A apresentar mensagens correspondentes à consulta sul do 5º. molhe ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

"Nem o patrão vem, nem a gente almoça"...

"Desde o prolongamento  em 400 metros do molhe  norte do porto comercial,  um investimento de 14,6  milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas  praias a sul acentuou-se,  com destruição da duna  de proteção costeira em  vários locais, com especial  ênfase na praia da Cova..."
Diário as Beiras, edição de 4 de Agosto de 2021.

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade

Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência, a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... Foi o que aconteceu, neste caso.
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de ais de 15 anos, prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... Infelizmente, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
E não o fazemos, nem nunca o faremos, por haver campanhas eleitorais. Sejam elas presidenciais, legislativas ou autárquicas. 

Infelizmente, a realidade está à vista. Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Erosão a sul do QUINTO MOLHE: está mais do que na hora de exigir medidas e soluções à engenharia do País

O mar está a invadir a freguesia de S. Pedro. Mas, esta desgraça está a acontecer há muitos anos. Todos os anos. Não só em anos de eleições. Por exemplo, esta foto é de 2015.
A erosão costeira ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é maior do que a de deposição. Inúmeros são os fatores que causam este desequilíbrio entre “o que chega” “o que sai”.
Aqui, a sul do 5º. Molhe, na praia da Cova-Gala, a situação é cada vez mais perigosa e preocupante desde que foi realizada a obra de prolongamento do molhe norte da barra da Figueira da Foz.
Andamos a alertar há vários anos neste espaço para o problema. Temos andado a pregar no deserto, mas a realidade, infelizmente, está a dar-nos razão.
Para poupar tempo e trabalho, destacamos apenas algumas postagens que temos feito ao longo dos anos de existência deste espaço, sobre o tema da erosão costeira na Figueira, para tentar alertar os diversos  "quens" de direito.
Por exemplo, estaestaestaesta, estaesta.
Mas há mais. Basta escrever no canto superior esquerdo a palavra erosão e clicar.

Mais fotos aqui.
Entretanto, decorridos todos estes anos, face à situação no local e como 2017 é ano de eleições autárquicas, registe-se a preocupação da autarquia. 
Registe-se, porém: todos os contributos são importantes. Todavia, a preocupação dos moradores da freguesia de São Pedro, oxalá dê para conseguir perceber que este não é um problema de gestão política ao sabor dos interesses eleiçoeiros dos partidos tradicionais, ou para oportunismos populistas de partidos que se querem implantar no terreno à custa da demagogia fácil, utilizando o medo, que é real, da população, mas sim uma questão vital para as suas vidas e os seus haveres, que exige medidas e soluções à engenharia do País.

domingo, 1 de novembro de 2020

Erosão costeira na outra margem figueirense: eu sei que a esperança deveria ser a última coisa a morrer...

Recorro à memória e ao meu saudoso Amigo Manuel Luís Pata.

Fartava-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".

Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados quase 18 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra". 
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será  sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".

Como previmos, por isso o escrevemos para alertar quem de direito, já em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe,  era já então uma prioridade
Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez...
Nessa altura - 2006 -, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes - pelo menos para Manuel Luís Pata e para o responsável deste espaço. Especialmente, numa zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicadas prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.

Sofremos - na altura houve perseguições pessoais e continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques vindos de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, apesar de uma duna ter sido reconstruída e desfeita pelo mar e dos "chouriços" que estão a ser desfeitos também pelo mar, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar continua a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, tal como mais que em devido tempo Manuel Luís Pata, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Cheguei a ter a esperança que, ao menos, perante a realidade os responsáveis autárquicos figueirenses pudessem compreender o porquê das coisas...
Já nem isso, porém: basta ler a crónica de ontem no Diário as Beiras da vice-presidente da autarquia figueirense para constatar que já nem essa esperança me resta.
Não passamos disto: não é fácil quebrar a monotonia na Figueira... 

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Não terá isto interesse para a zona sul do estuário do Mondego (5º. molhe da Cova, Costa de Lavos e Leirosa)?..

