domingo, 15 de outubro de 2017
sábado, 14 de outubro de 2017
Aviso à navegação...
Quando mexem com o meu coração, esqueço o fair play.
Fujam.
Nem que seja aos saltinhos...
Em jeito de balanço....
Via AS BEIRAS.
"Depois de 12 anos de actividade autárquica, como vereador, um mandato na oposição e dois no poder (o actual como vice-presidente), António Tavares cessa funções a 20 deste mês, dia da tomada de posse do novo executivo camarário. “Saio com o sentido de dever cumprido. Acho que aquilo que me propus, há oito anos, está, de uma forma genérica, cumprido. Há coisas que foram feitas de forma estruturada e que podem continuar”, declarou o autarca ao Diário As Beiras. António Tavares não quis voltar a integrar a lista de João Ataíde à Câmara da Figueira da Foz, decisão que revelou, em maio de 2016, a uma ano e meio do fim do mandato, desta forma: “Já não tenho pachorra para jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona”. Entretanto, recentemente, explicou ao Diário As Beiras que não quis continuar porque “12 anos de participação política directa é muito tempo”, acrescentando: “Confesso que saio cansado. Dei o meu melhor, esforcei-me imenso, e portanto saio com esta vontade de ter alguma liberdade”. O político vai aproveitar a liberdade que o auto afastamento da actividade autárquica vai proporcionar-lhe para se dedicar mais à escrita - tem um novo livro para editar em breve. Por outro lado, o vencedor do Prémio LeYa vai regressar ao ensino, na Escola Secundário Joaquim de Carvalho, oito anos depois de suspender a docência. António Tavares começou como independente, nas listas do PS, tendo-se tornado militante, condição que mantém."
Nota de rodapé.
"Depois de 12 anos de actividade autárquica, como vereador, um mandato na oposição e dois no poder (o actual como vice-presidente), António Tavares cessa funções a 20 deste mês, dia da tomada de posse do novo executivo camarário. “Saio com o sentido de dever cumprido. Acho que aquilo que me propus, há oito anos, está, de uma forma genérica, cumprido. Há coisas que foram feitas de forma estruturada e que podem continuar”, declarou o autarca ao Diário As Beiras. António Tavares não quis voltar a integrar a lista de João Ataíde à Câmara da Figueira da Foz, decisão que revelou, em maio de 2016, a uma ano e meio do fim do mandato, desta forma: “Já não tenho pachorra para jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona”. Entretanto, recentemente, explicou ao Diário As Beiras que não quis continuar porque “12 anos de participação política directa é muito tempo”, acrescentando: “Confesso que saio cansado. Dei o meu melhor, esforcei-me imenso, e portanto saio com esta vontade de ter alguma liberdade”. O político vai aproveitar a liberdade que o auto afastamento da actividade autárquica vai proporcionar-lhe para se dedicar mais à escrita - tem um novo livro para editar em breve. Por outro lado, o vencedor do Prémio LeYa vai regressar ao ensino, na Escola Secundário Joaquim de Carvalho, oito anos depois de suspender a docência. António Tavares começou como independente, nas listas do PS, tendo-se tornado militante, condição que mantém."
Nota de rodapé.
O CÃO FIEL
Era um cão fiel...
foi a dar ao rabo atrás do dono
até à oliveira em que aquele
o enforcou com arame.
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
"Ainda o rescaldo da Nossa Senhora da Eleições Autárquicas 2017"...
E agora PS e PSD, quem vos vai levantar do chão?
O PSD local e nacional, parece a Europa do pós guerra. Um amontoado de pedras e umas colunas que mal se aguentam de pé. Ainda assim, existe sempre alguém, com voluntarismo e a troco de cinco minutos de fama, disposto a iniciar a tão desejada reconstrução. Na Figueira, temos o simpático Tenrinho, que não obstante ter levado com duas valentes sovas eleitorais, ainda está disponível para ser candidato à concelhia dos laranjinhas.
Uma missão hercúlea, para não dizer - impossível.
E o PS Figueira?
Os partidos que governaram o município da Figueira durante quarenta anos (PS e PSD), encontram-se ambos em estado comatoso, deitados no chão, com prognóstico clínico muito reservado. Ainda que, supostamente, o PS tenha reconquistado o poder autárquico na Figueira, na realidade, quem ganhou foi Ti Ataíde.
O Partido Socialista foi a "muleta", que o juiz desembargador precisou em 2009 para entrar na politica autárquica, "muleta" essa, que Ti Ataide habilmente, ao longo destes oito anos a foi dispensando, tornando-a num adorno quase inútil.
O PS gradualmente foi desaparecendo, acabou por entrar num estado anémico, letárgico, e em agonia entrou em coma.
