quinta-feira, 20 de abril de 2017

O negócio do Horto Municipal, em números...

Como diria o outro: é só fazer as contas...
Cerca de 14 mil metros quadrados por 1.5 milhões de euros!..
Dá a módica quantia de 107 euros por metro quadrado!..
Vejam só que farturinha!

Nota de rodapé.
O balúrdio de 107 euros, metro quadrado, para quem, na altura, tanto criticou a venda de espaço para passeios, no Galante,  para depois voltarem  para o domínio publico (novamente passeios) a 400 euros metro quadrado, não deve estar mal!..
Muito menos, constituir qualquer incómodo.
Pois, pois: "negociata é todo o bom negócio para o qual não fomos convidados..."

A questão do Horto Municipal. Este, e o putativo prometido por Albino Ataíde...

Na última década, pelo menos, que se deixou de investir no Horto Municipal!
Neste período de tempo, pelo menos 10 jardineiros  reformaram-se.
Ao contrário do que aconteceu noutros departamentos e secções dos serviços municipais, onde se criaram inúmeros postos de trabalho, no essencial, para servir a clientela partidária, não foram contratados novos profissionais para tratar do Horto Municipal.
Ontem, no decorrer da reunião de câmara, tomei atenção ao discurso do António Tavares. Se bem lembro, ele, António Tavares, considera que a existência do Horto já não se justifica porque já nem são os serviços da Câmara que tratam dos jardins públicos figueirenses!..
Sendo assim, como entender a justificação do presidente Albino Ataíde, ao apresentar como desculpa para a venda do "enclave" (a venda do terreno é para arranjar mais estacionamento e instalar a Decatclon...) a necessidade de implantar um verdadeiro Horto na Várzea?
Passo a citar: o encaixe de, no mínimo, de 1,5 milhões de euros,  garantiu João Ataíde, "serão aplicados na várzea de Tavarede, para onde a autarquia quer transferir os serviços do horto e criar novas áreas de usufruto público".
Mais uma pergunta: a Câmara já solicitou algum parecer, por exemplo, à Escola Agrária para fazer um estudo sobre a nova localização do putativo novo Horto?
Para quem tem algum conhecimento sobre a Figueira e sobre a Várzea, sabe que aquilo é  zona húmida, ventosa e no inverno é normal formarem-se muitas geadas...
No início da década de 90, muitos figueirenses devem disso estar lembrados, toda aquela zona esteve alagada ...

António Tavares, apesar de toda a sua cultura, que é vasta e imensa, desconhece muita coisa sobre a Figueira (lembram-se da "estória do cais, que nunca foi cais, mas sim praia da sardinha...), o que é normal, pois não nasceu nem cresceu cá. Só nos últimos cerca de 25 anos é que assentou arraiais.
Albino Ataíde, nasceu na Figueira, mas não cresceu e nem morou cá. 
Apenas exerceu funções na Figueira. E, tal como os seus amigos de Coimbra, vinha passar férias na Figueira.

De  registar que é  na actual zona onde se situa o Horto Municipal, que começa e serve de alguma retenção à vala que vai desaguar junto ao Galante.
Por outro lado, o Horto Municipal, apesar de todos os atentados de que já foi alvo aquele que talvez seja o único parque campismo urbano da europa, também ainda consegue preservar alguma privacidade aos campistas.
Vender o Horto Municipal para expandir um Centro Comercial não será estar a matar o Parque de Campismo?
Ou o objectivo também não será também esse?..

Com luta tudo é possível!.. E será que o não é?

"«Portos e Canaes» foi a obra que Baldaque da Silva tornou pública há já mais de cem anos onde apresentou para a Figueira um projeto de influência nacional, propondo uma estratégia de desenvolvimento assente na instalação de uma rede de portos marítimos e fluviais.

