sábado, 6 de novembro de 2021

"Maioria dos portugueses prefere Rui Rio a Paulo Rangel"

Foi  um político de peso...


Porém, agora parece que lhe escasseia peso político...

"A Sondagem da Universidade Católica para a RTP indica que Rui Rio recolhe mais preferências nas perguntas sobre quem será melhor Líder do partido e melhor primeiro-ministro."

A classe política...

Em Portugal, a classe política é gente à parte e vive entregue a si mesma.
Nas suas conversas e encontros, no isolamento das suas casas luxuosas, nunca ou quase nunca, vive concretamente a vida do cidadão comum, aquele que anda em transportes colectivos, aquele que anda pelo meio da rua, trabalha num local colectivo e frequenta um mercado. 
Em Portugal, os melhores entregam-se ao trabalho fora da política. A política tornou-se um misto de palavras, armadilhas, traições e intrigas... 
E assim vão ficando os piores - como já estão e a confirmarem-se certas notícia que correm, ainda mais vão ser nos tempos próximos.
«Assim se faz uma estrela!»
"O primeiro passo é fazer qualquer coisa que chame a atenção da comunicação social como seja um aparecimento repentino (para político até aí cinzento e sem chama) em “farra” inesperada com direito a bebedeira pública, ou assim tornada por vídeos de amigos, logo seguida de uma “saída do armário” que é nos tempos que correm um acto de coragem, uma espécie de medalha também. 
Depois é esperar que a imprensa e televisões se encarreguem da construção da imagem. O problema começa quando os comentadores televisivos (ver o caso do comentário de Marques Mendes na SIC) e jornalistas com curriculum se entusiasmam de tal modo que se tornam promotores entusiásticos da promovida figura até atingirem o irracional e mesmo o ridículo. 
Tudo isto vem a propósito do editorial de Manuel Carvalho de dia 2, em que este jornalista chega a dizer que a legitimação de Rui Rio no PSD seria diminuída com uma previsível ida às urnas no país face a uma eleição interna no dito partido! 
Só posso interpretar esta afirmação como uma tentativa de promoção do dito político, agora estrela “brilhante” para a comunicação oficial. 
Aproveito para declarar que nada me liga ao PSD."
José Alberto Tomé, Lisboa, via Jornal Público

PEDRO AGOSTINHO CRUZ

 Via Diário as Beiras

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Antes e depois, sempre o mesmo...

Ainda me lembro, que quando era miúdo, no final da década de 50 do século passado, não havia frigorífico nem fogão, nem água canalizada, nem luz, na minha casa.
Na maioria das casas da Aldeia havia frio e fome. Felizmente, na minha casa nunca faltou que comer. Mas as dificuldades eram muitas.
Nesse tempo que já lá vai, as elites das classes altas em Portugal confiavam o governo da Pátria a gente de origem humilde, hábitos simples e pouca ambição social. Foi assim que o filho dos caseiros de Santa Comba chegou a ditador. 
Depois do 25 de Abril de 1974, já em Democracia, a vida melhorou para a maioria da gente da minha Aldeia.
As elites mudaram. Tornaram-se  burguesas. Perturbaram-se com o senhor que subiu na vida directamente da gasolineira do pai  para a universidade estrangeira. Sentiram repulsa quando o homem, na campanha para presidente depois de ter sido 1º. ministro,  falava de boca cheia e não gostavam de o ver junto dos Ricardos Salgados desta vida, então ricos,  poderosos e famosos. 
Antes do 25 de Abril de 1974, as elites contratavam filhos de caseiros para tratar da Nação. Depois do 25 de Abril, as elites burguesas incomodaram-se porque viram os filhos dos donos das gasolineiras passarem a mandar.
Sentiram-se despromovidos, ameaçados e humilhados. Tiveram medo de ser confundidos com o povo. Todavia, não tinham nada a recear. Os filhos dos senhores das gasolineiras que subiram na vida e chegaram a posições de destaque na política, continuaram a defender os interesses dos mesmos que defendeu o filho do caseiro de Santa Comba que chegou a ditador.
Os pobres é que sempre pagam as crises.

O presidente da concelhia do PSD renunciou ao mandato....

Via Diário as Beiras

"Os social-democratas devem ter em breve eleições antecipadas para escolher a nova concelhia".

Vox pop.: "Quem boa cama fizer nela se há-de deitar"...

Imagem de autor desconhecido

A luta por um bem: um partido político

Pacheco Pereira

"Possuir um grande partido, como o PSD, ou mesmo um pequeno partido como o CDS, significa ter um grande património para distribuir pelos “seus”, lugares, empregos, oportunidades, estilos de vida acima das qualificações, possibilidade de mandar e corromper, poderes macros e micros, pose e pompa.

