sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Óscar Lopes
Morreu Óscar Lopes. Não sei se na secretaria de Estado da
Cultura o conhecem. É provável que nas próximas horas lhe dediquem as
costumeiras linhas apesar de Lopes não ser um "evento" ou um sapato
gigante enfiado numa sala. Há uns anos, numa feira do livro em Cascais,
arranjei o "par" que me faltava dos seus livros de ensaios editados
pela Inova, do Porto, Ler e Depois. O outro intitula-se Modo de Ler". Ler
e Depois foi publicado em 1969. Ou seja, em pleno "fascismo". Lopes
nunca escondeu a sua "formação" ideológica (marxista) mas nunca fica
diminuída a escrita. Pelo contrário, lêem-se referências a autores que só nas
décadas seguintes surgiram sob o signo de "grandes referências". Ou
de outros, como Heidegger, cujo "modo de ler" de Óscar Lopes ajuda a
compreender mesmo através de demoradas e perspicazes notas "de pé de
página". Lopes era irmão de Mécia, a mulher de Jorge de Sena, que, para
felicidade dela, ainda reside nos Estados Unidos. Com António José Saraiva
escreveu a mais reeditada História da Literatura Portuguesa. Dividiram bem o
trabalho e, dos dois, há uma recolha relativamente recente da correspondência.
O seu desparecimento é mais um no lastro de perda em que mergulhámos enquanto
"cultura" e sociedade. As coisas são o que são.
Leituras…
Não sei se é da idade, mas leituras destas deixam-me
emocionado.
Feliz mesmo.
Por tudo, mas também, e muito, pelo brilhantismo no cumprimento de promessas feitas à região centro em anterior campanha eleitoral, pelo pio deputado João Serpa Oliva do CDS, eleito por Coimbra.
“Fiquei completamente
perplexo quando soube, ontem, que o ex-Primeiro ministro José Sócrates passará
a ser comentador regular da RTP, a televisão paga por todos nós.
Como se não bastasse já os incríveis tempos de antena que
todos os dias a referida televisão dedica à oposição deste país e às desgraças,
insultos e toda a ordem de mentiras, desde manifestações com cinco pessoas que
transformam rapidamente em 500, até ouvir grupelhos invariavelmente ligados à
Intersindical e que nem pouco mais ou menos representam o todo nacional.
Se isto já é insólito, o que dizer do referido ex-PM que nos
deixou na bancarrota e assinou com a ‘troika’ um acordo que se veio a demonstrar
ser totalmente desastroso.”
Tal como Serpa Oliva, também gosto e tenho respeito por "Grândola Vila Morena".
Gostava era de ter a certeza de que, mais tarde ou mais cedo, a minoria insignificante que a hostiliza se convencerá que está a ofender os princípios democráticos que já deviam estar definitivamente implantados em Portugal.
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
Ei-la:
Em tempo.
Garanto uma coisa: jamais votarei em candidatos autárquicos que fumem charuto, sejam anunciados pelo Fernando Mendes ou conduzam um tuning…
Garanto uma coisa: jamais votarei em candidatos autárquicos que fumem charuto, sejam anunciados pelo Fernando Mendes ou conduzam um tuning…
Na minha opinião (que vale o que vale), um candidato que fuma
charuto, é anunciado pelo Fernando Mendes ou gosta de conduzir
um tuning, fica logo identificado: não passa de um
bimbo.
quinta-feira, 21 de março de 2013
Justiça na Figueira: falta de meios?.. Claro que não, falta de salas de audiências...
Lido no jornal As Beiras.
"Em janeiro último, o antigo presidente da Figueira Domus Vítor Jorge foi constituído arguido, pelo
Ministério Público da Figueira da Foz, que o acusa de dois crimes de difamação
agravada com publicidade e calúnia contra Filipa Vaz Serra, que à época era
administradora executiva da mesma empresa municipal.