Via Notícias de Aveiro

Erosão costeira: Estudos em curso para instalar quebra mar na Vagueira

"Concretizou-se “mais uma etapa” do estudo que está a ser realizado para mitigação do fenómeno da erosão costeira, através da implementação de um quebra-mar destacado na praia da Vagueira, em Vagos.

Foram realizados naquela zona balnear trabalhos de medição ‘in situ’ por elementos das equipas da Universidade de Aveiro, Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e Instituto Hidrográfico, informou a Câmara local. O estudo contratado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com prazo de dois anos, incluirá a monitorização da evolução dos fundos da praia e da zona marítima adjacente. “Os trabalhos de campo irão continuar com a recolha de dados batimétricos, topográficos, sedimentológicos e hidrodinâmicos (ondas e correntes) na frente marítima”, acrescenta o município vaguense. Vagueira, Furadouro e Cortegaça, estas duas em Ovar, estão na lista das praias para receberem barreiras artificiais de forma a proteger a costa das investidas do mar.Os quebra-mares devem ter uma extensão de 250 metros de comprimento cada, envolvendo investimentos de 20 milhões de euros.Além dos quebra-mares, a estratégia de protecção desta zona costeira envolve também a alimentação artificial das praias com “shots” de areia."

sábado, 1 de dezembro de 2018

Depois de tudo ter falhado espera-se que a justiça funcione...

Conforme pode ser lido no jornal Diário de Coimbra, "a família de um dos cinco pescadores que morreram na sequência do naufrágio do arrastão registado em Aveiro “Olívia Ribau”, à entrada da barra da Figueira da Foz, em Outubro de 2015, reclama em tribunal 250 mil euros ao Estado."


Nota de rodapé.

Na última década registaram-se alguns acidentes graves, com vítimas mortais, à entrada da barra da Figueira da Foz. Os pescadores apontam o dedo às obras ali realizadas. "Aquela barra ficou mais perigosa depois do aumento do cais. Temos mais areia e a navegação é muito mais arriscada"
José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar. 

"Está na altura de questionar porque é que há tantos naufrágios. A barra transformou-se numa ratoeira para os pescadores. Com o aumento do molhe em 400 metros, os barcos têm de entrar ou sair da barra atravessados, não há segurança". 
Alexandre Carvalho, pescador na Figueira da Foz. 
Segundo José Festas, na altura em que foram realizadas as obras, a associação que representa alertou os responsáveis para o problema, mas sem sucesso: "Nós tentámos impedir que a barra fosse feita assim. Avisámos que ia matar muita gente"
O responsável por este blogue, dentro das suas modestas possibilidades, tem feito o que pode no alerta dos problemas da nossa barra - que, em abono da verdade, não são de hoje nem de ontem: na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra... 

Vejamos o caso do prolongamento em 400 metros do molhe norte.
Manuel Luís Pata, já falecido, outra voz que andou uma vida a pregar no deserto, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu... Recordo, mais uma vez, o já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata,  no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra que então se perspectivava e, entretanto,  concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto que era um alerta, que ninguém teve em conta.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”

Pouco tempo depois do naufrágio do "Olívia Ribau" em declarações aos jornalistas, João Ataíde, presidente da câmara da Figueira da Foz, disse que a estação salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada, e criticou o facto da Protecção Civil Municipal não ter tido conhecimento de que as instalações encerravam às 18 horas.
Consciente do papel de destaque que se encontra reservado à protecção civil ao nível do bem estar da população figueirense, tendo em conta o cumprimento do estatuído no artigo 5º do Decreto-Lei nº 203/93, de 3 de Junho, que ao regulamentar a Lei nº 113/91, de 29 de Agosto (Lei de Bases da Protecção Civil), impôs aos municípios a promoção da criação dos seus serviço municipais de protecção civil, aos quais cabe desenvolver actividades de coordenação e execução tendentes a prevenir riscos colectivos inerentes à situação de acidente grave, catástrofe ou calamidade de origem natural ou tecnológica, atenuar os seus efeitos e socorrer as pessoas e bens em perigo, quando aquelas situações ocorram das populações, deixo duas perguntas: 
1ª. - para que serve a Protecção Civil Municipal da Figueira da Foz?
2ª. - quantas reuniões de coordenação existem por ano com todas as entidades envolvidas?
Recordo, para quem não se lembre, que o presidente da Câmara tem a seu cargo a direcção das actividades a desenvolver no âmbito da Protecção Civil, cabendo-lhe designadamente, "criar e dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil Concelhio, procurando garantir a existência dos meios necessários ao seu funcionamento".
Isso passa, entre muitas outras coisas, por "convocar e presidir às reuniões da Comissão Municipal de Protecção Civil", "promover a cooperação de cada organismo ou entidade interveniente, diligenciando assim, o melhor aproveitamento das suas capacidades", "coordenar a elaboração do Plano Municipal de Emergência e promover a preparação, condução e treino periódico dos respectivos intervenientes", "promover e contribuir para o cumprimento da legislação de segurança relativa aos vários riscos inventariados, oficiando para o efeito aos órgão competentes", "promover reuniões periódicas da Comissão Municipal de Protecção Civil, sempre que necessário e no mínimo duas vezes por ano".

