quinta-feira, 21 de março de 2024

Hoje, com início pelas 17H00, há reunição de câmara

Ordem de trabalhos: aqui. Imagem via Diário as Beiras.

Dia Mundial da Poesia: Mário Soares evocado num recital no CAE

O Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz recebe, hoje, pelas 21H30, no Jardim Interior, o Recital de Poesia - Poemas da Vida de Mário Soares. Nesta apresentação, António Durães será acompanhado ao piano por Luís Pipa, num espetáculo no âmbito do programa do Centenário do Nascimento de Mário Soares e do Dia Mundial da Poesia.
A seleção poética pretende celebrar, por um lado, Portugal e os Portugueses; por outro, a Liberdade; e, por fim, a poesia, naquele que é o dia que lhe está dedicado.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Barganha

Manuel Loff no jornal Público
«Esta viragem à direita é tudo menos inédita. Lembremo-nos do que foram os anos 1980, a cultura furibundamente antirrevolucionária, anticomunista e antidescolonizadora (que defendia a continuidade da dominação colonial e racial), numa reação contra a herança do 25 de Abril, que, também então, deu vitórias eleitorais à AD (1979-83) e a Cavaco na sua fase hegemónica (1987-95). Os 54,7% que toda a direita juntou agora em Portugal (sem contar com a emigração) é inferior aos somatórios de 1987 (55,6%) e 1991 (57,3%), e superam por pouco os 52,5% de 2011, com Passos Coelho. Todas aquelas direitas foram um dia derrotadas. E estas sê-lo-ão também. Demorará tempo, custará, como sempre, muito trabalho e muita luta, mas essa é a tarefa de quem, nas esquerdas, nos sindicatos e nos movimentos sociais, saiba juntar politicamente os milhões de nós que queremos defender democracia, direito ao trabalho, à saúde e à educação pública e gratuitas, à habitação, e liberdade. Ou julgarão eles que o 25 de Abril caiu do céu?!»

Tão mau...

Carmo Afonso no jornal Público

«Rui Gomes da Silva, Miguel Corte-Real, Paulo Ramalheira Teixeira, Manuel Pinto Coelho, João Saracho de Almeida, Susana Faria e Paulo Jorge Teixeira são os subscritores do manifesto “Portugal em Primeiro”
Nesse manifesto, apelam a Luís Montenegro que “coloque Portugal em primeiro lugar.” Bom conselho para se dar a um futuro primeiro-ministro.
Também recomendaram que "coloque Portugal  em primeiro lugar".
Bom conselho para dar a um futuro primeiro ministro.
Também recomendaram que entendesse "a importância de construir um governo estável, om uma maioria sólida, que possa fazer as reformas de que o país precisa".
Tabém aqui nada a assinalar. Está tudo certo.

Vale a pena então tentar perceber de que falam e o que os move.
E é aqui que estragam tudo.
Estes militantes PSD não querem que as convicções pessoais condicionem um governo  de quatro anos.
Referem-se ao "não é não" que Montenegro repetiu ao longo da campanha eleitoral, precisamente a garantia que fez com muitos eleitores tenham votado AD.
É uma pena que não tenham divulgado o manifesto durante a campanha, quando Luís Montenegro ainda poderia voltar com a palavra atrás.

E qual o argumento que apresentam para Luís Montenegro dar o dito por não dito? Nenhum. Ignoram completamente que, para chegar a uma solução de governação estável cm o Chega, Montenegro teria de fazer tábua rasa da sua principal promessa eleitoral.
Ora, assim  é muito mais fácil. Basta fazer de conta que a promessa não foi feita e que não  teve impacto no resultado eleitoral.

"Portugal em Primeiro" é um nome misteriso. Pretendem que Portugal supere os pricípios éticos das pessoas?
Tão mau que nem conseguiu as assinaturas dos nomes sonantes do PSD que, sabemos, gostariam muito do tal acordo com o Chega...»

