Claro que sim.
No essencial, merece um melhor executivo camarário.
Um executivo que trabalhe menos para a fotografia e resolva mais.
Um executivo que aposte menos na propaganda e ajude a promover o crescimento económico do concelho da Figueira da Foz.
Um executivo que tenha presente o hoje, mas não esqueça o amanhã e o restante futuro.
Um executivo que faça reformas na saúde, mas não se esqueça das pessoas.
Um executivo que pense nas próximas gerações, mas que não se esqueça da qualidade de vida dos que por cá andam no tempo que passa.
Mas, a Figueira, também merece melhor oposição.
Construtiva e dialogante, mas firme, inovadora e consistente.
Uma oposição com ideias exequíveis.
Que saiba afirmar claramente as suas diferenças, sobretudo a diferença do seu projecto, em relação ao presidente Ataíde e ao seu e executivo.
Uma oposição ao bloco central dos interesses que, em democracia, sempre tem estado no poder na Figueira e contra os "negócios" desse bloco central dos interesses e que garanta, sem margem para dúvidas, que nunca irá pela via desse tal bloco central dos interesses.
Resumindo: uma oposição com posição - credível, séria, transparente e definida.
A Figueira merece melhor?
Sem dúvida.
Mas, isso passa pela expressão da vontade dos figueirenses no momento certo.
Quando votam...
sábado, 4 de junho de 2016
A coisa não lhe correu mal...
O ex-líder do CDS-PP Paulo Portas despediu-se quinta-feira, 2 de Junho, da Assembleia da República num último discurso enquanto deputado, no encerramento de um debate agendado pelos centristas sobre envelhecimento activo e protecção aos idosos.
Paulo Portas disse deixar no Parlamento "amigos em todas as bancadas".
"Tanto quanto tenho consciência, não deixo inimigos, nem os fiz".
Realmente, pouco há a dizer sobre a longa passagem de Paulo Portas pela Assembleia da República.
Esta foto, publicada na primeira na primeira página do Diário de Notícias de ontem, fala por si.
Esteve lá vários anos a dizer umas coisas para a malta rir...
Paulo Portas disse deixar no Parlamento "amigos em todas as bancadas".
"Tanto quanto tenho consciência, não deixo inimigos, nem os fiz".
Realmente, pouco há a dizer sobre a longa passagem de Paulo Portas pela Assembleia da República.
Esta foto, publicada na primeira na primeira página do Diário de Notícias de ontem, fala por si.
Esteve lá vários anos a dizer umas coisas para a malta rir...
sexta-feira, 3 de junho de 2016
"Multiusos"...
Começo por citar o meu Amigo António Augusto Menano, na sua habitual crónica das sextas-feiras no jornal AS BEIRAS.
"A palavra cultura é daquelas com multiusos.
Utiliza-se com mais do que um «significado»."
Não podia estar mais de acordo...
A cultura até pode servir para enriquecer.
Não acreditam?..
Perguntem a alguns donos de colégios privados!
O liberalismo deles consiste na sobrevivência dos privados a chupar no Estado.
Se é para livre concorrência, então que deixem de mamar na teta do Estado!..
Veríamos, então, quem eram os verdadeiros empresários de sucesso...
Nota de Rodapé.
Para ler melhor a crónica de António Augusto Menano, basta clicar em cima da imagem.
Comer e cagar...
... uma crónica de MIGUEL ESTEVES CARDOSO, publicada ontem no jornal Publico.
"Comer, cagar e viver: são três os verbos - com cinco letras apenas - que caracterizam os seres vivos, dos unicelulares até aos organismos mais variados.
Na terça-feira tivemos o desprazer de descobrir inúmeros depósitos de fezes deixadas por dois bichos que adoramos (as osgas e os andorinhões) em duas especialidades de lavandaria das quais dependemos: as toalhas de casa-de-banho que usamos para secar as mãos e os lençóis da cama estendidos ao sol em que nos deitamos.
Estava tudo cagado. A dieta dos andorinhões (reis do voo celeste) e das osgas mediterrânicas e turcas (princesas da aderência terrestre) é muito mais parecida do que pensamos, no caso estranhíssimo de pensarmos nisso.
