Esta manhã, partindo da leitura de uma notícia no jornal Diário as Beiras, publiquei uma postagem sobre a situação vivida na Figueira nesta pré-campanha para as autárquicas de Outubro p.f. Tudo o que escrevi, foi baseado em notícias publicadas nos últimos meses em jornais regionais e nacionais. Qualquer pessoa, mediante uma busca rápida na internet, pode comprovar o facto. Aliás, a postagem no OUTRA MARGEM tem todos os links.
Na minha página pessoal do facebook publiquei uma chamada de atenção para a postagem no blog. Tal bastou-me para ter sido mimoseado de forma completamente despropositada, precipitada e desnecessária pelo Doutor Carlos Tenreiro. Não encaro este despropósito do Doutor Carlos Tenreiro como nada de pessoal. Entendo isto como algo mais abrangente, politicamente falando. O Doutor Carlos Tenreiro por ter sido candidato pelo PSD, julga-se num patamar superior e com um estatuto mais elevado ao de um eleitor da CDU. O PSD é a elite. A CDU é o Povo. Ele, candidato do PSD, pode falar e escrever o que lhe apetecer sobre a CDU, OUTRA MARGEM, ou sobre o António Agostinho. Eu, como eleitor CDU, no entender do Doutor Carlos Tenreiro, não deveria poder escrever sobre o PSD, sobre o vereador Carlos Tenreiro ou sobre a petanca.
“Aqueles que pretendem entender o passado e moldar o futuro devem prestar muita atenção não apenas às suas práticas, mas também à estrutura doutrinária que as sustenta”. - Noam Chomsky.
Há mais de 260 anos, David Hume, ao abordar a problemática da obediência civil, chegou à conclusão que o governo de uma nação se baseia no controlo da opinião pública, princípio que abarca todos os governos, as ditaduras civis, as ditaduras militares, os nepotismos e até, as democracias. Na prática, de acordo com a gestão das democracias ocidentais, a população pode ser “espectadora”, mas não “participante”, salvo quando de longe em longe coloca o voto na urna no acto eleitoral. Ou seja, na ocasional escolha de líderes partidários. Porém, onde se definem os verdadeiros rumos da política, é no campo económico, área de onde a população em geral deve de ser excluída.
Desta forma, existem doutrinas concebidas
para impor o novo “espírito” da “democracia” segundo os moldes neoliberais. Para os teóricos do controlo das massas, a
manipulação consciente e inteligente dos
hábitos e opiniões organizadas das massas
constituem importantes componentes das
sociedades ditas democráticas.
As minorias elitistas e informadas para atingirem
os seus objectivos, fazem uso contínuo e sistemático da propaganda. Se conseguirem entender os processos
mentais e os padrões sociais das massas, controlam com relativa facilidade a
opinião pública.
A malta (o Povo) tem de aceitar a propaganda
sem sentido crítico.
A Figueira, tem uma população maioritariamente apática e passiva. Neste âmbito, a minoria informada assume-se como uma “classe especializada”.
Os responsáveis pela definição das políticas de governo da autarquia entendem que o povo, leia-se pessoas “ignorantes e intrometidas, alheias ao processo”, deve ser “colocado no seu devido lugar”, “aprender” a estar no seu lugar, manter-se distanciado e, sobretudo, calado.
OUTRA MARGEM, daqui a três dias, vai entar no décimo sexto ano de publicação consecutiva. Se tiver vida e saúde prometo mais 16 anos.