O que se passa no PSD e no CDS é um conflito de uma enorme agressividade, que surpreenderia quem está fora da vida partidária, se o conhecesse tal como ele é. É parecido na sua acrimónia e violência com um conflito sobre marcos ou sobre o uso da água duma nascente, daqueles que historicamente são a fonte de assassinatos nos campos, animosidade de famílias por gerações, onde vinganças e ameaças são comuns. Há razões políticas e ideológicas, mas são mais ténues do que parecem e estão limitadas a um pequeno número dos combatentes. O que se passa é que o conflito é por um bem, e um bem escasso: a posse e o controlo sobre um partido político, numa democracia que deu muitos poderes aos partidos.

Possuir um grande partido, como o PSD, ou mesmo um pequeno partido como o CDS, significa ter um grande património para distribuir pelos "seus", lugares, empregos, oportunidades, estilos de vida acima das qualificações, possibilidade de mandar e corromper, poderes macros e micros, pose e pompa. Infelizmente, quanto maior é a degradação política e ideológica de um partido, maior é a competição por estes bens."

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Rita Marques, secretária de Estado do Turismo: há falta de mão de obra porque trabalhadores exigem “melhores condições”

Verdadeira artista:

Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, na Web Summit

Foto: MARIO CRUZ/EPA

«A secretária de Estado do Turismo vai a evento maioritariamente assegurado por trabalho voluntário, onde o organizador recebe do Estado 11 milhões de euros por cada edição, além do recinto onde decorre o evento, wi-fi, equipamentos de palco, recepções várias e uma campanha promocional suportados por outras entidades, dizer que há falta de mão-de-obra porque 
agora os trabalhadores exigem melhores condições, coisa que não acontecia antes da pandemia em que trabalhavam que nem uns alarves por tuta e meia.»

Presidente da República convoca eleições antecipadas para 30 de janeiro de 2022

Via RTP

«"Uma semana e um dia depois da rejeição do Orçamento para 2022 encontro-me em condições de vos comunicar que decidi dissolver a Assembleia da República e convocar eleições para o dia 30 de janeiro de 2022", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa.

De acordo com a Constituição, as eleições legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do Parlamento - que só poderá ser decretada, portanto, a partir de 1 de dezembro.»

O AZAR DO NOVO VEREADOR DAS OBRAS MUNICIPAIS...

 Hoje de manhã, próximo do Jardim Municipal, dois amigos à conversa.

— Mas que se passa com esta cidade? Há obras por todo o lado. Valha-me deus...

— É o progresso...

— Cuidado aí... Chegue-se mais para cá.

E, entretanto, foram andando em direcção à margem do rio, frente à marina.

— Arre, sente-se bem que chegamos à beira-rio, que humidade!

— Aperte bem o casaco, veja lá. Não deve dar jeito adoecer agora...

 Voltando à conversa entre os dois amigos... 

— Temos então que a câmara cá da terra tinha uma maioria absolutíssima e parecia lançada para um novo mandato. Tanto assim era, que pela oposição habitual se apresentou desportivamente um bom candidato perdedor.

— Estou a ver... Pessoa séria, que não queria mesmo ganhar, mas que fez o frete ao partido de se queimar nas eleições.

— Mas apareceu um candidato fora da caixa, um tal de Santana - e lixou a coisa toda...

— Sério?

— Hum... E depois, que aconteceu?

— A oposição fora da caixa tomou conta disto...

— Ganharam?

— Ganharam. Por meia centena de votos, mas ganharam.

— E agora? O que vão fazer a estas obras?

— Vão terminá-las... E se já estão atrasadas!

— Então isto acabou por sobrar para o novo vereador das obras municipais. Quem é o desgraçado?

— O Manuel Domingues...

— Mas esse, na Assembleia Municipal, não votou contra as obras?

— Penso que votou...

— É preciso ter azar...

Aproxima-se a hora do almoço.

— Cuidado aí, isto anda tudo em obras, talvez seja melhor mudarmos de passeio.

— Cuidado: vêm lá três cães. Será seguro?

— Estão com trela?..