Os mosquitos e as traças são as lagostas e os lavagantes dos andorinhões e das osgas. Mas nem uns nem outras devem provocar a desprisão de ventre que choveu merda a granel sobre nós na terça-feira.
Apareceu, com certeza, um insecto invulgar mas delicioso - como é o caso da navalheira, que é o marisco mais saboroso e barato da nossa costa - que deu a volta às tripas dos nossos ídolos.
Cagaram-nos tudo. E nós ficámos felizes. É na terra como no céu: as lutas intestinas são as piores de todos. As toalhas e os lençóis regressaram à máquina de lavar. Mas os andorinhões e as osgas continuam a fazer parte da vida e a agir - correctamente - como se tudo lhes pertencesse.
Na melhor versão da vida que nos é possível imaginar é verdade.
A merda é uma prova de vida. O resto é azar."
"Comer, cagar e viver: são três os verbos - com cinco letras apenas - que caracterizam os seres vivos, dos unicelulares até aos organismos mais variados.
Na terça-feira tivemos o desprazer de descobrir inúmeros depósitos de fezes deixadas por dois bichos que adoramos (as osgas e os andorinhões) em duas especialidades de lavandaria das quais dependemos: as toalhas de casa-de-banho que usamos para secar as mãos e os lençóis da cama estendidos ao sol em que nos deitamos.
Estava tudo cagado. A dieta dos andorinhões (reis do voo celeste) e das osgas mediterrânicas e turcas (princesas da aderência terrestre) é muito mais parecida do que pensamos, no caso estranhíssimo de pensarmos nisso.
Os mosquitos e as traças são as lagostas e os lavagantes dos andorinhões e das osgas. Mas nem uns nem outras devem provocar a desprisão de ventre que choveu merda a granel sobre nós na terça-feira.
Apareceu, com certeza, um insecto invulgar mas delicioso - como é o caso da navalheira, que é o marisco mais saboroso e barato da nossa costa - que deu a volta às tripas dos nossos ídolos.
Cagaram-nos tudo. E nós ficámos felizes. É na terra como no céu: as lutas intestinas são as piores de todos. As toalhas e os lençóis regressaram à máquina de lavar. Mas os andorinhões e as osgas continuam a fazer parte da vida e a agir - correctamente - como se tudo lhes pertencesse.
Na melhor versão da vida que nos é possível imaginar é verdade.
A merda é uma prova de vida. O resto é azar."
Força subtil
Ao ver esta imagem, tive oportunidade de comprovar, mais uma vez, a subtileza, também, visual do Fernando Campos.
Há imagens que ficam para sempre.
Estou-me a lembrar do célebre cruzar e descruzar de pernas da Sharon Stone.
Ficou-me na memória porque é de uma subtileza enorme.
Tudo sugeria, sem nada exibir.
E foi precisamente aí que residiu o enorme poder de fixação que provocou em todos os que viram o filme.
Detesto quando me querem explicar o óbvio ou quando me questionam sobre ele.
Tal como o Fernando, também não tenho pachorra para explicar aquilo que entra pelos olhos dentro...
É o caso desta imagem de marca...
Há imagens que ficam para sempre.
Estou-me a lembrar do célebre cruzar e descruzar de pernas da Sharon Stone.
Ficou-me na memória porque é de uma subtileza enorme.
Tudo sugeria, sem nada exibir.
E foi precisamente aí que residiu o enorme poder de fixação que provocou em todos os que viram o filme.
Detesto quando me querem explicar o óbvio ou quando me questionam sobre ele.
Tal como o Fernando, também não tenho pachorra para explicar aquilo que entra pelos olhos dentro...
É o caso desta imagem de marca...
No país do carnaval, praia, cerveja, Fátima, facebook, fado e futebol...
"Presidente da EDP recorre ao mundo de futebol para tentar demonstrar que até nem ganha muito.
António Mexia, presidente da EDP, é um dos gestores mais bem pagos de Portugal mas em entrevista à Sábado recorreu ao mundo do futebol para tentar demonstrar que o ganha até nem é muito.
"No futebol, o meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela [risos]. Não me considerando eu, um jogador desses", disse Mexia na entrevista à revista.
O presidente da EDP fez questão ainda de comparar com o seu vencimento com os salários de gestores de empresas do sector com a mesma dimensão no estrangeiro.
