"Em 2006, João Rendeiro foi um dos principais financiadores da primeira campanha presidencial de Cavaco Silva, atribuindo aos político dos políticos o donativo máximo permitido por lei (22.482€), a par de personalidades tão distintas como Ricardo Salgado ou Oliveira e Costa. A fina flor da banca portuguesa, que sempre encheu as contas bancárias das campanhas de Cavaco.Uma vez eleito, imaginem lá vocês, Cavaco Silva impulsionou e abençoou a criação da associação Empresários Pela Inclusão Social (não está aqui em causa o valor da associação), e Rendeiro foi o escolhido para a liderar.
Coincidências que aguçam a curiosidade, mas, tratando-se de Cavaco, e não de um Sócrates ou de um Isaltino qualquer, em princípio é só mesmo uma coincidência.
Cavaco é sempre incorruptível, seja em permutas na Herdade da Coelha, seja na venda das acções da SLN à SLN dirigida por Oliveira e Costa, seja nas mil e uma ligações que tem à tralha do defunto BES e de outros talibans da banca portuguesa.
João Rendeiro humilhou o Estado português.
Condenado, mas não notificado, foi de férias e não voltou. O caso do banqueiro Rendeiro é o expoente máximo de uma justiça célere com os fracos e patética com os fortes. Anos de recursos e manobras dilatórias, só ao alcance das maiores fortunas, e com as quais o comum dos mortais só pode sonhar, tendem a terminar em absolvição ou simpáticas penas suspensas. Quando não termina, teremos sempre um paraíso fiscal, mas só se tivermos dinheiro para o pagar. Quem tem amigos não morre na prisão. E os amigos banqueiros de Cavaco safam-se todos. Todos."