quarta-feira, 13 de março de 2024

PARTIDO SA

"O fenómeno do partido empresa, do “partido SA” surgiu em Itália com o Forza Itália, de Silvio Berlusconi, o magnata que foi primeiro-ministro, dono de cadeias de televisão e de jornais reunidos no conglomerado Mediaset, do clube AC Milan. Embora o partido SA de Berlusconi tenha obtido sucesso, impondo os negócios do proprietário como interesses do Estado, o modelo deu origem a vários processos de corrupção e o rosto a descoberto do soberano foi substituído pelo de um CEO, uma máscara personificada da marca de legitimação do poder que evita a exibição da natureza privada do partido e afasta eleitores mais exigentes.

A representação que os partidos SA se propõem fazer resulta de um contrato com os seus financiadores e não com os seus eleitores. O juízo e a opinião dos representantes eleitos pelo povo, que deviam ser os pilares da soberania, são, nestes partidos máscara como o Chega ou a IL, substituídos pela venalidade e pelo engano.

Os partidos SA seguem o modelo de negócio que transformou os clubes desportivos em SAD. Não é um acaso que o presidente do Chega tenha sido recrutado no “mundo do futebol SA”. O objetivo dos “promotores” de partidos SA é transformarem os seus eleitores em membros da claque que chefiam."

Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 12/03/2024. Para ler na íntegra, clicar aqui.

terça-feira, 12 de março de 2024

A realidade move-se e Montenegro vai ter de definir em breve quem é o "inimigo" e quem é o "adversário"...

Contudo, a vida para Ventura pode complicar-se. 
O Chega, espera pela "sorte grande" (depois da "ejaculação precoce", ao Chega resta-lhe o quê?. "Vejamos: para o governo não vai, acordo parlamentar não vejo como. Festeja o quê? Ah, sim, tem uma bancada gigante, tem. E quadros? E políticas que não andem ao sabor da espuma dos dias e do ressentimento? Apesar dos 48 deputados obtidos na eleição de domingo, ao Chega resta-lhe sonhar que a legislatura dure muito pouco e possa culpar os outros do que não fizeram pela maioria estável de direita"...)
A realidade, porém, move-se. Como sublinha Filipe Tourais na sua página do facebook o "PSD não fica por aqui. Terá que decidir qual dos dois, PS ou Chega, será o inimigo e qual dos dois será o adversário. São lógicas completamente distintas. O adversário é para ir vencendo no jogo das diferenças ao longo do tempo.  O inimigo é para aniquilar o mais rapidamente possível. Tivemos disto muito recentemente. O PS esmagou os inimigos PCP e Bloco em 2021 após o chumbo do Orçamento e poupou o adversário PSD, que também o chumbou.
Teremos notícias muito brevemente sobre qual será a escolha do inimigo e do adversário do PSD na eleição dos vice-presidentes da AR. O Chega voltará a tentar eleger o seu pela primeira vez. O PSD não poderá disfarçar. Se votar a favor e garantir a eleição de um fascista para a vice-presidência  da casa da democracia, o Chega será o adversário. Se votar contra e não o permitir, o Chega será o inimigo. Ambas as escolhas terão o seu preço e comportam riscos e dificuldades garantidas."

Museu Municipal Santos Rocha promove 8.ª edição do Ciclo de Conferências Temas de Arqueologia, dedicado ao tema “O Mar da Figueira da Foz Arqueologia náutica e subaquática”

 Via Diário as Beiras

Atenção: Ponte Edgar Cardoso vai estar fechada ao trânsito de hoje para amanhã (12 para 13) e de amanhã para depois (13 para 14) das 20H00 às 7H00

 Via Diário as Beiras

A leitura pode ser um murro no estômago para muitos à esquerda, mas vale a pena...