"Se olhar para o sector, na Europa e nos Estados Unidos, o meu salário é incomparavelmente mais baixo do que o de outras empresas da mesma dimensão", afirmou o presidente da EDP
O gestor defendeu ainda que a questão do seu ordenado só diz respeito a si próprio e aos accionistas da empresa. "Sejamos pragmáticos, só lhes diz respeito a eles e a mim - e a mais ninguém. Sendo que é transparente, porque em Portugal as únicas pessoas que são obrigadas a revelar a remuneração são os gestores das cotadas e os titulares de cargos públicos", disse.
O presidente da EDP recebeu 1,9 milhões de euros em 2015 e este ano pode vir a ganhar 2,6 milhões." (Via jornal i)
Nota de rodapé.
Não vivo do futebol, para o futebol, nem do futebol, mas gosto do espectáculo.
Sabendo, porém, que tal como um mercenário não é um soldado, também um defesa direito deste futebol que deixou de ser desporto, não pode ser considerado um desportista.
Portanto, nada mais natural que o soldado defenda um ideal...
E também nada mais natural que neste futebol que deixou de ser desporto, o defesa direito defenda o negócio.
Apesar da expressão de algum pessimismo que esta postagem demonstra, certamente motivado por não ser adepto deste futebol que deixou de ser desporto, reconheço o que faz correr Mexia.
O homem tem ganho tudo em que se mete.
E a sua carreira parece que está para durar.
Parece-me que isso tem a ver com a grande capacidade que sempre teve de gerir e anular contrários.
Percebe o que o rodeia e dá-lhe a volta.
Disse-me, quem o conhece bem, que nunca foi grande jogador, mas sabe como funciona este futebol que deixou de ser desporto.
Acima de tudo percebeu-lhe as manhas...
António Mexia, presidente da EDP, é um dos gestores mais bem pagos de Portugal mas em entrevista à Sábado recorreu ao mundo do futebol para tentar demonstrar que o ganha até nem é muito.
"No futebol, o meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela [risos]. Não me considerando eu, um jogador desses", disse Mexia na entrevista à revista.
O presidente da EDP fez questão ainda de comparar com o seu vencimento com os salários de gestores de empresas do sector com a mesma dimensão no estrangeiro.
"Se olhar para o sector, na Europa e nos Estados Unidos, o meu salário é incomparavelmente mais baixo do que o de outras empresas da mesma dimensão", afirmou o presidente da EDP
O gestor defendeu ainda que a questão do seu ordenado só diz respeito a si próprio e aos accionistas da empresa. "Sejamos pragmáticos, só lhes diz respeito a eles e a mim - e a mais ninguém. Sendo que é transparente, porque em Portugal as únicas pessoas que são obrigadas a revelar a remuneração são os gestores das cotadas e os titulares de cargos públicos", disse.
O presidente da EDP recebeu 1,9 milhões de euros em 2015 e este ano pode vir a ganhar 2,6 milhões." (Via jornal i)
Nota de rodapé.
Não vivo do futebol, para o futebol, nem do futebol, mas gosto do espectáculo.
Sabendo, porém, que tal como um mercenário não é um soldado, também um defesa direito deste futebol que deixou de ser desporto, não pode ser considerado um desportista.
Portanto, nada mais natural que o soldado defenda um ideal...
E também nada mais natural que neste futebol que deixou de ser desporto, o defesa direito defenda o negócio.
Apesar da expressão de algum pessimismo que esta postagem demonstra, certamente motivado por não ser adepto deste futebol que deixou de ser desporto, reconheço o que faz correr Mexia.
O homem tem ganho tudo em que se mete.
E a sua carreira parece que está para durar.
Parece-me que isso tem a ver com a grande capacidade que sempre teve de gerir e anular contrários.
Percebe o que o rodeia e dá-lhe a volta.
Disse-me, quem o conhece bem, que nunca foi grande jogador, mas sabe como funciona este futebol que deixou de ser desporto.
Acima de tudo percebeu-lhe as manhas...
Festival RFM Somnii. Bares e restaurantes da Figueira abertos quatro dias seguidos! Será mesmo necessária essa festa toda?..