O que existe agora é um grupo inorgânico, que gravita à volta do culto do chefe edil, de votos renovados, à espera que o poder da sucessão caia nas mãos de alguém, que possa daqui a quatro anos "renovar" um novo ciclo tipo angolano, e prolongar-se por mais doze anos, e quiçá em quarenta e oito, como prevê nos astros o doutor de ciências politicas e esotéricas - José Fernando Guedes Correia.
Ti Ataíde apenas está preocupado em gerir a corte a seu belo prazer (agora, ignorando de vez os "arautos" bajuladores), à espera de uma prateleira dourada que possa encher ainda mais o seu ego, já de si - enorme (bem que pode esperar).
Ao longo destes últimos anos, as equipas de Ataíde foram piorando, mas inversamente os resultados eleitorais foram melhorando (os fenómenos políticos - Ataíde e Esteves, são casos de estudo).
A maioria dos figueirenses, votaram no mal menor. Muitos cidadãos, continuam a não votar! Recusam-se a votar na mediocridade, que esta democracia está a produzir!
O sistema eleitoral forçosamente deve mudar. É imperativo a criação dos círculos uninominais, quer nos partidos, quer essencialmente nos órgãos do poder da res pública, de forma a resgatar a democracia.
Como disse o poeta: "De que serve ter o mapa, se o fim está traçado? De que serve a terra à vista, se o barco está parado? De que serve ter a chave, se a porta está aberta? De que servem as palavras, se a casa está deserta?"
Será que Pedro Abrunhosa se inspirou na Figueira, para escrever este poema?
Fica a pergunta, cuja a resposta vale um milhão de euros: -
- e agora PS e PSD, quem vos vai levantar do chão?
Nota de rodapé:
- vídeo da música "Quem me leva os meus fantasmas" - de Pedro Abrunhosa
Uma produção ANC-CARALHETE NEWS
"Base de Monte Real pode tornar-se aeroporto civil num futuro próximo"...
Marinha Grande pode ser a próxima localidade do país a ter um aeroporto comercial.
A Câmara Municipal local publicou um estudo sobre a viabilidade comercial de converter a Base Aérea de Monte Real para tráfego aéreo comercial. Esta infraestrutura é usada actualmente de forma quase exclusiva pela Força Aérea Portuguesa, como Base Aérea n.º 5, albergando duas esquadras.
Então e onde fica "o sonho do novo Aeroporto Internacional em Coimbra"?..
A Câmara Municipal local publicou um estudo sobre a viabilidade comercial de converter a Base Aérea de Monte Real para tráfego aéreo comercial. Esta infraestrutura é usada actualmente de forma quase exclusiva pela Força Aérea Portuguesa, como Base Aérea n.º 5, albergando duas esquadras.
Então e onde fica "o sonho do novo Aeroporto Internacional em Coimbra"?..
Em muitos casos que se passam nos locais onde se vota, o termo "vazio legal" deve ser entendido como "vazio ético"...
Detectadas muitas irregularidades nas eleições.
Do apuramento geral de votos, já concluído, resulta desde já a redução de deputados socialistas na Assembleia Municipal de Coimbra – passa dos 13 eleitos directos para 12 – e a entrada de mais um da CDU...
Do apuramento geral de votos, já concluído, resulta desde já a redução de deputados socialistas na Assembleia Municipal de Coimbra – passa dos 13 eleitos directos para 12 – e a entrada de mais um da CDU...
A luta ficou reduzida ao grupo formado por gente incapaz e ao grupo formado por gente capaz de tudo?..
"...o lançamento da sua candidaturas revestiu-se de um tiro no pé, e em grande escala. Bem sabemos a forma como Rio lida com a comunicação social. Nunca percebi se se trata de arrogância pura ou se se assemelha ao desprezo como Cavaco tratava os jornalistas.
Porém, há uma coisa que eu sei. O que aconteceu na quarta-feira foi um mero ato público. Declaração pública. Chamem-lhe o que quiserem. Mas não foi uma conferência de imprensa. Sem direito a perguntas? (Uma manha dos tempos recentes, imposta por políticos que se dizem democratas).
Mais grave que a atitude de um homem que tem aspirações à governação do país é a reação dos meus colegas, que, nunca entendi porquê, aceitam as regras do jogo do protagonista.
Tudo isto revela o nível e a qualidade de alguns dos conceitos que mais se ouvem quando se fala de democracia e liberdade: políticos e jornalistas.
É simplesmente triste."
