sábado, 23 de novembro de 2013

PODER E AUTORIDADE

"Nas aulas de ciência política de Francisco Lucas Pires aprendia-se, via Max Weber, a distinguir poder de autoridade. Ontem, nas escadarias da Assembleia da República, uma manifestação pacífica - sim, pacífica - de milhares de cidadãos que exercem funções policiais acabou por exemplificar a distinção. Poder e autoridade ficaram separados por uns lances de escada. A circunstância de alguns daqueles cidadãos terem acedido a um patamar superior possui um simbolismo que não deve ser desprezado. E ainda mais simbólico foi o facto de, como maior ou menor exaltação (própria do humano, do demasiadamente humano), não ter havido violência. O que pretendo significar é que a autoridade do Governo perdeu-se entre a base e o primeiro patamar daquela escadaria. Pacificamente. A do Presidente da República, perdida desde Julho, acentuou-se com uma coisa nunca vista nestes quarenta anos de regime: o inusitado pedido público da sua demissão por parte de um seu antecessor. Em suma, somos pastoreados por poderes representativos sem sombra de autoridade. Se calhar não merecemos melhor."

Portugal dos pequeninos

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Entendo bem Mário Soares!..

"Estamos a caminho de uma nova ditadura", disse ontem à noite em Lisboa Mário Soares.
O mal das pátrias permanece  além da morte. O bem enterra-se com elas.
O 25 de Abril permitiu que ande por aqui.
A  nossa Pátria, em oito séculos de história, portou-se quase sempre mal com as suas gentes.
Reconheçamo-lo...
Quem somos nós para o contestar?..
Nos dias que passam, a injustiça, o silêncio, o medo e a fome  aumentam neste velho País.
Sente-se e, por vezes, ouve-se,  aqui e ali, como ontem aconteceu em S. Bento,  um soluço que risca o frio muro da tristeza – o que, mesmo para gente com muita lata, mas pouca vergonha, não deixa de causar incómodo.
Mas, o pano de fundo é desolador: Portugal, quase moribundo e arfante, parece estar a morrer devagar.

Quem disse que o Rui tinha desaparecido, pelos vistos, estava enganado...

"O partido socialista encontra-se em campanha eleitoral, com dois candidatos de peso: o recandidato João Portugal, deputado da A.R. e novo vereador sem pasta de João Ataíde, e Tiago Castelo Branco, chefe de gabinete do mesmo Presidente da Câmara... 
Reparem: João Ataíde permitiu que o seu chefe de gabinete se envolvesse num confronto eleitoral com um seu vereador! E sabem como é feita esta campanha?! Pagando quotas a centenas de militantes! Nem um pingo de discussão política, o que conta é arranjar dinheiro para pagar quota ao rebanho que vota no cacique que lhe prometa mais cargos, favores ou uma qualquer sinecura... 
O partido socialista acabou... Mas há questões prementes a colocar: que interesses patrocinam estas campanhas?! O que é que recebem em troca? Tiago Castelo Branco está a utilizar o seu cargo camarário como argumento eleitoral? E João Portugal, continua a utilizar o telefone da Assembleia da República para arrebanhar os militantes do PS figueirense?! Mas digam-me: este PS tem salvação? Este é o melhor dos mundos rosas possíveis?!"

"Já Miguel Almeida, após a estrondosa derrota de Setembro passado, regressou à liça dando uma entrevista a um jornal local; nesta, Almeida garante que tem vontade de se voltar a recandidatar... 
Reparem: este homem, que passou um ano em campanha eleitoral; que contactou centenas de figueirenses nas visitas que fez a praticamente todas as instituições e grandes empresas do concelho; que gastou milhares de euros numa campanha milionária onde prometeu tudo a todos; vem agora garantir que quer recandidatar-se, apesar de ter tido um dos piores resultados da história autárquica do PSD! Miguel não está agarrado ao poder como uma lapa?! É este o amor que Almeida tem ao PSD, desejar a reedição de uma derrota anunciada? É este o melhor mundo laranja possível?!"

Rui Beja

PS:

“Se não apoiasse o João Portugal é que teria de justificar: endoideci” 
– disse Carlos Monteiro, segundo Figueira na Hora!..