Dez&10 está de volta: sexta temporada arranca a 3 de abril

 Via Diário as Beiras

“Carolino, o arroz da Figueira”, vai estar em destaque no próximo sábado no Mercado Municipal

 Via Diário as Beiras

A figura feminina nos mais variados aspetos do dia a dia

 Via Diario as Beiras

Assembleia Geral sexta-feira, dia 22 de Março de 2024

 

terça-feira, 19 de março de 2024

Coisas muito pouco focadas...

Imagem sacada daqui

Ventura perde um vereador a cada três meses

"O Chega elegeu pelo menos 48 deputados para a Assembleia da República nas legislativas da semana passada. Mas, fazendo as contas ao cenário que resultou das eleições autárquicas de 2021, o partido já perdeu quase metade dos vereadores eleitos, a uma média de um a cada três meses, além de dezenas de deputados municipais, noticia o Jornal de Notícias esta segunda-feira.

O resultado eleitoral de 2021 deu ao Chega 173 representantes nas assembleias municipais e 205 nas assembleias de freguesia. Os deputados acabam por ficar, mas como independentes, desvinculando-se do partido.

Alguns dos vereadores dissidentes saíram em rutura com André Ventura e um queixou-se de preconceito xenófobo. Mas o Chega apresenta versões diferentes, alegando que retirou a confiança política a alguns deles por viabilizarem orçamentos do PS ou do PCP. Noutros casos, o Chega argumenta que os vereadores não cumpriram outras diretrizes."

A ligeireza de Sua Excelência o Presidente da República não pára de surpreender...

Dia do Pai


 
"Como tem repetidamente afirmado, o Presidente da República não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais."

Nota de rodapé.

«a) Excepto no Governo da 'Geringonça'

b) Excepto no Governo da maioria absoluta do Partido Socialista.»

Idalécio Cação, um Homem de Abril, vai ser lembrado em Moinhos da Gândara

Via Diário as Beiras

Nota:

"Quer ter mais tempo para dedicar, sobretudo, aos netos"...

 Via Diário as Beiras


Miragem que se adensa

 Partido de Interesse
"Em Zona de Interesse a páginas tantas assistimos a uma conversa entre Hedwig Hoess [Sandra Hüller], a esposa de Rudolf Höss, director do campo de extremínio, e a mãe, Eleanor Phol [Freya Kreutzkam], onde a segunda comenta que fazia limpezas na casa de uma judia que agora devia estar no outro lado do muro, dentro do campo, e a raiva que teve em não conseguir ficar com as suas lindas cortinas quando a senhora foi deportada. Lá para o final do filme Hedwig recusa abandonar a "qualidade de vida" que tem paredes meias com o campo, numa casa onde chove cinza e se ouve o metralhar das armas e os gritos de sofrimento vindos do outro, com as noites iluminadas a chamas das piras crematórias antes dos fornos terem sido adoptados na "solução final", por causa da transferência do marido Rudolf Höss [Christian Friedel], e quando no início da película já tínhamos sido apresentados a um chá entre as mulheres dos SS destacados onde o tema de conversa eram as roupas e as peles que recebiam da triagem feita a quem a seguir acabava gaseada. E ficámos todos a perceber que aquela "nova elite" que ia purificar a nova Alemanha afinal não passava de escumalha sem cultura, sem maneiras, sem educação, sem ética, ressabiada com as suas origens e que agora se apanhava com poder.

