só há centro se houver esquerda e direita.
Portanto, é absolutamente natural que os
“reaccionários” sejam de vários matizes...
Alguns, esquecem que na Figueira e no país há uma história que pode ser comparada - muitas direitas, hoje, consideravam-se putativamente antigas
esquerdas...
Na política, não há "vacas sagradas", está quem quer e os lugares são de eleição e escolha e sujeitos a crítica também.
A política, em democracia, é uma actividade rotativa e de alternância.
À medida que o tempo avança os factos e os interesses vão surgindo... E o conhecimento deles também.
Um dia destes, “os reaccionários da esquerda, direita e do centro", além de estarem contra o tomateiro selvagem que cresceu na praia, serão também os principais causadores e culpados dos horrores que acontecem na Figueira desde 1977...
Continuamos no "quem não é por mim, é contra mim"!
Já percebi que os próximos tempos - o tempo que resta deste segundo mandato de Ataíde - vão ser muito aborrecidos para quem se interessar demasiadamente pelo que se passa na sua cidade.
Tempos atrás, um querido e saudoso Amigo que, entre outras coisas, também sabia muito de política, ensinou-me: "a gente vota sempre contra alguém". Nos últimos 20 anos, a nível local, votei quase sempre contra alguém ou contra um projecto e não a favor de algo...
E, errada ou certa, a imagem que este executivo me transmite hoje é a de uma inultrapassável soberba, pouco menos desagradável do que a arrogância da imagem transmitida pelo intelectual e vereador Tavares.
Por mim, podem ficar descansados: já que a praia da Figueira no tempo que passa não serve para nada, podem transformá-la num latifúndio biológico à vontade...
Não se armem é em "patos bravos"...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
segunda-feira, 28 de julho de 2014
O circo do “nosso” PS de cada dia...
foto Foz do Mondego Rádio |
Recorde-se, que promessa de repor os cortes feitos aos pensionistas já tinha sido feita por António José Seguro em abril passado. Na altura, o ainda líder do PS prometeu que, se chegar ao governo, terá "de imediato, uma prioridade: repor as pensões e as reformas aos idosos do nosso país". Seguro também garantiu que fez as contas e que, apesar de 340 milhões de euros ser uma quantia significativa, o PS podia "afirmar esse compromisso, acabando com a CES [Contribuição Extraordinária de Sustentabilidade] ou com a contribuição de sustentabilidade, repondo esse rendimento aos pensionistas e reformados".
Os novos cortes aos pensionistas foram aprovados na sexta-feira na Assembleia da República com os votos do PSD e do CDS. A nova Contribuição de Sustentabilidade será aplicada aos pensionistas que recebam mais de 1000 euros e irá incidir sobre as pensões do regime geral da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações. Os cortes são entre os 2% e os 3,5%.
Outra das propostas de António Costa para inverter o ciclo económico é o aumento do salário mínimo para 522 euros...
Nada de novo: é a mediocridade política que temos em todo o seu esplendor!
Costa a repetir as promessas de Seguro!...
Seguro, mas seguro mesmo, é que quando
se analisa a “nossa” evolução, torna-se inequívoco o “nosso”
declínio governo após governo.
Seguro, mas seguro mesmo, é que, quando
se perspectiva o “nosso” futuro europeu, ele é cinzento.
Seguro, mas seguro mesmo, é que há
mais de quatro décadas que o produto desacelera, conforme as
seguintes taxas de crescimento médio anual: 7,5% (1960-70); 4,5%
(1970-80); 3,2% (1980-90); 2,7% (1990-2000); e 6,47% (2000-2010). Tal
como o previsto, estamos na “cauda” da Europa.
Não
há “verdade” política quanto aos problemas essenciais.
Os partidos do chamado arco do poder assumem compromissos eleitorais que não tencionam ou não podem cumprir e fazem no Governo o que antes rejeitaram ruidosamente na oposição.
Os partidos do chamado arco do poder assumem compromissos eleitorais que não tencionam ou não podem cumprir e fazem no Governo o que antes rejeitaram ruidosamente na oposição.
Eleição
após eleição, assistimos a um espectáculo de mentira sem decoro,
gerador do descrédito dos partidos e da decadência da democracia.