Os bares e restaurantes da Figueira da Foz vão poder estar abertos quatro dias seguidos, em julho, durante o festival de música electrónica RFM Somnii, que - espera a organização - deverá trazer à Figueira 100 mil visitantes.
Numa reunião que se realizou no passado dia 1 do corrente, que juntou representares de bares, restaurantes e hotéis da cidade, Protecção Civil, PSP e Autoridade Marítima, a Câmara Municipal anunciou a permissão de abertura de bares e restaurantes entre as 09:00 de quinta-feira, 07 de julho e as 06:00 de segunda-feira, dia 11.
No entanto, o alargamento de horário não incide, como em anos anteriores, sobre supermercados e estabelecimentos análogos, por questões de segurança.
"Uma das novidades é que os supermercados não irão poder estar abertos à noite. Queremos restringir ao máximo os `botellóns` [quando grupos de jovens se juntam para beber na rua] especialmente à noite e as garrafas de vidro, que são um perigo", disse à agência Lusa a vereadora Ana Carvalho.
Numa reunião que se realizou no passado dia 1 do corrente, que juntou representares de bares, restaurantes e hotéis da cidade, Protecção Civil, PSP e Autoridade Marítima, a Câmara Municipal anunciou a permissão de abertura de bares e restaurantes entre as 09:00 de quinta-feira, 07 de julho e as 06:00 de segunda-feira, dia 11.
No entanto, o alargamento de horário não incide, como em anos anteriores, sobre supermercados e estabelecimentos análogos, por questões de segurança.
"Uma das novidades é que os supermercados não irão poder estar abertos à noite. Queremos restringir ao máximo os `botellóns` [quando grupos de jovens se juntam para beber na rua] especialmente à noite e as garrafas de vidro, que são um perigo", disse à agência Lusa a vereadora Ana Carvalho.
Via RTP
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Terrível
Este blogue não cultiva o sensacionalismo, tipo Correio da Manhã. até porque não tem no seu corpo redactorial os seus bons e competentes profissionais.
Esse problema não costuma ser meu.
A meu ver, o problema é das pessoas que continuam a comprar esse belíssimo jornal, tornando-o no mais lido em Portugal.
Se o povo gosta é de cenas de faca e alguidar, de intrigas, de sangue, de ver enxovalhar outros, de tricas, de sensacionalismo, então bem que merecemos um jornal destes a sair diariamente.
Talvez um dias as pessoas percebam que tudo está nas mãos delas.
Afirmar que o desemprego se situa nos 12, 12,1, 12,2, 12,3 por cento é uma graçola que, mesmo a governantes sem princípios, não fica bem.
Há factos com que não se pode brincar, pois há demasiada dor por detrás deles!
Frases como os sacrifícios afinal serviram para alguma coisa e o pior já passou, não passam de sarcasmos cuspidos na cara do desespero de um povo.
Fico por aqui.
Esta notícia que li na edição de hoje do Diário de Coimbra é, simplesmente, uma realidade terrível.
Uma postagem melancólica...
O Agente da Policia Marítima Carlos Santos foi eleito o “Herói com farda”.
O Agente da Polícia Marítima Carlos Santos foi eleito pelos leitores do Correio da Manhã, o “Herói com farda” do ano, numa votação promovida pelo jornal Correio da Manhã.
O feito deveu-se ao salvamento de dois pescadores na Figueira da Foz, no naufrágio do Olívia Ribau, no passado dia 6 de Outubro.
Via Pedro Agostinho Cruz
O Agente da Polícia Marítima Carlos Santos foi eleito pelos leitores do Correio da Manhã, o “Herói com farda” do ano, numa votação promovida pelo jornal Correio da Manhã.
O feito deveu-se ao salvamento de dois pescadores na Figueira da Foz, no naufrágio do Olívia Ribau, no passado dia 6 de Outubro.
Via Pedro Agostinho Cruz
Percorrer esta rota, é constatar o óbvio. Isto anda tudo ligado...