Porém, há uma coisa que eu sei. O que aconteceu na quarta-feira foi um mero ato público. Declaração pública. Chamem-lhe o que quiserem. Mas não foi uma conferência de imprensa. Sem direito a perguntas? (Uma manha dos tempos recentes, imposta por políticos que se dizem democratas).
Mais grave que a atitude de um homem que tem aspirações à governação do país é a reação dos meus colegas, que, nunca entendi porquê, aceitam as regras do jogo do protagonista.
Tudo isto revela o nível e a qualidade de alguns dos conceitos que mais se ouvem quando se fala de democracia e liberdade: políticos e jornalistas.
É simplesmente triste."
Daqui
"Santana pode dizer que o anúncio da sua candidatura foi uma boa notícia para Portugal, pode pedir desculpas antecipadas a António Costa porque lhe vai ganhar as eleições e até pode assegurar que vai governar durante duas legislaturas, isto é, até ter a provecta idade de 72 anos, o que quer dizer que o país vai ter muito tempo para rir à gargalhada. Mas a verdade é que este é o Santana da má moeda, do jornal grátis, do governo das trapalhadas, etc., etc..
Santana Lopes foi um dos pilares da política de Passos, o governo reduzia brutalmente o rendimento de todos os que trabalhavam, levando muitas famílias à fome. Cabia a Santana Lopes e à senhora do Banco Alimentar a gestão da caridade nacional. Santana apoiou firmemente Passos Coelho que lhe arranjou um luxuoso tacho e Santana sempre se manifestou servil. Conta agora com o apoio de Passos e do seu aparelho, devidamente descontadas as ratazanas que já são vistas a correr por aí.
Além do apoio de Passos parece já ter recebido a bênção de Marcelo, não sendo de admirar que Cavaco apareça a defender uma “revalorização monetária” do Santana, deixando de o condenar à notação de lixo monetário. A hipocrisia na vida política portuguesa é um imenso mar de surpresas. Resta agora perceber se acreditam mesmo em Santana Lopes ou se este é o idiota útil para um mau circulo eleitoral.
Santana sabe que muitos dos apoios que está recebendo são dos que não conseguiram matar o menino na incubadora e esperam agora que seja definitivamente crucificado, talvez por isso exorcize os fantasmas assegurando que vai ganhar eleições atrás de eleições."
daqui
"Santana pode dizer que o anúncio da sua candidatura foi uma boa notícia para Portugal, pode pedir desculpas antecipadas a António Costa porque lhe vai ganhar as eleições e até pode assegurar que vai governar durante duas legislaturas, isto é, até ter a provecta idade de 72 anos, o que quer dizer que o país vai ter muito tempo para rir à gargalhada. Mas a verdade é que este é o Santana da má moeda, do jornal grátis, do governo das trapalhadas, etc., etc..
Santana Lopes foi um dos pilares da política de Passos, o governo reduzia brutalmente o rendimento de todos os que trabalhavam, levando muitas famílias à fome. Cabia a Santana Lopes e à senhora do Banco Alimentar a gestão da caridade nacional. Santana apoiou firmemente Passos Coelho que lhe arranjou um luxuoso tacho e Santana sempre se manifestou servil. Conta agora com o apoio de Passos e do seu aparelho, devidamente descontadas as ratazanas que já são vistas a correr por aí.
Além do apoio de Passos parece já ter recebido a bênção de Marcelo, não sendo de admirar que Cavaco apareça a defender uma “revalorização monetária” do Santana, deixando de o condenar à notação de lixo monetário. A hipocrisia na vida política portuguesa é um imenso mar de surpresas. Resta agora perceber se acreditam mesmo em Santana Lopes ou se este é o idiota útil para um mau circulo eleitoral.
Santana sabe que muitos dos apoios que está recebendo são dos que não conseguiram matar o menino na incubadora e esperam agora que seja definitivamente crucificado, talvez por isso exorcize os fantasmas assegurando que vai ganhar eleições atrás de eleições."
daqui
A força pode temporariamente vencer, mas nada consegue a longo prazo contra a razão. A História apresenta-nos imensos exemplos dessa prevalência. Porém nem sempre a razão vence no tempo útil da vida de quem a afirma...
"Uma eleição não é um jogo de futebol, pese embora o comportamento das claques.
Aqui a população deveria ganhar sempre, o que, afinal, nem sempre acontece."
Daniel Santos
Aqui a população deveria ganhar sempre, o que, afinal, nem sempre acontece."
Daniel Santos
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
António Agostinho, convidado do DELITO DE OPINIÃO
Poucas vezes interrompo a normalidade do OUTRA MARGEM.
Todavia, há alturas em que é forçoso fazê-lo.
É o caso de hoje, para agradecer ao Pedro Correia o convite que, mais uma vez, me endereçou para escrever no DELITO DE OPINIÃO.
