sexta-feira, 24 de julho de 2020

O choque com a realidade sobre o estado da nação...

Qual é o Estado da Nação em plena pandemia?
Estes 10 gráficos, que podem ver clicando aqui, mostram. 
Da economia ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), do défice à dívida pública, da educação ao crime, eis um retrato possível de Portugal num momento de elevada incerteza.

Monteiretes: a vanguarda

Imagem sacada daqui

Na Figueira, anda por aí uma rapaziada ligada ao círculo dos monteiretes, que vê fantasmas e conspirações por todo o lado. 
Qualquer observação, qualquer crítica, por mais leve que seja, à actuação da CMFF, é vista como uma manobra que integra um complot anti-monteiro.
Malta: façam uma viagem ao atrasado e tentem aprender alguma coisa com o passado. Pode ser que ainda vão a tempo...

O cheiro a centrão, na Figueira, está a ficar insurpotável. Igual em todo o lado, ao que sente quando se passa na outra margem, ali para os lados da Ponte dos Arcos: é um cheiro que não se aguenta...
Também na Figueira, «a Oposição opõe, o Governo governa. A Oposição fiscaliza, o Governo presta contas. Quanto mais e melhor trabalhar a primeira, mais e melhor trabalhará o segundo. E, no fim, em condições normais, ganhamos todos.»
Também na Figueira, «empobrecem a pluralidade, dando razão ao exército de portugueses que não se revê em nada e em ninguém. A democracia fica mais pobre e o país mais desconfiado. O Bloco Central de interesses aburguesou-se no desplante: agora é um Bloco Central de desinteresses.»
Também na Figueira, "hoje é um dia negro para a democracia portuguesa".

Contudo, na Figueira, isso já nem se vai notar: a democracia, na Figueira, há muito que vive dias negros.
Cada um de nós decide, individualmente, se toma posição activa contra o que está a acontecer na Figueira. 
Os cenários visíveis, projectam as consequências dos actos que, em cada momento, os actores praticam.
Alguns que ocupam o topo político na Figueira, sabem que numa democracia a valer, não têm hipótese de  consolidar-se no poder.  Convivem mal com a  liberdade e julgam sempre os outros em função do bloqueio a que o seu acantonamento os acabou por remeter.


Há muita democracia por cumprir, muita abertura de mente por desenrolhar, muita cidadania por exercer e consolidar.

A Figueira tem o que merece: o presidente MONTEIRO manda no PS. O PS manda na CÂMARA. A CÂMARA manda em (quase) todos os figueirenses. 

Bloco Central de desinteresses

Pedro Ivo Carvalho, Director-adjunto JN
«A Oposição opõe, o Governo governa. A Oposição fiscaliza, o Governo presta contas. Quanto mais e melhor trabalhar a primeira, mais e melhor trabalhará o segundo. E, no fim, em condições normais, ganhamos todos.

A democracia pode ter muitos cadafalsos, mas há regras basilares que se impõem com tamanha naturalidade que nem devíamos perder tempo com elas. Pois em Portugal, onde a fauna política é dada a infindáveis particularidades, o maior partido da Oposição acha que o primeiro-ministro passa tempo demais no Parlamento em debates cujo modelo está ultrapassado (foi esse o argumento) e o Governo, claro está, não só concorda como fez aprovar uma lei que autentica esse reforço de opacidade. Resultado: a partir de setembro, António Costa deixa de participar em debates de 15 em 15 dias e apenas será incomodado na Assembleia da República por todos os deputados que não são do PS de dois em dois meses. A fiscalização ao Governo no Parlamento vai ter dois modelos: um debate sobre política geral com a presença obrigatória do primeiro-ministro; e outro, sobre política setorial, em que o Governo se fará representar pelo ministro da tutela, podendo o primeiro-ministro estar presente ou não.

Ao fim de 13 anos de debates quinzenais com o chefe do Governo (formato lançado por José Sócrates por proposta de Paulo Portas), teria sido aceitável questionar o modelo em que eles acontecem, sobretudo num contexto de forte mediatização e de imediatismo da mensagem. Mas uma coisa é discutir o formato, outra, bem diferente, é matar o princípio da confrontação política. Se não gostavam do modelo, mudavam-no. Assim, apenas empobrecem a pluralidade, dando razão ao exército de portugueses que não se revê em nada e em ninguém. A democracia fica mais pobre e o país mais desconfiado. O Bloco Central de interesses aburguesou-se no desplante: agora é um Bloco Central de desinteresses.»