O texto é longo. Muitos, inclusive "das esquerdas", podem não gostar nem concordar com tudo. Mas está aqui muita reflexão. Muito incómodo. E muita verdade.
Por Miguel Carvalho: 10 IDEIAS SOBRE AS LEGISLATIVAS

«1 - Quem me conhece sabe que ando, no mínimo há dois anos, a dizer a frase que Pedro Nuno Santos proferiu esta noite, (exceptuando a percentagem, claro, pois não seria bruxo para adivinhar): não há tantos racistas e xenófobos em Portugal como se pretende fazer crer. Mas o que fez a esquerda para perceber a potencial base eleitoral do Chega e o seu crescimento? Zero. O Chega cresce à custa das mentiras, enganos e sonhos por cumprir que só responsabilizam PS, PSD e, em parte, o CDS. Mas também cresce porque há uma esquerda que julga que lhe basta ter uma agenda e imensas certezas sobre um povo que, como se nota, não conhece de todo. Nem escuta de verdade. 

Pedro Nuno Santos e Rui Tavares parecem ter sido os únicos a perceber, ainda que tarde, que há um trabalho que a esquerda tem de fazer (além de renovar-se, claro): falar com os eleitores, ouvi-los, mostrar que as ideias, mesmo quando são muito boas, também se explicam e podem demorar a convenver quem acumula muitos desencantos, de muitos anos, por esse País fora. Há um quotidiano devastador, no País rural e suburbano, que precisa de ser vivido e percebido, e para os quais não chega uma resposta "pronto-a-vestir". Uma esquerda que só tem agenda e acha que não deve discuti-la terra a terra serve para pouco ou nada.

2 - Para aqueles que achavam que antigos eleitores de esquerda nunca votariam no Chega, eis a resposta, contundente. Ou acham que aqueles 18 por cento vieram de Marte? Pois, é outra tese que ando a pregar há mais de dois anos, quase sempre em minoria. E nem um certo jornalismo que vive numa bolha consegue ouvir ou perceber. Sim, há muitos eleitores ex-PCP, ex-BE, ex-PS que votaram Chega. Ontem como hoje, por fé, sem terem lido Marx nem Mussolini. Mais do que estigmatizá-los, talvez fosse melhor ouvi-los e perguntar-lhes porque escolheram Ventura. Mas isso dá muito trabalho, não é?

3 - Insisto: uma boa parte dos eleitores do Chega é resgatável para o "lado bom" da democracia. Estão lá, foram lá parar pelas mais variadas razões. E é preciso entendê-las, dar uma solução a muitos problemas que se eternizam. Mas o que temos assistido, sobretudo à esquerda, é a um discurso de trincheira que varre tudo a estigmas. Não, não são todos saudosistas, racistas, xenófobos. Há muitos, mas não são todos. Bem sei que a mentira, a desonestidade, o discurso do ódio, anda de Ferrari. Mas o jornalismo e a política que se dão ao respeito não podem responder a estes fenómenos com o discurso de trincheira, estigmatizante, mesmo que a verdade ande, inevitavelmente, de trotinete nos tempos que correm. O escrutínio é necessário e urgente. Mas também deve ser metódico e inclusivo. Quem analisa o Chega não deve confundir quem manda com quem vota. Parece óbvio, mas a verdade é que não foi. O resultado está à vista.

4 - A esquerda tem de ser reponsabilizada pelo que ofereceu de bandeja hoje: a incapacidade de se entender após a "Geringonça"; uma maioria absoluta gerida com amadorismo e sem integridade em muitos setores da governação; posições controversas sobre a guerra na Ucrânia; uma agenda exposta de forma arrogante, como se bastassem as certezas quanto ao seu brilhantismo para que todo um povo as aplaudisse como avanços civilizacionais que são. Parte da esquerda não percebeu o povo português nos anos seguintes ao 25 de Abril. Não, a revolução não estava madura. Como nunca esteve. Passaram 50 anos e a culpa é apenas do povo que não percebe o bem que a esquerda lhe faz?

