sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Um contributo para tentar compreender o momento que vivemos

Jerónimo de Sousa afirmou ontem no jornal da noite da SIC que o PCP está “de forma séria” nas reuniões de trabalho com o PS e que está em condições de assumir “todas as responsabilidades necessárias”, incluindo governativas, para que os portugueses tenham um governo de esquerda. 
Mas, não se esqueceu de lembrar esta garantia: “não fazemos nem propomos nada que não tenhamos afirmado ou proposto durante a campanha eleitoral.”

Muita gente, critica de forma leviana e completamente acéfala, o balanço das realizações do regime democrático que vigora em Portugal depois do 25 de Abril de 1974, apontando uma falha grave, que realmente existe: a subsistência da pobreza e da iliteracia. 
Muitos, até bem intencionados, tiram a conclusão que a “democracia não foi cumprida”. 

Vamos lá a um ponto da situação, até porque o momento que vivemos, assim o determina e exige.
A Democracia - esta democracia representativa - limita-se a  proporcionar um método de decisão colectivo e de transição pacífica dos governantes. 
As eleições, isto é o processo de decisão maioritária, porém, não garantem, nem asseguram, a justeza das decisões de quem ascende ao poder pelo voto da maioria, como temos constatado nestes últimos cerca de 40 anos em Portugal.

Nomeadamente, ficaram por cumprir objectivos que eram fundamentais terem sido cumpridos. 
Aponto apenas dois: o respeito pelos direitos das pessoas e a boa conduta dos governantes. 
41 anos depois do 25 de Abril de 1974, a Democracia - esta democracia representativa - foi “cumprida”,  a partir do momento em que se devolveu aos portugueses o poder de voto, como estamos a verificar pelo desespero que se verifica neste momento no espectro político à direita do PS.
A meu ver, é um erro grave, e potencialmente perigoso, exigir a este sistema democrático objectivos que vão para além da escolha democrática dos governos.
O que estamos a viver por estes dias foi um avanço da nossa Democracia esta democracia representativa
Penso que estamos a ganhar todos: os de esquerda e os de direita.

Há sempre uma luz que não se apaga...



"Pela primeira vez, houve debate com o presidente na Madeira"...

Não foi um avô já muito afastado que nos deixou esta herança: foi a coligação PSD /CDS...

"Poupança das famílias portuguesas está em mínimos de 20 anos"...

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Assis: nada de novo...

Curiosa, no mínimo, a análise de Francisco Assis sobre a actuação do PCP e BE na vida democrática.
Ora foi determinante: "os deputados do PCP e do Bloco de Esquerda contribuíram para a tomada de decisões parlamentares da maior relevância pública. Foram determinantes para derrubar governos, concorreram para a aprovação de legislação de inegável importância, participaram activamente no processo de fiscalização da acção executiva". 
Ora foi irrelevante: "a extrema-esquerda parlamentar optou deliberadamente por um acantonamento político impeditivo de qualquer participação não só na esfera estrita da governação, como no horizonte mais vasto de definição das grandes prioridades". 
Afinal,em que ficamos senhor Assis?
Cavaco Silva, pelos vistos, não está só, nem é o principal agente a pretender dividir o PS para atingir os seus objectivos. 
Leiam o artigo de Francisco Assis, no Público de hoje. No que está lá escrito, vê-se que existe, dentro do PS, um ponta de lança, de seu nome Francisco Assis, à espera do falhanço de Costa...
O sentido deste senhor Assis sempre foi este: direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita…

Conselhos...

