António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 17 de março de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
O impacto dos blogues na sociedade figueirense
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Via Cão que Ladra
Tenho saudades
Tenho saudades do futebol dos anos sessenta/setenta, quando ia com o meu Pai ao velho Calhabé, em Coimbra, ver jogar a Académica, do Maló, do Celestino, do Belo, do Gervásio, do Rocha, do Oliveira Duarte, do Artur Joge, do Marques, do Ernesto, do Manuel António, do Brasfemes, dos irmãos Mário e Vitor Campos, do Brassard, do Crispim, do "velho capitão" Mário Wilson e de tantos outros.
Tenho saudades do homem, a apregoar pelas velhas bancadas "olha o gelado" e “olha a bolacha americana”, do homem do tabuleiro dos chocolates, dos lenços e dos chapéus de papel na cabeça, das bandeiras grandes e presas a grandes paus, das dedicadas esposas a fazerem tempo e renda no carro à espera dos maridos, das bocas foleiras aos árbitros, por parte dos adultos, dos meninos a perguntarem ao pai o que é um corrupto, um cornudo e um filho da puta, dos rádios colados ao ouvido, dos carteiristas, dos candongueiros, das casas de banho a tresandarem a cheiro a mijo, do cheiro a sovaco no aperto do peão, do jornal desportivo passado de mão em mão, da patanisca de bacalhau depois da partida na tasca, da viagem no velho e ronceiro comboio para Coimbra e volta, do passeio até à Rainha Santa, em Santa Clara e depois, antes do futebol, o almoço no restaurante/tasca ali prós lados do Portugal dos Pequeninos ...
Sobretudo, tenho saudades do meu Pai. E de poder ir a um estádio, tranquilo e descansado, para ver bom futebol – o futebol que era jogado pelos "Pardalitos do Choupal"...
Sem título!..
segunda-feira, 15 de março de 2010
Não podemos esquecer o Leandro
As buscas pela criança que desapareceu no Tua terminaram, hoje, por volta da 13 horas “sem resultados”.
Contudo, não podemos esquecer o Leandro.
É preciso ter azar!..
A opinião que faltava!...
“PEC é credível” - opinião insuspeita de Durão Barroso, que já provou, melhor do que ninguém, ser especialista em abandonar Portugal nas situações difíceis!..
A árvore não pode fazer esquecer a floresta
Não sou paisagista, mas sei que fere a estética do local.
Também sei que tem mais de uma dúzia de pisos de altura, quatro ou cinco pisos de estacionamento subterrâneos e foi construído, na Figueira da Foz, no local onde desaguava uma linha de água...
Esta foto, de há uns meses, quando ainda lá se encontrava o cartaz, comprova que, enquanto os edifícios lá estavam a ser construídos, essa linha de água (a Ribeira do Galante, onde confluem os fluxos de uma parte inteira da cidade, desde o Alto do Forno), estava a ser objecto de um "desvio e reencaminhamento", através do seu encanamento subterrâneo, com manilhas de cimento.
Desculpem-me a frontalidade, mas esta é uma verdade que convém não ser escamoteada.
Não podemos olhar apenas para a árvore e esquecer a floresta...
Para já, o possível!...
Como no País não lhe deram troco, chegou o memento de iniciar a experiência, em versão mais mitigada... Em Mafra, por proposta de Santana Lopes, com o apoio de Manuela Ferreira Leite, líder em vigência do partido, foi aprovada a suspensão da democracia no partido durante 60 dias antes da realização de eleições.
Para já, é o possível, o resto segue dentro de momentos!... Para um partido democrático, não está nada mal não senhora, esta “lei da rolha”...
domingo, 14 de março de 2010
Congresso do PSD - End
Congresso do PSD - ontem, pelas 18h25 aconteceu o momento Castanheira Barros
Hoje, o Público, pela pena de São José Almeida, de forma magistral, faz o retrato escrito deste momento Castanheira Barros:
“O PSD é de facto um partido extraordinário na política portuguesa.
Tanto que há um quarto candidato, um quase anónimo militante que há dois anos quase se candidatou e agora vai mesmo às urnas. A sua intervenção foi o momento de evasão das tensões do congresso.
Machete teve de pedir silêncio aos congressistas. A sala foi-se esvaziando. Tudo indica que nem o próprio candidato percebeu o que quis dizer.
Isto depois de ter conseguido viver o momento tragicómico dos trabalhos. Pediu não “um minuto de silêncio” mas “um minuto de aplauso” para a Madeira. E com a sala de pé em ovação de homenagem às vítimas da Madeira, continuou empolgado a falar. Quem entrasse na sala, pensaria: afinal, é este quem ganha?”
Nota: Mais uma vez, com as devidas desculpas ao Presidente da Concelhia do PSD da Figueira da Foz, Lídio Lopes...