Não vamos a caminho do extermínio de uma raça ou etnia, apesar de vontade não faltar a alguns, mas é inevitável a analogia com um partido pejado de delinquentes - todos os dias notícias de deputados, velhos e novos, a contas com a justiça, que quando a maioria dos eleitos - autarquias, regiões autónomas, Parlamento, abre a boca ou entra mosca ou sai merda, e ainda assim os melhorzinhos com nítidas dificuldades de interpretação e iliteracia - vide participação em comissões parlamentares na última legislatura, com um léxico miserável, ressabiados com uma alegada elite política e cultural que lhes tapa a progressão social e que vêem na nova agremiação um veiculo para ascenderem socialmente. "Agora é que vão ver", devem pensar."
(Imagem de autor desconhecido)

segunda-feira, 18 de março de 2024

Costa de Lavos: erosão costeira

Via SOS/Cabedelo

O malabarismo de André Ventura à saída de Belém

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu esta segunda-feira André Ventura
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
Hoje André Ventura foi a Belém. Como tinha alertado ontem, convinha estar atento: no final da reunião, em declarações aos jornalistas, André Ventura afirmou que Marcelo "desmentiu cabalmente" que tenha manifestado intenção de travar a entrada do Chega no Governo, após uma audiência em Belém. 
Porém, o que estava no Expresso e Ventura não disse, era o seguinte: "Marcelo fará como fez com António Costa. Se a AD perder mas houver uma maioria de direita no Parlamento, o Presidente não aceitará um primeiro-ministro de substituição de Luis Montenegro para um eventual Governo com o Chega."
Portanto, o que está em cima da mesa é a rejeição de Marcelo a uma  ‘solução Centeno’ da AD. 
Ventura disse ainda ter transmitido ao presidente que "não há ainda acordo" ou "entendimento" com a AD que garanta estabilidade para quatro anos.

Golpe de Estado

Por José Goulão, jornalista português, iniciou a actividade em A Capital, em 1974, e trabalhou em o diário, no Semanário Económico e na revista Vida Mundial, de cuja última série foi diretor. Foi também diretor de comunicação do Sporting Clube de Portugal.
Actualmente é diretor do semanário digital de informação internacional O Lado OcultoFez carreira na área de política internacional.
"Não é hora de rodriguinhos, de tiradas politicamente correctas, de hipérboles linguísticas, de palavras mansasO que aconteceu durante os últimos meses teve um desenvolvimento dramático no domingo 10 de Março, e consumou um golpe de Estado; abrem-se problemas e situações ainda mais nefastas para o povo português. Um golpe de Estado não acontece apenas quando esbirros de um qualquer Pinochet, movidos pelos fascistas do neoliberalismo económico, instauram um regime político militarizado para que um país e o seu povo sejam despojados de vidas, bens e direitos. Golpe de Estado é também aquilo que está a acontecer em Portugal desde 2022, através de interferências desnecessárias no chamado «regime democrático»."

A "revolta" do Bom Sucesso...

Nas eleições legislativas de 10 de Março passado, o Bom Sucesso foi a única freguesia da Figueira da Foz onde o partido de André Ventura ganhou.
O Chega obteve 301 votos (30.04%), o PS 290 votos (28.94%) e a AD 241 votos (24.05%).
O Diário as Beiras foi ouvir o actual presidente da junta, Carlos Batata e o seu antecessor David Azenha para tentar perceber o "fenónemo"
"Ambos convergiram que se tratou de um voto de indignação."

O actual presidente da Junta do Bom Sucesso, Carlos Batata, cumpre o segundo mandato. No primeiro, tinha concorrido como independente. Neste segundo, o actual, foi candidato pelo PS. Por sua vez, David Azenha foi presidente da Junta de Bom Sucesso durante dois mandatos e tesoureiro num exercício autárquico, sempre pelo PSD, partido de que foi dirigente local. Actualmente, é deputado municipal, eleito pelo movimento independente Figueira A Primeira (FAP), cargo que também já desempenhou pelo PSD.

Segundo o Diário as Beiras, para ambos tratou-se de um voto de indignação. Para eles, “esta vitória fica a dever-se aos grandes partidos, o PS e o PSD, e às suas asneiras. Eles é que têm governado o país nos últimos 50 anos”, sustentou Carlos Batata. “Sinto indignação nas pessoas da freguesia”, acrescentou. “Pelo que tenho falado com as pessoas, após as eleições, concluo que não foi um voto para continuar, foi um grito de revolta. O grito que senti é que se continua a dar muitos apoios a quem pouco ou nada faz e nada a quem trabalha, e esta é uma terra onde se trabalha de manhã à noite, no emprego e na agricultura”, argumentou, por sua vez, David Azenha.

