Os pormenores podem ser lido no jornal
AS BEIRAS.
Aqui, fica o essencial:
“o atelier de arquitectura RVDM, de Aveiro, fundado pelo arquitecto Ricardo Vieira Melo, foi o vencedor do concurso público internacional de ideias para a requalificação e reordenamento da praia e frente de mar da Figueira da Foz e Buarcos, lançado pelo município em 2011 e que recebeu 65 trabalhos, a maioria de arquitectos portugueses.”
Confesso, que tenho dificuldades em imaginar como ficará o extenso areal que vai do molhe norte do porto da Figueira da Foz à praia da Tamargueira, em Buarcos, se este projecto de ideias alguma vez for concretizado, o que duvido... Pelo menos, nos próximos anos…
“A grande marca do projecto é a ideia da praia poder constituir-se como um segundo parque da cidade, que possa ser usufruído pelos veraneantes”.
A proposta do atelier RVDM inclui uma piscina junto ao molhe norte, um espaço multiusos ao ar livre para espectáculos ou pequenas feiras e a reorganização da rede viária na zona de Buarcos, permitindo uma
“reformulação total” do jardim em frente ao teatro Caras Direitas,
“aproximando-o da praia”, a criação de um pequeno parque de estacionamento na marginal da Figueira da Foz, aproveitando o desnível para o areal, um
“jardim de aromas” com vegetação típica da costa portuguesa e um novo arruamento, paralelo à marginal, até meio da avenida do Brasil, são outras das propostas.
Tenho ainda alguma memória da
“Rainha das Praias” de Portugal da década de sessenta do século passado.
Ao ler hoje as AS BEIRAS fiquei um bocado, digamos assim, perplexo!..
Aliás, estou em crer que todos já nos sentimos um pouco assim: a chocalhar dentro de nós próprios como se continuássemos a ser a mesma criança de sempre, no interior de um corpo que cresceu de um dia para o outro.
Fiquei, não sei explicar lá muito bem porquê, com a sensação, e o sentimento, de estar perante um embuste, ou de uma ficção…
Eu sei e até compreendo que, por vezes, todos nós temos necessidade de nos agarrar, aqui e ali, a um princípio de verdade…
Mas, porque é que já não dizem nada sobre a
“Aldeia do Mar”?..
Acabaram as ideias, ao menos, para o projecto?...
Na dúvida, entre tudo aquilo que se nos aparece e aquilo que cada coisa seja, em si mesma, recuamos à única certeza que temos: o lugar onde nascemos, onde nada nos pode fazer mal, pela simples razão de que não se distingue de nós.
O apelo e a memória da
“Rainha das Praias” de Portugal, é o sentimento do voltar a casa e a necessidade de refúgio na verdade.
De vez em quando, ela volta com a mesma doçura da minha infância - idealizada como todas as outras.
De vez em quando, ela vem e questiona: os autarcas figueirenses das últimas décadas, têm sido fiéis ao projecto de cidade que alguns dos antecessores traçaram em ideias concretizadas e em sonhos?..
Têm?..