A Fundação Social Democrata da Madeira, que escapou a sanha persecutória do governo da direita radical a fritar toucinho, que é como quem diz a derreter as gorduras do Estado, que é como quem diz a exterminar as fundações, o alfa e o ómega da despesismo socialista do Estado, uma fundação boa, portanto, deve, portanto, 6 milhões e meio de euros ao Banif, que Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque esconderam atrás de Carlos Costa, o apêndice que o governo da direita radical tem no Banco de Portugal, para não inviabilizar a saída limpa que só não o foi por culpa do Costa - o Banif escondido, mais os prejuízos da fundação Mário Soares, que recebeu contribuições do Sócras, por interposta pessoa o patrão, de quem o Costa foi ministro e até foi visitar à prisão quando esteve preso.
Razão tem Miguel Albuquerque, liberal e reformista do Estado e social-democrata [sempre!] da Madeira, escudeiro de Pedro Passos Coelho, que não são amigos de Alberto João Jardim que se foi sentar ao lado de Paulo Rangel naquele congresso dos "3 cães a um osso", quando diz que "em Portugal só quem vai preso é a arraia miúda". (daqui)
O legado do Zé
Já o conheço há muitos anos, embora sem muita convivência.
Lembro-me dele, em novo, a subir os velhos degraus da antiga sede Socialista da Rua da República, mesmo em frente ao café Nau, do outro lado da rua.
Anos depois, a seguir a uma passagem, breve, pelo PSN, lembro-me dele a subir os velhos degraus da sede do PPD/PSD, na Rua da Liberdade.
Embora para o Zé "os partidos do poder sejam todos iguais", tanto no PS, como no PPD/PSD, deixou marca registada e discípulos.
Neste momento, o Zé está a terminar uma carreira pública, não como um político de trazer por casa, mas em casa: como presidente da sua Freguesia.
Não sei se o quase generalizado silêncio da elite figueirense, relativamente ao assunto político desta semana na Figueira, é daqueles em que o que não se diz tem tanta importância como o que se poderia dizer.
Não sei, também, se esse silêncio tanto pode significar uma viagem reflexiva em busca da linha de sombra onde as dúvidas habitam, ou se, pelas mesmas razões, é um périplo à procura do esquecimento, como se tratasse de um sonho, que há-de ser limpo pela passagem do tempo.
Sinceramente, sei sim, que a Figueira continua a ter, como sempre teve desde que tenho memória, uma elite de merda!
O Zé, não é, nem nunca foi, um político como os demais que existiram nos últimos 40 anos na Figueira.
Existem livros, alguns dos nomes mais relevantes da nossa literatura, que têm subjacente uma perspectiva depreciativa e pessimista sobre o sistema representativo, em geral, e sobre o município.
Em termos genéricos, pode citar-se Almeida Garrett, partidário do centralismo administrativo, quando nas Viagens na Minha Terra(1846) faz uma crítica aos "barões" criados à sombra do sistema representativo liberal.
A partir de 1870, as câmaras municipais, os governos civis e a classe política em geral começam a ser referidos directamente por alguns dos nossos mais notáveis escritores, enquanto locus visíveis e corruptos desse sistema.
Eles surgem nos romances de Camilo Castelo Branco (Novelas do Minho, 1875, Eusébio Macário, 1879, A Brasileira de Prazins, 1882), de Teixeira de Vasconcelos (Ermida de Castromino, 1870), de Arnaldo Gama (Paulo, o Salteador, 1870), nas peças de Teixeira de Vasconcelos (Para as Eleições, 1868, Liberdade Eleitoral, 1870), nos Serões da Província de Júlio Dinis (1870), em Uma Campanha Alegre de Eça de Queirós (1890), para citar apenas alguns dos escritores oitocentistas.
Nesta literatura, traça-se uma imagem do município como um espaço povoado por uma população, governada por uns caciques medíocres e incultos que manipulavam as eleições ao serviço da sua carreira política ou das clientelas dos partidos no poder.
Isso, na Figueira, nos dias que passam, continua mais visível do que nunca.
A vida, pelo menos no meu entendimento, é feita de opções.
Foi isso a minha vida: bem cedo, fiz as minhas opções.
Desde os meus 20 anos que coloquei acima de muitas coisas o prazer de ser livre e viver com dignidade.
Foi com essa idade que tive a felicidade de presenciar a libertação do meu país. Foi com essa idade que decidi que, a mim, ninguém mais fecharia “as portas que Abril abriu”.
