Via Diário as Beiras
quarta-feira, 29 de março de 2023
Barbárie
“A competição é só civilizadora enquanto estímulo; como pretexto de abater a concorrência é uma contribuição para a barbárie.”
Duas perguntas simples
"O que é que vai na cabeça de um gajo que atravessa o Mediterrâneo numa embarcação manhosa, à mercê das redes mafiosas de tráfico de humanos, que se vê viúvo na Grécia num incêndio num campo de refugiados, sozinho em Portugal, pai de três menores num país estrangeiro, para fazer uma merda destas?
terça-feira, 28 de março de 2023
Prognósticos só no fim: “o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira”
A história é velha e é muito conhecida. Contudo, continua actual. Em 1987, o então presidente do Vitória de Guimarães, Pimenta Machado, face a uma notícia do "JN" sobre a saída de René Simões, que na altura seria "em primeira mão", decidiu fazer marcha atrás e só despediu o treinador uma semana depois.
Nessa altura tornou-se célebre a sua frase: “o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira”. A frase, nunca perdeu a actualidade. Hoje pode continuar a ser usada quase todos os dias. Além do desporto, também na política.
Vejamos, via Delito de Opinião, o que disse Fernando Medina (há quem lhe chame ministro), sobre a taxa zero de IVA em alguns bens essenciais.11 de Outubro: «Medina rejeita taxa zero de IVA nos alimentos por temer oportunismo.»
1 de Fevereiro: «Medina rejeita IVA zero nos bens essenciais.»
14 de Março: «Fernando Medina insiste que IVA zero em alguns produtos não resolve preços incomportáveis.»
24 de Março: «Medina anuncia IVA 0% para cabaz de bens essenciais.»
segunda-feira, 27 de março de 2023
No mínimo, isto é preocupante...
Esta segunda-feira é Dia Mundial do Teatro
O director da Seiva Trupe - Teatro Vivo explica que apesar do momento difícil que vivem, o programa tem entrada livre. Jorge Castro Guedes sublinha que esta data é duplamente importante. "Primeiro, porque esta é também a data do primeiro aniversário da inauguração da Sala Estúdio Perpétuo, que culmina um prazo de 9 anos em que a Seiva Trupe esteve sem sala. Neste dia 27, vamos fazer uma performance chamada "Convoca se um teatro vivo", poesia, música e uma homenagem ao António Reis, um dos fundadores da Seiva Trupe. Vai ainda ser apresentado o novo sítio da internet da companhia."
"A Seiva Trupe tem uma gestão extremamente cautelosa e tinha uma reserva para três, quatro meses. Além disso foi cortada toda a atividade e, portanto, eu estou a falar da manutenção mínima da sala e de uma estrutura de três pessoas neste momento. A situação é sustentável até ao final de abril no máximo dos máximos, a partir daí só teremos a possibilidade de pagar as instalações, mas acredito na resolução do problema. Não era o dia do teatro que com que sonhava... mas é um momento de alegria, de festa e em que esperamos a solidariedade das pessoas."
Instalações da GNR podem vir a receber o Campus da Universidade de Coimbra
“Em termos de tempo e dinheiro, estou à procura da melhor solução”, garantiu o autarca. “A câmara tem a responsabilidade de abrir portas e tentar procurar soluções e apresentá-las à UC, [que] tem também uma responsabilidade grande, até na apresentação de candidaturas a financiamento”, disse ainda Santana Lopes.O autarca está a desenvolver contactos nesse sentido.
Centenário de Mário Soares vai ser assinalado na Figeuira da Foz
sábado, 25 de março de 2023
Marinha das Ondas comemora 95 anos como freguesia
A Marinha das Ondas, localizada no concelho da Figueira da Foz, está a comemorar o 95.º aniversário como freguesia.
Justiça para os trabalhadores da Justiça!
E sendo isso uma parvoíce, a verdade é que toda esta situação é muito pouco democrática.
O nível de bandalheira a que se chegou neste país é tal, que deixou de haver justiça para os trabalhadores da Justiça."
Jacques, o bonecreiro de famosos.
"Os ingleses têm um provérbio que julgo apropriado ao que está a acontecer a Jacques Rodrigues, um dia é da caça, o outro é do cão. O dono do grupo Impala, que edita as revistas Maria (classes baixas baixas) e Nova Gente (classes de pretendentes a ascensão) fartou-se de ter dias de caça e caça grossa. Deu o nome à empresa de Impala - uma grande peça de caça e avisou que ia impor a sua lei, a da selva!