Entretanto, Vítor Jorge, que aguarda julgamento com termo de
identidade e residência, pediu a abertura da instrução. E ontem, durante a
manhã foram ouvidas, no Tribunal da Figueira da Foz, três testemunhas: João
Ataíde (presidente da câmara) Carlos Monteiro (antigo presidente do Conselho de
Administração da FD) e Isabel Figueiredo (antiga administradora não executiva
da FD). As restantes testemunhas (cinco) seriam ouvidas no período da tarde,
mas tal não aconteceu. O julgamento foi adiado para dia 9 de abril, às 14H30,
por falta de condições da sala disponibilizada pelo tribunal, porque as salas
de audiências estavam ocupadas."
Mais actual do que nunca...
S. Bento, Lisboa, Abril de 1985. No Parlamento fumava-se, e a então deputada comunista Zita Seabra comia, enquanto Carlos Carvalhas, à sua frente nesse plano televisivo, discursava interpelando um ministro do PS (quem seria?) que chamara aos estudos então realizados pelo PCP sobre as vantagens e desvantagens da adesão de Portugal à União Económica Europeia “uma cortina de fumo cujas opções se radicavam em razões ideológicas” – o velho argumento que é pau para toda a obra quando o objectivo é tergiversar. Respondendo a esse ministro, Carlos Carvalhas lembrava que “a Europa não [era] a CEE – a CEE [era] a Europa dos monopólios e não a dos trabalhadores [hoje chamamos-lhes cidadãos] – e nem sequer um clube, e muito menos um clube caritativo”, pois seria nalgum ponto necessário começar a contribuir – pagando como os outros. Tecera ainda esse ministro considerações sobre o modelo do PCP, o que levara Carvalhas a lembrar que esse modelo estava “consubstanciado na Constituição da República”. Interessante também para nós hoje aqui, 28 anos depois e a braços com o pesadelo que conhecemos, é saber que o PS usou por esses dias, para defender a adesão à UE (e CEE era uma sigla mais honesta), as palavras da propaganda de sempre: desafio, choque, e fé – o PS tinha fé na CEE. Por fim, a CEE (a UE, vai tudo dar ao mesmo, à mesma Europa sem um programa político) era para o PS, na súmula que nada significava a não ser a ruína certa daí a uns anos, “a opção europeia”. Perguntava então Carlos Carvalhas: “Portugal perde ou não parcelas significativas da sua soberania com a integração europeia? Há ou não vastos sectores da economia portuguesa que serão arruinados com a integração? [Vão ou não] o aumento da dívida externa e do desemprego ser os resultados palpáveis desta integração?” O resto aqui.
Via Aventar
Via Aventar
A guerra dos sabe-se lá quantos anos
A austeridade serve
para tudo, até para fulanos como este, nos contarem “estórias” de terror…
Felizmente, ainda há quem nos abra os olhos…
Leiam o que se segue. São 2 minutos…
“Há uma crise mundial e há uma crise especificamente
europeia, muito distintas embora com uma raiz comum. A mundial, que deflagrou
vai para seis anos ao rebentar a bolha do subprime, não tem uma única origem,
mas várias. Uma das mais relevantes é o elevadíssimo nível de dívida acumulado
pelas famílias, pelas empresas e pelos estados. (…)
Abolindo-se como se aboliu a distinção entre banca comercial
e banca de investimento e admitindo-se ao mesmo tempo níveis baixíssimos de
autofinanciamento das instituições financeiras, criou-se a montanha de dívida
que agora pesa sobre todos nós.
Se as economias crescessem, gerar-se-iam recursos
suficientes para pagá-la. Mas de onde virá o crescimento, se nem famílias, nem
empresas, nem estados têm condições para gastar mais? Exigir-se que a dívida
seja inteiramente paga equivale, portanto, a condenar a economia a permanecer
estagnada durante uns vinte a trinta anos.
Parece inegável que o desbloqueamento das economias
ocidentais exige uma desvalorização generalizada da dívida, seja através de
negociações caso a caso, seja através de um aumento generalizado dos preços
(vulgo inflação). Uma operação desse tipo implicaria, porém, uma massiva
redistribuição de rendimentos dos credores para os devedores, razão por que é
obstinadamente recusada por quem detém as rédeas do poder político e económico.
