"O ministro Mota denuncia um rosto de santo de altar, atormentado e macerado, como convém à clemência exposta. O ministro Mota não é uma criatura de Deus: é um adjectivo. Diz-se militante do CDS, mas não propende para "democrata-cristão", tendo em conta a violência dos decretos que assina. Será, quando muito, um servente do ideário neoliberal, que tem desgraçado o País e destruído o que de melhor a pátria possui: a história e a juventude. Depois, pelo que se ouve e diz, vai às missas de domingo, acaso pedir as bênçãos do céu e a absolvição a Jesus."
BAPTISTA-BASTOS
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
"Compreende-se a desilusão de Passos Coelho, um jovem forma-se numa das melhores universidades portuguesas lá para os quarenta anos, tem uma carreira brilhante de gestor das empresas de lixo do padrinho e quando está na força da idade sujeita-se a servir o país e nem ganha para umas lascas de bacalhau..."
É pouco, mas é de boa vontade: "Toma lá uma lasca"...
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Seguro
Ontem, Seguro foi a
Cascais dizer aos mercados para não se
preocuparem com o que ele diz aos indígenas.
A sua discordância com Passos faz parte do jogo.
“Os mercados podem ficar descansados. Nada do que ontem disse Seguro foi de molde a assustar os “investidores” e as “grandes lideranças europeias”. A conversa anti-austeritária é para funcionário público ver, pensionista ver, desempregado ver, cidadão com o salário cortado ver.”Testemunho comovente
O escritor João Tordo publicou ontem no seu blogue uma carta ao
pai, o músico Fernando Tordo, que aos 65 anos emigrou para o Brasil.
Termina assim:
“Os nossos governantes têm-se preparado para anunciar,
contentíssimos, que a crise acabou, esquecendo-se de dizer tudo o que acabou
com ela. A primeira coisa foi a cultura, que é o património de um país. A
segunda foi a felicidade, que está ausente dos rostos de quem anda na rua todos
os dias. A terceira foi a esperança. E a quarta foi o meu pai, e outros como
ele, que se recusam a ser governados por gente que fez tudo para dar cabo deste
país - do país que ele, e milhões de pessoas como ele, cheias de defeitos,
quiseram construir: um país melhor para os filhos e para os netos. Fracassaram
nesse propósito; enganaram-se ao pensarem que podíamos mudar. Não queremos
mudar. Queremos esta miséria, admitimo-la, deixamos passar. E alguns de nós até
aí estão para insultar, do conforto dos seus sofás, quem, por não ter trabalho
aqui - e precisar de trabalhar para, aos 65 anos, não se transformar num
fantasma ou num pedinte - pegou nas malas e numa guitarra e se foi embora.
Ontem, ao deitar-me, imaginei-o dentro do avião, sozinho, a sonhar com o futuro;
bem-disposto, com um sorriso nos lábios. Eu vou ter muitas saudades dele, mas
sou suspeito. Dói-me saber que, ontem, o meu pai se foi embora.”
«A ética é estar à altura do que nos acontece» *
“Analisando
o comportamento actual dos partidos, a questão da ideologia interessa-lhes cada
vez menos. O que conta é o interesse do grupo, como se de uma simples
competição se tratasse. Faz sentido que entre os partidos que concorrem aos
órgãos autárquicos, haja uma linha tão forte que os divide, quando todos
prometeram defender os interesses do seu concelho?
Não
há muitos anos, na Figueira da Foz, com o Presidente Aguiar de Carvalho foi possível
juntar no executivo representantes de várias tendências partidárias e não me consta
que o concelho tenha perdido
com a solução.
Será
que os responsáveis não entendem que a sua função é a de gerir o melhor possível
o concelho e isso se faz também considerando as diferenças de opinião,
sobretudo quando a maioria representa uma parte tão ínfima do eleitorado?
A
recente experiência do movimento Figueira 100% é exemplo da forma como os
partidos encaram esta situação. A única tentativa de aproximação colocada pelo partido
vencedor foi a de que poderia haver “um lugar” para o movimento! Nunca os
vencedores estiveram preocupados em discutir os programas, com vista a um
entendimento.
Não
fora o sentido de responsabilidade dos seus representantes, completamente ao
arrepio do comportamento tradicional dos partidos, e a Figueira teria decerto
saído prejudicada.”
* O título é de Gilles Deleuze.
O texto é do eng. Daniel Santos, e constitui parte da crónica “Esquerda, Direita”, hoje publicada no jornal AS BEIRAS.