Como
se verificou no passado recente, no PSD e no CDS, e agora se está a
acontecer no PS, escasseia “qualidade” política e, nalguns casos, também humana: os partidos
que nos governam desde 1976, são
“agrupamentos sem raízes na realidade do país” e que propiciam
o “aparecimento na cena política de políticos de segundo plano”.
Diga-se em abono da verdade, que desde 2000, os
governos pouco podem fazer, perdidas que foram as principais
“ferramentas” de política macro económica: a moeda nacional, os
juros, os câmbios, as tarifas aduaneiras e, na sua maior parte, a
margem de discricionaridade orçamental.
Desde 2000 o produto português limitou-se a acompanhar as tendências europeias, crescendo quando ali se cresceu e caindo quando ali se caiu.
Desde 2000 o produto português limitou-se a acompanhar as tendências europeias, crescendo quando ali se cresceu e caindo quando ali se caiu.
No
decorrer destes 14 anos, apesar dos governos que tivemos terem sido
do PS, do PSD e do PSD + CDS a nossa economia, uns pontos abaixo, só
“obedeceu” à Europa.
Foi
indiferente quem governou. Portanto, foi sem surpresa que
verifiquei que António Costa repetiu ontem uma promessa “antiga”
de António José Seguro...
Ontem,
em Buarcos, ao que li, estiveram cerca de 150 pessoas a receber António Costa.
A Rosa Amélia não faltou...
"Atrevimento de Um Pescador (e as Horas de Solidão)"
O Centro de Estudos do Mar e
das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR (Figueira da Foz -
Praia de Mira), informa que dentro de cerca de um mês, lá para
finais de Agosto de 2014, vai ter lugar o lançamento da edição
do livro de memórias do
membro do Conselho Consultivo e Científico do CEMAR, Mestre
Manuel Gabriel, da
Praia de Mira.
Manuel Gabriel, "Mestre do Largo Pescador", com toda uma vida de mar, plena de experiências náuticas, durante décadas, nas águas da Europa, da África Ocidental, da Guiné, da África do Sul e do Atlântico Norte, vai publicar o seu livro de memórias, editado por iniciativa do próprio autor (e a cuja produção editorial o CEMAR tem a honra de também prestar colaboração), o qual vai ser intitulado "Atrevimento de Um Pescador (e as Horas de Solidão)", e no qual vai ser incluído um anexo final ("E as Horas de Solidão)") onde são reunidos alguns poemas do autor, escritos ao longo dos anos, nos intervalos das suas actividades marítimas.
Manuel Gabriel, "Mestre do Largo Pescador", com toda uma vida de mar, plena de experiências náuticas, durante décadas, nas águas da Europa, da África Ocidental, da Guiné, da África do Sul e do Atlântico Norte, vai publicar o seu livro de memórias, editado por iniciativa do próprio autor (e a cuja produção editorial o CEMAR tem a honra de também prestar colaboração), o qual vai ser intitulado "Atrevimento de Um Pescador (e as Horas de Solidão)", e no qual vai ser incluído um anexo final ("E as Horas de Solidão)") onde são reunidos alguns poemas do autor, escritos ao longo dos anos, nos intervalos das suas actividades marítimas.
domingo, 27 de julho de 2014
Alberto João
“Quarenta
anos. Quarenta «redondos» anos a comandar a Madeira. Quarenta anos
que Alberto João Jardim quer que terminem agora, ou no máximo em
outubro do próximo ano. Em entrevista ao Expresso, o
social-democrata falou de Passos Coelho, com quem não “acerta”,
da falta de “dinheiro para brincadeiras” [leia-se uma possível
candidatura a Belém] e da vontade de ser esquecido. É um «rei»
que já não quer mais brincar aos tronos.” daqui
Numa
rábula que se tem repetido de quatro em quatro anos, sabe-se agora
que Alberto João
Jardim não vai,
afinal, candidatar-se de novo nas próximas eleições regionais. Após largas dezenas de anos à frente do poder madeirense - e apesar das suas renovadas e
veementes promessas de não se candidatar e encontrar um sucessor - será que é desta que vai mesmo abandonar o posto?
Não
sei não...
O
veterano presidente do governo regional da Madeira tornou-se um refém
político na sua própria ilha.