Hoje é um dia negro para a democracia portuguesa

Ana Moreno, via Aventar
«Hoje é um dia negro para a democracia portuguesa, escreve João Miguel Tavares e, por uma vez, dou-lhe toda, mas TODA a razão. Não apenas por deixar o primeiro-ministro de ir ao Parlamento de quinze em quinze dias para passar a ir de dois em dois meses; não apenas porque “Hoje é o dia em que um partido da oposição – custa a crer, mas a proposta nasceu do PSD – decide que o governo necessita de menos escrutínio e deve prestar menos contas ao Parlamento”;  não apenas porque “Hoje é o dia em que os dois maiores partidos portugueses atraiçoam os valores da liberdade, da representatividade, da réplica política e do confronto de ideias, em nome de uma visão autocrática da democracia que poderia ser subscrita por Viktor Orbán.“  Mas principalmente porque hoje é o dia em que esses dois maiores partidos portugueses espezinham a democracia amordaçando a cidadania, pois, “com origem numa iniciativa do PSD, sobe de 4.000 para 10.000 o número mínimo de assinaturas necessárias para que uma petição seja discutida em plenário.“ E  “na especialidade, foi também aprovado o alargamento de matérias que podem ser objeto de iniciativas legislativas de cidadãos, mas ‘chumbado’ outro dos objetivos do diploma original do PAN: reduzir de 20.000 para 15.000 o número mínimo de cidadãos que pode apresentar um projeto-lei à Assembleia da República.
Num abrir e fechar de olhos, estes dois partidos arrogantes e anti-democráticos matam assim, como se de moscas se tratasse, a possibilidade de levar a plenário tudo aquilo que importa a cidadãos empenhados, que exercem a cidadania no seu amplo sentido e se esforçam por intervir na configuração da sociedade, como é próprio de democracias vivas e fortes.
Esta é a expressão mais cabal daquilo que de nós querem estes partidos: que lhes demos o nosso voto para depois fazerem o que lhes dá na real gana; que lhes demos o nosso voto para depois nos mandarem calar; que lhes demos o nosso voto para depois nos comandarem.
Hoje é um dia negro para a democracia portuguesa.»

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Amália - 100 anos

aF315

O ADN salazarista de Rio e Costa

O mistério da metade da metade da modernização da linha do Oeste

"
O governo prometeu modernizar metade da linha do Oeste mas ainda só adjudicou metade dessa metade. E tem falhado todos os prazos para adjudicar a quarta parte em falta.
Fevereiro de 2016. O então ministro das Infra-estruturas, Pedro Marques, ao lado do então presidente da IP, António Ramalho, anunciava com pompa e circunstância o Ferrovia2020, no qual a linha do Oeste era contemplada com uma meia modernização: só o troço entre Meleças e Caldas da Rainha ficando daí para norte relegado para as calendas.
O projecto, de 107 milhões de euros, previa que as obras começassem em Dezembro de 2017 e terminassem em Junho de 2020.
Se isto tivesse acontecido, hoje a metade da linha do Oeste estaria electrificada e dotada de sinalização automática e modernos sistemas de telecomunicações. Teriam sido eliminadas passagens de nível e construídas duas variantes, uma em Pedra Furada e outra na Malveira. Teriam sido rectificadas curvas para aumentar as velocidades.
O Ferrovia 2020, porém, não se cumpriu em nenhum dos seus 20 projectos e a linha do Oeste não foi excepção. Pedro Marques ainda tentou disfarçar o fiasco com festas e visitas nas poucas adjudicações efectuadas. Mas o seu sucessor, Pedro Nuno Santos, acabaria por se confrontar com uma realidade incontornável e anunciar, sem pejo, que o plano ferroviário era irrealizável naqueles prazos, explicando que havia falta de engenharia em Portugal para dar resposta a tanto projecto.A linha do Oeste foi ficando pelo caminho. A contratação da construção, marcada para o primeiro trimestre de 2017, viria a acontecer – mas só parcialmente – em 23 de Julho de 2019.
Nesse dia, Jorge Delgado, secretário de Estado dos Transportes, apresentou-se nas Caldas da Rainha, na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste, para anunciar aos autarcas o lançamento do concurso público para a modernização. Mas só de metade do troço previsto: entre Meleças e Torres Vedras.
A outra metade, entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, seria lançada para Outubro ou Novembro. “Razões de natureza técnica”, disse, para justificar porque se cortou ao meio a metade da linha do Oeste que aguardava modernização. No entanto, garantiu que esse atraso não era relevante e que os dois subtroços seriam concluídos em simultâneo, em Setembro de 2022.
Em Janeiro de 2020, perante o não cumprimento desse prazo, o Ministério das Infra-estruturas respondia ao PÚBLICO que a “a data de conclusão de um projecto é sempre uma estimativa” e que este “necessitou de pequenos acertos, facto perfeitamente normal e dentro das regras da arte”. A mesma fonte oficial assegurava que nesse mesmo mês de Janeiro seria lançado o concurso público para o troço em falta.
Seis meses depois, e um ano após a promessa do secretário do Estado, o PÚBLICO perguntou o Ministério das Infra-estruturas e Habitação quais os motivos destes atrasos e qual seria a nova data para o lançamento do concurso.
Fonte oficial daquele ministério limitou-se a mandar uma notícia da Lusa com declarações do ministro Pedro Nuno Santos onde este afirmava “ser intenção do Governo lançar o concurso para a modernização da Linha do Oeste ‘o quanto antes’, sem, contudo, se comprometer com uma data concreta, salientando que o Ferrovia 2020 pode ser executado até ao final de 2023, com tempo para a concretização daquele projecto (com um prazo previsto de execução de 24 meses)”.
O governante repetiu a justificação habitual para os atrasos: “temos dificuldades, falhas de pessoal, que está a ser reposta e que ao longo dos anos tem contribuído para os atrasos”."
Via Jornal Público

