Via jornal AS BEIRAS. Para ver melhor, clicar em cima da imagem. |
sexta-feira, 8 de junho de 2018
Assim vale a pena ser deputado...
Deixem-me ser bonzinho...
Deixem-me acreditar no Pai Natal, no Presidente da República, no 1º. Ministro, nos Ministros, no Presidente da Câmara, nos Vereadores, no Presidente da Junta...
E, nos Deputados!..
"No início de maio, a RTP, numa reportagem exclusiva, confrontou alguns deputados (de partidos à esquerda e à direita) sobre o facto de terem residência em Lisboa, viverem na capital, mas terem como morada oficial uma outra, longe bem longe de Lisboa, possibilitando incorporar no seu rendimento um subsídio de deslocação. Pese o escândalo da situação e da pouca ética demonstrada, a verdade é que não se ouviu dizer mais nada sobre o assunto. Esta questão dos deputados e das respectivas deslocações já tinha estado em debate por causa de viagens de avião.
O que a reportagem da RTP provou é que existem 159 deputados com subsídios de deslocação e, muitos deles, moram em Lisboa. Há mesmo quem more a 500 metros da Assembleia da República. Os subsídios dão, nos casos abordados pela reportagem, uns confortáveis, decerto bem vindos, dois mil e tal euros de acréscimo ao salário. Portanto, os deputados, com esta manobra, ganham mais, muito mais, do que seria de esperar e, pior ainda, os ditos subsídios não estão sujeitos a tributação.
Sempre defendi que os deputados, como representantes eleitos, deveriam ganhar o melhor possível. Uma das razões que leva a que algumas pessoas se afastem da política é precisamente a questão financeira. Mudei de ideias. Porque uma coisa são os salários e outra, completamente diferente, é a realidade que se reflecte em cada recibo de vencimento do deputado ou deputada que considera que ainda vive no norte do país, porque tem aí uma mãe com 95 anos e é aí que se desloca quando a agenda permite.
Qual é ordenado de um deputado? Tomem nota: 3.624, 42 euros. A este valor acresce uma maquia se não trabalharem em mais lado algum, outra por serem deputados, só porque sim, e ainda o tal subsídio de deslocação se, claro, tiverem mandado dizer que moram em Viseu, em Braga, em Faro e outro abono ainda por estarem eventualmente longe de casa, da família.
O subsídio de deslocação não é igual, calcula-se ao quilómetro. São 69,19 euros por dia para quem more fora de Lisboa; 23,05 euros para quem more na capital. A mim não me pagam para ir da minha residência para o meu emprego, mas claro que eu não fui eleita e tal e não conto para este campeonato.
Além da remuneração principal que recebem por serem eleitos, os deputados recebem também uma quantia para exercerem essa função na Assembleia da República, em Lisboa (a ver se não desmoralizam, coitados, um incentivo para um entusiasmo extra, será?); recebem outra parcela caso não trabalhem em mais nenhum sítio (o regime de exclusividade vale um abono fixo de 370,32 euros mensais) e ainda recebem outra parcela fixa simplesmente por serem deputados da Nação e “representarem todo o país”. A tudo isto acrescem subsídios com deslocações que variam consoante o local de residência e a sua distância até ao Parlamento e por se deslocarem ao respectivo círculo eleitoral. Estes valores somados estão isentos de impostos. Um deputado ou deputada, assim, pode ter um salário e cinco abonos? Pois pode.
Querem-me explicar como se fosse mesmo muito burra ou temos aqui um problema? Talvez seja de pedir ao Presidente da Assembleia da República que tome os deputados como alunos na escola e faça o favor de fiscalizar quem é que tem mais dinheiro por mês por morar ficcionalmente numa outra ponta do país, embora mantenha residência em Lisboa, faça aqui a sua vida, tenha família com vínculos vários a empresas, a escolas, a instituições. De resto, lamento, um esquema é um esquema, a falta de ética comportamental não atinge apenas o comum dos mortais, é praticada pelos grandes da nação."
Moro num país que exige ensino médio para um puto, mas não exige o ensino fundamental para os políticos.
Ao Pai Natal do meu país não sei o que foi exigido...
Deixem-me acreditar no Pai Natal, no Presidente da República, no 1º. Ministro, nos Ministros, no Presidente da Câmara, nos Vereadores, no Presidente da Junta...