O saldo de mais um naufrágio ocorrido nesta nossa barra foi trágico: no arrastão "Olívia Ribau" naufragado a 06 de outubro de 2015, seguiam sete pescadores. Dois foram resgatados com vida, uma hora depois do acidente, por uma moto de água da Polícia Marítima e cinco morreram.
A segurança e o salvamento marítimo, continua a ser um caso grave na barra da Figueira que o acidente do Olívia Ribau pôs a nu...

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Alô, alô, New Bedford

Para ler melhor, clicar em cima da imagem
Os blogues são mesmo assim: vai-se fotografando e escrevendo e o que se escreveu e fotografou vai ficando lá para baixo - esquecido.
Claro que grande parte das postagens é o que merece. Contudo, há outras que deviam estar sempre à vista. Uma das que eu gostava que ficasse aqui sempre bem visível para ver se a gente não se esquece delas, são as que focam a erosão costeira a sul do quinto molhe da Praia da Cova.
Não é por nada de especial, mas por uma simples razão: a situação a sul do quinto molhe na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito...
Mas os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.

Por cá, a protecção da Orla Costeira Portuguesa continua a ser uma necessidade de primeira ordem... 
Por isso tem de continuar a olhar-se, ao estado a que chegou a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. 
Por vezes, como tenho vindo a alertar desde 2006, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, vai-se perdendo a oportunidade de resolver o essencial para a vida quotidiana dos covagalenses...

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

domingo, 14 de janeiro de 2018

Já passou 2017, ano de eleições autárquicas, sempre aquele tempo de esperança acrescida...

2048, uma crónica de João Vaz, consultor de ambiente, no jornal AS BEIRAS.

«Após dezenas de anos de molhes, quebra mares e obras de engenharia pesada, as praias de areia desapareceram entre a Figueira e o Osso da Baleia. Contra todos os pareceres técnicos, os políticos aprovaram intervenções desastrosas na costa. Desde o enroncamento do 5º molhe, decidido em 2018, foram construídos mais dez paredões e molhes, sempre mais a sul, contrariando o que diz a técnica e a observação do mar. Aproveitando a construção de mais enroncamentos, decidiu-se continuar a estrada, logo atrás da duna, entre a Cova e a Leirosa. Surgiram então mais casas e infraestruturas, impedindo que a duna se movimentasse. Claro que a estrada com a subida do nível médio do mar, e com ondas mais energéticas, sucumbiu. Desapareceu. Então foi necessário construir uma muralha de betão com quatro metros de altura para proteger as casas. Este muro estendeu-se progressivamente, desde a frente do hospital até a sul das celuloses. A “nova muralha de defesa do Atlântico”, uma edificação colossal. Apesar da “morte da paisagem”, a população apoiou o muro, pensando que este as protegia da força do mar. Inclusivamente discutiu-se se o muro seria dedicado a José Elísio ou a um dos outros políticos que lhe sucedeu. Nos anos 90 do século XX vários técnicos previram o descalabro causado pelas obras de engenharia pesada e alertaram para o “fim da costa e das praias” nesta zona do país. Ninguém lhes deu ouvidos. Os políticos desde então insistiram em perpetuar o erro, colocando cada vez mais “betão e pedras ao longo da costa”.» 

sábado, 13 de janeiro de 2018

Erosão a sul do "5º. molhe": para João Ataíde, "para já não se mostra necessária nenhuma intervenção"!.. Entende que por agora a duna mantém-se sustentável!..