OBRAS NA FIGUEIRA (viver aqui, litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição do exercício da cidadania, de lutas, muito menos manifestações. Aqui, registo um desfile de Abril. Quanto ao 1º de Maio: são sempre os mesmos, a reboque dos sindicalistas resistentes) 4

"A revitalização de um espaço como a Baixa deverá ser feita de uma forma integrada. Essa revitalização não pode passar por uma mera obra do mandato financiada por fundos europeus. A Baixa preserva edifícios de época, ainda mantem algum comércio local e conserva histórias de associativismo e cultura ligadas à história sentimental da cidade, histórias de felicidade e bem-estar, mas também das labaredas que devoraram o Teatro Príncipe D. Carlos e a sede da Naval 1.º de Maio. A revitalização deverá ser levada à letra e ter como objectivo dar vida e isso significa criar emprego, atrair jovens casais, fomentar o comércio certamente, mas também reforçar o associativismo e os serviços públicos. Não pode ser um ponto de passagem ininterrupto de automóveis, deve ser uma zona de paragem, de lazer, de comércio de proximidade e circuito curto. Não podemos repetir os erros de urbanismo do final do século XX. A história da baixa deve estar bem assinalada no espaço público, de uma forma inteligente, com minicircuitos temáticos bem assinalados que orientem os locais e os visitantes a explorar narrativas esquecidas, mas que ajudam a perceber a evolução da própria Baixa e da cidade. Não menos importante é o relevo e o subsolo da Baixa. Os cursos de água que moldaram esse mesmo relevo e que faziam da Praças Nova, da Praça Velha e do Jardim pequenos portos fluviais naturais.
Não podemos pedonalizar a Rua da República sem repensar a mobilidade e ouvir os comerciantes. Não podemos reabilitar as fachadas antigas sem repensar a habitação, social e a habitação jovem. Não podemos plantar novas árvores, cortando as antigas, ignorando a exagerada impermeabilização do solo e o incentivo à pequena jardinagem urbana, mantida pelos próprios munícipes. Em suma, a reabilitação urbana deveria ser feita com especialistas, autoridades locais e sobretudo através de um processo de verdadeira democracia participativa, em que os respetivos habitantes, trabalhadores e comerciantes tivessem voz e participação ativa na solução a implementar."

Não há aqui qualquer coisa de estranho?..