Ao
contrário de Mota
Amaral,
que teve a capacidade e soube fazer a transição, na sua carreira,
da dimensão regional para o plano nacional, Jardim nunca
foi capaz de se afirmar fora do seu reduto. Nem a nível da direcção
nacional do PSD,
nem em órgãos como o Parlamento ou o Conselho de Estado. A sua voz
não é ouvida ou, quando o é, não se leva a sério.
Daí
que sempre se tenham frustrado as suas tentativas para se libertar do
espartilho regional. Quer em rocambolescas encenações de
candidatura à Presidência da República quer em fracassadas
alianças para disputar o poder no PSD nacional.
Jardim
acabou por tornar-se um refém da Madeira.
Agora,
resta-lhe querer que o esqueçam e que o deixem em paz...
Não lhe vou fazer essa maldade. Vou
recordá-lo em cuecas, grotesco e rasca, na primeira página do
«Tal & Qual». Ou de copo de «whisky» na mão, a rir-se, no
meio da sua trupe carnavalesca. Ou, ainda, vestido de palhaço,
a fazer um manguito com o dedinho espetado para cima e a
proclamar, muito ufano: «Quero que se foda a Assembleia da
República! Já disse que me estou cagando para Lisboa! O país
não se revê em Lisboa, naqueles parvalhões que andam por lá
e têm a mania que mandam nisto tudo!».
Enfim... mais uma vez um fim anunciado que, quando acontecer, vai ser triste.
Enfim... mais uma vez um fim anunciado que, quando acontecer, vai ser triste.
Bom domingo
Carlos Paredes, mestre e maior expoente da guitarra portuguesa faleceu a 23 de julho de 2004, aos 79 anos.
Recorde, clicando aqui, a sua vida e obra.
sábado, 26 de julho de 2014
João Paulo Baltazar cumpriu ontem o seu último turno de jornalista na TSF. Foram 26 anos, quatro meses e 25 dias de paixão da rádio. Até que um dia...
"...há que tirar as medidas ao mundo em cada esquina desta aldeia. “Continuamos a discutir isto?” Sim. Vai e volta. Na rede, sem rede. Ligados, sem fios. Tantas voltas. Analógico, digital, cabeça, coração.
Mas, incerto dia, dás-te conta: um pouco mais de silêncio na oficina – tic, tic, tic... Um pouco menos de calor. Gestos um pouco mais em câmara lenta. Até que um dia, perante uma crítica, atiras: “É a tua opinião... cada um por si, topas?”. A economia (a nossa, mais íntima, nos bastidores das notícias) sempre em plano inclinado. Até que um dia te pedem para seres "brand journalist" ou uma merda do género, “ganhas uns trocos extra, não é bom?” E seres... pouco mais, afinal. Até que um dia te dizem que não há outra saída: é preciso organizar mais um "evento" e outro ainda, "fazes nas folgas, ok?". Até que um dia, o estatuto editorial acorda encolhido numa quase-palavra: EBITDA. Até que um dia nada te dizem, durante semanas, meses, anos a fio. Até que um dia te dizem (ou tu percebes): acabou."
Mas, incerto dia, dás-te conta: um pouco mais de silêncio na oficina – tic, tic, tic... Um pouco menos de calor. Gestos um pouco mais em câmara lenta. Até que um dia, perante uma crítica, atiras: “É a tua opinião... cada um por si, topas?”. A economia (a nossa, mais íntima, nos bastidores das notícias) sempre em plano inclinado. Até que um dia te pedem para seres "brand journalist" ou uma merda do género, “ganhas uns trocos extra, não é bom?” E seres... pouco mais, afinal. Até que um dia te dizem que não há outra saída: é preciso organizar mais um "evento" e outro ainda, "fazes nas folgas, ok?". Até que um dia, o estatuto editorial acorda encolhido numa quase-palavra: EBITDA. Até que um dia nada te dizem, durante semanas, meses, anos a fio. Até que um dia te dizem (ou tu percebes): acabou."
Hoje, as manchetes continuam muito pesadas...
Lembram-se ainda?.. Por ocasião da bronca do BPN, falou-se abundantemente na questão da regulação e da supervisão...
Aprendeu-se ou fez-se alguma coisa?.. Temos a casa novamente roubada e continuamos na mesma: sem trancas à porta.