Empark – o sócio espanhol da Figueira Parques

Pela sua vasta experiência e pelo seu volume de  negócios  em 5 países - Espanha, Portugal, Andorra, Reino Unido e Turquia - , a Empark é uma das grandes empresas internacionais na área da mobilidade urbana e – segundo o site da empresa -  líder em Espanha e Portugal.
Os parques de estacionamento de aeroportos e hospitais são  os seus negócios mais significativos.
Da sua carteira de negócios fazem parte  54 parques de estacionamento nos aeroportos de Madrid-Barajas, Stansted (Londres), Lisboa, Barcelona, Porto, Edimburgo, Faro, Palma de Maiorca, Málaga e Tenerife, entre outros.
Mas,  a Empark também tem uma apetência especial pelos parques de estacionamento hospitalares,  tendo como clientes hospitais  importantes - Madrid, Ramón y Cajal e Doce de Octubre. 
Contudo, os seus interesses comerciais passam também por  estações de comboio (Fertagus), terminais de ferry (Barreiro, Montijo e Seixal) e nos portos de Sevilha, Las Palmas e Palma de Maiorca.
De Espanha, como diz o Povo, “não costuma vir nem bom vento, nem bom casamento”.
Façamos votos para que o Povo, desta vez,esteja completamente enganado.

O Povo é sereno... mas, revolta-se...




O poder está em decadência e se a sociedade parece estar amorfa, ontem percebeu-se (e bem) quais os sectores capazes de fazer apodrecer ainda mais o sistema e quem o lidera.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

É pá, tou mesmo nervoso...

Fiquei tão nervoso com a quase invasão do Parlamento pelos manifestantes e ando tão preocupado com os 80 mil euros investidos pela Câmara Municipal, via Figueira Parques, no Parque de estacionamento pago do Hospital da nossa cidade, que se tivesse agora 40 cêntimos disponíveis, ia ver o mar na minha bicicleta, mas estacionava uma horita o meu veículo no parque a pagar, só para contribuir para amenizar o défice nas contas da autarquia figueirense...

Oito anos à espera de justiça!..

Quatro pessoas que ficaram feridas em 2005, na sequência do rebentamento de uma granada no espectáculo de fogo-de-artifício na noite de S. João em 2005, esperam há mais de oito anos pela indemnização. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra (TAFC) condenou a Figueira Grande Turismo (FGT) a pagar-lhes mais de 72 mil euros, mas a empresa municipal recorreu da sentença, acto que tem efeitos suspensivos, disse fonte ligada ao processo.

O estacionamento pago no Hospital da Figueira e os problemas que temos e iremos ter naquela zona da freguesia de S. Pedro. Que serão certamente agravados quando o tempo estiver propício para ir à praia...


Entrada e saída norte. Do lado de fora, são visíveis dezenas de carros estacionados no exterior.


Saída para poente. Dá para uma rua da freguesia de S. Pedro, com piso em estado miserável. No verão, são milhares os visitantes que todos os dias por aqui circulam, pois dá acesso às magníficas praias da Cova-Gala e ao Parque de Estacionamento que serve a praia limítrofe. Ironia das ironias: a Câmara não tem dinheiro para repor o piso de uma via pública, mas a poucos metros, via Figueira Parques, uma empresa municipal, gastaram-se e arranjaram-se 80 mil euros para investir num estacionamento privado!..


A entrada sul, a tal "especialmente concebida para as situações de emergência"!
Entrada lado nascente, a usada normalmente pelos utentes. Mais uma vez atente-se na ocupação dos espaços de estacionamento em redor da unidade hospitalar.
Finalmente, fica a imagem do parque de estacionamento que serve a Praia do Hospital. Esta foto, como todas deste post, foram tiradas por mim esta manhã. Fica o esclarecimento, pois estamos bem fora da época estival, como a temperatura bem demonstra.

Blatter e a "Pepsi", foram nos últimos dias os alvos do ódio dos portugueses...

Mas, Mário Soares continua a não brincar em serviço.

"É preciso acabar com este governo e com este presidente da República"

“A liberdade de expressão, o pleno acesso à informação e à comunicação, assumem-se como um direito humano e como um direito de cidadania” - Dr. João Ataíde, em testemunho dado no âmbito da celebração dos 60 Anos do Jornal "A Voz da Figueira"


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Ontem no CAE no decorrer da sessão comemorativa do 4º. aniversário das 5ªs. de Leitura, que por acaso foi numa 4ª.

Richard Zimler, via FIGUEIRA NA HORA:

"Vi-me obrigado a falar da crise em Portugal porque o personagem principal, o inspector da Judiciária, viu o seu salário cortado em 20%", explica. 
"Em Portugal, em vez de se promover pessoas competentes, sensíveis e generosas, faz-se o contrário. Nos EUA é igual, só assim se percebe que George W. Bush chegasse a Presidente, quando daria um excelente recepcionista de hotel, com aquele sorriso. E Mandela, em Portugal estaria provavelmente a limpar o chão de uma fábrica de cortiça, nunca uma pessoa assim carismática chegaria a presidente do país". 
 


