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A duna mais junto ao mar adquire o seu perfil de equilíbrio, que embora variando ao longo do ano face à proximidade da rebentação e como tal à disponibilidade de areia na praia, mantêm-se também mais ou menos constante num dado local e permitindo assim o início da sua fixação pelas plantas.
Neste sistema dunar assim criado, à duna mais próxima ao mar chama-se “duna primária”.
Com os conhecimentos existentes sobre a criação das dunas, da sua relação dinâmica com o vento e a fragilidade das plantas estabelecidas dadas as difíceis condições de sobrevivência das mesmas nas dunas, podemos estruturar o uso potencial dos sistemas dunares fixos da seguinte forma:
• Praia – tolerante ao recreio
• Duna primária – muito sensível; intolerante ao recreio, à construção e as passagens só podem ser pedonais e se intensas sobrelevadas
• Espaço interdunar – sensível, mas tolerante a certos usos recreativos e instalação de construções leves
• Duna secundária – muito sensível; intolerante ao recreio, à construção e as passagens só podem ser pedonais e se intensas sobrelevadas
• Zona pós-dunar – tolerante ao recreio e construção, tendo em conta as capacidades de carga, níveis freáticos e outros parâmetros biofísicos.
Esta é a distribuição natural das ocupações em função do valor e sensibilidade do sistema dunar. Qualquer outra situação implica sempre impactes significativos ao nível da utilização do património colectivo que esses sistemas constituem.
É preciso não esquecer a importância, cada vez maior, que as dunas, principalmente as dunas primárias, têm como “tampão natural” à violência das ondas, criando com elas um equilíbrio dinâmico – recebendo, armazenando e largando areia - que protege os usos do solo a sotavento e que implica sempre a sua conservação, bem como da duna secundária associada.
Sem este sistema e em situações de litoral “agressivo” e níveis de subida médios do mar inquestionáveis, a preservação das dunas ganha dimensões tanto estratégicas na defesa de pessoas e bens como ecológicas de defesa de um sistema sensível ás alterações que o Homem faz.
Como é que os sistemas dunares são destruídos?
As dunas são sistemas instáveis, mesmo quando estabilizadas pela vegetação, pois essa estabilização constitui um “fio-de-navalha”, que qualquer perturbação altera.
A destruição da vegetação - e é isso que está a acontecer com a intervenção desta máquina - transforma uma duna fixa numa duna móvel.
O desfecho traduz-se, quase sempre, na destruição da duna com riscos de recuo da linha de costa significativos.
Mas, como alguém já disse, estes pormenores têm a ver com quem de direito - Junta de Freguesia de S. Pedro e Câmara Municipal da Figueira - e não com um cidadão que se preocupa e está atento aos atentados ambientais.
Portanto, os "quens" de direito que actuem como é seu dever e obrigação.
O alerta está feito.
Nota de rodapé.
Esta postagem foi feita com a ajuda do que foi lido aqui.