5 - Uma nota sobre o PCP: podem dar as voltas que quiserem, cultivar a vitimização do costume, repetirem o "olhe que não, olhe que não", mas a posição sobre a Guerra na Ucrânia é algo que eleitores de esquerda de sempre (fora os outros) jamais esquecerão. Na mentalidade de muitos, ainda habituados a pensar entre quatro paredes, a Rússia ainda é um bocadinho a União Soviética. E todos sabemos como Putin também adora ir buscar essas referências históricas enquanto financia a extrema-direita europeia. Mais: um partido que remete um João Ferreira para a humilhação de um 10º lugar em Lisboa merece parte do que lhe aconteceu. O PCP podia, em devido tempo, ter reunido o melhor do que hoje é o BE ou o Livre (e parte do PS até). Escolheu o seu caminho, sempre cheio de certezas sobre o que o povo quer e acabará por reconhecer à CDU. Agora o lema é resistir. Até quando? É assim que se defendem os trabalhadores? É assim que se oferece uma vida melhor? É assim que se representa quem não tem, nas suas vidas, outra representação que não seja dada pelo PCP? É assim que se defende Abril? "Mais 15 dias e isto piava de outra maneira". A sério, Paulo Raimundo? Já agora: na Festa do Avante dos 50 anos do 25 de Abril ainda teremos as barraquinhas da Coreia do Norte e do MPLA? É só para saber...

6 - Chamem-me doido, mas não estou a ver bem o que Ventura vai fazer com tanta euforia, além de berrar mais alto. Aqueles deputados todos vão servir para quê, exatamente, se Montenegro mantiver a palavra dada? Para já, só há um nome para isto: ejaculação precoce. Vejamos: para o governo não vai, acordo parlamentar não vejo como. Festeja o quê? Ah, sim,  tem uma bancada gigante, tem. E quadros? E políticas que não andem ao sabor da espuma dos dias e do ressentimento? Ao Chega resta-lhe sonhar que a legislatura dure muito pouco e possa culpar os outros do que não fizeram pela maioria estável de direita. Aí sim, pode ser que lhe saia a sorte grande.

7 - Montenegro fez uma boa campanha, apesar do CDS, do PPM e do cheiro das tintas. Mas o cordão sanitário ao Chega não é convicção. É tática. Montenegro deve ter percebido a tempo que os custos de um qualquer acordo com o Chega seriam devastadores. Temo mesmo que muita gente com peso abandonasse de vez o partido. E com estrondo. Que PSD sobraria para a História depois de um acordo que faria Sá Carneiro dar voltas no túmulo? No momento de avaliar o que pesava mais, escolheu o que pensava ser menos destrutivo para o partido. E vendeu-o como convicção. Fez bem.

8 - O crescimento do Chega deve também muito ao jornalismo "pingue-pongue", de pouco escrutínio de fundo e muito ruído, de declaração e contra-declaração, de casos e casinhos, sem distinção de envergadura e gravidade. Há um jornalismo que também esteve em jogo nestas eleições e perdeu. Prefere a preguiça do Portugal sentado, do comentário e do parlatório, e menos o País real, que há muito anseia por se fazer ouvir no centro das decisões, mas não é escutado. Despovoado, esquecido, negligenciado, deserdado, votou para se fazer ouvir. Não gostaram? É o que lhes resta. Se lhes chamarem "fachos" só vai piorar, acreditem...

9 - Excelente discurso de Pedro Nuno Santos. Goste-se ou não do estilo, foi claro, frontal. Percebe-se que não está ali para "engonhar" e a política precisa dessa transparência, para o bem ou para o mal. Mas o PS tem muito, muito para fazer para recuperar a imagem de um partido confiável, que não trai nem se prostitui de pantufas, quando lhe dá jeito. É o trabalho de uma geração, talvez possa ser esta. “Não há 18% votantes racistas ou xenófobos em Portugal, mas há muitos portugueses zangados que sentem que não tem tido representação, queremos reconquistar a confiança destes portugueses". Estas palavras são todo um programa. Começar agora é um pouco tarde, mas ainda não é o fim do mundo.