Porque existe uma diferença fundamental entre as coisas importantes e a importância que damos às coisas, abordei o tema que, a meu ver, é o mais importante e estruturante, para o concelho da Figueira da Foz, quer a norte do estuário do Mondego, quer a sul: a urgência da protecção da sua orla costeira.
Há coisas verdadeiramente decisivas nas nossas vidas.
Normalmente, quem de direito, só tarde lhes atribui o devido valor!
Espero que, este, não seja o caso...
Todavia, há alturas em que é forçoso fazê-lo.
É o caso de hoje, para agradecer ao Pedro Correia o convite que, mais uma vez, me endereçou para escrever no DELITO DE OPINIÃO.
Porque existe uma diferença fundamental entre as coisas importantes e a importância que damos às coisas, abordei o tema que, a meu ver, é o mais importante e estruturante, para o concelho da Figueira da Foz, quer a norte do estuário do Mondego, quer a sul: a urgência da protecção da sua orla costeira.
Há coisas verdadeiramente decisivas nas nossas vidas.
Normalmente, quem de direito, só tarde lhes atribui o devido valor!
Espero que, este, não seja o caso...
Pelos vistos, a Câmara da Figueira já apertou o cinto que chegasse (mas nós ainda não!..)...
O outono continua bonito na Aldeia. Não tem feito frio, nem chove... Pode ser que se mantenha assim até à passagem de ano e ao carnaval... |
O presidente da Câmara da Figueira da Foz começou por anunciar a "segunda fase da recuperação do Castelo Engenheiro Silva, na Esplanada Silva Guimarães, com um orçamento de 475 mil euros. As obras naquele imóvel municipal, situado na marginal oceânica, contam com 351 mil euros de apoio do Turismo de Portugal, no âmbito das contrapartidas da zona de jogo (Casino Figueira). A primeira fase, realizada no primeiro mandato de João Ataíde, teve como finalidade restaurar o edifício, que se encontrava em avançado estado de degradação. A segunda e última empreitada destina-se a adaptar o espaço para um posto de turismo e uma sala multiusos para eventos culturais e com interesse turístico."
Segundo o mesmo jornal, "foi também aprovada, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a construção da Ciclovia do Mondego, entre a estação de comboios e Lares. Para esta obra, que tem um orçamento de 712 mil euros, foi aprovado um financiamento europeu de 605 mil euros."
A também já anunciada intervenção na Escola Secundária Cristina Torres, por sua vez, "obteve 447 mil euros de comparticipação fi nanceira europeia, para um total de 504 mil euros."
João Ataíde referiu, ainda, "a aprovação do financiamento da requalificação das praças e ruas adjacentes da Baixa da cidade, ao abrigo do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano. A primeira fase vai custar cerca de três milhões de euros, tendo garantidos fundos comunitários de 2,6 milhões. O remanescente das verbas que envolvem todas aquelas empreitadas será suportado pelo município."
A propósito de investimentos, anunciou ainda o autarca da Figueira da Foz, "foi adquirida uma carrinha para a Proteção Civil Municipal, por 34 mil euros, para substituir uma viatura em fim de vida."
Por outro lado, "a autarquia assumiu os prejuízos da Feira Industrial, Comercial e Agrícola de Maiorca, realizada em agosto (o vento danificou o palco e impediu a actuação de David Carreira)."
David Carreira, esse, que estará presente na passagem de ano.
Ou seja, a autarquia vai pagar o concerto de David Carreira (19.5000 euros, com IVA incluído), valor que inclui um espectáculo, no dia 30 de dezembro, inserido nas celebrações de passagem de ano.
O presidente da câmara, na última reunião camarária do mandato que está a terminar, revelou que "a animação de verão custou 250 mil euros, mais do dobro do ano passado, 111 mil euros."
Este ano, ironizou, em tom bem disposto, o vereador do PSD João Armando Gonçalves, “é um ano interessante…”, referindo-se às eleições autárquicas.
“Espere por 2018, pode ser que ainda se invista mais [na animação de verão], porque há mais folga financeira na autarquia”, respondeu-lhe, no mesmo registo, João Ataíde.
Pelos vistos, na Figueira é sempre carnaval. Assim haja folga financeira...
"Não estou triste por ter morrido, mas estou triste por não poder vingar-me como queria", escreveu Marcel Nadjari, num texto recuperado e agora tornado legível
"Todos sofremos coisas aqui que a mente humana não consegue imaginar".
Esta é uma das frases do texto que o judeu grego Marcel Nadjari escreveu e enterrou no campo de concentração de Auschwitz, um testemunho de um tempo negro, ao qual não esperava sobreviver. Mais de 70 anos depois, cientistas conseguiram finalmente tornar o texto encontrado em 1980 legível.
