Hoje, é dia de Natal. Deveria ser um dia de harmonia, paz e alegria solidária.
Infelizmente, sabemos que para grande parte da população portuguesa, não é assim.
Apesar da máscara da hipocrisia, do habitual
“faz de conta”, o
próximo, tal como nos restantes dias do ano, continua, neste dia, a ser apenas
o próximo.
O resto, o que me chateia sobremaneira, é a habitual conversa da treta e fingimento.
Portanto, temos de ser duros. Apesar de ser dia de Natal, convém não esquecer a reforma do mercado de trabalho!
Sabem o que é isso?
É simples de explicar e de entender e de resumir:
é a redução do custo do despedimento, visando a fragilização da contratação colectiva.
Quem trabalha por conta de outrem vai ter ainda maior insegurança laboral e redução de salário!
A crise, tem servido aos patrões portugueses de pretexto para despedimentos em massa e, à portuguesa maneira que é a sua, para a pedinchice lamurienta à porta do Estado enquanto clamam ruidosamente por
"menos Estado".
Que despedir é difícil, que fica caro, que pagam muitos impostos, que os custos do crédito e da energia são incomportáveis, etc.. Sendo assim, precisam de mais apoios, de mais subsídios, de mais isenções, de mais bonificações, e de mais todas as formas de ir ao bolso dos contribuintes...
Agora, a crise é também pretexto para não cumprirem o que haviam acordado na Concertação Social, o aumento do Salário Mínimo Nacional de 475 para 500 euros em Janeiro de 2011. Coitadinhos: o presidente da CIP afirma que as empresas não têm "condições" para pagar um aumento de 25 euros, isto é, de 82 cêntimos por dia!.. Vá lá, vá lá: a partir de Janeiro, para quem ganha o ordenado mínimo - 38% dos trabalhadores portugueses, segundo li nos jornais, vai ter mais 10 euros ilíquidos!..
Todavia, nem tudo está perdido. Já existe uma luz ao fundo do túnel. Com os cortes nos apoios sociais aos desempregados e crianças a ser o ponto crucial na recuperação dos gastos do Estado na diminuição do défice, há mais dinheiro para ajudar quem verdadeiramente precisa: bancos e grandes empresas!..
2011 promete...
O que nos vale é que, hoje, há muita gente a
“preocupar-se” com os desgraçadinhos...
Bendito dia de Natal dos simples!