E, nos Deputados!..
"No início de maio, a RTP, numa reportagem exclusiva, confrontou alguns deputados (de partidos à esquerda e à direita) sobre o facto de terem residência em Lisboa, viverem na capital, mas terem como morada oficial uma outra, longe bem longe de Lisboa, possibilitando incorporar no seu rendimento um subsídio de deslocação. Pese o escândalo da situação e da pouca ética demonstrada, a verdade é que não se ouviu dizer mais nada sobre o assunto. Esta questão dos deputados e das respectivas deslocações já tinha estado em debate por causa de viagens de avião.
O que a reportagem da RTP provou é que existem 159 deputados com subsídios de deslocação e, muitos deles, moram em Lisboa. Há mesmo quem more a 500 metros da Assembleia da República. Os subsídios dão, nos casos abordados pela reportagem, uns confortáveis, decerto bem vindos, dois mil e tal euros de acréscimo ao salário. Portanto, os deputados, com esta manobra, ganham mais, muito mais, do que seria de esperar e, pior ainda, os ditos subsídios não estão sujeitos a tributação.
Sempre defendi que os deputados, como representantes eleitos, deveriam ganhar o melhor possível. Uma das razões que leva a que algumas pessoas se afastem da política é precisamente a questão financeira. Mudei de ideias. Porque uma coisa são os salários e outra, completamente diferente, é a realidade que se reflecte em cada recibo de vencimento do deputado ou deputada que considera que ainda vive no norte do país, porque tem aí uma mãe com 95 anos e é aí que se desloca quando a agenda permite.
Qual é ordenado de um deputado? Tomem nota: 3.624, 42 euros. A este valor acresce uma maquia se não trabalharem em mais lado algum, outra por serem deputados, só porque sim, e ainda o tal subsídio de deslocação se, claro, tiverem mandado dizer que moram em Viseu, em Braga, em Faro e outro abono ainda por estarem eventualmente longe de casa, da família.
O subsídio de deslocação não é igual, calcula-se ao quilómetro. São 69,19 euros por dia para quem more fora de Lisboa; 23,05 euros para quem more na capital. A mim não me pagam para ir da minha residência para o meu emprego, mas claro que eu não fui eleita e tal e não conto para este campeonato.
Além da remuneração principal que recebem por serem eleitos, os deputados recebem também uma quantia para exercerem essa função na Assembleia da República, em Lisboa (a ver se não desmoralizam, coitados, um incentivo para um entusiasmo extra, será?); recebem outra parcela caso não trabalhem em mais nenhum sítio (o regime de exclusividade vale um abono fixo de 370,32 euros mensais) e ainda recebem outra parcela fixa simplesmente por serem deputados da Nação e “representarem todo o país”. A tudo isto acrescem subsídios com deslocações que variam consoante o local de residência e a sua distância até ao Parlamento e por se deslocarem ao respectivo círculo eleitoral. Estes valores somados estão isentos de impostos. Um deputado ou deputada, assim, pode ter um salário e cinco abonos? Pois pode.
Querem-me explicar como se fosse mesmo muito burra ou temos aqui um problema? Talvez seja de pedir ao Presidente da Assembleia da República que tome os deputados como alunos na escola e faça o favor de fiscalizar quem é que tem mais dinheiro por mês por morar ficcionalmente numa outra ponta do país, embora mantenha residência em Lisboa, faça aqui a sua vida, tenha família com vínculos vários a empresas, a escolas, a instituições. De resto, lamento, um esquema é um esquema, a falta de ética comportamental não atinge apenas o comum dos mortais, é praticada pelos grandes da nação."
Moro num país que exige ensino médio para um puto, mas não exige o ensino fundamental para os políticos.
Ao Pai Natal do meu país não sei o que foi exigido...
"O mundo jamais será tranquilo enquanto não se extinguir o patriotismo da raça humana" (Bernard Shaw)
José Fernando Correia, ontem no jornal AS Beiras.