O documento foi encontrado dentro de uma garrafa quando um estudante fazia escavações na floresta perto das ruínas do crematório III de Auschwitz-Birkenau, em 1980. Apenas 10 a 15% do texto escrito em grego era legível. O papel esteve enterrado durante 35 anos em solo húmido o que ajudou na degradação, explicou o historiador russo Pavel Polian à Deutsch Welle.
Uma especialista em informática russa conseguiu tornar os contornos das letras visíveis com a ajuda da análise de imagens multiespectral e agora é possível ler cerca de 85 a 90% do texto.
Via Diário de Notícias
Esta é uma das frases do texto que o judeu grego Marcel Nadjari escreveu e enterrou no campo de concentração de Auschwitz, um testemunho de um tempo negro, ao qual não esperava sobreviver. Mais de 70 anos depois, cientistas conseguiram finalmente tornar o texto encontrado em 1980 legível.
O documento foi encontrado dentro de uma garrafa quando um estudante fazia escavações na floresta perto das ruínas do crematório III de Auschwitz-Birkenau, em 1980. Apenas 10 a 15% do texto escrito em grego era legível. O papel esteve enterrado durante 35 anos em solo húmido o que ajudou na degradação, explicou o historiador russo Pavel Polian à Deutsch Welle.
Uma especialista em informática russa conseguiu tornar os contornos das letras visíveis com a ajuda da análise de imagens multiespectral e agora é possível ler cerca de 85 a 90% do texto.
Via Diário de Notícias
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Continuamos no bom caminho!..
"Em Portugal não se prepara as crianças para poderem apreciar, se quiserem, uma obra de arte seja ela qual for: um Moulin de La Galette, uma fuga de Bach, uma ópera de Verdi, um livro do James, uma peça do Williams, um poema do Eliot, um filme do Hitchcock ou do Oliveira, um mísero verso do Pessoa, etc., aquilo a que o Gombrich chama de "the eye of the the beholder". Não. Como constato, andando e cruzando-me com eles, os meninos e as meninas vão à bola com os pais (são dez e meia da noite o que não deixa margem aos papás e às mamãs para mais nada) e vêem de lá a agitar bandeirinhas de plástico da Meo, azulinhas de um lado e prontamente "nacionais" do outro. Bem se pode puxar que isto não dá mais."
Via João Gonçalves
Nota de rodapé.
Portugal é um dos países da União Europeia com as mais elevadas taxas de risco de pobreza, mantendo-se na cauda da Europa, mesmo depois da entrada dos novos Estados-Membros.
Afinal, não está tudo a piorar!
Mantemo-nos na cauda... Já não descemos!
Via João Gonçalves
Nota de rodapé.
Portugal é um dos países da União Europeia com as mais elevadas taxas de risco de pobreza, mantendo-se na cauda da Europa, mesmo depois da entrada dos novos Estados-Membros.
Afinal, não está tudo a piorar!
Mantemo-nos na cauda... Já não descemos!
Figueira, a cidade do porreirismo e dos autarcas porreiros...
"As reuniões de câmara têm mais encanto na hora da despedida. Este podia ser o título de uma trova autárquica, que, por estes dias, por razões diversas, não se entoa em todas as autarquias do país. A vereação do actual mandato da Figueira da Foz, porém, que se reuniu, ontem, pela última vez, despediu-se com troca de elogios e agradecimentos. Até porque aquilo que uniu os vereadores da maioria PS e da oposição PSD – os superiores interesses do concelho – foi mais forte do que aquilo que os separou. E até aceitaram posar juntos para a fotografia, reforçando, com o testemunho perpétuo da imagem, o espírito democrático que haviam expressado através das efémeras palavras. João Ataíde, que vai continuar na cadeira do poder, agora com uma maioria absoluta ainda mais confortável, sublinhou que os “desentendimentos naturais” não impediram um relacionamento político “sempre abordado com a cortesia e a elevação que eram necessárias”.
Do PS, saem os vereadores António Tavares e João Portugal, ambos por vontade própria, tal como Tiago Castelo Branco, chefe de gabinete do presidente, que também usou da palavra para agradecer aos presentes e ausentes que com ele se relacionaram durante cerca de seis anos. Teresa Machado, do PSD, por sua vez, põe fim a 16 anos de vereação, ou seja, quatro mandatos consecutivos, repartidos, em partes iguais, pelo poder e pela oposição. João Armando Gonçalves, também do PSD, despediu-se de oitos anos de serviço autárquico, enquanto Anabela Tabaçó e Ana Catarina Oliveira, do mesmo partido, cumpriram um único mandato, estando, pois, também de partida. “Podia ter sido diferente”, realçou aquele vereador social-democrata, lamentando a falta de meios da oposição, quando, na hora da despedida, fez um breve balanço do mandato. “Não vou dizer que andarei por aí, mas estarei atenta”, disse, por sua vez, Teresa Machado.