O texto é do eng. Daniel Santos, e constitui parte da crónica “Esquerda, Direita”, hoje publicada no jornal AS BEIRAS.
Museu Marítimo de Ílhavo
foto António Agostinho. Outras fotos aqui e aqui. |
O Museu Marítimo de Ílhavo alberga uma vasta colecção de
objectos relacionados com a pesca à linha do bacalhau e com as fainas
agro-marítimas da Ria de Aveiro com destaque para as diversas artes de pesca da
laguna.
O vastíssimo acervo deste Museu subdivide-se em três grandes
colecções: colecção de cultura material relativa à pesca à linha do bacalhau,
colecção da etnografia da ria de Aveiro e colecção de arte.
Temporalmente, estas colecções abarcam o final do século XIX
até ao século XX. Incidindo sob a área geográfica de Portugal, reflectem a
vivência marítima e a influência da pesca nas populações ribeirinhas.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Paredão da Vagueira
Se não fosse o nó górdio do problema...
António Tavares, vereador PS, hoje nas Beiras.
“A Bloom Consulting, uma empresa de consultadoria que
elabora e edita estudos, fez sair, recentemente, um ranking das cidades
portuguesas. A análise teve em conta três áreas: Negócios, Visitar e Viver.
Cada uma delas assentava num conjunto de indicadores que
permitem medir a sua importância. Na primeira, tinha-se em conta o número de
empresas, o crescimento empresarial e a percentagem de empresas per capita,
entre outros. Na segunda, contavam, por exemplo, o número total de dormidas e a
taxa de ocupação hoteleira. Na terceira, a taxa de crescimento da população, a
taxa de desemprego, o índice de poder de
compra, a criminalidade, a saúde e os estabelecimentos de ensino superior.
Neste ranking nacional a Figueira da Foz aparece em 48.º
lugar, uma boa posição atendendo ao facto de existirem 308 municípios no país.
Na região Centro, a cidade está em 10.º lugar, num total de
100 concelhos, com Torres Vedras e Ovar à frente, para além das capitais de
distrito, como Coimbra ( 1.ª), Aveiro, Leiria, Viseu e Castelo Branco.
Curioso é verificar a pontuação pelas diferentes áreas: em
Negócios, a Figueira é 24.ª, em Visitar, é 8.ª, em Viver, 11.ª. Significa que a
cidade está bem posicionada do ponto de vista da atracção turística, possui
boas condições de vida, mas a dinâmica empresarial não é o seu ponto forte.
Alcobaça, Pombal, Lourinhã, Peniche, Óbidos, Ílhavo, Vagos e Arruda dos Vinhos,
por exemplo, estão à nossa frente.
As nossas belezas naturais e as boas condições para se viver
não são suficientes para termos mais empresas e mais crescimento. Se todas as
áreas são para melhorar, esta última deve merecer a atenção de todos os
decisores, em particular dos órgãos autárquicos, da ACIFF, da administração e
da comunidade portuária.”
Pena terem-se esgotado, presumo eu, os caracteres disponibilizados pelo
jornal, pois, a meu ver, a crónica ficou incompleta.
Eu, teria terminado assim.
Querem uma cidade
onde apetece viver?
Não precisam ir longe: Figueira da Foz.
Gente feliz e culta, que gosta de divertir-se e consumir. Uma
cidade alegre e tolerante.
Os figueirenses (atenção: não confundir com figueirinhas...)
são civilizados, têm dinheiro, tratam-se bem e tratam bem.
Se vierem para estas bandas, nos próximos tempos, podem ver teatro na Casa do Paço, grandes exposições no CAE, a cultura das freguesias e jogar no Casino, dar uma volta pelas magníficas e cuidadas estradas da Serra da Boa Viagem e das Lagoas e deliciaram-se com as portentosas vistas, experimentar a
gastronomia local – a lampreia é imperdível.
Isto por exemplo.
Só temos praticamente um problema: a dinâmica empresarial
não é o ponto forte da Figueira.
Pois, eu, se me é permitido, acrescentava mais um: na
Figueira, desde que tenho memória, o nó górdio do problema
tem sido haver muito quem não veja a diferença entre candidato bandido e
candidato a bandido.
Ela existe, mas muitos nunca a viram.
E este não é um problema
de uns poucos – sejam figueirenses ou figueirinhas.
Tem sido um problema
dos outros todos – figueirenses e figueirinhas.
