terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Não se amofinem: o Natal vai chegar (ainda vem longe, mas não faz mal...).O Pai Natal está a olhar os perfis no Facebook. Alguns continuarão a ser contemplados...

"Bárbara Vara pediu 231 mil euros à Caixa Geral de Depósitos, em 2009, para comprar uma casa de mais de 600 mil euros. Ganhou um empréstimo de luxo, sem taxa de juro, e com um prazo superior à esperança média de vida.
De acordo com o Correio da Manhã, a filha do ex-ministro Armando Vara contou que pagava pouco mais de 200 euros de prestação mensal – o que significa que aos 31 anos tinha de viver pelo menos mais 90 anos para pagar a casa."

Empreitada de Requalificação Urbana do Cabedelo- 1ª fase

foto António Agostinho
"Iniciada nos últimos dias de 2018, esta empreitada pretende aproveitar o potencial turístico da zona do Cabedelo, articulado com a sua qualificação ambiental, libertando a zona mais sensível entre os dois molhes e destinando-a à fruição pública e à prática de desportos náuticos (surf e bodyboard). A sua conclusão está prevista para o 1º trimestre de 2020.
A empreitada adjudicada em, aproximadamente, 2 640 000,00 € (+ IVA) prevê a construção de infra- estruturas, espaços de lazer e equipamentos de uso público. No decorrer dos trabalhos de preparação da empreitada, foram efectuadas sondagens de enquadramento do molhe com os espaços previstos na empreitada.
Nesta altura, decorrem os trabalhos de modelação dos terrenos e implementação das diversas infra- estruturas
."
Nota de rodapé.
O filme tentado passar pela bem oleada máquina de agitação e propaganda da autarquia é sempre o mesmo: ideias aparentemente  generosas, desenvolvimento sustentável, requalificação, qualificação ambiental (e compram-se carros novos a gasóleo!...)  e outras patranhas que se costumam ler às criancinhas para colocá-las a dormir.
No fim,  o que é importante é facturar politicamente.
Politicamente, esta equipa que concorreu pelo PS, dez anos passados, mostrou o que vale: se, sem maioria, ainda deu para disfraçar, com duas maiorias absolutas é o que estão a assistir...
Como escrevi recentemente no jornal DIÁRIO AS BEIRAS, "no Cabedelo sente-se uma paz especial. Por isso, é um local que atrai milhares de visitantes. A protecção da natureza vai confrontar-se com a mentalidade empresarial patente no planeamento desta obra. Está em causa o património natural e a morfologia deste recanto. Os decisores políticos encaram o futuro do Cabedelo como mercadoria, o que vai prejudicar o seu ambiente natural e potenciar a sua gradual destruição.
O turismo depende da sustentabilidade e da preservação. Mas alimenta-se daquilo que vai degradando. O meio ambiente do actual Cabedelo tem que ser protegido. Numa cidade sustentável, tendo as pessoas no centro das decisões, preserva-se o ambiente. Quem olhar para esta requalificação detecta, desde logo, a evidente demagogia desta política, que não serve senão para camuflar a destruição ambiental.
A este executivo falta capacidade de planeamento, coordenação, noção da realidade, dinamismo, criatividade e visão estratégica do concelho como um todo… O Cabedelo precisa de pouco: melhores acessos (incluindo passadeiras em madeira por cima das dunas); manutenção e protecção das dunas; e um balneário com WC para servir os utentes da praia e os amantes dos desportos de mar.
Há uma pergunta que é necessário colocar, não só por causa do Cabedelo, mas também por causa do Cabedelo: quem beneficia com a destruição da natureza, que o mesmo é dizer, da vida?"


Vivemos numa cidade onde muita gente anda a dormir, incluindo alguma comunicação social. A oposição, além de andar a dormir, parte dela anda com problemas colaterais. Depois, temos alguma rapaziada bem instalada e bem remunerada, a  prestar serviços à CMFF.
Por fim, temos o bom povo figueirense, que quer é festas e fogo de artifício.
Nada de novo, a tradição remonta ao império romano, em que os candidatos políticos se distinguiam (e se faziam eleger) pela qualidade e sobretudo quantidade da sua clientela, que orbitava à volta da sua carreira e respectivo sucesso.
Num município de média dimensão, como a Figueira, uma investigação minimamente diligente daria para  verificar a  percentagem da  população que recebe apoios da câmara. Repercutindo as "cabeças" em famílias, facilmente se adivinha como se perpetuam no poder certos e determinados autarcas.
É também por isso que na Figueira é sempre carnaval.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Você, caro leitor, também sente vergonha pelo estado a que isto chegou? É bom que sinta, porque a culpa também é sua...