Jot’Alves, via As Beiras.
Nota de rodapé.
Todos os filósofos têm um problema para cada solução...
Do PS, saem os vereadores António Tavares e João Portugal, ambos por vontade própria, tal como Tiago Castelo Branco, chefe de gabinete do presidente, que também usou da palavra para agradecer aos presentes e ausentes que com ele se relacionaram durante cerca de seis anos. Teresa Machado, do PSD, por sua vez, põe fim a 16 anos de vereação, ou seja, quatro mandatos consecutivos, repartidos, em partes iguais, pelo poder e pela oposição. João Armando Gonçalves, também do PSD, despediu-se de oitos anos de serviço autárquico, enquanto Anabela Tabaçó e Ana Catarina Oliveira, do mesmo partido, cumpriram um único mandato, estando, pois, também de partida. “Podia ter sido diferente”, realçou aquele vereador social-democrata, lamentando a falta de meios da oposição, quando, na hora da despedida, fez um breve balanço do mandato. “Não vou dizer que andarei por aí, mas estarei atenta”, disse, por sua vez, Teresa Machado.
O ideal de Platão
“Julgo que todos fizemos o melhor que pudemos”, sustentou António Tavares. João Portugal agradeceu a todos uma “experiência nova”, que durou quatro anos. Por seu lado, Carlos Monteiro, o número dois da lista de João Ataíde, vai continuar no executivo. O autarca reeleito aludiu a uma “oposição digna, sem ataques de caráter”. Ana Carvalho também vai continuar na equipa executiva. A vereadora agradeceu a colaboração de todos aqueles que a ajudaram a dar os primeiros passos na vida autárquica, incluindo os elementos da oposição. O presidente encerrou a sessão lembrando um vulto da Grécia antiga: “Foi um mandato que se aproximou do ideal de Platão, na defesa da res pública”. Jot’Alves, via As Beiras.
Nota de rodapé.
Todos os filósofos têm um problema para cada solução...
Migalhas
ANTÓNIO LOBO ANTUNES, na revista Visão.
Não digas nada, dá-me só a mão. Palavra de honra que não é preciso dizer nada, a mão chega. Parece-te estranho que a mão chegue, não é, mas chega.
Quantos são hoje? Nunca sei às que ando, confundo tudo, perco-me sempre, os dias, as horas, às vezes cumprimento pessoas que não conheço, há uma semana ou isso entrei num antiquário, sentei-me a uma mesa D. João V e quando a senhora da loja veio, de uns armários franceses ou lá o que era, pedi-lhe que me servisse um uísque. Uma senhora com mais pulseiras que tu e anéis caros, de maquilhagem a lutar com a idade e a perder. Ficou a olhar para mim de cara ao lado. Depois perguntou-me se eu estava bêbado e depois começou a medir a distância entre ela e a porta a fim de chamar por socorro. Numa das paredes paisagens emolduradas a talha, o retrato de uma viscondessa decotada, estampas de cavalos com legendas em francês. A viscondessa usava um anel no indicador rechonchudo e tinha cara de jantar bicos de rouxinol todos os dias, servindo-se dos talheres como se cada dedo fosse um mindinho, desses que a gente enrola para beber o café. A minha irmã, pelo menos, enrola. Eu sou mais para o género de o esticar, tipo antena. Educações. Tu não enrolas nem esticas, deixas a mão inerte na minha. Não te apetece apertar-me, não tens vontade de ser terna? Gostava que ma apertasses três vezes, depois eu apertava três vezes, depois tu apertavas quatro vezes, depois eu apertava-te quatro vezes e ficávamos que tempos assim, num morse de namorados. Fantasias. Desejos. Se calhar sou uma pessoa carente. Se calhar nem sequer sou carente, sou só parvo. Segundo a minha irmã sou só parvo. A propósito de tudo e de nada
- És tão parvo
e eu, mudo, a dar-lhe razão no fundo de mim, lembrando-me que na escola era um castigo com a Geografia, capitais e rios e países tudo misturado. Continuo a misturar. Não me peças, por exemplo, para mostrar a Noruega num mapa. E conheci em rapaz uma norueguesa na praia, a pôr creme nas costas de uma amiga. Passados os primeiros embaraços pôs-me a mim também. Espero que tivesse os mindinhos enrolados. Ofereci--me para lhe pôr a ela. Por gestos fez que não com a cabeça e o brinco esquerdo caiu. Acho que começou a ceder quando o procurámos ambos na areia, uma argola com coisinhas penduradas. O que me atrai nos brincos não é as mulheres terem-nos, é o momento em que os prendem na orelha, de queixo esticado e olhos vazios. A mesma expressão, aliás, ao procurarem as chaves na carteira. Parece que se ausentam. Depois voltam a estar ali ao rodarem a fechadura. Esfrego sempre os sapatos no capacho antes de entrar
(educações)
e avanço devagarinho pelo tapete quase persa fora à medida que lhes percebo uma expressão de
- Como é que me vejo livre deste?