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Já foste...

Adeus Troika: Se Portugal não conseguir regressar aos mercados, vende camisolas do Ronaldo

Meritório Apoio do Instituto Hidrográfico à Arte-Xávega, no Dia Nacional do Mar 2013


"Com a colaboração do CEMAR - Centro de Estudos do Mar (Praia de Mira e Figueira da Foz)  e, também,  de algumas companhas da "Arte" da Beira-Litoral que para a afinação desse programa igualmente contribuíram (nomeadamente o Senhor José Vieira, da companha do Barco "Alexandre Vieira", da Praia de Mira, ou o Senhor Armando Caiano, da companha do Barco "Voz do Mar", da Costa de Lavos-Figueira da Foz, etc.), o Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa lançou agora, gratuitamente, na internet, num verdadeiro exemplo de serviço público, o seu "Programa Informático de Previsão de Condições Meteo-Oceanográficas para a Pesca de Arte-Xávega"  ["Qual É a Tua Onda… na Arte-Xávega"] (© IH, 2013-…). E escolheu a Praia de Mira para fazer a cerimónia da sua sessão formal de lançamento.
Pela parte da nossa associação científica privada sem fins lucrativos, dotada de estatuto de utilidade pública, o CEMAR - Centro de Estudos do Mar orgulha-se de também ter colaborado para a criação deste produto de grande utilidade, e de grande mérito, que os Pescadores agora ficam a dever à Marinha Portuguesa.  Este Laboratório do sistema científico do Estado português que é o Instituto Hidrográfico da Marinha de Guerra Portuguesa criou agora um produto que é um verdadeiro exemplo efectivo, real, eficaz (e não simplesmente folclórico, ritual, formal ou bizantino)  de disponibilização pública do conhecimento científico ao serviço da sociedade portuguesa, da actividade produtiva, e da identidade social e cultural local (desde já, desde Espinho até à Praia da Vieira, e, em breve, também alargado à Costa de Caparica)."

Um mail recebido do CEMAR que Outra Margem divulga com todo o gosto.

Uma intenção de cariz neoliberal...

foto Figueira na Hora
Eng. Daniel Santos, hoje na sua crónica semanal no jornal AS BEIRAS:

“A garantia de estacionar num parque de um estabelecimento de saúde por razões que tenham a ver exclusivamente com ela é um dever do Estado, assente na receita proveniente do bolo geral dos impostos que os cidadãos já pagam. Acresce que os utentes do SNS pagam taxas moderadoras recentemente agravadas.
Pode então inferir-se que o estacionamento pago no parque do Hospital Distrital da Figueira da Foz, para além dos problemas operacionais já tornados públicos, constitui uma dupla (ou tripla?) tributação.
Não é despiciendo que subsista à solução uma intenção de cariz neoliberal que é a de dissuadir os cidadãos de acederem aos serviços de saúde a que têm constitucionalmente direito. Porque, para tal, já pagam impostos e outras taxas.”

Kombat TV

Um projeto de âmbito nacional com sede na Figueira da Foz. 
Kombat TV tem produção figueirense.
Director geral: Raúl Cardoso CPJ nº 8531 
Informação: Jorge Lemos CPJ nº 8099 
Conteúdos: Joana Alvim TPE nº 285 
Jorge Jordão

daqui

Aldeia da Cova-Gala

Como um dia disse Sebastião Salgado: "Uma boa foto é aquela que não precisa de legenda".
Foto Pedro Agostinho Cruz   Texto daqui
O seu nome não vem no mapa nem a terra tem qualquer referência, de área ou de população, nas enciclopédias. E, embora real, porque existe, vive e pulsa, parece não ter tido passado, nem presente. Contudo, não é terra morta que se possa assim, tão facilmente, ignorar.
Chama-se Gala. É uma aldeia de pescadores. Ou melhor: pouco mais é do que uma rua, que vai da Estrada ao Mar, e tem casas de um lado e do outro. Ao fundo e antes das dunas, que a separam do grande areal da praia, junta-se intimamente – quer dizer: sem uma nítida separação – a um lugar que tem o nome de Cova, embora a designação não seja exacta ou própria: as duas terras estão ao mesmo nível – o das águas do mar, quando estas andam calmas ou só bramem na ressaca.
Muito embora sem nome no mapa, a Gala está bem situada. Fica do lado sul da foz do Mondego. E, como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento do Cabedelo – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios. Do lado norte, há uma cidade e essa vem registada nos mapas de terra e nas cartas de mar – chama-se Figueira da Foz.