Uma foto de Luís Carregã/As Beiras, que mostra um homem que gosta de andar de carro com um livro de Salazar debaixo do cu!.. |
Vamos por partes.
Não sei se é verdade se “os cofres
estão cheios”, pois este governo já me tentou enganar muitas
vezes.
Contudo, isso eu sei, qualquer um pode
ter cofres cheios se conseguir que lhe emprestem dinheiro. Essa, é a
origem do dinheiro, a ser verdade essa dos cofres cheios - dívida
adicional.
Os 17 mil milhões da almofada
financeira que enchem os cofres, valem à volta de 10% do PIB, o que
representa quase 1% do PIB em custos adicionais por ano que não
servem a ninguém excepto aos que emprestaram o dinheiro.
O que Passos consegue neste discurso é
acenar aos portugueses com “umas breves férias de luxo”, com dinheiro do banco, qual
novo-rico, apesar de ter sido eleito a dizer que ia combater a
dívida.
Quanto a mim, que não percebo nada
disto, devia ser o contrário: ter os cofres vazios ou meio-vazios
por estar a pagar a dívida, a tentar reduzi-la com vista a poupar
nos juros.
Convém não esquecer este “pequeno
pormenor”. Na história recente, nunca o nosso país esteve tão
endividado.
Portanto, mesmo que usassem todo o
dinheiro dos "cofres cheios" para resgatar dívida,
continuava a estar mais endividado do que alguma vez o memorando
previu.
Talvez alguns portugueses mais atentos
e avisados tenham rido com as declarações da ministra e, depois,
com as de Passos Coelho.
Não levem isto a brincar. Daqui até
Outubro, vamos ter mais cenas deste calibre.
Parecem manobras políticas
demagógicas, estúpidas e básicas, mas não o são e têm um
objectivo preciso e concreto: impressionar e mexer os eleitores.
Os portugueses, 41 anos depois da queda
da ditadura de Salazar/Caetano, ainda salivam com essa dos "cofres cheios".
Nada disto, porém, é inocente, ou impensado.
Esse é, aliás, um dos argumentos invocados por muitos para defenderem que estávamos melhor no tempo do Estado Novo.
Esse é, aliás, um dos argumentos invocados por muitos para defenderem que estávamos melhor no tempo do Estado Novo.
Se no tempo de Salazar os cofres
estavam cheios e havia reservas de ouro, era porque o governo era bom
e poupadinho. A pobreza extrema, as perseguições políticas, o
Tarrafal, a censura, eram apenas pormenores que em nada beliscam o
“grande português que foi Salazar”.
Em 1962, António Oliveira Salazar sintetizou de forma clara a visão que tinha do seu Portugal: "Um país, um povo que tiverem a coragem de ser pobres são invencíveis".
Com o 25 de Abril de 1974, o país
mudou, mas a maioria dos portugueses, a nível de mentalidade, não!
E Passos Coelho sabe disso.
Esta foto de Luís Carregã, mostra a espreitar debaixo do banco do carro oficial do Primeiro-Ministro, um livro sobre Salazar.
Pormenor importante da foto, feliz e bem conseguida: a penumbra, faz lembrar o ditador que governou Portugal durante quase 40 anos. Mas é, apenas, Pedro Passos Coelho no dia 28 de Dezembro de 2012, data em que visitou o Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra.
Mas mostra também que “o fascínio pelo ditador não liberta estas cabecitas tontas. Carregam com eles ódios de família, lamentações, vinganças surdas que nem eles entendem, mas têm de cumprir.”
E Passos Coelho sabe disso.
Esta foto de Luís Carregã, mostra a espreitar debaixo do banco do carro oficial do Primeiro-Ministro, um livro sobre Salazar.
Pormenor importante da foto, feliz e bem conseguida: a penumbra, faz lembrar o ditador que governou Portugal durante quase 40 anos. Mas é, apenas, Pedro Passos Coelho no dia 28 de Dezembro de 2012, data em que visitou o Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra.
Mas mostra também que “o fascínio pelo ditador não liberta estas cabecitas tontas. Carregam com eles ódios de família, lamentações, vinganças surdas que nem eles entendem, mas têm de cumprir.”