"...é manifesto que estamos perante um sintoma de que algo vai mal no domínio da construção (ou da preservação) da nossa identidade colectiva, um valor que não se sobrepõe, mas que deve coabitar com a nossa individualidade. Todos sabemos que o mundo é uma “aldeia global”, que muitos das questões do mundo contemporâneo são transnacionais, etc, etc. Mas a pátria é ainda uma categoria que dá sentido e coesão a uma comunidade. E é pena que um patriotismo saudável seja mote quase abandonado no discurso político dos partidos do centro do nosso sistema político, estando remetido para o PCP e para grupúsculos da extrema-esquerda. Vem aí o 10 de Junho. Viva Portugal!"
Nota de rodapé.
"Só a fantasia permanece sempre jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece."
"...é manifesto que estamos perante um sintoma de que algo vai mal no domínio da construção (ou da preservação) da nossa identidade colectiva, um valor que não se sobrepõe, mas que deve coabitar com a nossa individualidade. Todos sabemos que o mundo é uma “aldeia global”, que muitos das questões do mundo contemporâneo são transnacionais, etc, etc. Mas a pátria é ainda uma categoria que dá sentido e coesão a uma comunidade. E é pena que um patriotismo saudável seja mote quase abandonado no discurso político dos partidos do centro do nosso sistema político, estando remetido para o PCP e para grupúsculos da extrema-esquerda. Vem aí o 10 de Junho. Viva Portugal!"
Nota de rodapé.
"Só a fantasia permanece sempre jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece."
"Reduzem-se" todos os anos!..
Este ano, desfilarão apenas três marchas figueirenses no dia 23, pelas 21.30, na Avenida 25 de Abril.
"Mulheres de Tavarede", Sociedade Filarmónica Paionense e a Marcha do Grupo Instrução e Sport da Praia de Buarcos serão as marchas a concurso.
Extra concurso, vão participar sete marchas provenientes de Ribeira de Frades, Vila Real, Miranda do Corvo, Vila Nova de Famalicão e Lisboa.
"Mulheres de Tavarede", Sociedade Filarmónica Paionense e a Marcha do Grupo Instrução e Sport da Praia de Buarcos serão as marchas a concurso.
Extra concurso, vão participar sete marchas provenientes de Ribeira de Frades, Vila Real, Miranda do Corvo, Vila Nova de Famalicão e Lisboa.
quinta-feira, 7 de junho de 2018
Dá para rir, porque chorar não remedeia nada...
Daqui |
Na Figueira, tudo é outra coisa...
A verdadeira cor do tecido é a que se encontra no avesso.
A propósito do Cabedelo...
Nos tempos que correm, os cidadãos que se deixam envolver na coisa política e aceitam cargos públicos, arriscam-se a destruir o prestígio de uma vida de trabalho construída arduamente ao longo dos anos.
Refiro-me a cidadãos comuns – incluindo os que são filiados em Partidos políticos – e não de políticos que fizerem da política o seu trabalho e que vão buscar a esses cidadãos comuns a mão-de-obra para a sua empresa.
Repare-se nas declarações acima, respigadas do jornal Voz da Figueira, prestadas pelo presidente da Junta de Freguesia da Aldeia, que neste momento anda em digressão americana à boleia do presidente da Câmara da cidade da Figueira da Foz.
Mais parecem vir da boca de um empregado do presidente do que seu parceiro de eleição nas últimas autárquicas!..
Sei que os poderes são ambicionados. Sei, também, que a projecção mediática e pública podem ser também motor para que os cidadãos se envolvam.
Mas, também, sei que muitos se envolvem nessas aventuras por motivos de serviço público dispondo-se a oferecer o que de melhor sabem fazer em favor do bem comum.
Aqui é o que se pode ver...
Este, é mais um caso de sacrifício dum cidadão comum a favor dos cabeças de cartaz, assacando para eles (para os cidadãos comuns) os efeitos e os males que umas declarações infelizes e despropositadas como estas não deixarão de ter a merecida resposta no local próprio.
Muita coisa terá de mudar na Aldeia e na cidade, se quisermos ter, no futuro, equipas de competência que zelem pelos nossos interesses e bem-estar.
Nota de rodapé.
Ainda a propósito do Cabedelo, também via Voz da Figueira, chamo a atenção para a imagem abaixo.
Refiro-me a cidadãos comuns – incluindo os que são filiados em Partidos políticos – e não de políticos que fizerem da política o seu trabalho e que vão buscar a esses cidadãos comuns a mão-de-obra para a sua empresa.