Agora, que as chamadas autoridades bateram à porta do Jacques parece que aconteceu o mesmo que a um tal Nuno herdeiro da sociedade de sabões e que só tinha de seu uma moto de água, e o mesmo ao comendador Joe da Madeira, que possuía uma garagem. Os tipos do buraco do Banif, vá lá, ainda têm umas casitas jeitosas no Vale da Coelha ao lado do venerável Cavaco Silva!
Jacques é, por isso, mais um figurão na galeria de prestigiadores que fazem desaparecer dinheiro e empresas enquanto ninguém dá pelo milagre. É um ícone da nossa civilização: não é um marginal. Quem se pavoneou pelas Marias e Novas Gentes são pessoas com quem nos cruzamos, alguns que até elegemos. Jacques Rodrigues envernizou a classe media portuguesa e transformou os bacharéis em lentes da Universidade. Ele substituiu o antigo guarda-roupa Paiva. Um atabalhoado jovem recem licenciado membro de uma concelhia de trás do sol chegava a lisboa sem saber distinguir o Conde Redondo do Intendente e o Jacques apontava-o ao Casino Estoril com um smoking e o cabelo oleado!
Jacques veio de Angola e atirou-se à reconstrução da vida sem olhar a meios - é mesmo assim, não há piedade nem princípios quando se trata de sobreviver e responder a ofensas, Jacques explorou o mais velho e garantido elixir do êxito: dirigiu-se aos instintos básicos, o sexo, a vaidade, a ambição. Embrulhou este cocktail em papel celofane num saco para classes baixas e noutro para quem já vai ao cabeleireiro. A Maria e Nova Gente. Chamou ao papel de celofane - glamour - contratou uns escribas e uns fotógrafos, uns e umas pretenciosas que nao tinham onde jantar para umas sessões de exibição, comprou umas reportagens com as "celebridades decadentes da Europa" e expôs com destaque as atividade sexuais de uma maltosa que já andava nesta vida de cama e coca há muito, mas sem o destaque que dá dinheiro. O realizador moçambicano e brasileiro Ruy Guerra, que realizou o filme Portugal SA, com guião meu, reduzia este tipo de enredos de forma triangula: quem trepa com quem. A trepa com B, B trepa com C, C quer trepar com A, mas B arma escândalo com com um fadista que chegou à noite para animar a festa e engatou a filha do marquês que recebe a malta,
Jacques Rodrigues foi durante muitos anos simultaneamente o "patrão" dos famosos que trabalhavam para a casa e também o seu expositor. Pode ser considerado um galerista. Pelo meio deixou calotes, recebeu empréstimos, porventura até terá encaixado subsídios europeus de projetos de futuro, como a influência do Botox na fuga à identidade e na oralidade. Como vencer na vida sem mexer uma palha - uma contribuição para a política zero carbono. Como tirar o odor corporal dos fatos alugados. Entretanto comprou ou construiu vivendas e casas de luxo, automóveis, joias, tudo sem que os bancos tenham tido uma dúvida, nem as finanças, nas as câmaras onde o Jacques se instalou.
Enfim: é desta Nova Gente que somos feitos. Para alguns tipos que sacristiam estes novos sacerdotes, caso do "Ajax" do novo regime, o Ventura, esta é a sua gente. Execráveis são os que recebem o rendimento mínimo. O Jacques Rodrigues somos nós. Compramos os seus produtos, como compramos hoje os produtos SIC, CM, TVI. A queda do castelo de cartas construído por Jacques Rodrigues deve-se aos novos modelos e meios de comunicação: hoje um "famoso" não necessita de um mexeriqueiro que leve uma notícia e que tire uma foto de um nu. Os proprios famosos se encarregam de expor as suas cenas de cana, os seus corpos nas retretes, a transcricão dos seus diálogos com os parceiros, as denuncias do roubos que fazem quando saem de casa. À velha Nova Gente (replicas mais ou menos conseguidas da Hola) chamou-se imprensa del córazon. Nunca foi verdade, o corázon era a carteira do otário ou a alegria do mundo das mulheres, situada mais abaixo. Foram tempos que desapareceram.
Hoje a Nova Gente masturba-se em direto nas redes sociais diante de um telemóvel 5 G ou de um IPad! Nem o Jacques aguentou tamanha concorrência! Comparado com o que as redes publicam a Nova Gente era uma revista de escuteiros."