Sem excepção.
Não à exploração do caulino: Câmara aprova proposta contra por unanimidade
A Câmara Municipal da Figueira da Foz aprovou, ontem, por unanimidade uma proposta contra a
exploração de depósitos minerais de caulino, numa área denominada Pocinho, nas
freguesias de Bom Sucesso e Ferreira-a-Nova.
A deliberação foi apresentada
pela coligação de oposição Somos Figueira.
João Ataíde considerou que este é um projecto “que não
interessa ao concelho e não tem viabilidade económica dada a dispersão de
população existente no local”.
Neste sentido, o presidente da câmara aceitou a sugestão da
oposição, afirmando que fazia todo o sentido votar a deliberação em conjunto.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Colecção Miró – A verdade oculta da negociata
"Enquanto a Colecção Miró foi propriedade privada, foi
avaliada pela Christie’s por valores que ultrapassaram os 150 milhões de euros;
agora que a mesma colecção é propriedade do Estado Português, a mesma leiloeira
avaliou-a em apenas 36 milhões.
Para a palhaçada ser mais engraçada pode-se acrescentar que
as condições da Christie’s são estas: a licitação da venda da obra é de 36
milhões, sendo esta a importância a entregar ao Estado Português; tudo o que
ultrapassar esse valor será propriedade da leiloeira.
Perceberam a jogada?
Uma providência cautelar “barrou” a concretização do negócio
que, além de ilegal é um crime de lesa-pátria. Entretanto, a Christie’s já fez
saber que continua interessada no negócio. Claro… tenho a certeza que sim……
Alguém tem dúvidas sobre a “transparência” destas
negociatas?"Quem nasceu para lagartixa não costuma chegar a jacaré, mas...
Pergunta do Jornalista
- Esteve dois anos na pasta mais
importante do Governo. Quando se foi embora, considerou que a sua credibilidade
tinha sido posta em causa por causa das metas não cumpridas do défice. Tivemos
de fazer em três anos aquilo que se deveria ter feito em 10. E, ainda por cima,
com escassa capacidade de projectar um futuro que justificasse os sacrifícios.
Sem qualquer ofensa, o Vítor Gaspar foi olhado como o quarto dos Três
Mosqueteiros [da troika]. Como se viu nesse papel?
Resposta de Vítor Gaspar
- Há pelo menos quatro coisas muito
diferentes na sua pergunta. Com o devido respeito, a questão de me encarar como
o quarto elemento da troika é simplesmente insultuosa.
Jornal Público
O sul da barra do Mondego
foto António Agostinho
A ocupação desordenada do litoral contribui para situações
de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a
segurança de pessoas e bens.
É o que aconteceu a sul do porto da
Figueira da Foz, depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400
metros, onde se agravaram os efeitos erosivos.
Recorde-se: ontem, demos conta da
situação estável que se vive a norte da barra da Figueira da
Foz, Praia de Quiaios, onde, felizmente, existe uma duna bem conservada e sem
erosão costeira - o que vem a provar que o desaparecimento das dunas
primárias, invulgarmente rápido e anormal, verificado entre a Foz do do Mondego
e a Praia do Pedrógão se deve, na sua maior parte, ao erro do prolongamento do
molhe norte na Figueira da Foz.
Cova, Gala, Costa de Lavos e Leirosa são apenas algumas localidades na lista negra, a que se juntam Vieira de Leiria, São Pedro de Moel e Pedrógão. Hoje, já não se consegue esconder aquilo que está à frente dos olhos de toda a gente. A intervenção humana tem vindo a acelerar a erosão costeira, como a foto desta manhã mostra: a duna, a sul do 5º. Molhe entre o 5º. Molhe e a Costa de Lavos está a desaparecer assustadoramente.
Pese embora o esforço deste blogue, este
local, por si só, tem passado despercebido nos meios de comunicação
local, regional e nacional, dado o facto do avanço das águas do mar não
encontrar pela frente aglomerados populacionais, um apoio de praia ou uma
barraca de surf...
Aparentemente, no imediato, não é
uma ameaça à vida das pessoas e à segurança dos seus bens...
Todavia, isso
pareceu-me sempre o mais preocupante, pois 500 metros, a norte, e 2 ou 3
quilómetros, a sul, lá estão as pessoas e os bens, à mercê da fúria do
mar, por incúria e ganância do homem.
|
Subscrever:
Mensagens (Atom)