Repare-se nas declarações acima, respigadas do jornal Voz da Figueira, prestadas pelo presidente da Junta de Freguesia da Aldeia, que neste momento anda em digressão americana à boleia do presidente da Câmara da cidade da Figueira da Foz.
Mais parecem vir da boca de um empregado do presidente do que seu parceiro de eleição nas últimas autárquicas!..
Sei que os poderes são ambicionados. Sei, também, que a projecção mediática e pública podem ser também motor para que os cidadãos se envolvam.
Mas, também, sei que muitos se envolvem nessas aventuras por motivos de serviço público dispondo-se a oferecer o que de melhor sabem fazer em favor do bem comum.
Aqui é o que se pode ver...
Este, é mais um caso de sacrifício dum cidadão comum a favor dos cabeças de cartaz, assacando para eles (para os cidadãos comuns) os efeitos e os males que umas declarações infelizes e despropositadas como estas não deixarão de ter a merecida resposta no local próprio.
Muita coisa terá de mudar na Aldeia e na cidade, se quisermos ter, no futuro, equipas de competência que zelem pelos nossos interesses e bem-estar.
Nota de rodapé.
Ainda a propósito do Cabedelo, também via Voz da Figueira, chamo a atenção para a imagem abaixo.
Nem todas as histórias de amor de longa duração precisam de ser estragadas...
O amor, presumo, é determinante nas vidas de todos nós.
Para muitos de nós, diria que é a mola real que nos faz mover.
E o amor só pode ser entendido em toda a sua dimensão.
Há dias em que nos apetece uma história bonita e romântica.
Hoje, no jornal AS BEIRAS, Jot Alves assina uma prosa que conta uma bonita e comovedora história de amor.
Com a devida vénia, passo a citar.
"Maria Providência Marques está, aos 84 anos, a viver uma segunda vida. Depois de ter passado mais de meio ano entre a cadeira de rodas, o sofá e a cama, vai participar, no próximo domingo, na caminhada da Meia-Maratona da Figueira da Foz. A surpreendente recuperação da octogenária figueirense tem o contributo do marido, António Marques, de 87 anos. Esta é, pois, uma história de amor e superação, protagonizada por dois octogenários que prometeram viver juntos até que a morte os separe, na saúde e na doença.
De repente, uma enfermidade neurológica retirou a Maria Marques a mobilidade e outras funções motoras - deixou de andar e comer, ficando totalmente dependente. Seguiu-se o tratamento e a institucionalização no Lar de Santo António, da Misericórdia-Obra da Figueira. “Quando decidimos que o melhor era ela ir para o lar [problemas de saúde impedem a filha única, Rosa Marques, de 59 anos, de cuidar dos pais], disse logo que ia com ela. Tive de ir com ela, não podia deixá-la sozinha”, conta António Marques.
Teve de esperar algum tempo, até haver um quarto de casal livre na instituição.
Entretanto, passava os dias com ela, a dar-lhe de comer, a incentivá-la para não desistir de tentar recuperar a sua autonomia motora e ajudando-a a caminhar. “Com a ajuda dos funcionários do lar, que têm sido incansáveis”, ressalva.
Até na caminhada da meia-maratona participam os dois. “Tenho de acompanhá-la, porque precisa da minha ajuda”, ressalva António Marques. Maria Marques não garante que vai fazer o percurso completo, mas promete ir até onde puder, e já deu provas de que pode ir mais longe do que ela própria imaginava."
Para muitos de nós, diria que é a mola real que nos faz mover.
E o amor só pode ser entendido em toda a sua dimensão.
Há dias em que nos apetece uma história bonita e romântica.
Hoje, no jornal AS BEIRAS, Jot Alves assina uma prosa que conta uma bonita e comovedora história de amor.
Com a devida vénia, passo a citar.
"Maria Providência Marques está, aos 84 anos, a viver uma segunda vida. Depois de ter passado mais de meio ano entre a cadeira de rodas, o sofá e a cama, vai participar, no próximo domingo, na caminhada da Meia-Maratona da Figueira da Foz. A surpreendente recuperação da octogenária figueirense tem o contributo do marido, António Marques, de 87 anos. Esta é, pois, uma história de amor e superação, protagonizada por dois octogenários que prometeram viver juntos até que a morte os separe, na saúde e na doença.