O Olívia Ribau, no estuário do Mondego, numa foto de António Agostinho desta manhã, cerca das 9 horas.
Mais fotos aqui.
"Durante o debate ocorrido na reunião de câmara sobre o acidente do Olívia Ribau invocou-se a importância de reunir o Conselho Municipal de Segurança com maior frequência. Certamente não seria este fator por si que evitaria o acidente, mas é um fator que contribui indubitavelmente para uma mais eficiente prevenção. O Conselho Municipal de Segurança tal como outros conselhos municipais, como o da Juventude ou da Educação, têm um papel importante na vida do conselho mas são frequentemente desvalorizados. A minha crítica não se resume ao executivo, estende-se aos representantes de partidos e de associações. São órgãos representativos que aproximam executivo, eleitos e partidos à sociedade. Nas sociedades com maior tradição no associativismo e no voluntariado leva-se muito mais a sério este tipo de órgãos que são um verdadeiro complemento governativo. Não é por acaso que consideramos estes países mais organizados e mais eficientes, onde em média ocorrem menos acidentes. Aqui ainda valorizamos muito a figura do herói providencial que salva vidas quando o acidente já está a ocorrer. É por isso que apreciei a atitude do agente Carlos Santos quando declarou que não se sentia um herói. Carlos Santos é da Costa de Lavos, tem uma grande proximidade com as vítimas e certamente preferia que uma prevenção mais eficiente evitasse o seu ato de verdadeira heroicidade."
Crónica de Rui Curado da Silva publicada no jornal AS BEIRAS.

Uma conversa comigo...

Escrever este blogue, para mim, é uma coisa normal. 
Desde sempre me fascinou o desafio da  página em branco. 
Ainda mais, quando nada me obriga a fazê-lo. 
Eu sei que na Aldeia, escrever publicamente é perigoso.
Não tenho, como nunca tive, medo de me manifestar, através da opinião e do testemunho.

Não sou isento. Aliás, ninguém é isento. Todos fazemos escolhas. Todos tomamos partido. Uns, de forma mais serena, outros de forma mais ponderada. 
Mas, nos tempos conturbados e perigosos que vivemos, não ter medo, salvo raras excepções, não é um estado de espírito inato. Resulta de uma aprendizagem de anos, na qual as nossas relações com os outros e a Aldeia global em que vivemos,  nos foi construindo a pessoa que somos permanentemente  em construção.

Escrito isto, que fique claro que não pretendo, nem acredito, que a minha opinião mude algo na minha Aldeia, na minha cidade, no meu país ou à face da terra.
A minha motivação é simples e singela: limita-se, apenas, a  desabafar, a partilhar emoções, ou criticas azedas,  ao que nos vai acontecendo, por culpa de quem decide por nós o rumo das nossas vidas.
A minha escrita, por aqui, é, sobretudo, uma conversa comigo. No fundo, ando por aqui a aliviar o corpo, o espírito e a alma.

Confesso que tenho dificuldade em engolir e calar, quando ouço o homem que está há mais tempo na política nacional afirmar isto: "como sabem nunca tive nem tenho qualquer interesse pessoal, desde o primeiro dia do meu mandato, até ao último dia do meu mandato guiar-me-ei sempre, sempre, sempre pelo superior interesse nacional".

"Não que a narrativa tenha alguma novidade, é velha de mais e é a cara do sujeito. Estamos todos carecas de saber que, sempre escondido atrás do interesse nacional, não dá um único passo sem saber se é bom ou mau para o seu umbigo. Estamos todos fartinhos de saber que o político no activo que mais tempo de vida política leva, que há trinta e tal anos não faz outra coisa que não carreira política, não é político. Mas está acima deles, e abomina-os. Sabemos todos muito bem que ainda está para nascer alguém mais sério, mesmo que do seu lastro tenham saído muitos dos intérpretes dos maiores crimes de colarinho branco que o país conheceu. Todos - repito, todos - impunes!
Apenas porque quer fazer de nós testemunhas forçadas da sua narrativa. Já não se limita a repeti-la até á exaustão, vai mais longe. Já passou a fase da mentira que por tão repetida passa a verdade. Depois de tão repetida, a sua narrativa já não é apenas verdadeira, é indesmentível, sobejamente confirmada, e amplamente testemunhada."  
"Como sabem". Como sabemos...

Termino com uma citação de Albert Camus. "Quando se medita muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas. Esses ao menos não têm segundas intenções." 

Mau tempo

Foto António Agostinho
Marinha apela a que zonas costeiras sejam evitadas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Bem vindos ao Portugal das décadas de 60 e 70 do século passado...

110 mil portugueses deixaram o país em 2014...

A legislação foi aprovada há 18 anos...


Mas o que é que isso interessa?... De Cavaco já alguma coisa interessa?..

Cavaco não se arrepende de "uma única linha" do que disse...

Como não sei se os figueirenses encaram esta crónica como uma constatação, uma crítica, ou um elogio, vou continuar a ver televisão...