Este, "é o último episódio do programa Linha da Frente, na RTP3.
Enquanto as seitas maçónicas e mafiosas que controlam o bloco central de interesses se vão lambuzando com a coisa pública, à cara podre para toda a gente ver, porque não têm nada a temer, ou não fosse a justiça deste país absolutamente incapaz perante tais figurões, 18 mil milhões de euros são anualmente subtraídos aos portugueses para alimentar a grande máquina da corrupção.
Do compadrio feito de avenças para jotinhas e familiares de autarcas vigaristas, passando por milhares de concurso públicos viciados através do suborno e do pagamento de favores eleitorais, até ao topo da hierarquia política onde se corrompe à grande e à portuguesa, Portugal é um país entregue a gatunos de fato e gravata. Os saques sucedem-se, os criminosos passam entre os pingos da chuva e os danos, que se acumulam, são irreparáveis. Como é irreparável a quebra de confiança na classe política, pagando os poucos justos pela multidão de pecadores.
Somos demasiadamente brandos com os níveis inaceitáveis da corrupção que corrói este país. E ao sê-lo, somo-lo também com os saudosistas do fascismo. E se nada fizermos, se não formos capazes de nos mobilizar para exigir legislação implacável e retroactiva para punir os abusos da elite política corrupta, outros o farão. Outros que trarão consigo o lápis azul, a polícia política e o partido único."

Via Aventar

Via SOS CABEDELO

Medida 55 do programa eleitoral do PS, foi aprovada com os votos da maioria socialista e dos vereadores independentes Tenreiro e Babo. Posição da única presidente de junta PSD não foi tida em conta

O Centro Escolar do Bom Sucesso, cujo lançamento do concurso público foi recentemente aprovado na reunião de câmara, tem um orçamento de um milhão de euros.
O único vereador social-democrata, Ricardo Silva, pediu a retirada daquele ponto da agenda de trabalhos, alegando falta de dados sobre o investimento, mas a maioria socialista rejeitou a proposta. Acabou por ser o único a votar contra.
A Câmara da Figueira da Foz, dona da obra, garante que o Centro Escolar do Bom Sucesso não será construído com o intuito de encerrar escolas nas freguesias vizinhas. No entanto, Célia Oliveira, presidente da única junta do PSD no concelho,  Moinhos da Gândara, não comunga da mesma opinião: “Faz-se o investimento e se calhar não se fez um estudo sobre o número de crianças. Há escolas na zona gandaresa com muito boas infraestruturas e com poucas crianças que podiam ser aproveitadas”.  O seu receio é que se essas escolas não forem valorizadas, “mais tarde ou mais cedo irão encerrar”.
Os agora vereadores independentes Carlos Tenreiro e Miguel Babo, não partilham a posição do vereador PSD e da única presidente de junta do mesmo partido, ao reclamarem um estudo sobre o problema.
“Não somos contra que se melhorem as condições no Bom Sucesso. Mas gostávamos que nos apresentassem dados, um estudo que sustente o investimento no centro escolar”, ressalvou Célia Oliveira.
A escola dos Moinhos da Gândara é frequentada por 15 alunos do 1.º ciclo, oito das quais do 4.º ano. Por seu lado, a escola do Bom Sucesso tem 34 alunos no 1.º ciclo, distribuídos por três salas e uma quarta sala de apoio, e 20 crianças no jardim de infância dos Regateiros.
Carlos Batata, presidente da Junta do Bom Sucesso, disse recentemente ao DIÁRIO AS BEIRAS que estava “ansioso” pelo início das obras do centro escolar, já reclamado pelos seus antecessores. 


Via DIÁRIO AS BEIRAS

Surfista Rodrigo Koxa na Escola Dr. João de Barros

Na próxima terça-feira, às 10h00, Rodrigo Rodrigo Koxa estará na Escola Dr. João de Barros.
O recordista mundial da maior onda surfada no planeta vai estar acompanhado pelo foto-jornalista Pedro Cruz para falar de sonhos e na dificuldade da realização dos mesmos.
Neste dia será apresentado um mural da fotografia histórica, com 2x3 metros, captada na Nazaré, e que vai ficar patente na escola.
Recorde-se que o fotojornalista, no intuito de apoiar a Associação de Bodyboard Foz do Mondego, leiloou a fotografia oficial e histórica, que se encontra assinada pelo surfista brasileiro Rodrigo Koxa (e pelo seu autor). O valor do leilão reverteu a favor da Associação de Bodyboard da Foz do Mondego, que perdeu as suas instalações devido à Tempestade Leslie.