De repente, uma enfermidade neurológica retirou a Maria Marques a mobilidade e outras funções motoras - deixou de andar e comer, ficando totalmente dependente. Seguiu-se o tratamento e a institucionalização no Lar de Santo António, da Misericórdia-Obra da Figueira. “Quando decidimos que o melhor era ela ir para o lar [problemas de saúde impedem a filha única, Rosa Marques, de 59 anos, de cuidar dos pais], disse logo que ia com ela. Tive de ir com ela, não podia deixá-la sozinha”, conta António Marques.
Teve de esperar algum tempo, até haver um quarto de casal livre na instituição.
Entretanto, passava os dias com ela, a dar-lhe de comer, a incentivá-la para não desistir de tentar recuperar a sua autonomia motora e ajudando-a a caminhar. “Com a ajuda dos funcionários do lar, que têm sido incansáveis”, ressalva.
“Amor à primeira vista”
A ginástica, a fisioterapia, a ajuda do marido e do pessoal do lar conseguiram que a antiga costureira voltasse a andar, mas, sem a sua força de vontade, o resultado não teria sido o mesmo. “Estou muito melhor, mas pensava que não ia recuperar”, afirma Maria Marques. “Ela é uma lutadora. É o resultado da nossa vida, que nos obrigou a lutar muito para conseguirmos fazer uma casa”, acrescenta o marido, antigo serralheiro mecânico. O casal trabalhou em Lisboa, tendo regressado à Figueira da Foz há 27 anos. Sempre juntos. “Foi amor à primeira vista”, afiança ele. “Pois foi”, corrobora ela. Até na caminhada da meia-maratona participam os dois. “Tenho de acompanhá-la, porque precisa da minha ajuda”, ressalva António Marques. Maria Marques não garante que vai fazer o percurso completo, mas promete ir até onde puder, e já deu provas de que pode ir mais longe do que ela própria imaginava."
A crise figueirense revela-se das mais diversas formas...
"Santos da casa", uma crónica de João Armando Gonçalves publicada no jornal AS BEIRAS.
"Inaugurou-se recentemente a 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza. A representação portuguesa é feita por 12 projetos que procuram mostrar edifícios públicos construídos durante os anos agudos da crise económica (quando o investimento público teve de ser refreado). Álvaro Siza, Eduardo Souto Moura, Manuel e Francisco Aires Mateus estão entre os autores dos projetos escolhidos. Assim como o arquiteto figueirense Miguel Figueira, com o seu projeto do Centro Náutico de… Montemor-o-Velho.
Para além da falta de destaque deste acontecimento no contexto figueirense, esta notícia fez-me recordar outros companheiros de juventude que hoje “dão cartas” nas artes e na cultura, com reconhecimento nacional ou internacional: o arquiteto e professor Pedro Maurício Borges; o seu irmão, o ator Miguel Borges; o escritor Nuno Camarneiro (vencedor do prémio Leya e que acaba de lançar mais uma obra); o viajante-escritor Gonçalo Cadilhe; o ilustrador e artista plástico Marco Mendes (que agora podemos acompanhar diariamente no Jornal de Notícias)… Muitos outros haverá e de outras gerações. Estes singraram sobretudo pelo talento e esforço pessoais, já que não se pode dizer que estivessem estado expostos, naqueles tempos de adolescência, a um “ecosistema cultural” particularmente dinâmico. Será que as atuais jovens gerações não mereciam que fizéssemos melhor agora?
Por outro lado, será que a Figueira não podia beneficiar mais dos seus talentos e dar-lhes mais destaque? É que quando se fala de “utilização de recursos endógenos” talvez se devesse começar pelas pessoas."
"Inaugurou-se recentemente a 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza. A representação portuguesa é feita por 12 projetos que procuram mostrar edifícios públicos construídos durante os anos agudos da crise económica (quando o investimento público teve de ser refreado). Álvaro Siza, Eduardo Souto Moura, Manuel e Francisco Aires Mateus estão entre os autores dos projetos escolhidos. Assim como o arquiteto figueirense Miguel Figueira, com o seu projeto do Centro Náutico de… Montemor-o-Velho.
