Mais de meio Portugal anda possesso com
Passos Coelho.
Agora porquê? Porque só há poucos dias se
ficou a saber que Passos Coelho já então tinha conhecimento da sua
dívida à Segurança Social, paga em Fevereiro de 2015 na véspera
do caso ser divulgado pelos jornais - a frase virou-se contra ele.
É a vida, como diria o outro...
Daí, até a “vox populi” ter-lhe colado
à pele o epíteto de incumpridor e mentiroso, dada a aparente
contradição entre o que diz e o que faz, foi um instante. E, como
sabemos, “vox populi, vox dei”...
Todavia, temos de ser precisos e
justos com o primeiro-ministro.
Passos Coelho, proferiu a frase no
parlamento em resposta a Louçã, que defendera a chamada
restruturação da dívida portuguesa.
Nesse particular e preciso contexto, Passos Coelho não disse que
era de uma raça de homens que pagava sempre as suas dívidas.
Longe dele tal insinuação. Disse, sim, que era de uma raça de
homens que honrava os “compromissos do país” mesmo que não
tivessem sido assumidos pelo seu governo. Como é sabido, as dívidas
do Estado são pagas com o dinheiro dos contribuintes.
Passos Coelho foi, mais uma vez, vítima
das conhecidas dificuldades no manejar da língua de Camões.
Deveria ter dito: “Pertenço a uma
raça de homens que paga dívidas, desde que seja com o dinheiro e o sacrifício dos outros“.