Ser, em 2016, menos jovem é o que de mais importante me poderia ter acontecido, pois isso permitiu-me viver o 25 de Abril de 1974, que trouxe algo de verdadeiramente novo para a vida dos portugueses.
Portugal, nessa altura, era uma sociedade a preto e branco, como um livro de colorir - a preto e branco, como todos os livros de colorir.
Portugal, nessa altura, apresentava-se apenas com contornos desenhados à espera de ser colorido, como todos os livros de colorir.
Foi isso que eu entendi logo em 25 de Abril de 1974. E foi por isso, que decidi, que era importante, tentar colorir a minha parte.
Como nunca tive muito dinheiro, só consegui comprar um simples lápis de cor – verde, que é a cor da esperança.
Lembro-me dele, em novo, a subir os velhos degraus da antiga sede Socialista da Rua da República, mesmo em frente ao café Nau, do outro lado da rua.
Anos depois, a seguir a uma passagem, breve, pelo PSN, lembro-me dele a subir os velhos degraus da sede do PPD/PSD, na Rua da Liberdade.
Embora para o Zé "os partidos do poder sejam todos iguais", tanto no PS, como no PPD/PSD, deixou marca registada e discípulos.
Neste momento, o Zé está a terminar uma carreira pública, não como um político de trazer por casa, mas em casa: como presidente da sua Freguesia.
Não sei se o quase generalizado silêncio da elite figueirense, relativamente ao assunto político desta semana na Figueira, é daqueles em que o que não se diz tem tanta importância como o que se poderia dizer.
Não sei, também, se esse silêncio tanto pode significar uma viagem reflexiva em busca da linha de sombra onde as dúvidas habitam, ou se, pelas mesmas razões, é um périplo à procura do esquecimento, como se tratasse de um sonho, que há-de ser limpo pela passagem do tempo.
Sinceramente, sei sim, que a Figueira continua a ter, como sempre teve desde que tenho memória, uma elite de merda!
O Zé, não é, nem nunca foi, um político como os demais que existiram nos últimos 40 anos na Figueira.
Existem livros, alguns dos nomes mais relevantes da nossa literatura, que têm subjacente uma perspectiva depreciativa e pessimista sobre o sistema representativo, em geral, e sobre o município.
Em termos genéricos, pode citar-se Almeida Garrett, partidário do centralismo administrativo, quando nas Viagens na Minha Terra(1846) faz uma crítica aos "barões" criados à sombra do sistema representativo liberal.
A partir de 1870, as câmaras municipais, os governos civis e a classe política em geral começam a ser referidos directamente por alguns dos nossos mais notáveis escritores, enquanto locus visíveis e corruptos desse sistema.
Eles surgem nos romances de Camilo Castelo Branco (Novelas do Minho, 1875, Eusébio Macário, 1879, A Brasileira de Prazins, 1882), de Teixeira de Vasconcelos (Ermida de Castromino, 1870), de Arnaldo Gama (Paulo, o Salteador, 1870), nas peças de Teixeira de Vasconcelos (Para as Eleições, 1868, Liberdade Eleitoral, 1870), nos Serões da Província de Júlio Dinis (1870), em Uma Campanha Alegre de Eça de Queirós (1890), para citar apenas alguns dos escritores oitocentistas.
Nesta literatura, traça-se uma imagem do município como um espaço povoado por uma população, governada por uns caciques medíocres e incultos que manipulavam as eleições ao serviço da sua carreira política ou das clientelas dos partidos no poder.
Isso, na Figueira, nos dias que passam, continua mais visível do que nunca.
A vida, pelo menos no meu entendimento, é feita de opções.
Foi isso a minha vida: bem cedo, fiz as minhas opções.
Desde os meus 20 anos que coloquei acima de muitas coisas o prazer de ser livre e viver com dignidade.
Foi com essa idade que tive a felicidade de presenciar a libertação do meu país. Foi com essa idade que decidi que, a mim, ninguém mais fecharia “as portas que Abril abriu”.
Ser, em 2016, menos jovem é o que de mais importante me poderia ter acontecido, pois isso permitiu-me viver o 25 de Abril de 1974, que trouxe algo de verdadeiramente novo para a vida dos portugueses.
Portugal, nessa altura, era uma sociedade a preto e branco, como um livro de colorir - a preto e branco, como todos os livros de colorir.