Imagem sacada do jornal AS BEIRAS, edição 13.1.2018
REUNIÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ REALIZADA À PORTA FECHADA – 08/01/2018 - PONTOS EM DESTAQUE.
Erosão Costeira a Sul do concelho
O Vereador Miguel Babo(PSD) criticou a postura assumida pelo Presidente da CMFF em ter recebido o Ministro do Ambiente e ter-se deslocado ao local sem dar conhecimento aos Vereadores da oposição e aos jornalistas. 
A esse propósito respondeu o Presidente da CMFF que a circunstância ocorreu de forma repentina e aproveitou a oportunidade do Ministro se encontrar no zona norte do país para tratar do assunto. 
Questionado sobre o que ficou decidido com o Ministro do Ambiente pelo Presidente da CMFF foi dito que foi decidido realizar obras de protecção da duna que à partida passará por uma operação de enrocamento da mesma. Questionado pelo Vereador Carlos Tenreiro(PSD) acerca da data do início da obra de sustentação da duna, designadamente, junto ao “5º molhe” o Presidente da CMFF respondeu que “para já não havia uma data para o arranque da obra e que primeiramente se vai efectuar um estudo para avaliar a situação”
Perante a insistência daquele Vereador acerca da necessidade de serem tomadas medidas urgentes para atenuar aquele problema, o Presidente da CMFF referiu “que para já não se mostra necessária nenhuma intervenção” entendendo que por agora a duna mantém-se sustentável. 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Erosão a sul do 5º. molhe: a solução

“Isto resolve-se com a praia da Figueira. Lá temos o volume de areia que permite fazer a reposição”, garante Miguel Figueira ao jornal Público, defendendo uma solução que passe pelo bypass, ou seja, que permita que haja uma transposição artificial de areia, visto que o curso natural é impedido pela existência do porto – no caso desta zona, entre o norte da Figueira da Foz e o sul.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Figueira, uma cidade entalada pela ficção que esconde a realidade... (II)

Recordo "Discutir a cidade - O PEDU", uma crónica de João Vaz, publicada no jornal  AS BEIRAS em 14 de janeiro de 2017. Passo a citar.
"Nos próximos dois anos anunciam-se obras de elevado valor para a Figueira. 
A discussão quanto às prioridades, e visão para a cidade, foi reduzida. O envolvimento dos cidadãos é quase nulo na apropriação dos projetos que vão mudar zonas históricas da cidade. 
“Prometem-nos” a regeneração das Praças 8 de Maio e “Velha”; a rua dos Combatentes, Bombeiros, Santos Rocha e vias adjacentes. No Cabedelo há a intenção de retirar a “carga automóvel das zonas mais próximas dos sistemas dunares” e “ainda a construção de um cais de acostagem para servir um barco que ligue as margens norte e sul”. Em Buarcos estão previstas obras na frente do largo Caras Direitas, privilegiar os circuitos pedonais (incluirá o alargar dos passeios?), mais esplanadas e estacionamento. Há ainda a construção de uma ciclovia entre a estação e Vila Verde e um sistema de bicicletas partilhadas. 
Tudo isto no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). O dinheiro vem da União Europeia, financiado a 85%, e os projetos técnicos são da responsabilidade da Câmara Municipal. 
Um investimento desta natureza, 7,6 milhões de euros, merecia debate público. As obras anunciadas deveriam ser apresentadas em detalhe, com rigor e transparência. Nada disto foi feito, apesar do envolvimento dos cidadãos neste tipo de decisões ser prioritário. 
Assim, não admira que aumente a desconfiança perante as instituições."
Na altura, escrevi que diga o que disser, João Ataíde, nunca será o personagem de ficção da minha preferência. Deus, continuará a ser, penso eu,  o personagem de ficção que eu mais gosto!
E, com isto, que ninguém tire a conclusão simplista que estou a afirmar que o presidente está a mentir. Nada disso. Para mim, o presidente tem, isso sim, uma capacidade de fazer ficção com a boca digna de registo.
Só que a vida é a realidade. Não a parte que interessa da realidade. Uma parte da realidade é sempre uma outra realidade. Quando a história não está toda contada, é uma outra história.  A realidade para o senhor presidente é, apenas, aquilo que lhe dá jeito ou consegue aperceber-se.
Mas, a realidade da Figueira tem outra dimensão e não fica pelo limite visto pelo presidente da câmara.
Imagem sacada daqui. Para ler melhor, clicar na imagem.

