terça-feira, 23 de abril de 2019

"A Liberdade é tudo"... *

Olhar para ver, é um acto diário de resistência...

O 25 de Abril e o populismo...


Ontem à noite estive a ver o Prós e Contras. 
Falou-se do 25 de Abril.
"25 de abril sempre!
A ideia permanece inspiradora?
Liberdade, direitos, deveres, democracia.
45 anos depois, o espírito de abril esteve no centro do debate entre os mais jovens e os históricos que o fizeram e viveram.
Cidadania 45 Anos depois."

A dada altura, foi  dito  não haver em Portugal os movimentos populistas que surgiram um pouco por toda a Europa.
Sempre aprendi que deitar foguetes antes da festa, nunca dá bom resultado.
A recente greve de enfermeiros e,  mais recentemente ainda, a dos camionistas foram iniciativas só virtualmente enquadradas. De facto, no caso dos enfermeiros o que se viu foi uma ordem profissional a querer mostrar-se num terreno próprio dos sindicatos. Quanto aos camionistas, um sindicato recém formado quis testar a sua força.
Provavelmente, em ambos os casos os objetivos foram atingidos, mas fica a sensação que a greve poderia ser evitada.
Não pretendendo colocar em causa as reivindicações dos profisionias dos sectores abrangidos, fiquei com a sensação que o populismo falou mais alto.
E, isso,  não não me preceu ser um bom sinal...

Coisas realmente importantes e que têm a capacidade de me fazer feliz...


Imagem via Diário as Beiras

Miguel Pereira no Dez & 10

segunda-feira, 22 de abril de 2019

46º. aniversário do PS...

Aviões de papel e “festa” estragada: jovens interrompem discurso de Costa

De forma inesperada, quatro jovens aproximaram-se do palco dos oradores, na antiga Feira Internacional de Lisboa (FIL), e lançaram aviões de papel, mostrando também um cartaz onde se podia ler “Mais aviões só a brincar”.
“Lamentamos estragar a vossa festa, mas o rio Tejo, aqui ao lado, a nossa cidade e as futuras gerações nada têm para celebrar”, escreveram num comunicado os mesmos membros do grupo de jovens, que não se identificou.

Problema de Aviação nº. 1

Pedro Rodrigues, nos seus novos aposentos

"Sou um pássaro estragado
tenho o cérebro maior
que as
asas"

José Esteves continua a ensinar quem tem diplomas e doutoramentos de merda como se faz política na Figueira...

Governar não é fácil. Sem o apoio do povo que vai a votos, que é uma coisa social e política bem real, nada etérea, torna-se difícil ser presidente de junta.
Inventar promessas para não perder o favor da opinião pública, quando não se tem obra para apresentar, também não.
A movimentação da opinião pública na internet é,  porventura, o mais importante exemplo de força da opinião pública nos últimos anos. A partir de agora, para enganar  os figueirenses, os governantes  terão de ser mais profissionais. A banha da cobra propalada pelos seus indefectíveis já não chega.


Perante esta realidade, que fazer?
O costume: quando não sabem governar nem enganar as pessoas, toca de culpar a internet...  Isto é, não discutir a mensagem mas matar o mensageiro. Ou, então, fazer  o que faz o experiente presidente da junta de Buarcos e São Julião: para compensar a ausência de liderança do órgão a que se preside (alguém já ouviu uma palavra sobre as polémicas obras de Buarcos?), de competência e eficiência  governativa e evitar o desgaste  na opinião pública, o Amigo José Esteves aproveitou a boleia dada pelo Diário as Beiras

Passo a citar:

"O presidente da Junta de Buarcos e São Julião, José Esteves, não desiste da piscina oceânica que pretende ver construída em Buarcos.
«Está um documento na secretária do anterior presidente da câmara: ou foi o último que ele assinou ou será o primeiro que o novo presidente assinará», disse o presidente de junta.
A piscina, caso venha a tomar forma, será instalada na zona rochosa que acompanha o perfil da costa entre a Tamargueira e o Teimoso.
Contactado pelo Diário as Beiras, na semana em que ficou a saber Ataíde havia renunciado ao cargo, Carlos Monteiro disse que ainda não tinha tomado conhecimento do documento, mas prometeu que irá analisá-lo.
José Esteves, deverá reunir-se em breve com o novo líder do executivo camarário, Carlos Monteiro.
Mas, José Esteves não se limita a querer uma piscina oceânica: quer também a instalação de passadiços na Serra da Boa Viagem e no Cabo Mondego.
«Estará o autarca a tentar fazer uma despedida em grande, ou a lançar já a sua recandidatura?», interroga o jornalista.
«Já tenho uma certa idade, mas é claro que gostava de ver alguns objectivos alcançados, mas ainda é cedo para falarmos nisso. No entanto, não quero com isto dizer que esteja a fechar portas»,  responde José Esteves."

Muito bem Presidente Esteves.

Contudo, na próxima, não se esqueça do Museu do Mar... É só um pormenor, mas importante...

"A coligação liderada por André Ventura aparece com uma previsão de angariação para as eleições europeias de maio que supera a soma dos valores angariados por todos os outros partidos, totalizando 400 mil euros."

domingo, 21 de abril de 2019

A "minha" riqueza...