Faleceu há dias um dos seus mais determinados seguidores, Manuel Luís Pata, autor da obra notável “A Figueira e a Pesca do Bacalhau”, cidadão avisado (e avisador) sobre o comportamento do mar. Ambos acreditavam que, independentemente do resultado, vale sempre a pena lutar."

Excertos de uma crónica publicada por Daniel Santos.
"Determinação", pode ser lida na íntegra, aqui.

Sabem porque é que ainda existem borboletas no Horto Municpal? Há perguntas que têm de continuar a ser formuladas... Pensar e lutar é fundamental para continuar a ser possível encontrar borboletas no Horto Municipal...

foto sacada daqui
Na reunião de câmara realizada ontem, o horto municipal foi tema de aceso debate. 
Já deixei aqui a intervenção do Luís Pena, meu Amigo e velho companheiro de lutas várias, há dezenas de anos. 
Luís Pena, ontem, teve uma prestação notável. Começou com uma intervenção, feita no decorrer do período destinado ao público e João Ataíde, e todos os vereadores da situção, e alguns da oposição, participaram na discussão do tema.
Depois, Luís Pena contextualizou a questão no decorrer do tempo, enaltecendo a participação dos cidadãos na defesa dos terrenos adjacentes ao parque de campismo municipal – o horto municipal e 18 mil metros quadrados, no topo norte – , em defesa do corredor verde da cidade, entre as Abadias e a Serra da Boa Viagem. Tudo começou não em 1997, como muitos pensam, mas em 1977. 

Desde aí, milhares de figueirenses  tiveram de se mobilizar de várias formas, também de petições, contra a construção no corredor verde da Abadias, contra o fim (que esteve anunciado...) e a favor da preservação do Horto Municipal.
Foram décadas de luta, repito desde 1977, até chegarmos a 2017 e na sequência da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), um presidente que caiu na Figueira em 2009, meramente por um acaso, considerar um espaço emblemático para gerações e gerações de figueirenses, o “enclave” do horto. Foi assim que lhe chamou João Ataíde, presidente da Câmara da Figueira da Foz que, no entender de Luis Pena e de quem concorda com ele, ameaça o corredor verde.

Como noticiado na imprensa, nomeadamente no jornal  As Beiras, a Foz Plaza está interessada em ampliar as instalações para a zona do horto municipal, que o PDM contempla como urbanizável, para captar lojas-âncora, prometendo criar cerca de dois mil postos de trabalho. O habitual.
A maioria socialista, porém, segundo já se sabia e ontem foi publicamente declarado, não teme que a área em questão  comprometa o corredor verde ou o parque de campismo. 
Para a maioria socilalista, o relevante é a hasta pública do terreno, que  poderá representar um encaixe de, no mínimo, de 1,5 milhões de euros, que, garantiu João Ataíde, "serão aplicados na várzea de Tavarede, para onde a autarquia quer transferir os serviços do horto e criar novas áreas de usufruto público"
Bom de ver mesmo, foi ter presenciado as intervenções dos  vereadores socialistas António Tavares e Carlos Monteiro, para justificarem a mudança de opinião, reportando-se aos tempos em que eram oposição. 
“Hoje, não me repugna que parte do horto seja para a ampliação do Foz Plaza, dependendo daquilo que se pretenda fazer”, afirmou António Tavares. 
“Não me oporei que aquela zona do horto possa levar uma dentada para uma zona comercial”, disse por seu lado, Carlos Monteiro.
Há contradições insanáveis!.. 
Teresa Machado, do PSD, que em 2007 votou contra a inclusão dos 18 mil metros quadrados no parque de campismo, com declaração de voto, por sua vez, numa intervenção sentida e emocionada realçou.
“Não sei porque houve uma necessidade absoluta para dois vereadores se justificarem”. E continuou:  “não mudei de opinião e não preciso de estar a justificar-me”. E advertiu: “nesta situação vai cometer-se um tremendo erro, se for permitido o aumento do espaço comercial, porque vai acontecer o mesmo que aconteceu com o Edifício O Trabalho!”
Claro que Luís Pena, e quem o tem acompanhado desde 1997 - alguns já estão nesta luta desde 1977 -  continuam preocupados, ainda para mais quando os argumentos apresentados pela maioria socialista são os apresentados ontem na reunião de câmara.
Portanto, senhor presidente Albino Ataíde: “acabe com o "enclave": os "enclaves" são sempre motivo de batalhas…”
Como diria o outro, a brincar a brincar "lixou" o macaco a mãe...
Os que continuam a defender o corredor verde sabem que, de “dentada” em “dentada”, aquela zona da cidade, autêntico "pulmão ao verde", a não ser travada esta pretensão desta maioria absoluta de Albino Ataíde, acabará por ser “devorada” pela gula do pato-bravismo do betão. 
E lá vão ser escorraçadas as borboletas do espaço do Horto Municipal!
Também, que se lixem as borboletas!.. Importante, é um encaixe de, no mínimo, de 1,5 milhões de euros...
A proposta é tentadora! 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Em defesa do Horto Municipal