Portugal, nessa altura, apresentava-se apenas com contornos desenhados à espera de ser colorido, como todos os livros de colorir.
Foi isso que eu entendi logo em 25 de Abril de 1974. E foi por isso, que decidi, que era importante, tentar colorir a minha parte.
Como nunca tive muito dinheiro, só consegui comprar um simples lápis de cor – verde, que é a cor da esperança.
quarta-feira, 1 de junho de 2016
Praia do Cabedelinho hoje de manhã...
foto António Agostinho |
Começando pela esquerda: o leito do Mondego, sereno e manso.
Em primeiro plano, o lixo.
A seguir, as máquinas e os homens e mulheres que andam limpar o que está a mais e estão a preparar e a pôr em ordem o areal para a época balnear que se aproxima .
Ao fundo, as torres que, por culpa e proveito de alguns, estão desfear o património que deveria ser de todos os figueirenses, que é a avenida de eleição que liga a Figueira a Buarcos.
Para ver melhor os pormenores, clicar na imagem.
Família é um grupo de pessoas que têm interesses e as chaves da mesma casa em comum?..
Fátima Roque, doutora, in "Pecados Capitais: a história da queda do Banif", Grande Reportagem, SIC, minuto 32:19.
"Uma pessoa que chega a um determinado estatuto académico como eu cheguei sentir-se enganada dessa forma como se tivesse sido uma criança de 10 anos..."!..
"Uma pessoa que chega a um determinado estatuto académico como eu cheguei sentir-se enganada dessa forma como se tivesse sido uma criança de 10 anos..."!..
terça-feira, 31 de maio de 2016
As coisas que as pessoas realmente deveriam saber, nunca são da conta delas...
Felizmente que ainda há quem não tenha a "isenção" que os canais de televisão, rádios e jornais têm demonstrado em toda esta questão!..
A equipa de reportagem do Manifesto74 esteve na manifestação em defesa das escolas privadas e mostra ao mundo como foi...
«Aqui não há misturas, é tudo boa gente» - a indignação amarela...
A equipa de reportagem do Manifesto74 esteve na manifestação em defesa das escolas privadas e mostra ao mundo como foi...
«Aqui não há misturas, é tudo boa gente» - a indignação amarela...
Os nossos políticos pensam acima de tudo nas suas vidas e nas suas carreiras...
Friederich Nietzsche, escreveu isto:
“A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. [...] Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho.”
O António Tavares que eu conheci, era mestre numa prática que se tornou habitual na política: a gestão dos silêncios.
Não dizer nada e manter uma certa pose, que se diz ser de Estado, foi meio caminho andado para chegar a vereador da Cultura.
Diga-se, contudo, sem reservas mentais nem ironia: neste momento, na Figueira, seria difícil haver um vereador da Cultura tão perfeitamente identificado com o mundo cultural como António Tavares.
O seu currículo é o do perfeito agente cultural: o indivíduo que tudo converte à linguagem da cultura e a amplifica nas suas estudadas e competentes astúcias.
Escritor, o seu mundo é o da cultura literária. Ex-director de um jornal, a cultura foi, porém, desde que o conheço o seu verdadeiro sacerdócio.
Na Figueira, não existe ninguém que encarne tão perfeitamente a síntese total com que sempre sonharam os espíritos iluminados pela chama da cultura.
A sua vocação de agente cultural foi sempre um percurso de santidade, que é uma capacidade pacificadora que consiste não apenas em conviver com tudo, mas em fazer com que tudo conviva com tudo, sem exclusões nem conflitos.
Com a passagem do tempo, está a tornar-se num político azedo. Talvez, porque o tempo foi passando e o político ficou mais desabrigado e exposto. Um dia destes disse: «já dei aquilo que é exigido a um cidadão médio». E acrescentou: «trata-se da retirada de um cidadão que está na casa dos 60 e que o que quer é paz e descanso e fazer outras coisas. Já não tenho pachorra para jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona».
António Tavares apela aos que gostam dos jogos de poder que o esqueçam. «Deixem-me em paz. Não quero saber de nada».
Como escreveu Fernando Assis Pacheco:
"Um dia
o homem é posto à prova, interrogado
pelas areias moventes;
desaba sobre ele a tempestade
que o quer afogar.