Via Figueira na Hora

domingo, 27 de janeiro de 2019

O efeito de palco...

Imagem sacada daqui
Na Figueira, os políticos de hoje, são quase todos  dirigentes associativos de  ontem, domesticados e profissionalmente dependentes dos aparelhos partidários.
Na Figueira, os políticos  dizem o que julgam que o povo quer ouvir. Imaginam que o povo quer ouvir palavras como  requalificação, shoping, emprego, empreendedorismo,  democracia, mudança, compromisso, corredor verde, PDM, jardim municipal, coreto, rede integrada de transportes, ciclovias, futebol de praia, Madjer, surf, caldeiradas, barnacles, varianas (deveriam querer dizer peixeiras...) flamingos, "é primo".

Se imaginassem que o povo queria ouvir receitas de raia,  papagueariam receitas de raia.
Tudo não passa de um espectáculo de encenação, protagonizado por  gente pequena, unicamente preocupada com sondagens.
O artifício de de tudo isto, está provado na realidade em que vivem os figueirenses.
Enquanto os figueirenses  não reagirem, o efeito de palco permanecerá...

Ontem, embora calmamente, claro que torci pelo Sporting! .. Temos que viver com o que temos! Não é impunemente que a tradição continua a ter o seu peso...

A felicidade pode ser uma utopia, mas este samba leva-nos lá perto...


Campeões de 100 metros?..

sábado, 26 de janeiro de 2019

Não têm noção de que é um prato requentado?..


A esperança é a arte de conseguir ver mais além...

"Sem qualquer arrependimento (bem pelo contrário), apesar de se ter tornado tudo mais difícil (para mim e para muitos outros) o caminho é em frente, num processo coerente, de verdade e transparência tendo em vista uma sucessão que garanta um futuro de mudança."
- CARLOS TENREIRO


Nota de rodapé.
Como eu entendo o Dr. Carlos Tenreiro!
É a fazer merda, que se vai adubando a vida.
Falo por experiência própria.

Estrada do "enforca cães", num mês passámos do "arranjar" ao "sinalizar"...

"A Cimpor reclamou em tribunal o título de propriedade dos terrenos junto ao mar do Cabo Mondego e perdeu. Entretanto, desistiu de recorrer da sentença. O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, adiantou, na reunião de câmara, que a cimenteira desistiu da reivindicação da área em questão, passando, assim, os terrenos para o domínio público. Com aquela decisão, a autarquia tem via aberta, ou mais aberta, para realizar obras na zona em causa para valorizar o interesse turístico, geológico e ambiental do Cabo Mondego. A inclusão daquele monumento natural na candidatura a geoparque da UNESCO também deverá beneficiar da desistência da titularidade dos terrenos pela Cimpor, empresa que explorou cal hidráulica durante várias décadas naquele sítio. A intenção da autarquia requalificar da estrada que liga o Cabo Mondego a Quiaios, através da Murtinheira, via panorâmica em terra batida construída pela cimenteira e designada como “estrada enforca cães”, também deverá ser facilitada. A empreitada, de resto, está incluída no orçamento da câmara para 2019. O mesmo acontecerá com o troço ciclável que liga Mira a Pombal, integrando uma ciclovia europeia." 
DIÁRIO AS BEIRAS, 26 de dezembro de 2018, via OUTRA MARGEM 

Um mês depois, no DIÁRIO AS BEIRAS.
Edição 26 de Janeiro de 2019

"A autarquia vai colocar sinalização nas entradas da estrada “enforca cães” a informar que se tratar de uma via rodoviária particular, da antiga Cimpor. Entretanto, caso venha a confirmar-se que a cimenteira desistiu da acção judicial na qual reivindica a propriedade dos terrenos junto ao mar, na zona onde durante várias décadas extraiu cal hidráulica, e a zona seja declarada direito público marítimo, a câmara deverá transformar aquela acessibilidade numa estrada municipal panorâmica. 
“Temos de ter a garantia de que o espaço é público. Poderá vir a ser uma estrada municipal, se depois deste processo que está em discussão entre espaço público e privado. Em princípio, a Cimpor desistiu da acção e o Estado terá de definir o que é público e o que é privado”, esclareceu o presidente da câmara, João Ataíde. Entretanto, adiantou o edil, a autarquia vai colocar sinalização a informar que se trata de uma estrada privada. O autarca respondia a um munícipe, na reunião de câmara, que voltou a alertar para o perigo de derrocada naquela estrada particular, com vistas para o mar, que liga Buarcos e a Murtinheira."