A ignorância é uma qualidade de muitos!..
O presente político na Figueira, protagonizado por esta maioria absoluta presidida por João Albino Ataíde, vai ter um fim inesquecível.
A vantagem das profissões de fé, é esta: pode ignorar-se o óbvio, pelo menos, enquanto o peso da evidência não nos esmaga a ignorância
Foi com estes pensamentos que, hoje à tarde, abandonei os paços do concelho da Figueira da Foz, depois de ter presenciado uma acesa, mas civilizada, discussão política, entre um cidadão informado chamado Luís Pena, que anda há décadas a exercer o seu legítimo direito de cidadania em defesa da nossa cidade e do nosso concelho, e o executivo de maioria socialista, presidido por um cidadão chamado João Ataíde que, em 2009, caiu de pára-quedas na Figueira
Amanhã, haverá certamente mais pormenores do debate desta tarde. 
Para já, por um lado,  quero relevar a intervenção da vereadora da oposição Teresa Machado, de que destaco esta frase: «se se vender o Horto, vai-se cometer um erro tremendo, como aconteceu com o edifício "O Trabalho"».
Recorde-se que o único vereador que, na altura, votou contra a implantação daquele edifício que constitui um "pesadelo" para esta câmara e para os figueirenses, foi o eng. Abel Machado.
Por outro lado, dado o interesse da intervenção de Luís Pena na reunião de Câmara realizada na tarde de 17 de Abril de 2017, para memória futura, aqui fica na íntegra.

Passo a citar.
Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal e demais vereadores presentes nesta casa da Democracia:

Em jeito de introito, gostaria de esclarecer que a minha intervenção nesta reunião de câmara, aberta ao público, radica em duas ordens de razões:
- A primeira, no facto de estar a decorrer o período legal de discussão pública do PDM e de ter apresentado dois requerimentos no passado dia 30 de Março, relativamente aos assuntos do espaço correspondente ao Horto Municipal e da zona correspondente ao terreno municipal com a área de 18.144m2, situado a Norte/Nascente do Parque de Campismo. Relativamente a estes requerimentos, até à data, não me chegou qualquer resposta.  
- A segunda razão, por ter figurado como primeiro subscritor de duas petições dirigidas a esta Câmara: a primeira em 21 de Março de 1997 e a segunda, em 5 de Junho de 2007, subscrita por 3500 cidadãos.
A primeira petição foi motivada pelo anúncio público do presidente da Câmara de então, Aguiar de Carvalho, entender que o Parque de Campismo “tinha esgotado o seu período de vida útil”…
À época, esta opinião foi rejeitada pela larga maioria dos figueirenses.
Apesar disso, o executivo camarário de então, insensível à cidadania demonstrada por milhares de cidadãos, decidiu, em 5 de Junho de 1997 vender o Horto Municipal. Sucede que, por força da opinião pública, a Assembleia Municipal, em 30 de Junho desse mesmo ano, chumbou a decisão de venda do Horto.
Na altura, o PS na Assembleia Municipal, foi muito claro e assertivo tendo sido afirmado pelo então líder de bancada António Alves o seguinte:
“O PS entendia que o Horto Municipal devia ser mantido como mancha verde a preservar e a incluir em futura revisão do PDM”.
No ano seguinte, em 1998, iniciou-se um processo de auscultação dos munícipes para a revisão do Plano Director Municipal. Participei na reunião relativa à freguesia de S.Julião, realizada em 25 de Setembro de 1998, no auditório do Museu Municipal. Requeri, nessa reunião, que a classificação da zona correspondente ao actual Parque de Campismo e Horto Municipal fosse alterada, pois tal espaço estava classificado no primitivo PDM como zona de expansão urbanística. Pedi, na qualidade de 1º subscritor de uma petição (que um ano antes tinha reunido cerca de 4.300 assinaturas), que tal espaço fosse classificado como zona verde, livre da ânsia construtiva…Sei que os responsáveis da edilidade, à data, tomaram nota desta pretensão de carácter colectivo. 
Aquando da discussão da proposta de Revisão do PU, ocorrida nos anos de 2007 e 2008, o PS, então na oposição, por diversas ocasiões, defendeu a necessidade de preservação do conjunto formado pelo Horto Municipal, Parque de Campismo e terreno anexo ao mesmo, sito a Norte e Nascente. Em relação a este terreno, com o número de Inventário 30.109, há decisão camarária de 19/11/2007 que aprovou a sua inclusão na área e perímetro do Parque de Campismo. Na proposta de PDM, este terreno aparece classificado como “Espaços Habitacionais de Tipo 1”, sendo pois possível a sua alienação para construção urbana, a exemplo do que já foi anunciado publicamente, por duas vezes, em relação ao terreno do Horto Municipal. 
Ocorre perguntar se a bondade da decisão camarária de 19 de Novembro de 2007 não ficará prejudicada face à actual classificação no PDM para o espaço em causa?
Não existirá uma contradição insanável entre o espírito dessa decisão que pretendeu – de uma vez por todas – a protecção daquele espaço e evitar mais construção urbana naquela área da cidade, que constitui o prolongamento do corredor verde, que se inicia no Jardim Municipal, atravessa as Abadias e se prolonga em direcção ao Parque de Campismo e à Serra da Boa Viagem? 
Decorridos 20 anos, desgosta-me o facto de ver, no decurso do prazo de uma discussão pública, declarações nos jornais a anunciar a “promessa de venda” do terreno do Horto Municipal com o único fim imediatista de ampliação de um centro comercial…
Ocorre perguntar porque é que essa ampliação não é feita com a construção de mais um piso em altura quando o actual Plano parece consentir?
Será necessário hipotecar mais um espaço público, de grande beleza e harmonia e comprometer o enquadramento paisagístico do Parque de Campismo, já de si, bastante asfixiado pela pressão urbanística que o rodeia?
Não estarão a tomar uma decisão demasiado apressada, pouco amadurecida e contraditória às posições públicas do partido pelo qual foram eleitos, tomadas num passado recente?
Não estarão a ignorar a vontade e sensibilidade de 3500 cidadãos, que em 5 de Junho de 2007, pediram, em sede de revisão do PU e do PDM, que o Horto e o Parque de Campismo fossem preservados de mais construção? Não será preferível anexar ao Parque este terreno, em forma de enclave?
Têm presente os princípios da Carta de Aalborg subscrita pelo Município em Agosto de 1996 e os princípios do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Figueira da Foz? E a adesão à Agenda 21 Local serve para quê?
O interesse colectivo da "sustentabilidade ambiental", considerando que se trata de um terreno municipal, terá de estar acima da lógica comercial e imediatista de uma qualquer empresa!
Vender o Horto é sinónimo de "dar uma facada" no Parque de Campismo" e condená-lo, a médio prazo, como já foi tentado num passado recente.
O Horto Municipal poderá, no futuro, ter outra afectação, nomeadamente com a ampliação natural do Parque de Campismo, que o contorna pelo Poente e Nascente, mas jamais servir de terreno para “plantio” de umas quantas lojas comerciais…
A manutenção de um certo capital natural para as gerações vindouras exige a preservação do conjunto paisagístico e arbóreo formado pelo Parque de Campismo, terreno municipal situado a Norte e Nascente bem como pelo Horto.
Não será pedir muito, senhor Presidente, em nome do desenvolvimento sustentável da cidade que se constrói, não apenas com decisões tomadas pelos eleitos que, temporariamente, ocupam os cargos autárquicos mas, sobretudo, pela participação dos cidadãos que são a essência da civitas.
Creia, senhor Presidente, que estas preocupações são perfilhadas por muitos munícipes e cidadãos que amam esta cidade que tem o nome de uma árvore: Figueira.
Repensar uma decisão e corrigir erros na proposta de PDM não será sinónimo de fraqueza, antes sinal de elevação democrática e de respeito pela cidade.
Sem qualquer menosprezo para vários milhares de figueirenses que, por duas vezes, assinaram uma petição, a título meramente simbólico, citarei o nome de alguns deles que partilham o entendimento supra exposto: 
Maria Teresa Coimbra, Isabel Maranha Cardoso, Vítor Coelho, Delmar Damas, Diogo Serôdio, Paulo Gonçalves, Pedro Jorge, Rui Curado, Carlos Moço, António Cândido Alves, Pereira da Costa, Luís Ribeiro, João Vaz, Eurico Gonçalves, Rui Brites, Manuel Coelho, Vítor Pereira, Rui Duque, António Agostinho, Daniel Santos, Rui Torres, Silvina Queirós, António Jorge Pedrosa, Gonçalo Cadilhe. 
Apesar de não residirem na Figueira, também a Arquitecta Helena Roseta e Gonçalo Ribeiro Teles defendem idêntica posição. 
Não obstante o disposto no nº 7 do art. 12º do Regimento da Câmara em vigor, solicito que esta intervenção seja anexa à acta da reunião de Câmara, em sede do período de intervenção do público.