Eu considero-me um optimista realista, portanto, não creio que o caso BES sirva para aprendermos o que quer que seja.
Neste destroçado país, as desgraças financeiras são encaradas como desastres naturais - sismos.
Como tal, não se vai fazer nada...
Vamos ter de continuar a correr o mais rápido possível para as ombreiras das portas.
Olhem quem vai estar amanhã na Figueira...
foto sacada daqui |
Amanhã, domingo, às 13h00, realiza-se no restaurante Tamargueira, em
Buarcos, um almoço de apoio a António Costa, candidato nas eleições
primárias do PS marcadas para setembro próximo.
Quem deverá estar presente - já formalizou a sua inscrição como simpatizante do Partido Socialista - a apoiar António Costa é João Ataíde (independente eleito pelas listas do PS), presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz a cumprir o segundo mandato...
Quem deverá estar presente - já formalizou a sua inscrição como simpatizante do Partido Socialista - a apoiar António Costa é João Ataíde (independente eleito pelas listas do PS), presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz a cumprir o segundo mandato...
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Mais do que uma imagem ou um pormenor - uma preciosidade
"O miúdo da 8ª. meia maratona da Figueira da Foz" - Foto de Pedro Agostinho Cruz
"Há tomates a crescer na praia da Figueira"... (II)
Não
sou adivinho. Não
tenho grandes fontes privilegiadas.
Portanto, resta-me andar o mais atento possível e tentar ler os
sinais.
A Ana já explicou alguma coisa. A ideia é "perder características de praia", para "se poder fazer lá alguma coisa".
O António explicou muita coisa. «Esta é a única praia que conheço que era lavrada», diz o vereador, que considera positivo o surgimento de condições naturais no solo que possam vir a permitir à autarquia reclamá-lo para equipamentos, já que está a «deixar de ser praia».
O José também explicou alguma coisa: «qd se perceber pq é q a 'vegetacao' la esta.... ate manifs vai haver para a limparem. Se alguem pensa q aquilo e natural... pense outra vez (nunca na vida vau existir duna num deposito de areia... mas ha iluminados q acham q sim, fazer o q?)»
O João ainda não...
Eu, por mim, acho que pouco posso contribuir.
Para mim, esta estória da anarquia com tomates ainda vai ter muitos capítulos e, por enquanto, a meu ver, não faz sentido!..
Demonstrem o contrário ...
A Ana já explicou alguma coisa. A ideia é "perder características de praia", para "se poder fazer lá alguma coisa".
O António explicou muita coisa. «Esta é a única praia que conheço que era lavrada», diz o vereador, que considera positivo o surgimento de condições naturais no solo que possam vir a permitir à autarquia reclamá-lo para equipamentos, já que está a «deixar de ser praia».
O José também explicou alguma coisa: «qd se perceber pq é q a 'vegetacao' la esta.... ate manifs vai haver para a limparem. Se alguem pensa q aquilo e natural... pense outra vez (nunca na vida vau existir duna num deposito de areia... mas ha iluminados q acham q sim, fazer o q?)»
O João ainda não...
Eu, por mim, acho que pouco posso contribuir.
Para mim, esta estória da anarquia com tomates ainda vai ter muitos capítulos e, por enquanto, a meu ver, não faz sentido!..
Demonstrem o contrário ...
Hoje, as manchetes estão muito pesadas...
"E ainda há quem diga que a justiça não é coisa de ricos. Que são três milhões de euros para quem só num ano se esqueceu de declarar mais de oito milhões, regularizando depois a situação com cerca de metade dessa verba? Que são três milhões para quem é acusado de ter recebido catorze milhões de um construtor civil a título de oferta? Pois eu respondo: são croquetes, salgadinhos. Nada que uma boa cervejola, ao pôr-do-sol, na Quinta da Marinha, não faça esquecer."
texto daqui
texto daqui
Na Aldeia ... (IV)
Na antiga aldeia de pescadores, Praia da Tocha, do concelho de Cantanhede, existem ainda vestígios dos antigos "Palheiros", onde os pescadores guardavam o material utilizado na faina diária da pesca. Alguns desses antigos palheiros foram recuperados e transformados em casas de férias.