Portanto: ao longo de 50 anos, no Bom Sucesso, os eleitores escolheram sempre o PS e o PSD para os governarem, mesmo nas eleições autárquicas. Foram eles, os políticos do PS e do PSD, incluindo os autarcas, que fizeram "as asneiras". Todavia, continuando a citar o Diário as Beiras, «tanto Carlos Batata como David Azenha, mostrando-se ambos surpreendidos com a dimensão do “voto de indignação” dos seus conterrâneos, conjeturam que o Chega não deverá obter o mesmo resultado nas eleições autárquicas de 2025. Isto porque, sustentam, neste acto eleitoral, vota-se mais em pessoas do que quem em forças políticas.»
Isso quer dizer que os eleitores, no futuro, vão continuar a escolher autarcas que sempre concorreram pelo PS e pelo PSD "os partidos que durante 50 anos fizeram as asneiras"?
Ou há outra alternativa?
Será que ss antigos autarcas autarcas do PS e do PSD, indignados com "a degradação dos serviços de saúde na freguesia", estão dispostos a concorrer pelo Chega?.. 
Aí, sim, estaria garantida a "mudança"...

Isto é assustador: citando Helder Macedo, cidadão empenhado, também professor universitário, ensaísta (é um dos grandes especialistas em Camões), romancista e cronista, "quando se muda o voto para o Chega, assume-se um suicídio das ideologias. É uma base de descontentamento que não está a ser canalizada para uma construção, seja ela utópica ou de outra natureza. É uma desistência da cidadania."
André Ventura usa uma linguagem de religião para destruir e não para construir. É quase um desejo de fim do mundo. Em qualquer construção, temos de ter atenção aos andaimes: "o ressentimento é, de facto, o pior sentimento que uma pessoa pode ter. É muito limitador, uma espécie de cancro mental e emocional. No campo sociológico e político, vejo esse ressentimento na frustração, na sensação de possibilidades não preenchidas. São carências que deixaram de ser transformadas em vontade de mudança."

Nuno Júdice (1949-2024), poeta de um eterno retorno e um homem da palavra

Nuno Júdice morreu ontem, vítima de cancro. A notícia foi confirmada ao PÚBLICO por fonte próxima da família. O poeta – que foi também ensaísta, romancista e praticou uma multiplicidade de géneros literários, para além de ter sido professor universitário e, desde há alguns anos, director da revista Colóquio/Letras – nasceu em 1949, em Mexilhoeira Grande, Portimão, no Algarve.
Com a sua morte aos 74 anos desaparece um dos poetas portugueses que mais refletiu sobre os limites da própria poesia.
Segundo as suas palavras, o volume com que, em 1972, inaugurou o seu longo catálogo foi o começo de um livro «contínuo»
"Domingo no campo", é um poema que publicou aqui
Aos domingos, quando os sinos tocam
de manhã, o que neles se toca é a manhã,
e todas as manhãs que nessa manhã
se juntam, com os dias da infância que
nunca mais acabavam, as casas da aldeia
de portas abertas para quem passava,
as ruas de terra batida onde as carroças
traziam as coisas do campo, os cães que
corriam atrás delas, uma crença no sol
que parecia ter expulso todas as nuvens
do céu, e a eternidade desses domingos
que ficaram na memória, com o ressoar
dos sinos pelos campos para que todos
soubessem que era domingo, e não havia
domingo sem os sinos tocarem a lembrar,
a cada badalada, que os domingos não
são eternos, e que é preciso viver cada
domingo como se fosse o primeiro, para
que o toque dos sinos não dobre por
quem não sabe que é domingo.

Nuno Júdice