Luís Ramos Pena

Essa é que foi essa, como diria (se ainda pudesse...) o Eça...

Cortaram a água a… Eça de Queirós.
"... V. Ex.ª, pela sua parte, obrigou-se para comigo a fornecer-me a água do meu consumo. V. Ex.ª fornecia, eu pagava. Faltamos evidentemente à fé deste contrato: eu, se não pagar; V. Ex.ª, se não fornecer.
Se eu não pagar, V. Ex.ª faz isto: corta-me a canalização. Quando V. Ex.ª não fornecer, o que hei-de eu fazer com o Senhor?
É evidente que, para que o nosso contrato não seja verdadeiramente leonino, eu preciso, no caso análogo àquele em que V. Ex.ª me cortaria a minha canalização, de cortar alguma coisa a V. Ex.ª. Oh! e hei-de cortar-lha!…
Eu não peço indemnização pela perda que estou sofrendo, eu não peço contas, eu não peço explicações, eu chego a nem sequer pedir água. Não quero pôr a Companhia em dificuldades, não quero causar-lhe desgostos, nem prejuízos. Quero apenas esta pequena desafronta, bem simples e razoável, perante o direito e a justiça distributiva; quero cortar uma coisa a V. Ex.ª!
Rogo-lhe, Exm.º Senhor, a especial fineza de me dizer, imediatamente, peremptoriamente, sem evasivas, nem tergiversações, qual é a coisa que, no mais santo uso do meu pleno direito, eu possa cortar a V. Ex.ª.
Tenho a honra de ser
De V. Ex.ª,
Com muita consideração e com umas tesouras,
Eça de Queirós"  - (Via Mário Frota)

Nota de rodapé.
 “O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. O povo está na miséria. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. O tédio invadiu as almas. A ruína económica cresce. O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui. O Estado tem que ser considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo”.
Portugal continua como em 1800 e tal...