O povoado não é muito antigo. Na opinião de alguns autores, a sua formação data do início do século XIX; outros recuam um pouco mais. Teriam sido pescadores vindos do norte (Ovar, Ílhavo e Murtosa), na procura de novos centros pesqueiros, os colonizadores de entrada e, posteriormente, os gandareses juntaram-se-lhes, acabando por se apropriarem das "artes". Essa "aldeia" piscatória e o que resta da sua memória, deve-se sobretudo a estes homens que se tornaram "anfíbios" ou que trocaram os carros de bois pelas xávegas.
Não podemos, no entanto, subestimar o contributo dos pastores de vacas e ovelhas na formação deste lugar. Segundo os mais velhos, foram eles que traçaram os primeiros caminhos, estabelecendo a ligação do mar com o interior.
Os palheiros foram-se erguendo, posicionando-se estrategicamente em função da vida da pesca uns no areal, outros nas zonas mais elevadas da duna, bem sobranceiros ao mar, como que a espiar os seus movimentos. Bastante rudimentares, os primeiros palheiros cumpriam no entanto a sua função: serviam de arrumos dos apetrechos da pesca ou de armazéns de salga, embora de reduzida expressão, e de habitação temporária dos pescadores que residiam neste povoado durante o período da safra (Abril a Outubro).
Estas construções tradicionais são bem elucidativas da humanização da paisagem, como podemos ver nas soluções peculiares que o homem encontrou, adaptando-as perfeitamente ao meio natural, agreste e isolado das terras do interior (altura em que não havia estrada e as dunas eram um obstáculo difícil de transpor). Nesse sentido, foram utilizados materiais locais: - O estorno na cobertura (substituído posteriormente pela telha caleira), e a madeira o material preferencialmente utilizado na sua construção. Assentes em estacaria, para que as areias tocadas pelos ventos fortes, passassem por baixo delas sem as soterrar. Ao contrário de outras praias do litoral central, os Palheiros da Tocha conseguiram manter até mais tarde parte das suas características primitivas, conservando o seu aspecto palafítico, isto é, estacas à vista, inclinadas para o exterior, dando maior base de sustentação ao palheiro. Fernando Galhano e Ernesto Veiga de Oliveira referiam em 1964, a esse propósito, que era «o carácter palafítico na sua pureza integral que conferia a este aglomerado o aspecto original.» (Palheiros do Litoral Central Português). (texto daqui)
quinta-feira, 24 de julho de 2014
"Há tomates a crescer na praia da Figueira"...
Possivelmente, já todos associámos a anarquia à falta de tomates...
Na Figueira, ao que parece, temos agora algo de completamente novo: a anarquia com tomates!..
Portanto, recomendo vivamente a notícia de tomateiros entre "a vegetação que está a tomar conta de parte do areal figueirense, para ouvir nos blocos informativos da Foz do Mondego Rádio, às 17h00, 18h00, 20h00 e 22h00, com a reacção e a explicação do vereador António Tavares, defensor da renaturalização do areal.
«Esta é a única praia que conheço que era lavrada», diz o vereador, que considera positivo o surgimento de condições naturais no solo que possam vir a permitir à autarquia reclamá-lo para equipamentos, já que está a «deixar de ser praia»".
O vereador é um intelectual conceituado...
E há uma poesia, um cinema, uma pintura que são um itinerário místico...
Todavia, os maiores disparates, as maiores tragédias, começaram quase sempre com as melhores das intenções!..
Na Figueira, ao que parece, temos agora algo de completamente novo: a anarquia com tomates!..
Portanto, recomendo vivamente a notícia de tomateiros entre "a vegetação que está a tomar conta de parte do areal figueirense, para ouvir nos blocos informativos da Foz do Mondego Rádio, às 17h00, 18h00, 20h00 e 22h00, com a reacção e a explicação do vereador António Tavares, defensor da renaturalização do areal.
«Esta é a única praia que conheço que era lavrada», diz o vereador, que considera positivo o surgimento de condições naturais no solo que possam vir a permitir à autarquia reclamá-lo para equipamentos, já que está a «deixar de ser praia»".
O vereador é um intelectual conceituado...
E há uma poesia, um cinema, uma pintura que são um itinerário místico...
Todavia, os maiores disparates, as maiores tragédias, começaram quase sempre com as melhores das intenções!..