Hoje, é Domingo de Páscoa.
Contudo, como todos os dias, pego na bicicleta e meto-me a caminho do "meu trabalho" no "meu escritório" no Cabedelo.
Passo por várias pessoas.
Mesmo hoje que é Domingo de Páscoa, quase todas elas contrastam comigo: têm um ar triste.
Nos outros dias, de segunda a sexta-feira, dá para compreender: presumo que elas vão também  a caminho do seu trabalho.
Mas, hoje, é Domingo de Páscoa...

Acabei por ficar algo triste.
Não consigo entender as pessoas que dançam com o mal dos outros e que se divertem sobre os estilhaços da tristeza.

O que verdadeiramente gostaria de ter sido: Pastor de gaivotas!..

Contudo, pensei melhor e considerei ser mais fácil continuar a ser o que não sou.

Boa Páscoa. Fica este corridinho, em especial, para quem não conseguiu ir até ao Algarve

sábado, 20 de abril de 2019

Beira Litoral - 18ª. crónica

Figueira da Foz 2019 - ANULADO

Ainda a entrevista de Carlos Monteiro ao Diário as Beiras

TURISMO

Foto de Pedro Agostinho Cruz, via Delito de Opinião
Pergunta do jornalista do Diário as Beiras
"A criação da Comissão Municipal de Turismo continua na gaveta. Será desta que vai avançar?" 
Resposta de Carlos Monteiro, presidente da câmara e vereador do pelouro da autarquia figueirense:
"Não tenho presente o dossiê, mas tenho presente que houve esse compromisso de João Ataíde e que será cumprido em breve. Vamos dar-lhe prioridade."

Nota de rodapé.
Nem era necessário comentar: na resposta, ficou claro que o novo presidente da câmara e vereador do Turismo  não conhece a matéria.
Carlos Monteiro é vereador há 10 anos. Sabe que  a actividade económica que passou a liderar - o turismo - é importantíssima para a Figueira.
Perante o que li, é com toda a franqueza que digo o seguinte: duvido que vossa excelência, para além de ter mostrado um dia destes disponibilidade para discutir Turismo comigo, conheça de facto, na óptica do orgão decisor, quais são os verdadeiros problemas do turismo na Figueira.
A câmara da Figueira, nos últimos 40 anos, nunca conseguiu resolver os problemas da actividade, apenas contribuíu para os agravar. Considerada, em tempos, a mais bonita praia de Portugal ("Não tem outro remédio, senão vir à Figueira quem quiser ver a mais linda praia de Portugal!” Esta frase foi escrita por  Ramalho Ortigão, em finais  do século XIX) a partir da década de 60, quando os turistas ingleses abastados descobriram o Algarve, estâncias balneares como a Figueira perderam importância.

Na altura, a Figueira tinha uma actividade pujante nas pescas, nos têxteis, na indústria conserveira, exploração das salinas, estaleiros, no vidro. Foi por essa altura que surgiu a primeira fábrica de pasta de papel. Principalmente no interior do concelho, a agricultura e a pecuária ajudavam a compor o orçamento familiar.
Aos poucos a Figueira foi percebendo que o turismo era uma actividade com retorno económico. Com base nesta percepção tentou adaptar-se. Aqui foi cometido o primeiro erro histórico: deixaram  que fosse o turismo a ditar o desenvolvimento e não o desenvolvimento da região a potenciar a actividade turística. Aos poucos foram copiando alguns dos piores exemplos em matéria de urbanismo e ordenamento do território, aumentando a  capacidade hoteleira e de restauração, mas começando a diminuir os padrões de qualidade que caracterizaram a região nos anos 40 e 50. Foi aí que começou a transformação na urbe sem qualidade e esteticamente reprovável em que nos tornámos. Que este executivo está a agravar, com as obras em Buarcos e a trapalhada que estão a levar a cabo no Cabedelo. 
Foi  na década de 80 que se cometeram os maiores atentados à sustentabilidade do meio ambiente. A Torre Jota Pimenta e o edifício Atlântico, são disso exemplo. Depois, há uns anos, para compor o ramalhete, veio o Galante. 
Se, por um lado,  recebemos  milhares de turistas em determinados períodos, por outro lado,  não  criámos  as infra estruturas de base consentâneas com uma actividade motor de toda uma região. O termo sazonalidade entra no dia a dia de quem vive de e para o turismo na Figueira da Foz.