10 - O Livre fala para uma esquerda que se cansou do mofo da esquerda. Para poder ser esquerda de novo. Uma esquerda que aprende com os erros é coisa rara. Talvez haja caminho por aqui. Sem Joacines nem outros erros de casting ou de avaliação pode ser que este seja, para muitos, o início de uma bela amizade. (O Livre foi terceiro no Centro Histórico do Porto. O que é que está a acontecer nos subterrâneos da política que ainda não detetamos?).

P.S. Perdoem, mas não estou pessimista em relação à liberdade e à democracia. Pelo contrário. Acho que, para muitos, este é o princípio do fim, embora não pareça. E entretanto, pode ser que o tempo faça cinza da brasa e outra maré cheia venha da maré vaza...

P.S. II Para um artigo que escrevi há umas semanas e será publicado em breve na Divergente, escrevi: "Nos próximos atos eleitorais, a começar pelas Legislativas de março, o eventual aumento da participação eleitoral pode acabar no colo de uma reforçada direita radical ciberpopulista, que afronta a mediação informativa profissional e reduz o escrutínio jornalístico a terra queimada". E mais não digo, leiam o resto depois.»

O sucesso eleitoral do Chega pode não ser conjuntural...

Imagem daqui
Nas eleições de domingo passado, o descontentamento crescente da população propiciou o caldo fértil e fácil para alguns navegarem a onda do populismo.
André Ventura, é um desses populistas, que fez parte do PSD por largos anos e que foi candidato desse partido em actos eleitorais, mas que fala como se nunca tivesse feito parte do sistema e diz aquilo que a generalidade da população quer ouvir.
Portanto, para abreviar numa frase curta: "chegou a nossa vez"

Porém, não é a primeira vez que um terceiro partido se aproxima dos 20%: tal já se tinha verificado em 1979 com o PCP, que obteve 18,8% dos votos e elegeu 47 deputados). E em 1985, com o PRD a conseguir 17,92 dos votos e a eleger 45 deputados. 

Todavia, desta vez, o caso parece-me diferente: o Chega integra-se num movimento transnacional da direita radical populista, que parece não ter nada de conjuntural. 
É possível, portanto, que este sucesso Chega signifique uma verdadeira alteração estrutural do sistema partidário em Portugal.
Para já, mesmo que não venha a entrar no Governo, o Chega vai obviamente condicionar politicamente o frágil Governo do PSD que pode sair destas eleições.

Neste momento, "os partidos democráticos e fundadores da democracia só podem combater o populismo de André Ventura e reverter o crescimento exponencial do seu partido se fizerem uma introspeção e deixarem de apontar o dedo a André Ventura, ao Chega e aos seus eleitores.

Não foi o 25 de Abril que falhou, quem falhou foi uma série de políticos que sobrepuseram os seus interesses pessoais aos interesses do país e não olharam a meios para atingir os fins.

 A partir de determinada altura, a política passou a ser apelativa para muitos que viram nela uma forma fácil de ganhar dinheiro, sem grande esforço e trabalho.
Assim, a política deixou de ser a nobre arte de governar o país e as autarquias e passou a ser a nobre arte de alguns se governarem. Daí o crescimento da corrupção e do nepotismo.
Na verdade, pessoas sem escrúpulos, sem vergonha, sem carácter, sem princípios e sem valores começaram a espalhar-se, qual gangrena, por vários órgãos do poder."
O resultado está aí: a poucos dias do 25 de Abril comemorar 50 anos, temos 50 deputados do Chega!

Sobre os  resultados das eleições de ontem,  Ricardo Paes Mamede escreveu no jornal Público um texto sóbrio e implacável nas ideias ao nível a que habituou quem gosta de o ler. 