É tão fácil e simples falar do óbvio
No
geral, gosto das crónicas de Rui Curado da Silva, de que, aliás, sou leitor assíduo.
São
simples, directas, objectivas e concisas. Habitualmente,
o que aprecio sobremaneira, vão directas ao óbvio.
É
o caso da que hoje publicou no jornal AS BEIRAS, “O
«evento» quotidiano”.
Fica um extracto.
“Permitam-me
ainda relembrar que há um “evento” quase diário que ocorre
durante os três meses de Verão em toda a costa do concelho, que é
a ida à praia.
É
um “evento” ecológico que não requer a contratação de
artistas estrangeiros ou de artistas pimba (tanto do agrado dos
nossos autarcas) e que dá de comer a muita gente, do vendedor de
bolachas americanas ao restaurante da moda. Requer apenas que sejam
contratados nadadores-salvadores em condições minimamente dignas
durante três meses, requer o pagamento de salários justos, o
estabelecimento de horários e condições de trabalho que não
envergonhem ninguém.
Não
me parece que esteja a ser dada a devida importância aos
nadadores-salvadores e ao “evento” quotidiano que assegura a
sobrevivência de muitos pequenos negociantes.
Sem
este “evento” os “12 eventos 12 meses” (ou 24 se quiserem)
poderão ficar ameaçados.
Já
agora não seria mau investir nas nossas praias para que outros
“eventos” se possam estender ao inverno, como é prática de surf
ou de desportos com velas, asas e paraquedas.”
O resto poder ser lido na edição impressa de hoje do jornal AS Beiras.
E, normalmente, também aqui...
"Ricardo Salgado foi detido"
Neste tipo de notícias, é de elementar justiça reconhecê-lo, o Correio da Manhã anda sempre à frente.
De acordo com o jornal, a detenção surge na sequência de buscas a várias entidades do Grupo Espírito Santo (GES) realizadas na quarta-feira. Em causa estará a empresa ESCOM, vendida a capitais angolanos em 2010. Cliquem aqui.
De acordo com o jornal, a detenção surge na sequência de buscas a várias entidades do Grupo Espírito Santo (GES) realizadas na quarta-feira. Em causa estará a empresa ESCOM, vendida a capitais angolanos em 2010. Cliquem aqui.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República em comunicado enviado às redacções confirmou a detenção de Ricardo Salgado esta quinta-feira de manhã.
"No âmbito do Processo Monte Branco, o Ministério Público (DCIAP) tem vindo a realizar várias diligências que culminaram com a detenção de Ricardo Salgado no dia de hoje", diz a nota.
A PGR adianta ainda que o ex-presidente do BES será ouvido pelo juiz de instrução criminal.
Postagem em actualização:
(às 12 horas e 50 minutos...)
O título dos títulos de hoje de “A voz de Fátima” poderia bem ser “Espírito Santo detido no aniversário de Jesus”. Mas não, não se trata de milagre nenhum e o Jesus que hoje faz anos é o encarnado. É apenas a história de uma detenção no âmbito de um caso com mais de dois anos, o Monte Branco, que ficou à espera quer da falência de mais um banco que todos vamos pagar, quer da perda de poder do detido. Já sabemos como a nossa Justiça é corajosa, tão bem como sabemos que o poder legislativo sempre esteve em mãos amigas de delinquências várias, entre elas a fiscal e a banqueira. Para além disso, o regime não estará mesmo nada interessado em tornar públicos os negócios que foi fazendo com a família do banqueiro com quem sempre se deitou. Nada a festejar, portanto. E tudo a questionar. (daqui)
(às 13 horas...)
Segundo a TVI, Ricardo Salgado continua detido e está a ser ouvido.
Entretanto, apesar de todos os esforços o défice público continua a aumentar...
(às 15 horas e 45 minutos...)