Santana Lopes está a seguir o guião por si próprio anunciado no acto da tomada de posse

O património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca, “realidades que estão muito complicadas” - e a “resposta social, com os centros de saúde e o sistema de transporte das pessoas que vivem mais longe do centro do concelho”, são as áreas em que o autarca prometeu no dia da tomada de posse “trabalhar mais depressa”. Nesse dia 17 de Outubro p.p., o agora independente Pedro Santana Lopes eleito pelo movimento “Figueira a Primeira”, assumiu também como prioridades o mar, a erosão costeira,  o regresso do ensino superior e as respostas sociais. Sem esquecer, contudo, a necessidade de  "acabar as obras em curso".
Ontem, à margem da reunião de câmara, Santana Lopes disse aos jornalistas, que dá prioridade à reabilitação do património municipal. O autarca referia-se a imóveis como o Mosteiro de Seiça (Paião), o Paço de Maiorca, o Palácio Conselheiro Lopes Branco (Maiorca) ou o moinho de marés (Alqueidão). “É prioridade para mim o património ser recuperado”, afirmou. A propósito de Maiorca, Pedro Santana Lopes garantiu: “o Paço de Maiorca vai ser recuperado, não tenham dúvida nenhuma”. Por outro lado, “o Mosteiro de Seiça não pode esperar. Quero começar a intervenção, porque o mosteiro precisa”, disse ainda Pedro Santana Lopes.
Portanto, até ao momento, Santana Lopes está a seguir o guião por si próprio anunciado no dia da tomada de posse.
Via Diário as Beiras ficam as principais decisões tomadas na reunião de câmara realizada ontem, para além da reabilitação do património: aprovação da delegação de competências, videovigilância no Bairro Novo e continuação de Rui Duarte à frente da Figueira Domus.

Ser gente

 


"Um homem com mobilidade reduzida precisou de uma rampa amovível cedida por uma empresa de construção civil para entrar anteontem no Tribunal do Trabalho da Figueira da Foz"...

 Via Jornal de Notícias

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Recuperação de edifícios municipais é “prioridade” para Santana Lopes na Figueira da Foz

Via Notícias de Coimbra
"A recuperação de edifícios municipais, como o Mosteiro de Seiça ou o Paço de Maiorca, para que as pessoas os possam visitar, é uma “prioridade” para o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes. 
A questão da reabilitação do Mosteiro de Seiça foi hoje suscitada na reunião do executivo, devido a não existir ainda visto do Tribunal de Contas à empreitada orçada em 2,7 milhões de euros, nem aprovação da candidatura a fundos do Portugal2020, que suportam a obra em 85% do seu financiamento.
“Seiça tem ainda os fundos europeus para aprovar. E tem o visto do Tribunal de Contas para ser dado. O visto só é concedido quando houver a aprovação da candidatura aos fundos europeus, portanto estamos aqui num impasse”, frisou Santana Lopes, em declarações aos jornalistas à margem da reunião camarária. O presidente do município enfatizou que a recuperação do Mosteiro de Seiça “não pode esperar”: “Quero começar as obras, não é por mim, não é um capricho, é porque o Mosteiro precisa, tenho receio na situação”, alertou. 
Um dos receios, há muito identificado, diz respeito à situação da igreja em ruínas, que possui árvores no topo das duas torres e cujas raízes ameaçam a estabilidade da fachada do século XVI. 
Localizado num vale da freguesia de Paião, no sul daquele concelho litoral do distrito de Coimbra, junto à linha ferroviária do Oeste e ribeira de Seiça, o mosteiro teve origem na fundação da nacionalidade, embora o conjunto edificado atual seja dos séculos XVI e XVIII. 
Santana Lopes classificou a situação de “urgentíssima”, acrescentando que a primeira prioridade é “o que está em risco” no Mosteiro, ou seja, a “consolidação” do edificado em ruínas. Quanto ao projeto do anterior executivo em criar em Seiça um centro de interpretação, Santana Lopes manifestou “dúvidas”. “Acho que o Mosteiro tem de ser devolvido, tanto quanto possível, à sua pureza. Vejo-o como local de visita, a Figueira precisa, como de pão para a boca, de ter os seus pontos de interesse e relevo patrimonial em estado de serem visitados. Para que os cruzeiros que aqui param, os passageiros não se meterem na camioneta e irem para outras cidades”, ilustrou.