Via Diário as Beiras
"A Direção Regional da Cultura do Centro (DRCC) chumbou a proposta de alteração ao projeto de requalificação da piscina-mar da Figueira da Foz. O anúncio desta decisão coube ao presidente da câmara, Carlos Monteiro, durante a última reunião do executivo que teve lugar na passada segunda-feira.
Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, a entidade regional considerou que a mudança de projeto iria descaracterizar o imóvel que, recorde-se, é classificado de interesse público.
Em consequência desta decisão, e segundo a vice-presidente Ana Carvalho, o município da Figueira da Foz já “oficiou esta semana o concessionário para, no prazo de três meses, entregar os projetos de especialidade de forma a que a obra arranque em breve”
Questionada sobre a possibilidade deste chumbo poder colocar em causa a concessão da piscina-mar, a autarca desconhece a decisão do vencedor do concurso, esperando que este responsável possa avançar em breve com as obras de reabilitação do imóvel projetado pelo arquiteto figueirense Isaías Cardoso."

Um dia destes, a Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC) realizou uma visita técnica ao Forte de Santa Catarina e constatou que a ocupação, por um bar, “não se encontra devidamente autorizada”
A mesma DRCC questionada sobre o bar do Forte de Santa Catarina e dos dois campos de padel e um bar junto àquele imóvel classificado, terreno concessionado ao Ténis Clube da Figueira da Foz pela administração portuária, cuja construção e exploração está a cargo de uma empresa ligada aos corpos gerentes do Ténis Clube, "afiançou que tudo foi feito dentro da legalidade."

Será que o que se pode ver na foto, também não descaracteriza um imóvel considerado de interesse público?
Cá está, na minha opinião, um belo exemplo de algo que todos sabemos: nem tudo o que poderá ser considerado legal, é ético

Póvoa Arena

Construção da Arena da Póvoa de Varzim arranca após o verão!
"A Arena da Póvoa de Varzim, antiga Praça de Touros, foi adjudicada por 8.7 milhões de euros e tem um prazo de execução de 24 meses. Falta o visto do Tribunal de Contas, sendo previsível que comece em Setembro."

PS dividido sobre fim dos debates quinzenais. Jorge Lacão diz que vai votar contra

«Vários deputados socialistas vão contestar esta quinta-feira a alteração ao regimento da Assembleia da República que põe fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro e que torna a sua presença obrigatória apenas de dois em dois meses.
Um dos mais destacados deputados do PS manifestou à Agência Lusa a convicção de que “mais de metade da bancada socialista está contra esta mudança e defende que, no limite, os debates com o primeiro-ministro voltem a ter uma periodicidade mensal, tal como aconteceu entre 1996 e 2007”. Em declarações à Lusa, o antigo ministro Jorge Lacão, que propôs e depois concretizou em 1996 a aprovação da figura regimental do debate mensal com o primeiro-ministro, manifestou “preocupação” face ao posicionamento da direção do Grupo Parlamentar em relação a esta matéria.
“O PS tem nesta matéria um legado histórico no qual se reconhece e do qual se orgulha — e esse legado histórico passa nomeadamente pela centralidade do parlamento na nossa democracia. Somos um sistema de Governo semipresidencial, mas onde o parlamento tem um papel fulcral, porque é o órgão de fiscalização da atividade governativa”, frisou o deputado socialista.
Jorge Lacão referiu depois a este propósito que “a geração mais antiga” dentro da bancada do PS “lembra-se do período difícil que a democracia portuguesa atravessou — normalmente designado como o período do cavaquismo — em que a presença do primeiro-ministro na Assembleia da República era uma espécie de aparição rara”