Via eng. Daniel Santos

Um artigo de Luís Pena, hoje publicado no jornal "A Voz da Figueira", que merece ser lido com atenção

Para ler melhor, clicar na imagem

Fantástico: novo método constitucional trata a síndrome em dez dias...

Via António Costa Santos...

Porque é que eu não estou assim tão confiante?...

A Figueira tem tido azar com as escolhas que os partidos têm feito para presidente de câmara.
Quando o PSD escolheu "um peso pesado", escolheu um profissional da política.
Quando o PSD e o PS escolheram "independentes", ficámos onde nos encontramos: no limbo, que é uma excelente e interessante maneira de não ser "nem carne, nem peixe".
Gere-se à vista, faz-se qualquer coisa, vai-se andando...
Tivemos a actual maioria absoluta da vereação camarária de um partido de Esquerda, o PS, a tomar decisões liberais que nenhum outro, PSD e anteriores vereações PS, ousou tomar.
Refiro-me, muito concretamente, às reuniões à porta fechada. 
Imaginem o que seria uma gestão PSD a implementar uma medida destas na Figueira?
Seria combatida e criticada como uma tomada de decisão de direita.
Como foi o PS, foi considerada e aceite pela maioria dos figueirenses, como uma medida de oportunidade, qualificada mais de centro, ou mais de esquerda.
Depende dos "oportunistas"...
Ontem, ficámos a conhecer o frágil governo de Cavaco Silva, de Passos Coelho e de Paulo Portas, no fundo o governo que interessava a António Costa.
Espero que esta venha a ser a situação que venha a interessar à maioria de nós...

UM TEMA «CARO» À «NOSSA» DIREITA: A NOSSA IMAGEM NO EXTERIOR

Imprensa internacional arrasa discurso de Cavaco

Para ministra da Igualdade não está mal...

Cliquem aqui e vejam e ouçam o vídeo. 

NAVAL VAI ENTREGAR RECEITA DO JOGO DE SOLIDARIEDADE ÀS FAMILIAS DOS PESCADORES MORTOS NO NAUFRÁGIO DO OLIVIA RIBAU

A Direcção da Associação Naval 1º de Maio promove sábado, dia 31, pelas 12 horas, na sua sede do Estádio Municipal Bento Pessoa um encontro com os familiares dos pescadores falecidos no Naufrágio do arrastão "Olívia Ribau" ocorrido no passado dia 6 de Outubro, para a entrega do valor apurado na causa de solidariedade promovida pela equipa figueirense no decorrer do encontro com o Paços de Ferreira inserido na III Eliminatória da Taça de Portugal. 
O valor apurado na receita do citado encontro foi de 5.425.00€ importância que poderá ter de ser corrigida face à eventualidade desta esta importância ser passível de ser taxada com IVA, aguardando os dirigentes figueirenses o parecer da Federação Portuguesa de Futebol.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tradição – favores, pagam-se com favores...

João Calvão da Silva foi notícia em 2013 por ter emitido um parecer por escrito atestando a idoneidade de Ricardo Salgado para continuar a exercer funções no então Banco Espírito Santo, parecer esse utilizado pelo ex-banqueiro como defesa junto do Banco de Portugal.
Cá está ela outra vez, a tradição, a tal que muitos queriam ver a subordinar a Constituição da República Portuguesa.
Vejam o que disse o catedrático de Coimbra João Calvão Silva, especialista em direito bancário, no parecer que escreveu sobre Ricardo Salgado para que este o entregasse ao Banco de Portugal para obter o reconhecimento da idoneidade perdida: "a oferta de 14 milhões de euros do empresário José Guilherme a Ricardo Salgado justifica-se com o “bom princípio geral de uma sociedade que quer ser uma comunidade – comum unidade –, com espírito de entreajuda e solidariedade".
Recorde-se: na altura o Banco de Portugal ponderava retirar a idoneidade de Salgado. Acabou por recuar ante o parecer assinado pelo actual presidente do Conselho de Jurisdição do PSD e o escolhido para a pasta da Administração Interna do governo indigitado hoje
Calvão da Silva elogiou o “espírito de entreajuda e solidariedade" que levou um construtor civil a transferir 14 milhões de euros para uma offshore do banqueiro. 
Olhem que bonito? 
A generosidade desinteressada é tão comovente...