Para além da falta de destaque deste acontecimento no contexto figueirense, esta notícia fez-me recordar outros companheiros de juventude que hoje “dão cartas” nas artes e na cultura, com reconhecimento nacional ou internacional: o arquiteto e professor Pedro Maurício Borges; o seu irmão, o ator Miguel Borges; o escritor Nuno Camarneiro (vencedor do prémio Leya e que acaba de lançar mais uma obra); o viajante-escritor Gonçalo Cadilhe; o ilustrador e artista plástico Marco Mendes (que agora podemos acompanhar diariamente no Jornal de Notícias)… Muitos outros haverá e de outras gerações. Estes singraram sobretudo pelo talento e esforço pessoais, já que não se pode dizer que estivessem estado expostos, naqueles tempos de adolescência, a um “ecosistema cultural” particularmente dinâmico. Será que as atuais jovens gerações não mereciam que fizéssemos melhor agora?
Por outro lado, será que a Figueira não podia beneficiar mais dos seus talentos e dar-lhes mais destaque? É que quando se fala de “utilização de recursos endógenos” talvez se devesse começar pelas pessoas."
Conferência/debate | “Alterações climáticas e erosão costeira”
A Delegação da Figueira da Foz da Ordem dos Advogados vai promover uma conferência/debate sobre o tema “Alterações climáticas e erosão costeira”.
Os oradores serão o Sr. Eng. João Vaz e o Sr. Prof. Pedro Bingre.
O evento terá lugar no próximo dia 8 de Junho, pelas 17.00h, na Assembleia Figueirense.
O evento dirige-se a todos os cidadãos em geral.
A entrada é gratuita.
quarta-feira, 6 de junho de 2018
Grande Miguel: a falar é que a gente se entende...
No passado dia 20.04.218 fomos convidados a assistir à apresentação do ESTUDO DOS CENÁRIOS DE DRAGAGENS encomendado pelo Porto da Figueira da Foz à Universidade de Aveiro, com base no qual o Porto da Figueira da Foz, a Autarquia e a Agência Portuguesa do Ambiente tencionam avançar para a execução de uma transferência de três milhões de metros cúbicos recurso a dragagem móvel a norte, transporte e deposição a sul da barra, à revelia da NG6 do Programa da Orla Costeira Ovar - Marinha Grande, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/2017.
Salvo melhor opinião, só após a análise detalhada nos termos da alínea f) da NG6 - Gestão Sedimentar - que terá que incluir a avaliação da solução de transferência com dragagem fixa (BYPASS), poderá o Governo decidir sobre os processos ou sistemas de transposição a adotar.
Via SOS CABEDELO
Com a autarquia figueirense transformada numa empresa organizadora de eventos de entretenimento...
«A Autarquia está a fazer tudo o que está ao seu alcance pela prevenção contra incêndios e protecção de pessoas e bens».
Ontem, os vereadores Miguel Pereira e Carlos Monteiro, que tutelam, respectivamente, o Gabinete Técnico Florestal e o pelouro de Ambiente e Espaços Verdes, visitaram a Serra da Boa Viagem, para acompanhar, in loco, conforme pode ser visto no vídeo, os trabalhos de limpeza das faixas de gestão de combustíveis florestais.
No terreno, estão já a operar os dois equipamentos adquiridos pela autarquia da Figueira da Foz, num investimento que ronda os 140.000€ de fundos próprios: um tractor com destroçador traseiro descentrável e uma mini pá carregadora equipada com destroçador de elevada capacidade para destroçar elementos até 20cm de diâmetro, provavelmente equipamento único no país.
Recorde-se que, com a alteração do quadro legislativo, o Governo aumentou a responsabilidade dos municípios no que respeita à limpeza das faixas de Gestão de combustível.
Registe-se este esforço da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Todavia, a Figueira tem zonas como a que a foto mostra (para ver mais fotos, clicar aqui). ... alô, alô, New Bedford, contribuam para umas roçadoras... Ou para umas cabras, daquelas que andaram pelas Abadias...
Ontem, os vereadores Miguel Pereira e Carlos Monteiro, que tutelam, respectivamente, o Gabinete Técnico Florestal e o pelouro de Ambiente e Espaços Verdes, visitaram a Serra da Boa Viagem, para acompanhar, in loco, conforme pode ser visto no vídeo, os trabalhos de limpeza das faixas de gestão de combustíveis florestais.