​Desalinhados na bancada do PSD contra fim dos debates quinzenais

Esposende: A Barca do Lago

Na Barca do Lago, no Cávado, conduzida por Belmiro Penetra. Foto NELSON GARRIDO
«O Cávado, tal como todos os rios, tem os seus segredos. A Barca do Lago atraca em Esposende e os viajantes entram a bordo. A paisagem é idílica: a folhagem verde das árvores arrasta-se com a brisa e o movimento ondulante do rio. A barca irrompe por um pequeno oásis, abrindo caminho pela natureza. É Belmiro Penetra quem manobra o leme, seguindo pelo Cávado fora.
A barca abranda para os viajantes mergulharem. Belmiro, o responsável, fica de olhos nos visitantes. O projecto de reconstruir a barca que fazia a travessia até Santiago de Compostela era já sonhado por Belmiro desde 2000.
Aos poucos, Belmiro começou a apostar na construção de uma réplica da barca, recuperando deste modo o Caminho Português da Costa. “Uma réplica moderna, com motor, mas seguindo as mesmas linhas da original”, explicita o antigo nadador-salvador que, ao longo dos anos, foi amealhando dinheiro para a empresa Proriver, que agora dinamiza passeios pelo Cávado, e até mesmo festas de aniversário, despedidas de solteiro e aulas de yoga. A aventura com a barca arrancou em finais de 2015, inícios de 2016, e vai de vento em popa, mesmo que Belmiro tema os efeitos que a pandemia poderá vir a trazer.​Tomados longos banhos no rio, estende-se uma toalha bordada de branco sobre a mesa da barca. Os copos altos começam a aparecer, e, com eles, os vinhos verdes, típicos da região, que dão um novo gosto ao paladar, reconfigurando a sensação de se caminhar sobre água. Surgem novos sabores, ligados à terra de Esposende: o queijo, os bolinhos de bacalhau, o polvo, as saladas. Mas o melhor fica sempre para a sobremesa: as catraias, com forma de embarcação como o próprio nome indica, marcadas pelo sabor a doce de chila, invenção do pasteleiro Pedro Carneiro, e as clarinhas, famosas de Fão, com gemas de ovo, chila e açúcar.
Apesar de uma bela amostra do que Esposende tem para oferecer, um passeio pelo Cávado é apenas uma das atracções.»

Depois de ler esta reportgem, via JORNAL PÚBLICO, dei comigo a interrogra-me: na Figueira, o que se passa com o batel de sal?
Muita coisa aconteceu a este batel de sal, até que em Novembro de 2018 surgiu a novidade:  “Junta de Vila Verde vai utilizar batel para fins turísticos e pedagógicos”.
Mas, até agora, nada...

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Em 2021 deixem a Democracia funcionar

Há uns 23 anos atrás, um conhecido empresário ficou fulo com Santana Lopes, pois este, depois de eleito, ignorou-o. Recordo, que o empresário ficou verdadeiramente zangado, ao ponto de até ter publicado um livro sobre Santana Lopes. O interessante deste episódio, é que tornou público e óbvio: não há almoços grátis. Se se financiam  iniciativas ou campanhas eleitorais de um partido, é porque se  espera em troca retorno.

Este pequeno, mas significativo incidente (não refiro o nome do empresário, pois este já faleceu) coloca a questão das relações entre empresários e políticos.
Obriga a questionar se as ajudas de alguns empresários a alguns políticos, são um contributo para a democracia, ou uma forma de ter os políticos cativos dos seus interesses. Ao serem ajudados e, com essa ajuda conseguirem ser eleitos, os políticos sabem que se não forem “simpáticos” deixam de ser eleitos e podem perder muito com isso.
Não era o caso de Santana Lopes, pois no seu horizonte, na altura, a Figueira era um simples trampolim para outros voos. Como se viu a seguir.

Na Figueira, é normal vermos candidaturas autárquicas esbanjar recursos, nomeadamente, dinheiro. Não resisto a divulgar uma situação caricata que se passsou, na Figueira, nas  últimas autárquicaas: um candidato, que já revelava problemas de egocentrismo, gastou praticamente todo o dinheiro orçamentado para toda a campanha em cartazes com a sua figura, antes do início oficial da campanha eleitoral.

Se dum lado há candidatos, mais ou menos,  abonados, com empresários a investir, do outro, temos candidaturas com os recursos apenas disponibilizados pelos seus militantes.
É evidente que os empresários podem envolver-se na política como qualquer cidadão. Contudo,  também sabemos dos muitos interesses que giram em torno, por exemplo, de terrenos urbanizáveis. Sabemos o impacto patrimonial que pode ter uma alteração do PDM.
Isto, leva-nos a desconfiar de que o envolvimento de alguns empresários locais com candidatos autárquicos, quase nunca é isento de interesses. Há mesmo alguns empresários locais que, em tempos, andaram com Santana Lopes e Duarte Silva e, de 2013 para cá, mudaram.

Em 2021, é o tempo de deixarem a democracia funcionar. As eleições, não deveriam ser decididas pelo poder do dinheiro. Deveriam ser decididas pela competência e capacidade dos candidatos e pelos programas para ganhar o voto dos eleitores.