"Crises, instabilidade e crispação: as origens da quebra do PS" é o título. Termina assim.
“(…) A generosidade com que pessoas e instituições endinheiradas financiam organizações políticas que apostam na crispação, sugere que uma parte dos ricos em Portugal já não tolera as opções de quem governou o país nos últimos anos, por muito moderadas que fossem. Não há aqui nada de novo: quando acham que a democracia lhes retira privilégios — sob a forma de impostos ou de direitos laborais que consideram excessivos —, alguns poderosos financiam o caos, dando poder a quem oferece ordem e “moderação”. Esperam com isso manter os seus benefícios. O problema, como a história mostrou muitas vezes, é que se arriscam a perder o controlo sobre o monstro que criaram.”

segunda-feira, 11 de março de 2024

"Médicos deviam cumprir dois anos no SNS"

Via Diário as Beiras: «cirurgião falava no ciclo de tertúlias dedicado a Mário Soares, promovido pelo Município da Figueira da Foz.
Eduardo Barroso defendeu que os médicos especialistas formados pelo Estado deveriam ter de cumprir pelo menos dois anos de serviço, “devidamente pagos”, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) antes de irem trabalhar para o setor privado ou para o estrangeiro.
Por outro lado, o reputado cirurgião, que exerceu medicina no SNS e no privado, afirmou “sem preconceitos ideológicos” que “há lugar para todos”, isto é, para os cuidados públicos, privados e sociais. Todavia, ressalvou que só o SNS, de que é defensor, tem capacidade de resposta para atos médicos “complexos” e “doenças graves”

Como é que se lida com o Chega? A pergunta é agora remetida para o Presidente da República...

«Num belo dia de novembro, o Ministério Público decidiu brincar aos polícias e ladrões e fazer tombar um primeiro-ministro ainda não sabemos porquê. Quatro meses depois, temos um governo precário, um parlamento partido e a extrema-direita com quase 50 deputados. Obrigadinho, Lucília Gago. Luís Montenegro acabou a noite eleitoral de ontem como um vencedor derrotado e Pedro Nuno Santos falou como um derrotado vencedor. Pudera: o secretário-geral do PS livrou-se de ficar na posição impensada e quase impensável da AD. 
Montenegro propõe-se ficar com um governo sub-30%, diminuído e diminuto, governando com despachos, portarias e decretos-lei, cercado por uma oposição fortíssima, entre um PS que vai criticar cada palavra e um Chega que vai odiar cada vírgula. Dirá Marcelo que sim? E para quanto tempo? E para que resultado?
Não sabemos se Pedro Nuno Santos daria um bom primeiro-ministro, mas intuímos que dará um temível – e duplo - opositor: à AD e ao Chega. Vamos ter um Parlamento tonitruante e canibal, desordeiro e arruaceiro. Só que o problema não começa por ser esse: não será o mesmo Chega em versão XL. Porque o XL constrói um novo Chega.
É nisto que o Parlamento torce o rabo. Porque um milhão e cem mil portugueses podem até estar errados mas não podem ser ignorados. O Chega tem agora uma outra legitimidade para fazer exigências políticas e até para confrontar as três figuras cimeiras de Estado. Desprezar quase cinco dezenas de deputados eleitos é ignorar a sua própria derrota. Como é que se lida com o Chega? A pergunta é agora remetida para o Presidente da República.
A campanha serviu para rodar 360 graus e acabar como começou: com o receio que outra coisa não nasceria disto que não fosse o crescimento a galope da extrema-direita. Ei-la. Esse crescimento deve-se aos falhanços sucessivos de PS e PSD na governação, mas quem fez esta ocasião não foi o ladrão, foi o polícia. E nisso António Costa tem toda a razão: com umas eleições causadas por um Ministério Público que arrostou suspeitas mal fundamentadas sobre um primeiro-ministro, e um louco inimputável que decidiu guardar 75 800 euros em livros no Palácio de São Bento, vimos o desastre antes de ele acontecer. A campanha criou a ilusão de que talvez não viesse a ser tão mal. Foi pior.
Critiquei muitas vezes a governação de António Costa, que pouco fez além de subir o salário mínimo, descer os passes sociais e controlar as contas públicas, atirando dinheiro para cima do SNS sem o resolver e deixando a habitação e a educação paradas à chuva da degradação. Mas mesmo dois anos de maioria absoluta relapsa e decadente não se derrubam por linhas tortas – nem por processos judiciais sem fortes indícios. Só razões políticas teriam consequências políticas.»