O senhor presidente, tem toda a legitimidade para sonhar governar uma cidade, onde todos os seus habitantes lhe são fiés e obedientes. Só não deve é viver na ficção e  transformar o sonho em realidade.
Na Figueira, há quem pense no futuro. 
Há sempre tempo para pensar no futuro, mesmo quando já não temos muito futuro em que pensar.
A sul do 5º molhe, no que à erosão costeira diz respeito, chegámos onde estamos: no caos.
Para que serviu, a nós os que vivemos a sul do estuário do Mondego,  toda esta agitação e propagandado do orgão presidido por sua excelência o senhor presidente da câmara municipal da Figueira da Foz?

Há quem lhe chame progresso!..

FOTO PEDRO CRUZ
Esta foto mostra o que a avidez humana pode fazer...
O meu Amigo Manuel Luís Pata, fartava-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 15 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra". 
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será  sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".


Como previmos, por isso o escrevemos para alertar quem de direito, já em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe,  era já então uma prioridade
Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.
Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicadas prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Registe-se: finalmente, João Ataíde veio ao 5º. molhe...

Imagem sacada daqui
"O Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, esteve na freguesia de São Pedro, acompanhado de dois técnicos da APA (Agência Portuguesa do Ambiente) de Lisboa, assim como do Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde e do Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, António Salgueiro, onde se deslocaram até ao 5.º molhe, para verificar a problemática situação em que a sul deste, se encontra a zona dunar.
Depois da reunião, a comitiva reuniu-se na Câmara Municipal da Figueira da Foz, para encontrar soluções rápidas, de forma a garantir a segurança das populações ribeirinhas que moram próximo do 5.º molhe.
Também a Polícia Marítima esteve no local, a fechar o acesso ao público por questões de segurança, para que os mais curiosos se coloquem em risco."

Via Foz ao Minuto

Erosão costeira a sul do 5º. molhe: uma questão que preocupa muita gente...

Diário de Coimbra, edição de 5 de janeiro de 2018.
Mas, por onde andou toda esta gente na última dezena de anos?
Quando é que a Câmara Municipal da Figueira da Foz, a exemplo de outras pelo país, olha de frente para este problema, que é real,
em vez de se preocupar com sonhos para encher o olho?..

Erosão costeira a sul do 5º. molhe: uma questão que tem preocupado muita gente...

Cito Carlos Romeiras, em 25 fevereiro, 2017 17:00:
 "...o importante é que se reunam todas as condições para que juntos (todos os Partidos, movimentos cívicos, associações, poder local e populações) encontremos uma solução para esta questão."

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Erosão Costeira a sul do 5º. molhe...

Tudo, por aqui,  foi dito ao longo dos anos e pode ser consultado... 

Nota de rodapé.
Alerto atenção especial para este trabalho de Pedro Cruz

"Situação a sul da Freguesia de São Pedro, Praia do 5º molhe, complicou-se esta tarde.
Esta tarde o mar não deu tréguas e voltou a roubar metros à Vila de São Pedro, acabando mesmo por invadir o pinhal da Cova-Gala.
A situação é alarmante, o mar está a poucas dezenas de metros da população, e as previsões para os próximos dias não são as melhores.
O presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, António Salgueiro esteve no local e registou a ocorrência."

Espero ver o assunto ser discutido numa reunão de Câmara e de Assembleia Municipal, por quem de direito, pois são assuntos como este que fazem parte do concelho real.
Para ver mais fotos de hoje, clicar aqui.
Para ver videos de hoje, clicar aqui e aqui

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Erosão costeira a sul do quinto molhe: estamos em Agosto, sempre aquele mês de esperança acrescida...