A recuperação de edifícios estende-se ao Paço de Maiorca – adquirido para o município precisamente por Santana Lopes há mais de 20 anos. Em 2008, o executivo do PSD aprovou uma parceria público-privada para ali edificar uma unidade hoteleira, a obra acabou abandonada e o processo judicial que se seguiu terminou com o município da Figueira da Foz a ter de pagar cerca de cinco milhões de euros à massa insolvente da sociedade. “Que o Paço de Maiorca vai ser recuperado não tenham dúvida nenhuma, a orientação é recuperar”, garantiu Santana Lopes. Sobre o edifício do século XVIII, que pertenceu aos Viscondes de Maiorca, o autarca revelou que na sequência de parceria público-privada “muito má” foram construídos, em anexo ao edifício principal, mais de 30 apartamentos, e existe uma “ponderação a fazer”, sem adiantar, de momento, mais pormenores sobre um eventual destino a dar ao Paço. 
“O valor primeiro é o relevo patrimonial, dentro da importância da vila de Maiorca, que tem características muito próprias”, sublinhou Santana Lopes, aludindo à envolvente do Paço, onde se inclui, igualmente, o Palácio Conselheiro Branco, também propriedade municipal. 
 “Fará sentido uma nova sede de Junta de Freguesia ou de serviços, meio milhão de euros, quando temos o Palácio Conselheiro Branco por recuperar? Temos de trabalhar na melhor opção”, frisou o presidente da Câmara."

Nota de rodapé.
Recorde-se que tanto o Convento de Seiça como o Paço de Maiorca estão (ou estiveram) à venda durante anos... 

Portugal aguenta uma maioria absoluta?

Pedro Tadeu
"Postulado: em 2015 um PS em maioria absoluta não tinha aplicado mais de metade das medidas contra a austeridade que vieram a acontecer com a "geringonça".
Alguém tem coragem de desmentir esta afirmação?...
Lembremo-nos de que nessa época a União Europeia, o FMI, o Banco Central Europeu, o Presidente da República, as confederações patronais, os partidos da direita e os comentadores mais influentes nos media berravam em uníssono por manter a orientação geral das políticas de Pedro Passos Coelho e da troika. Admitia-se um alívio lento e a conta-gotas da austeridade, mais nada.
A pressão elitista era enorme para adiar aumentos de pensões, para impedir a subida de salário mínimo, para deter a reposição de salários na função pública - tudo medidas aplicadas em 2016, logo com o primeiro orçamento desse governo em minoria.
A própria campanha eleitoral de António Costa foi feita na base da tentativa de demonstrar que o PS, liderado por ele, era diferente do PS "despesista" de Sócrates.
Dentro do próprio PS inúmeros dirigentes destacados achavam, disseram e escreveram que as medidas impostas ao PS por Bloco, PCP e Verdes iam atirar o país para uma nova crise económica - e nem deram a mão à palmatória quando as subidas da taxa de crescimento real do PIB (dados do INE) atingiram, em 2017 e 2018, os melhores resultados de sempre desde o ano 2000.
No segundo orçamento António Costa teve de ceder a PCP e Bloco (coisa que não faria em maioria absoluta) em pontos como, por exemplo, aceitar uma maior subida do valor das pensões.
E a história repetiu-se em todos os orçamentos seguintes: aquilo que o PS elaborou em cada uma das propostas levadas ao parlamento, aquilo que aprovaria sem discussão se fosse maioria absoluta, teve alterações substanciais (houve um ano em que chegaram a ser mais de 250 mudanças à proposta de orçamento inicial) negociadas com esses partidos e também com o PAN.
Mesmo assim juntou-se à direita em inúmeras votações. Por exemplo: contra leis de trabalho propostas por PCP e BE, para impedir a redução do número de alunos por turma ou para voltar a pôr o Estado a controlar os correios.
Essa necessidade de negociação permanente moderou o ímpeto do PS para abusar do poder, como inevitavelmente aconteceria se estivesse em maioria absoluta.
Essa necessidade de negociação permanente obrigou o PS a não ser totalmente surdo às expectativas da população."

A coerência do senhor...

Paulo Rangel em Janeiro de 2019

Agora, mal sentiu o cheiro a poder, é o líder de uma rebelião interna...

Touradas

Um texto impressionante do veterinário Vasco Reis, que diz com todas as letras a verdade sobre as touradas.
Para ler clicar aqui.

O centenário de Saramago

"Vivo em desassossego,  escrevo para  desassossegar”,  palavras de Saramago -  é a atitude um escritor  que não se acomodou,  que viveu a literatura  como interpelação do  mundo e dos homens.
O Nobel da Literatura português nasceu a 16 de novembro de 1922 – e exatamente um ano antes, e durante (pelo menos) um ano inteiro, o seu centenário será assinalado com um programa vastíssimo, diversificado e em vários países, com natural destaque para Portugal, Espanha e Brasil. A organização dessas comemorações tem no centro, como é natural, a Fundação José Saramago, e tem como comissário Carlos Reis, especialista na sua obra.
Via Jornal de Letras