a aumentar, a aumentar. Também é nisso que pensas, responde?
- Como é que me vejo livre deste?
e a tua mão cada vez mais pequena sobre a minha, o teu lábio inferior a cobrir o superior ou seja
- Para que me fui meter num sarilho?
as tuas pernas longe, o teu corpo longe, a tua bochecha longe a gritar em silêncio
- Deus queira que não me faça uma festa
os olhinhos a espiarem-me de banda, alerta, assustados, com receio de mim, eu que não faço mal a uma mosca, nasci pacífico, hei-de morrer pacífico e no intervalo entre o nascimento e a morte sou um paz de alma. Nem entendo a reacção da senhora do antiquário, se calhar neta da viscondessa do anel. Ou bisneta. Ou filha, que a maquilhagem, coitada, pouco conseguia. Deve haver dúzias de centenários por aí, refugiados atrás dos cremes, vacilando nos joelhos magros. Dentaduras postiças a dar com um pau, aparelhos para ouvir, lentes de contacto que se esforçam, se esforçam
- Não te vejo bem, rapaz
pobres misérias cuidadosamente ocultas. Ainda sou novo apesar da hérnia, devo ter mais uns tempitos à minha frente e o que farei com eles? Sento-me aqui, mendigo a tua mão ou aborreço-me sozinho? Não leio jornais, não me distraio com nada, aqueço um prato desses já feitos, lavo a loiça, volto ao sofá, derrotado. Ignoro quem me derrotou. Se calhar eu mesmo, se calhar a minha irmã, distantantíssima agora Tão parvo chegada dos limbos da infância com as suas sardas e a pupila torta que o doutor não curou. Na minha opinião a pupila torta não me achava tão parvo assim, compreendia-me. Há uma parte nos outros, defeituosa, frágil, que me compreende, se enternece comigo. Quantos são hoje? Não digas nada. Tanto faz. Um dia qualquer, não me ralo com isso: a minha vida feita de dias quaisquer a amontoarem-se uns sobre os outros, indistintos, moles, idênticos. A fotografia da minha mãe na estante, a censurar-me. De quê? Que mal fiz eu? Chamo-me João. Era para ser Arnaldo como o meu padrinho mas o meu pai insistiu no João.
De vez em quando sorria-me
- João
e ficava a repetir
- João
numa cisma contente. Dás-me licença que te beije? Não? Não te vás embora ainda, deixa-te estar. Apesar de tudo passámos um bocado agradável, não foi? A mim agradou-me. Gosto do teu cheiro. Se te apetecer voltar toca a campainha três vezes e carrego naquele botão que abre a porta da rua. E se me avisares com antecedência compro um bolo. Quando não estiveres cá e me sentir sozinho como as migalhas que sobrarem. Vou contar-te um segredo: há alturas em que as migalhas ajudam."
Não digas nada, dá-me só a mão. Palavra de honra que não é preciso dizer nada, a mão chega. Parece-te estranho que a mão chegue, não é, mas chega.
