Mas, não se esqueceu de lembrar esta garantia: “não fazemos nem propomos nada que não tenhamos afirmado ou proposto durante a campanha eleitoral.”
Muita gente, critica de forma leviana e completamente acéfala, o balanço das realizações do regime democrático que vigora em Portugal depois do 25 de Abril de 1974, apontando uma falha grave, que realmente existe: a subsistência da pobreza e da iliteracia.
Muitos, até bem intencionados, tiram a conclusão que a “democracia não foi cumprida”.
Vamos lá a um ponto da situação, até porque o momento que vivemos, assim o determina e exige.
A Democracia - esta democracia representativa - limita-se a proporcionar um método de decisão colectivo e de transição pacífica dos governantes.
As eleições, isto é o processo de decisão maioritária, porém, não garantem, nem asseguram, a justeza das decisões de quem ascende ao poder pelo voto da maioria, como temos constatado nestes últimos cerca de 40 anos em Portugal.
Nomeadamente, ficaram por cumprir objectivos que eram fundamentais terem sido cumpridos.
Aponto apenas dois: o respeito pelos direitos das pessoas e a boa conduta dos governantes.
41 anos depois do 25 de Abril de 1974, a Democracia - esta democracia representativa - foi “cumprida”, a partir do momento em que se devolveu aos portugueses o poder de voto, como estamos a verificar pelo desespero que se verifica neste momento no espectro político à direita do PS.
A meu ver, é um erro grave, e potencialmente perigoso, exigir a este sistema democrático objectivos que vão para além da escolha democrática dos governos.
O que estamos a viver por estes dias foi um avanço da nossa Democracia - esta democracia representativa.
Penso que estamos a ganhar todos: os de esquerda e os de direita.