Desde 11 de Dezembro de 2006, que andamos a alertar para o problema
Escrevemos nessa altura que "a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Foto António Agostinho. Mais fotos aqui.
Ao longo destes longos 10 anos anos, nunca nos cansámos de alertar para aquele que, do nosso ponto de vista, é o maior problema da Cova e Gala: a situação a sul do quinto molhe, na orla costeira da freguesia de S. Pedro, estava a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito.
A preocupação do autor deste blogue, tinha a ver com o facto deste local, por si só,  passar despercebido aos meios de comunicação local, regional e nacional, dado o facto do avanço das águas do mar não encontrar pela frente aglomerados populacionais, um apoio de praia ou uma barraca de surf... 
Aparentemente, no imediato, não  era uma ameaça à vida das pessoas e à segurança dos seus bens... 
Isso pareceu-me sempre o mais preocupante e perigoso, pois 500 metros, a norte, e 2 ou 3 quilómetros, a sul, lá estão as pessoas e os bens,  à mercê da fúria do mar, por incúria e ganância do homem. 

Agora, segundo o que li ontem no Diário de Coimbra, parece que existe a esperança que o problema vai ser atacado.
Passo a citar:
"A zona do 5º. molhe deverá ser alvo de uma candidatura a apresentar pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente).
Segundo o presidente da junta de S. Pedro, num ofício, a APA informou-o que, devido à erosão naquela zona, a candidatura vai no sentido de «se colocar geo-cilindros (entre a Praia da Cova e a Costa de Lavos), repor a duna, reflorestar para criar sustentação e colocar paliçadas»."

Eu sei que estamos em Agosto, sempre um mês de esperança acrescida, sempre aquele mês descontraído por natureza, onde o tempo parece ter mais tempo para a esperança! 
Se todos temos que acreditar em algo, acreditemos no que foi ontem publicado no Diário de Coimbra.
Todos concordamos com o presidente da junta: "se o inverno for «rigoroso», a área «vai ser de novo pólo de uma grande preocupação".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Erosão costeira a sul da freguesia de S. Pedro esta manhã...

A foto desta manhã de Pedro Agostinho Cruz, dispensa  as palavras...
Tudo, por aqui,  foi dito ao longo dos anos e pode ser consultado... 
Para ver melhor a dimensão desta catástrofe ambiental, é só clicar na imagem.

Em tempo.

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase dez anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de quase dez anos prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... Infelizmente, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

sábado, 10 de outubro de 2015

Naufrágio do "Olívia Ribau": depois de tudo ter falhado espera-se que a justiça funcione

O Ministério Público está a investigar as circunstâncias em que ocorreu o naufrágio do "Olívia Ribau", na Figueira da Foz, nomeadamente se houve falhas na prestação de socorro. 
Ontem, nas operações de resgate, foi encontrado o corpo de Américo Tarralheiro dentro do barco. Até agora estão confirmados quatro mortos e um pescador, Adriano Combóio, continua desaparecido. Apenas dois tripulantes foram resgatados com vida.

Fonte judicial confirmou ao Correio da Manhã que já foi instaurado um inquérito para apurar se terá havido ou não responsabilidade das instituições neste desfecho trágico. 
crónica publicada hoje no jornal AS BEIRAS
A par da investigação do MP, os familiares de um dos pescadores também já anunciaram que vão recorrer aos tribunais. Vítor Gaspar, advogado que representa a família de Adriano Combóio, disse que vai apresentar queixa por eventual omissão de auxílio e mover uma acção administrativa para responsabilizar "a actuação das instituições". A actuação dos meios de socorro tem sido fortemente criticada. 
Ontem, porém, a Autoridade Marítima reafirmava em comunicado que "as decisões tomadas foram inequivocamente as mais adequadas face a todos os factores presentes"
O comunicado alerta para a necessidade de "implementação de uma cultura de segurança, que aumente as probabilidades de sucesso em emergências desta natureza", responsabilizando assim os próprios pescadores por não adoptarem as necessárias medidas. À cabeça da lista dos exemplos negativos da falta desta cultura está "a não utilização de coletes pelos tripulantes em momentos de risco elevado, que diminui as probabilidades de sobrevivência na água não dando tempo para que o resgate se efectue". Outro exemplo referido é a entrada numa barra condicionada com o material desarrumado e sem estar preso, provocando instabilidade e a sua libertação à volta do barco, o que impossibilita "a chegada do socorro por via marítima"