AD e o adn da incompetência da "direita laranja"...

O PSD, nas legislativas de 2024 conseguiu a proeza de fazer uma coligação com nome e símbolo parecido ao de um partido já existente, mas que quase ninguém tinha dado por ele. Ao que o Gato Fedorento Ricardo Araújo Pereira mostrou na televisão da "direita laranja", próximo das eleições, formado por gente algo esquisita... 

Indo direito ao assunto: a incompetência fez a coligação AD perder pelo menos dois deputados (Vila Real, onde o ADN teve 2.958 votos. Em 2022 havia tido 0- zero!; e em Coimbra, onde o ADN teve 2.421 votos. Em 2022 tinha tido 0 - zero!). Ou seja, eliminou os ganhos da tal coligação. 
António Leitão Amaro, disse no painel da RTP que deram conta do acontecido desde a semana passada, quando começaram os votos antecipados... 
É esta malta que vai governar e enfrentar os problemas dos portugueses e de Portugal nos próximos 4 anos?..
O Marcelo tem aqui mais uma bela bota para descalçar... 

domingo, 10 de março de 2024

Eleições legislativas 2024: o "partido da esquerda da nossa direita", foi derrotado pelo "partido da direita da direita"?!..


Neste momento, ainda está tudo (ou quase...) por definir. Porém, a confirmarem-se as projecções anunciadas na abertura dos telejornais das 20 horas, estamos perante o seguinte cenário: o "
partido da esquerda da nossa direita", foi derrotado pelo "partido da direita da direita"
Com a vitória  da "direita laranja", a derrotada "direita rosa" vai ter tempo para as necessárias "reflexões e renovações"Sobretudo, o PS vai ter tempo "de se livrar da tralha socratista que ainda por lá anda e manda" para preparar a alternância.
É isto que o Povo quer há quase 50 anos. É isto que o Povo tem há quase 50 anos.
A extrema-direita não cresceu por acaso: o descontentamento causado pelas políticas levadas a cabo pela "direita laranja" e pela "direita rosa" foi o caldo que cozinhou o prato que temos. 
O momento, ao que parece, é de mais uma ilusão oferecida pelos (novos/velhos) "salvadores de um país imaginário, que é Portugal, onde o socialismo nunca existiu nem aconteceu".
vida continua. E a luta também.
Para já o Sporting deu três secos ao Arouca.
Amanhã, o Marcelo que descalce a bota...

Iolanda é a grande vencedora do Festival da Canção 2024

Via RTP
«Natural de São Pedro de Cova Gala, na Figueira da Foz, mudou-se para Lisboa aos 17 anos, mas já aos 14 dava os primeiros passos na escrita. Tentou como porta de entrada atuações em bares e concursos de talentos nacionais, mudou-se para Londres, onde estudou Songwriting na BIMM, Universidade de Sussex. A publicação Rimas e Batidas prevê que será “uma das próximas grandes divas da música feita em Portugal para a próxima década”. »

Quer saber qual é o seu local de voto?

É fácil: 

1. basta ir à página do recenseamento eleitoral, e pesquisar.

2. enviar um sms (gratuito) para 3838, com o texto com «re», espaço, número do Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão, espaço, data de nascimento (no formato AAAMMDD). Exemplo: re 1234567 19740425.

sexta-feira, 8 de março de 2024

Faltava a "cereja em cima do bolo" da AD...