José Gomes Ferreira, na sic, contou que por "iniciativa" conjunta de uma pessoa conspícua no mundo financeiro - presentemente em queda acelerada -, de uns quantos deputados e de uns quantos advogados, tentou-se que o parlamento aprovasse um diploma ad hominem (o homem era o primeiro) para "resolver" uns "problemas" fiscais do agora famoso ex-banqueiro. A coisa borregou e este pobre contribuinte aproveitaria, mais tarde, um regime especial geral sobre a matéria. Na peripécia que alegadamente conduziu esta criatura, em detenção, a um tribunal de instrução criminal para prestar declarações, estará envolvido um tal "Zé das Medalhas". No auge da "revolução liberal", apareciam nomes curiosos como o "Alfaiate Coxo da Rua do Ouro" ou o misterioso "Águia Inglesa" especializado em lançar patacas e insultos das galerias parlamentares. Portanto, em matéria de "Zé das Medalhas" estamos conversados. Mas quanto à primeira parte da história, não. Apesar da recente parceria com a Guiné-Equatorial, o que nos concede uma certa margem de manobra em pulhice político-financeira (ainda mais), conviria saber quem foram os insignes representantes da nação, e os não menos ilustres causídicos, que se dispuseram a tão benemérita e patriótica "iniciativa" relatada pelo jornalista da sic. Já agora. (daqui)
(às 17 horas e 15 minutos...)
A queda de um Santo, por Pedro Santos Guerreiro. Ler aqui.
(às 19 horas e 40 minutos)
"Ricardo Salgado passou de testemunha a arguido no processo Monte Branco e teve de pagar uma caução de três milhões de euros para sair em liberdade do Tribunal Central de Instrução Criminal, onde prestou hoje declarações após detenção." (daqui)
"No âmbito do Processo Monte Branco, o Ministério Público (DCIAP) tem vindo a realizar várias diligências que culminaram com a detenção de Ricardo Salgado no dia de hoje", diz a nota.
A PGR adianta ainda que o ex-presidente do BES será ouvido pelo juiz de instrução criminal.
Postagem em actualização:
(às 12 horas e 50 minutos...)
O título dos títulos de hoje de “A voz de Fátima” poderia bem ser “Espírito Santo detido no aniversário de Jesus”. Mas não, não se trata de milagre nenhum e o Jesus que hoje faz anos é o encarnado. É apenas a história de uma detenção no âmbito de um caso com mais de dois anos, o Monte Branco, que ficou à espera quer da falência de mais um banco que todos vamos pagar, quer da perda de poder do detido. Já sabemos como a nossa Justiça é corajosa, tão bem como sabemos que o poder legislativo sempre esteve em mãos amigas de delinquências várias, entre elas a fiscal e a banqueira. Para além disso, o regime não estará mesmo nada interessado em tornar públicos os negócios que foi fazendo com a família do banqueiro com quem sempre se deitou. Nada a festejar, portanto. E tudo a questionar. (daqui)
(às 13 horas...)
Segundo a TVI, Ricardo Salgado continua detido e está a ser ouvido.
Entretanto, apesar de todos os esforços o défice público continua a aumentar...
(às 15 horas e 45 minutos...)
José Gomes Ferreira, na sic, contou que por "iniciativa" conjunta de uma pessoa conspícua no mundo financeiro - presentemente em queda acelerada -, de uns quantos deputados e de uns quantos advogados, tentou-se que o parlamento aprovasse um diploma ad hominem (o homem era o primeiro) para "resolver" uns "problemas" fiscais do agora famoso ex-banqueiro. A coisa borregou e este pobre contribuinte aproveitaria, mais tarde, um regime especial geral sobre a matéria. Na peripécia que alegadamente conduziu esta criatura, em detenção, a um tribunal de instrução criminal para prestar declarações, estará envolvido um tal "Zé das Medalhas". No auge da "revolução liberal", apareciam nomes curiosos como o "Alfaiate Coxo da Rua do Ouro" ou o misterioso "Águia Inglesa" especializado em lançar patacas e insultos das galerias parlamentares. Portanto, em matéria de "Zé das Medalhas" estamos conversados. Mas quanto à primeira parte da história, não. Apesar da recente parceria com a Guiné-Equatorial, o que nos concede uma certa margem de manobra em pulhice político-financeira (ainda mais), conviria saber quem foram os insignes representantes da nação, e os não menos ilustres causídicos, que se dispuseram a tão benemérita e patriótica "iniciativa" relatada pelo jornalista da sic. Já agora. (daqui)
(às 17 horas e 15 minutos...)
A queda de um Santo, por Pedro Santos Guerreiro. Ler aqui.