No terreno, estão já a operar os dois equipamentos adquiridos pela autarquia da Figueira da Foz, num investimento que ronda os 140.000€ de fundos próprios: um tractor com destroçador traseiro descentrável e uma mini pá carregadora equipada com destroçador de elevada capacidade para destroçar elementos até 20cm de diâmetro, provavelmente equipamento único no país.
Recorde-se que, com a alteração do quadro legislativo, o Governo aumentou a responsabilidade dos municípios no que respeita à limpeza das faixas de Gestão de combustível.
Registe-se este esforço da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Todavia, a Figueira tem zonas como a que a foto mostra (para ver mais fotos, clicar aqui). ... alô, alô, New Bedford, contribuam para umas roçadoras... Ou para umas cabras, daquelas que andaram pelas Abadias...
Há dias em que sentimos a impotência de mudarmos o rumo das coisas... E há os outros dias
No passado domingo, dia 3 do corrente, conforme pode ser comprovado clicando aqui, publiquei uma carta de um munícipe figueirense, que tinha sido enviada, há meses. Até então, não tinha havido qualquer resposta. Nem sequer uma simples nota a acusar a recepção.
Ontem, porém, dia 5, chegou a resposta, conforme se pode comprovar pela imagem abaixo.
Nota de rodapé.
Ando há mais de 40 anos a escrever uns textos. Isso nada tem especial. É apenas algo que faço, como, por exemplo, faço caminhadas e há uns anitos atrás fazia umas corriditas de 10 ou 20 quilómetros.
Gosto, porque é um desafio e porque é possível. Há alturas em que caminhar, tal como escrever, é necessário, como se uma força interior incontrolável me empurrasse nalguma direcção e nada pudesse impedir o avanço.
Tem de ser. Não se questiona. Faz-se.
Tal como para mim não se questiona, ou explica, a importância de respirar, olhar o céu, ouvir o mar, comer um petisco regado com um tinto.
Escrevo (e vou continuar...) porque sim.
Não é para para ser reconhecido, nem para salvar a ALDEIA.
É porque sim.
Escrevo tão naturalmente, como quando entro numa sala cheia de gente e digo "bom dia".
Se alguém respode vê-se o que pode vir a partir daí.
A maior parte das vezes, não vem nada de especial.
Contudo, foi criada a possibilidade. Existiu uma oportunidade.
Afinal, escrever nada tem especial: juntam-se palavras e, por vezes, chegamos a algum lado.
Vou continuar.
Como sempre. Simplesmente, como gosto de respirar, de olhar o céu, de ouvir o mar, ou de comer um petisco regado com um tinto...
Ontem, porém, dia 5, chegou a resposta, conforme se pode comprovar pela imagem abaixo.
Para ver melhor, clicar na imagem |
Ando há mais de 40 anos a escrever uns textos. Isso nada tem especial. É apenas algo que faço, como, por exemplo, faço caminhadas e há uns anitos atrás fazia umas corriditas de 10 ou 20 quilómetros.
Gosto, porque é um desafio e porque é possível. Há alturas em que caminhar, tal como escrever, é necessário, como se uma força interior incontrolável me empurrasse nalguma direcção e nada pudesse impedir o avanço.
Tem de ser. Não se questiona. Faz-se.
Tal como para mim não se questiona, ou explica, a importância de respirar, olhar o céu, ouvir o mar, comer um petisco regado com um tinto.
Escrevo (e vou continuar...) porque sim.
Não é para para ser reconhecido, nem para salvar a ALDEIA.
É porque sim.
Escrevo tão naturalmente, como quando entro numa sala cheia de gente e digo "bom dia".
Se alguém respode vê-se o que pode vir a partir daí.
A maior parte das vezes, não vem nada de especial.
Contudo, foi criada a possibilidade. Existiu uma oportunidade.
Afinal, escrever nada tem especial: juntam-se palavras e, por vezes, chegamos a algum lado.
Vou continuar.
Como sempre. Simplesmente, como gosto de respirar, de olhar o céu, de ouvir o mar, ou de comer um petisco regado com um tinto...
Até sempre Senhor Nicolau
O associativismo do Concelho da Figueira da Foz ficou mais pobre.
Faleceu o Senhor Nicolau, o músico filarmónico mais antigo em Portugal e quiçá na Europa.
Faleceu com 93 anos. Foi músico ininterruptamente durante 74 anos, até ao dia da sua partida. Esteve sempre de forma abnegada ao serviço da Sociedade Boa União Alhadense.