O desfigurar de um Monumento

O dia 18 de Abril foi o dia escolhido pela UNESCO para sensibilizar os cidadãos para a protecção e valorização do Património Histórico, tendo sido instituído o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.
Ontem (18 de Abril de 2017), na Figueira da Foz, nenhuma voz se fez ouvir para condenar o atentado perpetrado contra o Monumento aos Mortos da Grande Guerra. Nenhuma voz se levantou para exigir a (re)colocação da ESTRELA prateada que o encimava e que, por motivo desconhecido, está desaparecida HÁ MAIS DE 3 ANOS!!!
Foi a vontade de homenagear os mortos das duas unidades militares aquarteladas na cidade - o Regimento de Artilharia nº 2 e o Regimento de Infantaria nº 28 -, uma iniciativa cívica que a Câmara Municipal de então, deu corpo. E não sem polémica!
Considerado o Monumento como uma obra sem qualidade artística que, "na sua pelintrice e na inexpressão" era um "insulto aos pobres soldados, um insulto à arte e ao bom gosto, e ainda um insulto ao mérito do grande artista e mestre catedrático a quem se atribui a autoria do monumento [António Augusto Gonçalves], que deve (sic)ser antes de algum seu discípulo incipiente, para ficar mais baratinho à Câmara(...), como se escreveu no jornal "O Figueirense", na página 2 da sua edição de 15 de Junho de 1946. [conforme citação do Prof. Doutor Rui Cascão, na sua "Monografia da Freguesia de São Julião da Figueira da Foz, pp. 633 e 634]."
Fosse como fosse, e tendo demorado 7 anos a ser concluído, o Monumento aos Mortos da Grande Guerra é (era) um obelisco encimado por uma ESTRELA prateada. Liberdade artística? NÃO!
A Estrela prateada é (era) a razão de ser do monumento!!!
PORQUÊ? Porque apenas os combatentes e as unidades que estiveram na frente de batalha e suportaram o fogo inimigo, e se distinguiram pela sua acção militar têm (tinham) o direito ao uso/exibição desse sinal distintivo. De igual modo, sucedia com a atribuição da Medalha da Vitória, que todos os combatentes da Grande Guerra (em princípio) tiveram direito. Apenas a alguns, e não a todos, foi atribuído o uso da Estrela na passadeira da medalha.
A ESTRELA prateada no Monumento aos Mortos da Grande Guerra da Figueira da Foz não é um pormenor que se possa "esquecer". É o elemento essencial, que lhe dá significado.
É URGENTE repor a dignidade do monumento que nasceu do querer do povo da Figueira da Foz!
Onde está a ESTRELA? 

Via Manuel Mesquita

Grau zero em marketink...

Tinha paar mim, que a miséria não acaba, porque dá lucro!..
A sério que pensava isso.
Porém, ao deparar com este anúncio, tive de rectificar o meu pensamento: chegar ao ponto de pensar que a recomendação, com rosto e tudo!, da Zita Seabra faz alguém comprar um produto, é a autêntica miséria em marketing...

PSD já tem candidato à junta de Vila Verde

Via jornal AS BEIRAS

terça-feira, 18 de abril de 2017

O valor da Liberdade - uma raridade que não devemos temer exaltar, enaltecer, elogiar, louvar e praticar...

"Numa época em que universalmente se reconhece a necessidade premente de lutar pela defesa do ambiente, receia-se seriamente que a Câmara queira privar a cidade de um dos seus pulmões e de um regularizador do seu clima."
Excerto de carta datada de 26/06/1992, enviada pelo pai do advogado Luís Pena, ao então presidente da Câmara Aguiar de Carvalho, a propósito do anúncio público por este feito a propósito do fim do "prazo de validade" do Parque de Campismo...