(às 19 horas e 40 minutos)
"Ricardo Salgado passou de testemunha a arguido no processo Monte Branco e teve de pagar uma caução de três milhões de euros para sair em liberdade do Tribunal Central de Instrução Criminal, onde prestou hoje declarações após detenção." (daqui)
A Figueira e os jornais
O motivo, triste e lamentável, está à vista...
Primeiras páginas destas, aproximam cada vez mais os jornais – presumo que até nas vendas...
Se o leitor compra, por exemplo, o Correio da Manhã sabe ao que vai: pretende ler as notícias e os pormenores sobre os casos de faca e alguidar e os acidentes.
Quem quer saber o que se passa na sua cidade espera notícias com outra densidade informativa.
Exemplos destes, nos últimos tempos, são repetidos a nível nacional, o que a meu ver mostra o declínio acentuado na qualidade do jornalismo que se pratica em Portugal.
Nestes tempos conturbados que vivemos, para sobreviver, um jornal tem que ser melhor que os seus leitores e dar-lhes a conhecer aquilo que eles não sabem!
Tal como li, um dia destes no blogue Delito de Opinião, escrito por Pedro Correia, "a utopia do «jornalismo cidadão», que transforma cada um de nós em repórter munido de uma câmara de filmar e de uma pena indignada pronta a retinir nas redes sociais, não substitui - de forma alguma - o jornalismo clássico, sujeito a princípios deontológicos e a um quadro de referências éticas muito específicas que podem ser alteradas no pormenor mas não no fundo.
Nenhuma democracia pode prescindir do jornalismo enquanto veículo formador da opinião pública. Porque não existe democracia sem opinião pública: só as ditaduras a dispensam e a sufocam.
Por este motivo, e apesar das incógnitas contemporâneas, julgo que o jornalismo conseguirá sobreviver a todas as crises. Em novos formatos, com novas perspectivas, com metas diferentes. Mas sem nunca trair, na essência, a matriz original."
Isto é também o que eu penso, pois só isso justificará que eu o continue a comprar e a ler um jornal.Exemplos destes, nos últimos tempos, são repetidos a nível nacional, o que a meu ver mostra o declínio acentuado na qualidade do jornalismo que se pratica em Portugal.
Nestes tempos conturbados que vivemos, para sobreviver, um jornal tem que ser melhor que os seus leitores e dar-lhes a conhecer aquilo que eles não sabem!
Tal como li, um dia destes no blogue Delito de Opinião, escrito por Pedro Correia, "a utopia do «jornalismo cidadão», que transforma cada um de nós em repórter munido de uma câmara de filmar e de uma pena indignada pronta a retinir nas redes sociais, não substitui - de forma alguma - o jornalismo clássico, sujeito a princípios deontológicos e a um quadro de referências éticas muito específicas que podem ser alteradas no pormenor mas não no fundo.
Nenhuma democracia pode prescindir do jornalismo enquanto veículo formador da opinião pública. Porque não existe democracia sem opinião pública: só as ditaduras a dispensam e a sufocam.
Por este motivo, e apesar das incógnitas contemporâneas, julgo que o jornalismo conseguirá sobreviver a todas as crises. Em novos formatos, com novas perspectivas, com metas diferentes. Mas sem nunca trair, na essência, a matriz original."
Rio e Costa, a continuação do memorando da Troika?..
Penso que toda a gente já percebeu o que vem aí: um acordo entre partidos.
Rui Rio e António Costa, na linha de partida para preencher a vaga, “defendem um entendimento de regime para o país”.
É a lei da oferta e da procura a funcionar. Para mostrarem que se conseguem pôr de acordo, tentam, desde já, fazer estragos nos respectivos partidos...
Grande começo que, porventura, os deverá levar longe. Cavaco deve andar satisfeito...
E nós, vamos na onda?..
"A questão básica tem a ver com a confiança".
Rui Rio e António Costa, na linha de partida para preencher a vaga, “defendem um entendimento de regime para o país”.
É a lei da oferta e da procura a funcionar. Para mostrarem que se conseguem pôr de acordo, tentam, desde já, fazer estragos nos respectivos partidos...
Grande começo que, porventura, os deverá levar longe. Cavaco deve andar satisfeito...
E nós, vamos na onda?..
"A questão básica tem a ver com a confiança".
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