OBRAS NA FIGUEIRA (viver aqui, litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição do exercício da cidadania, de lutas, muito menos manifestações. Aqui, registo um desfile de Abril. Quanto ao 1º de Maio: são sempre os mesmos, a reboque dos sindicalistas resistentes) 3

"Se me oferecem uma peça de tecido bonita, inteira e me dizem: “Agora escolhe o modelo e a modista eu pago. É uma prenda.” Ficaria contentinha e com as tarefas mais aborrecidas – ir às compras e escolher, completamente perfeitas, passadas e acabadas. Agora se me dão o tal futuro vestido já cortado e para piorar mal cortado, vai ser muito difícil escolher seja o que for. Já passei por esta provação, até com o fatito de casamento e creiam que não é fácil. Então que “coisa” irei conseguir com o desastre que me chegou às mãos? Às tantas, apenas uns calcões para jardinar ou uma saída de praia curta, mal amanhada. O mesmo acontece com a revitalização da baixa da cidade. Se se falar de infraestruturas, bem pouco ou nada há a fazer. Os figueirenses e especialmente os comerciantes da zona e moradores só querem é que as obras se concluam. Fugirão de tentar inventar mais qualquer coisa, chega de experiências mal sucedidas, também elas de gosto “manhoso”. Agora se revitalização quiser significar actividade, animação, muito se poderá fazer e as últimas iniciativas até que foram interessantes. Debatemo-nos com o problema da pandemia mas esta não há-de durar sempre, se bem que pareça querer demorar-se! Mas pensar no futuro e em momentos mais felizes do que os que hoje se vivem, não nos poderá fazer mal algum. Impossível prever o dia de amanhã mas há sempre que prepará-lo. Quereria que a velhinha Rua da República fosse revitalizada do ponto de vista comercial. Uma dor o número de pequenos comércios que ali fecharam e por toda a cidade. Um futuro auspicioso só poderá acontecer passando por esta vertente e também pela valorização dos salários, naturalmente. Adoraria vê-la com esplanadas ao longo dos seus 500m. Mas o Verão é curto e a baixa mais do que só a Rua da República. Música ambiente durante todo o ano seria algo que apreciaria muito. Apoio aos comerciantes e associações no sentido da promoção de iniciativas que levem pessoas a passear pela parte antiga da cidade não apenas no Natal ou pela Páscoa. Concursos de montras, porque não? E árvores, árvores e flores."
Via Diário as Beiras

O bloco central dos interesses e a qualidade da democracia no tugão

Nada de novo...

«A altura em que é anunciada mais uma enxurrada de dinheiro europeu e depois do triste historial de consecutivos anos da sua  aplicação pelos partidos do bloco central de interesses, com a colaboração intermitente do CDS, que criaram na Europa a nossa  fama quem vem de longe; a altura em que mais do que nunca é necessária transparência e escrutínio pelos cidadãos, a bem da qualidade da democracia e do sistema político, é precisamente a altura que o PS e o PSD aprovam sozinhos a  alteração de regimento que põe fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro e torna a sua presença obrigatória apenas de dois em dois meses. Muito bem.»

Só "lapsos"... Autarca à portuguesa, concerteza...

«O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, afirmou que, perante a decisão de perda de mandato pelo Tribunal Constitucional, vai deixar a autarquia no dia 27, de "consciência tranquila".

Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Luís Correia
Foto: Filipe Pinto / Arquivo Global Imagens
"Perante a decisão de perda de mandato do Tribunal Constitucional, deixo a Câmara Municipal de Castelo Branco no próximo dia 27 de julho de 2020. Faço-o de consciência tranquila. Ver um erro administrativo punido como se de um crime grave ou gravoso se tivesse tratado é lamentável e injusto. Reafirmo que nunca, em qualquer momento, prejudiquei Castelo Branco, a autarquia ou os albicastrenses", afirma o autarca, em comunicado enviado à agência Lusa.

O Ministério Público tinha pedido a perda de mandado de Luís Correia, depois de ter sido divulgado pelo jornal "Público" que o autarca socialista teria assinado dois contratos com uma empresa detida pelo pai. Em resposta, na ocasião, Luís Correia falou em "lapso evidente e ostensivo" e explicou que o último daqueles dois contratos, o de 2015, tinha sido por si anulado depois de ter constatado "o lapso cometido", "apesar de ter sido mantido na plataforma eletrónica" dos contratos públicos.»
Via Jornal de Notícias