Quantos são hoje? Nunca sei às que ando, confundo tudo, perco-me sempre, os dias, as horas, às vezes cumprimento pessoas que não conheço, há uma semana ou isso entrei num antiquário, sentei-me a uma mesa D. João V e quando a senhora da loja veio, de uns armários franceses ou lá o que era, pedi-lhe que me servisse um uísque. Uma senhora com mais pulseiras que tu e anéis caros, de maquilhagem a lutar com a idade e a perder. Ficou a olhar para mim de cara ao lado. Depois perguntou-me se eu estava bêbado e depois começou a medir a distância entre ela e a porta a fim de chamar por socorro. Numa das paredes paisagens emolduradas a talha, o retrato de uma viscondessa decotada, estampas de cavalos com legendas em francês. A viscondessa usava um anel no indicador rechonchudo e tinha cara de jantar bicos de rouxinol todos os dias, servindo-se dos talheres como se cada dedo fosse um mindinho, desses que a gente enrola para beber o café. A minha irmã, pelo menos, enrola. Eu sou mais para o género de o esticar, tipo antena. Educações. Tu não enrolas nem esticas, deixas a mão inerte na minha. Não te apetece apertar-me, não tens vontade de ser terna? Gostava que ma apertasses três vezes, depois eu apertava três vezes, depois tu apertavas quatro vezes, depois eu apertava-te quatro vezes e ficávamos que tempos assim, num morse de namorados. Fantasias. Desejos. Se calhar sou uma pessoa carente. Se calhar nem sequer sou carente, sou só parvo. Segundo a minha irmã sou só parvo. A propósito de tudo e de nada
- És tão parvo
e eu, mudo, a dar-lhe razão no fundo de mim, lembrando-me que na escola era um castigo com a Geografia, capitais e rios e países tudo misturado. Continuo a misturar. Não me peças, por exemplo, para mostrar a Noruega num mapa. E conheci em rapaz uma norueguesa na praia, a pôr creme nas costas de uma amiga. Passados os primeiros embaraços pôs-me a mim também. Espero que tivesse os mindinhos enrolados. Ofereci--me para lhe pôr a ela. Por gestos fez que não com a cabeça e o brinco esquerdo caiu. Acho que começou a ceder quando o procurámos ambos na areia, uma argola com coisinhas penduradas. O que me atrai nos brincos não é as mulheres terem-nos, é o momento em que os prendem na orelha, de queixo esticado e olhos vazios. A mesma expressão, aliás, ao procurarem as chaves na carteira. Parece que se ausentam. Depois voltam a estar ali ao rodarem a fechadura. Esfrego sempre os sapatos no capacho antes de entrar
(educações)
e avanço devagarinho pelo tapete quase persa fora à medida que lhes percebo uma expressão de
- Como é que me vejo livre deste?
a aumentar, a aumentar. Também é nisso que pensas, responde?
- Como é que me vejo livre deste?
e a tua mão cada vez mais pequena sobre a minha, o teu lábio inferior a cobrir o superior ou seja
- Para que me fui meter num sarilho?
as tuas pernas longe, o teu corpo longe, a tua bochecha longe a gritar em silêncio
- Deus queira que não me faça uma festa
os olhinhos a espiarem-me de banda, alerta, assustados, com receio de mim, eu que não faço mal a uma mosca, nasci pacífico, hei-de morrer pacífico e no intervalo entre o nascimento e a morte sou um paz de alma. Nem entendo a reacção da senhora do antiquário, se calhar neta da viscondessa do anel. Ou bisneta. Ou filha, que a maquilhagem, coitada, pouco conseguia. Deve haver dúzias de centenários por aí, refugiados atrás dos cremes, vacilando nos joelhos magros. Dentaduras postiças a dar com um pau, aparelhos para ouvir, lentes de contacto que se esforçam, se esforçam
- Não te vejo bem, rapaz
pobres misérias cuidadosamente ocultas. Ainda sou novo apesar da hérnia, devo ter mais uns tempitos à minha frente e o que farei com eles? Sento-me aqui, mendigo a tua mão ou aborreço-me sozinho? Não leio jornais, não me distraio com nada, aqueço um prato desses já feitos, lavo a loiça, volto ao sofá, derrotado. Ignoro quem me derrotou. Se calhar eu mesmo, se calhar a minha irmã, distantantíssima agora Tão parvo chegada dos limbos da infância com as suas sardas e a pupila torta que o doutor não curou. Na minha opinião a pupila torta não me achava tão parvo assim, compreendia-me. Há uma parte nos outros, defeituosa, frágil, que me compreende, se enternece comigo. Quantos são hoje? Não digas nada. Tanto faz. Um dia qualquer, não me ralo com isso: a minha vida feita de dias quaisquer a amontoarem-se uns sobre os outros, indistintos, moles, idênticos. A fotografia da minha mãe na estante, a censurar-me. De quê? Que mal fiz eu? Chamo-me João. Era para ser Arnaldo como o meu padrinho mas o meu pai insistiu no João.
De vez em quando sorria-me
- João
e ficava a repetir
- João
numa cisma contente. Dás-me licença que te beije? Não? Não te vás embora ainda, deixa-te estar. Apesar de tudo passámos um bocado agradável, não foi? A mim agradou-me. Gosto do teu cheiro. Se te apetecer voltar toca a campainha três vezes e carrego naquele botão que abre a porta da rua. E se me avisares com antecedência compro um bolo. Quando não estiveres cá e me sentir sozinho como as migalhas que sobrarem. Vou contar-te um segredo: há alturas em que as migalhas ajudam."
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