João Semedo recorda que se trata de
“uma unidade de saúde que cobre uma área geográfica muito grande e que tem uma Urgência Médico-Cirúrgica”. No entanto, acrescenta,
“tal como outros hospitais, vai ser vítima de sub-financiamento”.
Para o deputado bloquista,
“fazer mais e melhor com menos dinheiro não existe, é uma fantasia do Governo”. Por outro lado, advoga a implementação de uma rede de Cuidados Continuados de Saúde para aliviar a despesa do HDFF.
O deputado do BE afirma ainda que
“é um risco político enorme pretender-se descaracterizar e diminuir o SNS”. Contudo, acredita que essa é a intenção do Governo.
“Quando se tenta fechar a Maternidade Alfredo da Costa, está tudo dito…”, exemplifica.
João Semedo classifica o SNS
“o mais importante serviço público do país, a menina dos olhos da democracia”. O deputado do
“Bloco” falava ao DIÁRIO AS BEIRAS à margem da palestra Hospital da Figueira- Que Futuro?, promovida ontem, 28, pelo BE da Figueira da Foz na Junta de S. Pedro.
Participaram ainda na iniciativa o deputado municipal da Figueira da Foz do BE, João Paulo Tomé, o médico do HDFF José Couceiro e o antigo deputado à Assembleia da República e dirigente nacional do
“Bloco” José Manuel Pureza.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, José Couceiro diz que
“a administração do HDFF foi subserviente em relação à tutela”. Acusa ainda a equipa de Sousa Alves de se ter limitado a enviar um conjunto de propostas de redução de custos sem ter dialogado e debatido o assunto com os responsáveis clínicos do hospital.
O médico, que já pertenceu à administração da unidade hospitalar, receia que o HDFF se transforme num
“centro de saúde com diversas especialidades clínicas e com bloco operatório a funcionar algumas horas durante o dia”.
Por sua vez, João Paulo Tomé defende que a administração do hospital venha dizer que propostas fez à tutela, preconizando, por outro lado, a manutenção das atuais valências do HDFF.
Recorde-se que as propostas – ou sugestões – da administração do HDFF preveem o encerramento do Hospital de Dia Oncológico e que as urgências cirúrgicas deixem de funcionar durante a noite, pondo ainda em causa o financiamento da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).
O Governo exige cortes na despesa de 16 por cento em todos os hospitais. Se a medida for aplicada, o da Figueira da Foz terá de gastar menos cinco milhões de euros por ano- o orçamento dos últimos anos tem variado entre os 20 e os 30 milhões.
José Couceiro recorda que
“o HDFF adiantou-se à maioria dos hospitais portugueses no que respeita à redução da despesa”. Por isso, defende o clínico,
“essa medida deve ser tida em conta”, mantendo as atuais valências e qualidade do serviço.
Via
AS BEIRAS