Que exemplo de cidadania, de entrega, de união e solidariedade. Hoje os anjos estão em festa, pois, onde quer que esteja o Senhor Nicolau, não há tristeza mas sim amor.
Até sempre!
“Acho que comecei em 1940. Ou talvez em 1945…”, disse um dia o músico ao jornal AS BEIRAS.
A pandeireta foi o seu primeiro instrumento, que tocou no Ateneu Alhadense. Depois, trocou o instrumento de percussão por um de sopros, o clarinete. Mais tarde viria a substituir este por outro da mesma família, o saxofone alto.
Mas, o Senhor Nicolau não foi só músico. Ele também foi proprietário de uma das últimas e mais antigas tabernas da Figueira da Foz, onde passou os seus dias, atrás do balcão.
Pois, foi precisamente aí, na sua taberna, que eu conheci o senhor Nicolau.
Foi no já longínquo ano de 1972, ano em que comecei a trabalhar como empregado de escritório na já extinta firma Rodrigues, Pais & Cª..
Tinha 19 anos. Uma das minhas tarefas semanais, era percorrer a pé todos os clientes da cidade para realizar as cobranças… E o senhor Nicolau, que era um deles, teve uma particularidade de que nunca mais me esqueci, apesar de já terem passado 46 anos!
Ao olhar para mim, muito jovem e então “estilo copo de leite”, certamente com a malícia de um Homem já vivido e traquejado pela vida, disse-me, logo na primeira vez que me viu, depois de eu dizer ao que ia: “então o menino quer receber, não é?.. Pois só recebe, se comer um carapauzito frito e beber um tinto…”
Envergonhado e atrapalhado, comecei por recusar, mas depois acabei por achar graça e entrei no esquema…
E o senhor Nicolau começou a ser visitado à hora do lanche …
Entretanto, mudei de patrão e de vida, e há muitos anos que não visito a taberna do Senhor Nicolau…
Até sempre Senhor Nicolau.
Faleceu o Senhor Nicolau, o músico filarmónico mais antigo em Portugal e quiçá na Europa.
Faleceu com 93 anos. Foi músico ininterruptamente durante 74 anos, até ao dia da sua partida. Esteve sempre de forma abnegada ao serviço da Sociedade Boa União Alhadense.
Que exemplo de cidadania, de entrega, de união e solidariedade. Hoje os anjos estão em festa, pois, onde quer que esteja o Senhor Nicolau, não há tristeza mas sim amor.
Até sempre!
“Acho que comecei em 1940. Ou talvez em 1945…”, disse um dia o músico ao jornal AS BEIRAS.
A pandeireta foi o seu primeiro instrumento, que tocou no Ateneu Alhadense. Depois, trocou o instrumento de percussão por um de sopros, o clarinete. Mais tarde viria a substituir este por outro da mesma família, o saxofone alto.
Mas, o Senhor Nicolau não foi só músico. Ele também foi proprietário de uma das últimas e mais antigas tabernas da Figueira da Foz, onde passou os seus dias, atrás do balcão.
Pois, foi precisamente aí, na sua taberna, que eu conheci o senhor Nicolau.
Foi no já longínquo ano de 1972, ano em que comecei a trabalhar como empregado de escritório na já extinta firma Rodrigues, Pais & Cª..
Tinha 19 anos. Uma das minhas tarefas semanais, era percorrer a pé todos os clientes da cidade para realizar as cobranças… E o senhor Nicolau, que era um deles, teve uma particularidade de que nunca mais me esqueci, apesar de já terem passado 46 anos!
Ao olhar para mim, muito jovem e então “estilo copo de leite”, certamente com a malícia de um Homem já vivido e traquejado pela vida, disse-me, logo na primeira vez que me viu, depois de eu dizer ao que ia: “então o menino quer receber, não é?.. Pois só recebe, se comer um carapauzito frito e beber um tinto…”
Envergonhado e atrapalhado, comecei por recusar, mas depois acabei por achar graça e entrei no esquema…
E o senhor Nicolau começou a ser visitado à hora do lanche …
Entretanto, mudei de patrão e de vida, e há muitos anos que não visito a taberna do Senhor Nicolau…
Até sempre Senhor Nicolau.
terça-feira, 5 de junho de 2018
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