Em 1988, no Algarve,  deu-se uma viragem na forma de encarar o turismo e aquilo que ele representa para a região, sobretudo o turista português. Outrora claramente explorado e com distinção de preços para o mesmo serviço, o turista português começou a ser acarinhado na região. A razão deveu-se à queda dos mercados alemães e inglês devido à desvalorização do marco e da libra inglesa. 
Foi mais um factor de penalização para a Figueira. Começam a enraizar-se outras épocas de afluxo ao Algarve.  Ao mês de Agosto, juntaram-se a Páscoa, as pontes de Junho e a passagem de ano. 
Ao  turismo na Figueira, resta-lhe  funcionar paralelamente com as outras actividades económicas.  A Figueira é,  hoje, depois do consulado de 10 anos do presidente João Ataíde, uma urbe desorganizada e carenciada ambientalmente, sem sustentabilidade e com fracas noções de estratégia de desenvolvimento.
O Turismo  figueirense sofre uma concorrência feroz de mercados mais atraentes, que recebem os visitantes que antes preferiam países hoje marcados pelo terrorismo.
Pensar o turismo é definir  se queremos continuar a apostar no turismo da forma que temos feito até aqui, ou se queremos introduzir algo inovador - planeamento

A autarquia da Figueira  –  responsável pelo desordenamento do território concelhio - não pode continuar a querer equilibrar o orçamento municipal através da cobrança do IMI, continuando a permitir construções em altura, onde no respectivos PDM constava áreas para moradias ou espaços verdes. Não é admissível que a Região de Turismo do Centro continue a ser um mero instrumento dos interesses do sector, é necessário que seja ela a definir algumas linhas do sector. O primeiro passo deveria ser um levantamento da qualidade e da quantidade da oferta turística existente.  Ao garantir a produção de produtos ou serviços para o turismo, se os mesmos forem de qualidade serão certamente utilizados por consumidores fora da região e durante boa parte do ano. 
O produto turístico que a Figueira tem para  vender não é único no mercado turístico: o sol nasce em todo o lado, mas é exactamente aquilo que a Figueira for capaz de oferecer para além do sol que irá atrair o turista. 
Seja ele o turismo de inverno ou de verão, o turismo cultural ou desportivo. Se nada for feito dentro de poucos anos o turismo na Figueira poderá colapsar.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

A curva do cemitério em Buarcos...

É esta a solução dos novos donos?

O problema de Carlos Monteiro e da Figueira da Foz nos dois próximos anos

Na edição de hoje do Diário as Beiras (comprem o jornal, pois vale a pena ler e guardar a entrevista para memória futura), Carlos Monteiro, presidente da câmara Municipal da Figueira da Foz, em substituição de João Ataíde, que foi obrigado a renunciar ao ir para Secretário de Estado do Ambiente, dá uma entrevista. A dado passo, quando o jornalista lhe coloca a questão,  "já definiu as prioridades?", responde: "As prioridades já estavam definidas. Foram definidas quando fizemos o programa eleitoral e quando apresentámos o orçamento."
Imagem via Diário as Beiras
Este vai ser o problema de Carlos Monteiro e do concelho da Figueira da Foz para o que resta deste mandato.
Como escrevo na crónica que assino às sextas no Diário as Beiras, "o presidente Carlos Monteiro, com a renúncia de João Ataíde, ficou com o

problema mais complicado que já teve: resolver o problema, porque não foi eleito para resolver este problema - ser presidente da câmara. Fez o percurso político a engolir sapos e a passar entre os “pingos da chuva”. Não estava habituado a ter de resolver problemas.A sua preocupação era estar de bem com todos, especialmente com os da sua classe política. Ora, para tentar resolver o problema que herdou, irá dar prioridade aos “boys” ou ignorar o povo, os que o elegeram? Em democracia, os problemas resolvem-se com o povo e pelo povo, nunca nas costas do povo em manobras de bastidores, como se quem elege nunca mais tivesse voz ativa no que o eleito vai fazer. A sua ascensão a presidente não foi sufragada pelo povo. Esse é o problema. Tudo mudou. Tem o poder, mas saberá o que fazer com ele? O problema está aí. Marinha das Ondas, Cabedelo, erosão costeira, turismo, gestão financeira, cultura, preço da água, urbanismo, mobilidade, transportes, educação, ambiente ou emprego são questões que vão exigir que resolva o seu problema: ouvir e decidir mediante o que os “boys” e os interesses lhe vão dizer, ou confiar no povo? Os eleitos, na Figueira da Foz, costumam exercer os poderes sem terem em conta a natureza de um estado de direito e do significado de uma palavra tão simples quanto esta: Democracia. Esse tem sido o real problema."
Noutra parte da entrevista ao ser-lhe perguntado se "está recetivo a que o museu do mar seja instalado na Freguesia de São Pedro?", respondeu desta forma. "Acho que é um assunto que temos de resolver com calma. Independentemente de podermos ter um espaço no Cabedelo e um espaço em Buarcos, aquilo que se pretende é saber o que pretendemos para o museu do mar. É um assunto que não está nas prioridades do executivo, assim como não estava no anterior. Vamos avaliando e conversando."
Esta, é a chamada conversa da treta e para "encher chouriços", pois a posição do presidente Carlos Monteiro sobre a instalação de um Museu do Mar na Figueira da Foz é outra.
Um presidente de câmara tem o dever de ter ideias e propostas e assumi-las com frontalidade e coerência política.
Assim, a leitura política possível é – uma vez mais – a de que o Carlos Monteiro continua a  cultivar o seguidismo na administração do concelho de que agora é presidente e vai continuara a encarar as críticas como sempre o fez: como delito de opinião. Vai continuar a preferir a fidelidade acrítica à competência. E vai continuar a não tolerar a irreverência.
Temos pena...