A BARRA
Nos últimos quatro anos registaram-se três acidentes graves, com vítimas mortais, à entrada da barra da Figueira da Foz. Os pescadores apontam o dedo às obras ali realizadas. "Aquela barra ficou mais perigosa depois do aumento do cais. Temos mais areia e a navegação é muito mais arriscada", refere José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar. 
"Está na altura de questionar porque é que há tantos naufrágios", afirma, revoltado, Alexandre Carvalho, pescador na Figueira da Foz. "A barra transformou-se numa ratoeira para os pescadores", refere. Com o aumento do molhe em 400 metros, explica, "os barcos têm de entrar ou sair da barra atravessados, não há segurança"
Segundo José Festas, na altura em que foram realizadas as obras, a associação que representa alertou os responsáveis para o problema, mas sem sucesso: "Nós tentámos impedir que a barra fosse feita assim. Avisámos que ia matar muita gente"
O responsável por este blogue, dentro das suas modestas possibilidades, tem feito o que pode no alerta dos problemas da nossa barra - que, em abono da verdade, não são de hoje nem de ontem: na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra... 
Vejamos o caso do prolongamento em 400 metros do molhe norte.
Manuel Luís Pata, outra voz que tem andado a pregar no deserto, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu... Recordo, mais uma vez, o já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata,  no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra que então se perspectivava e, entretanto,  concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto que era um alerta, que ninguém teve em conta.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”

O SOCORRO
O Sindicato dos Trabalhadores das Administrações Portuárias revelou  que há estações de salva-vidas "com um só elemento" quando deveriam ter seis. No País há 60 tripulantes dos salva-vidas, mas a lei prevê 130, diz o comunicado. Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima, confirma que existem 60, mas recusa comentar o comunicado. Serafim Gomes, do Sindicato, diz que na Figueira da Foz só foi usada a moto de água porque não havia pessoal para tripular os salva-vidas. 
Em declarações aos jornalistas, João Ataíde, presidente da câmara da Figueira da Foz, disse que a estação salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada, e criticou o facto da Protecção Civil Municipal não ter tido conhecimento de que as instalações encerram às 18 horas.
Consciente do papel de destaque que se encontra reservado à protecção civil ao nível do bem estar da população figueirense, tendo em conta o cumprimento do estatuído no artigo 5º do Decreto-Lei nº 203/93, de 3 de Junho, que ao regulamentar a Lei nº 113/91, de 29 de Agosto (Lei de Bases da Protecção Civil), impôs aos municípios a promoção da criação dos seus serviço municipais de protecção civil, aos quais cabe desenvolver actividades de coordenação e execução tendentes a prevenir riscos colectivos inerentes à situação de acidente grave, catástrofe ou calamidade de origem natural ou tecnológica, atenuar os seus efeitos e socorrer as pessoas e bens em perigo, quando aquelas situações ocorram das populações, deixo duas perguntas: 
1ª. - para que serve a Protecção Civil Municipal da Figueira da Foz?
2ª. - quantas reuniões de coordenação existem por ano com todas as entidades envolvidas?
Recordo, para quem não se lembre, que o presidente da Câmara tem a seu cargo a direcção das actividades a desenvolver no âmbito da Protecção Civil, cabendo-lhe designadamente, "criar e dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil Concelhio, procurando garantir a existência dos meios necessários ao seu funcionamento".
Isso passa, entre muitas outras coisas, por "convocar e presidir às reuniões da Comissão Municipal de Protecção Civil", "promover a cooperação de cada organismo ou entidade interveniente, diligenciando assim, o melhor aproveitamento das suas capacidades", "coordenar a elaboração do Plano Municipal de Emergência e promover a preparação, condução e treino periódico dos respectivos intervenientes", "promover e contribuir para o cumprimento da legislação de segurança relativa aos vários riscos inventariados, oficiando para o efeito aos órgão competentes", "promover reuniões periódicas da Comissão Municipal de Protecção Civil, sempre que necessário e no mínimo duas vezes por ano".