Portugal


Nota de rodapé.
Fernando Pessoa,  em vida, teve pouca sorte. Viu os seus muitos e melhores poemas serem ignorados, troçados ou vigorosamente criticados e sempre pelas más razões. Concorreu a um único prémio e a sua excelente “Mensagem” ficou atrás de um livrinho tosco, desinspirado mas “amigo” das entidades premiantes ou de quem elas dependiam. A sua vida privada foi, também ela, banal e nem a paixão pela bela Ofélia o salvou do celibato.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

"E TUDO PODIA TER SIDO MUITO MAIS FÁCIL (PARA MIM)"....

Fica o exemplo, neste caso mau...

O potencial reside no Cabedelo actual. A obra é mutável e evolutiva. Façam o que fizerem dele, o egoísmo vai-nos encaminhar para o altruísmo, sob pena de desaparecermos. Todos. O Cabedelo e nós.

Vem aí o depois da Figueira das hiper-mercearias...

Recordo-me da Gala e Cova, no tempo em que os moradores se abasteciam diariamente em pequenas mercearias ou no  Mercado improvisado da Remígo Falcão Barreto, onde os pequenos agricultores das freguesias vizinhas, tinham um sítio para esgotar os seus produtos.
Na Aldeia onde cresci, havia 3 ou 4 tabernas e um café na Gala e outro na Cova, que eram pontos de encontro que proporcionavam uma socialização informal e espontânea que punha em contacto os homens de diferentes gerações. 


A Figueira era então uma  cidade com lugares cheios de vida colectiva onde se reproduziam velhos costumes pré-capitalistas, como a comunicação directa e livre entre as pessoas.
Quem não se recorda das multidões a fazer "piscinas" no Picadeiro?
Depois, fomos assistindo ao desmoronamento progressivo do Bairro Novo e à reconfiguração capitalista da geografia e da sociedade urbana, num processo que, como um terramoto, abalou e destruiu a Figueira, cidade e concelho,  tal como a conhecíamos. 


O que se perdeu não foi apenas a parte visível: as redes de convívio, solidariedade e partilha. Foi também o acesso a uma paisagem repleta de história, essencial para a construção da memória, bem como a uma sólida vida cultural, ancorada nessa paisagem e construída ao longo de gerações em torno da cultura vivida nas colectividades, cafés, tabernas e ruas.


Quando a mercadoria vedeta da sociedade do espectáculo, o automóvel,  atingiu no imaginário colectivo o estatuto de  símbolo maior de prosperidade e emancipação individual, começou a ser posto em prática um novo desenho das cidades.
Estas foram integradas numa ampla rede de mobilidade - as circulares externas na Figueira são um exemplo -  ao mesmo tempo em que nas periferias surgiam pólos comerciais, empresariais e residenciais, totalmente subordinados ao automóvel. 


As velhas cidades, sem condições para a circulação e o estacionamento em massa, tornaram-se rapidamente obsoletas. Habitá-las deixava de constituir uma vantagem para a maioria da população, dado que toda a oferta, à excepção da cultural, se transferira para fora delas.
Foi assim que, no espaço de uma geração, se desertificaram as cidades deste país.
A Figueira, entre tantas outras, embora com algum atraso, sem dar por ela, também  está a sucumbir à nova organização capitalista da geografia urbana, com o shopping, o hipermercado e o automóvel à cabeça de um vasto território que, pela primeira vez na história urbana, não incluía lugares que promovessem o convívio nem a  partilha.
Neste momento, na Figueira, o que se reproduz é o egoísmo,  a divisão, a passividade.
O que restava da Figueira, que a minha geração conheceu, está a ser pulverizado perante os nossos olhos.

Mas, se há  trinta anos era lucrativo arruinar as cidades, transferindo as suas dinâmicas de emprego, habitação ou comércio para novos locais fabricados à pressa na periferia onde, sem obstáculos, o capital mais rapidamente encontrava formas eficazes de se multiplicar, agora esse mesmo capital pretende reocupar as ruínas que ele próprio gerou – e onde se haviam entretanto instalado formas de vida minoritárias, por vezes marginais.


Com a redescoberta burguesa dos encantos da velha cidade, subitamente investida de prestígio e glamour, tornou-se urgente encontrar estratégias para a sua requalificação e revalorização.
Encontramo-nos agora numa fase da configuração capitalista do território urbano em que as cidades reentraram em grande na agenda do investimento público.
É  que está a acontecer na Figueira. E não só na área do turismo, dado que as transformações radicais da oferta comercial visam também os residentes locais.
Depois da Figueira das hiper-mercearias vem aí a Figueira dos shoppings...