Viremo-nos agora para o outro lado do problema, ou seja,
para a crise especificamente europeia. Ao contrário da anterior, esta é, na sua
essência, uma crise política com um pretexto económico, fabricada de todas as
peças pelo governo alemão coadjuvado pelo BCE (…)”…
Em tempo.
E não me agradeçam a mim.
Agradeçam ao JOÃO PINTO E CASTRO
Exílio
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 20 de março de 2013
As previsões do Gaspar * ...
“Os partidos com assento parlamentar discutiram hoje, no plenário, a sexta alteração à lei de recapitalização da banca. Se for aprovada, o Estado passa a poder obrigar os bancos a usarem capital dos contribuintes para cumprirem as exigências de solvabilidade dos reguladores, mesmo quando os seus accionistas não aprovem a intervenção do Estado em assembleia-geral.” – notícia retirada daqui.
*
*
Ajuda externa
Ao menos, sejam homenzinhos e tenham um pingo de vergonha...
Eduardo Catroga, Terça feira, 3 de maio de 2011
"Negociação foi essencialmente influenciada" pelo PSD
Passos Coelho, 9 de Maio de 2011
"Este programa está muito além do memorando de troika"
Miguel Frasquilho, 15 de Março de 2013
PSD atribui desvio das metas ao facto de o programa inicial estar “mal desenhado”
Vítor Gaspar, 19 de Março de 2013:
admite que programa inicial da troika estava mal desenhado
Eduardo Catroga, Terça feira, 3 de maio de 2011
"Negociação foi essencialmente influenciada" pelo PSD
Passos Coelho, 9 de Maio de 2011
"Este programa está muito além do memorando de troika"
Miguel Frasquilho, 15 de Março de 2013
PSD atribui desvio das metas ao facto de o programa inicial estar “mal desenhado”
Vítor Gaspar, 19 de Março de 2013:
admite que programa inicial da troika estava mal desenhado
A lição que veio do CHIPRE
Como se pode ler no Expresso, um bando de confiscadores capitaneados pela Alemanha, com a vergonhosa colaboração activa do FMI e mais um conjunto de lacaios, preparava-se para saquear cerca de metade dos depósitos cipriotas.
"A rejeição do plano de resgate europeu pelo parlamento cipriota mostra que este projeto negociado com a contribuição notável do ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, e com o aval da chanceler, falhou".
Em Portugal, até Vítor Gaspar já reconhece que o acordo com a troika estava errado. Mas, “foi preciso esperar até à sétima avaliação da troika – com 80% do programa já executado – para o ministro reconhecer erros iniciais do memorando.”
VIVA O CHIPRE pelo exemplo que nos deu!
Em tempo.
E se tivesse sido cá?..
Pedro Passos Coelho e Vitor Gaspar elogiariam a sensatez do correligionário alemão. Na conferência de imprensa garantiam-nos que só o confisco de 30% do valor das poupanças era capaz de colocar o nosso país no “bom caminho”, à falta de alternativas credíveis para assegurar a “retoma”.
"A rejeição do plano de resgate europeu pelo parlamento cipriota mostra que este projeto negociado com a contribuição notável do ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, e com o aval da chanceler, falhou".
Em Portugal, até Vítor Gaspar já reconhece que o acordo com a troika estava errado. Mas, “foi preciso esperar até à sétima avaliação da troika – com 80% do programa já executado – para o ministro reconhecer erros iniciais do memorando.”
VIVA O CHIPRE pelo exemplo que nos deu!
Em tempo.
E se tivesse sido cá?..
Pedro Passos Coelho e Vitor Gaspar elogiariam a sensatez do correligionário alemão. Na conferência de imprensa garantiam-nos que só o confisco de 30% do valor das poupanças era capaz de colocar o nosso país no “bom caminho”, à falta de alternativas credíveis para assegurar a “retoma”.
terça-feira, 19 de março de 2013
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