Cautela com os animais de fogo!"
Apesar de não esquecer António Augusto Menano, a meu ver, António Tavares, foi o vereador da Cultura, na Figueira, com maior “vida e obra literária e cultural”, para além da política.
Mas, a maioria dos figueirenses sabe quem é Tavares?
Penso que não. Tem dele uma imagem.
Neste momento, mais ou menos brilhante, mais ou menos esbatida.
Porventura, amanhã uma sombra.
Porém, nada mais do que uma imagem.
Por isso, compreendo a preocupação tão grande (quase obsessiva, nos últimos tempos...) com a gestão da sua imagem.
Porque, para a esmagadora dos figueirenses Tavares é só isso: imagem. E ele sabe.
O seu “percurso” político (só, por ironia, motivo de orgulho...) foi, para António Tavares, apenas um apêndice, algo meramente instrumental para o que realmente lhe importava: uma carreira literária.
E não o contrário...
Seja, portanto, feita justiça à competência de António Tavares.
Sem reservas mentais nem ironia: quem conseguiu aceder a vereador da Cultura na Figueira, tem obrigação de saber, das argucias culturais e políticas, tudo o que há a saber.
O António Tavares que eu conheci, era mestre numa prática que se tornou habitual na política: a gestão dos silêncios.
Não dizer nada e manter uma certa pose, que se diz ser de Estado, foi meio caminho andado para chegar a vereador da Cultura.
Diga-se, contudo, sem reservas mentais nem ironia: neste momento, na Figueira, seria difícil haver um vereador da Cultura tão perfeitamente identificado com o mundo cultural como António Tavares.
O seu currículo é o do perfeito agente cultural: o indivíduo que tudo converte à linguagem da cultura e a amplifica nas suas estudadas e competentes astúcias.
Escritor, o seu mundo é o da cultura literária. Ex-director de um jornal, a cultura foi, porém, desde que o conheço o seu verdadeiro sacerdócio.
Na Figueira, não existe ninguém que encarne tão perfeitamente a síntese total com que sempre sonharam os espíritos iluminados pela chama da cultura.
A sua vocação de agente cultural foi sempre um percurso de santidade, que é uma capacidade pacificadora que consiste não apenas em conviver com tudo, mas em fazer com que tudo conviva com tudo, sem exclusões nem conflitos.
Com a passagem do tempo, está a tornar-se num político azedo. Talvez, porque o tempo foi passando e o político ficou mais desabrigado e exposto. Um dia destes disse: «já dei aquilo que é exigido a um cidadão médio». E acrescentou: «trata-se da retirada de um cidadão que está na casa dos 60 e que o que quer é paz e descanso e fazer outras coisas. Já não tenho pachorra para jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona».
António Tavares apela aos que gostam dos jogos de poder que o esqueçam. «Deixem-me em paz. Não quero saber de nada».
Como escreveu Fernando Assis Pacheco:
"Um dia
o homem é posto à prova, interrogado
pelas areias moventes;
desaba sobre ele a tempestade
que o quer afogar.
Cautela com os animais de fogo!"
Apesar de não esquecer António Augusto Menano, a meu ver, António Tavares, foi o vereador da Cultura, na Figueira, com maior “vida e obra literária e cultural”, para além da política.
Mas, a maioria dos figueirenses sabe quem é Tavares?
Penso que não. Tem dele uma imagem.
Neste momento, mais ou menos brilhante, mais ou menos esbatida.
Porventura, amanhã uma sombra.
Porém, nada mais do que uma imagem.
Por isso, compreendo a preocupação tão grande (quase obsessiva, nos últimos tempos...) com a gestão da sua imagem.
Porque, para a esmagadora dos figueirenses Tavares é só isso: imagem. E ele sabe.
O seu “percurso” político (só, por ironia, motivo de orgulho...) foi, para António Tavares, apenas um apêndice, algo meramente instrumental para o que realmente lhe importava: uma carreira literária.
E não o contrário...
Seja, portanto, feita justiça à competência de António Tavares.
Sem reservas mentais nem ironia: quem conseguiu aceder a vereador da Cultura na Figueira, tem obrigação de saber, das argucias culturais e políticas, tudo o que há a saber.
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