Uma foto de Eduardo Gageiro no Dia da Mulher

 

Foto: Eduardo Gageiro

As fotografias de Eduardo Antunes Gageiro contam a história deste país. Como poucos, captou o pulsar da revolução de Abril, o festejar da liberdade, o fim da guerra colonial, a consagração de direitos essenciais dos cidadãos e as transformações socioeconómicas no nosso país. Os seus olhos viram muito.  E nós, que sorte, com as fotografias que tirou, é como se víssemos um pouco também através deles. Foi o único fotógrafo do mundo a fotografar os terroristas que sequestraram os atletas israelitas da aldeia olímpica nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.

Serviço encerra no dia 1 de abril

 Via Diário as Beiras

Afinal não há crime?

Via Revista Visão

"O Ministério Público admitiu não ter indícios de crime nos casos do lítio e do hidrogénio. A Procuradoria-Geral recusa revelar quem ordenou investigação a António Costa, mas todos os caminhos apontam na direção de Lucília Gago."

Para ler melhor clicar nas imagens.

A 5ª. Coluna de Miguel Sousa Tavares: tanta verdade sobre a actualidade

Esta intervenção de Miguel Sousa Tavares, no jornal da noite, o
ntem na TVI, merece ser ouvida e vista. 
Para o fazer basta clicar aqui.
Todos os assuntos tratados são de uma actualidade indiscutível.
O primeiro assunto é do âmbito da política nacional e tem a ver a queda do governo de António Costa. Em véspera das eleições de dia 10, ainda o Ministério Público não informou os portugueses sobre o que de errado fez o ex-primeiro ministro, de que é acusado, que indícios existem contra ele, etc. Aliás, a revista Visão publicou, também nessa data, um artigo em que revela que o próprio Ministério Público não tem indicios de crime, nos dois casos que levaram às buscas que deram origem ao comunicado que fez cair o Governo: “Ao fim de quatro anos de investigação e milhares de escutas telefónicas, o Ministério Público (MP) admitiu não ter a certeza de que foram praticados crimes nos casos do lítio e do hidrogénio, assim como noutras situações que envolvem antigos ministros, como João Galamba e João Matos Fernandes. Quando separaram as investigações por processos autónomos, os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) assumiram estar ainda por «comprovar a existência de indícios da própria ocorrência de crime» naquelas duas situações, o que carecerá de análise necessariamente mais demorada”. (Visão, 07/03/2024). 
Miguel Sousa Tavares pergunta: como pode a justiça fazer cair um governo sem ter nada de sólido e concreto para acusar o chefe e outros membros do governo?! Um golpe de estado para levar o Chega e companhia ao poder? Quem sabe. 
O segundo assunto é o horror dos crimes que Israel está a cometer na faixa de Gaza, nomeadamente contra crianças. Miguel Sousa Tavares compara, os crimes de Israel aos crimes dos nazis contra os judeus nos campos de concentração e no gueto de Varsóvia. 
O terceiro assunto é sobre a guerra na Ucrânia e sobre as loucas decisões belicistas dos líderes europeus, com Macron à frente, que querem aumentar as despesas com armamento à custa do definhamento do estado social, e que ainda sonham com a possibilidade de derrotar a Rússia e sacarem-lhe os seus vastos recursos. Não é preciso ser muito sagaz, nem muito inteligente, para saber que atacar a Rússia equivale a desencadear a III Guerra Mundial. Contudo, é para esse cenário de morte e destruição do planeta que os líderes europeus nos estão a conduzir. 
Vejam o vídeo. Miguel Sousa Tavaresdas, com quem discordo muitas vezes, é das poucas vozes que ainda vai tendo espaço, na comunicação social de larga audiência, para expressar, de quando em quando, algum ruído nas narrativas dominantes.