Amanhã há reunião de Câmara

Porque estamos em Abril...

A seguir ao 25 de Abril a minha vida mudou.
Não me cansava de ouvir a Ermelinda no rádio. 
E gostava? 
Se gostava!..
Ninguém me calou nesse verão de 1974...
E como  gostava de ver gaivotas - e continuo a gostar de ver...
Gaivotas de asas ao vento e coração de mar e toda a gente, de uma ponta à outra da Aldeia, sabia - e sabe... - que eu era livre de dizer, e em voz bem alta, cantar - se eu soubesse cantar!..
Depois veio o drama da traição, da indignação e do desgosto.
Contudo, render-me, ser a voz sufocada de um povo, o bobo do rei -  isso nunca. 
Afinal, continuo livre de voar e de dizer e de não voltar atrás. 
Abril, Sempre.
Continuamos livres de continuar a cantar...

Política local: dos bastidores à boca de cena... (II)

José Esteves, presidente da Junta de Buarcos e São Julião, afirma na edição de hoje ao jornal AS BEIRAS, que os seus homólogos do PS do concelho lhe manifestaram solidariedade na disputa interna sobre a candidatura às próximas eleições autárquicas. “Falei com cada um deles para se pronunciarem sobre esta situação e para lhes perguntar se podia contar com o apoio deles, e disseram-me que estão a mil por cento comigo”
Todavia, não só os presidentes de junta eleitos pelas listas do PS estão com o recandidato, segundo garantiu. “O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, disse-me, em duas ocasiões, que sou o candidato natural do partido”, revelou ainda José Esteves. 
O recandidato, recorde-se, tem como concorrente interno o número dois do seu executivo, Rui Duarte. No entanto, o congresso do PS deliberou que os seus presidentes de autarquias são os candidatos naturais. No caso de Buarcos e São Julião, porém, existia um acordo de cavalheiros, segundo o qual o “vice” de José Esteves se candidatava à presidência da junta em 2013. 
Entretanto, naquele ano, as freguesias de Buarcos e São Julião fundiram-se e foi decidido que o presidente de Buarcos, José Esteves, seria o candidato à nova freguesia, e o acordo transitou para as eleições deste ano.

José Esteves garante também na edição de hoje de AS BEIRAS,  que o acordo entre ele e Rui Duarte ficou sem efeito devido a “jogadas de bastidores” que não lhe agradaram. “Assumo esse acordo de cavalheiros, embora no partido me tenham chamado à atenção que isto não é uma dinastia. O acordo só se quebrou quando me apercebi que as coisas não estavam a correr como deviam, mas avisei o Rui acerca da decisão”
Entretanto, o PS está dividido. De um lado, a secção de Buarcos, que não tem escondido a sua preferência por Rui Duarte. 
Do outro lado, a Concelhia, que defende a deliberação do congresso. 
Como é que a contenda vai acabar? 

“A fazer fé na deliberação do congresso do PS, e após conversas com dirigentes nacionais, naturalmente, vou recandidatar-me”, respondeu José Esteves.
Já em julho de 2016, José Esteves afirmava que era recandidato, admitindo, que, perante as “jogadas de bastidores”, até poderia avançar como independente. “Aquilo que quis dizer é que qualquer cidadão é um potencial candidato a candidato, seja por que partido for, ou até como independente, o que não é o meu caso, porque sou recandidato do PS”, justificou. 
Ninguém tem dúvidas que a disputa entre os dois autarcas socialistas de Buarcos e São Julião os levará a seguir caminhos diferentes. 
“Um dia disse ao Rui Duarte: toma cuidado, porque, para quereres ser número um, desta forma, jamais serás o número dois!”, rematou José Esteves nas declarações que hoje presta ao jornal AS BEIRAS. 

Nota de rodapé.
Adivinhar a conduta de um político pelo que se diz e pelo que fica por dizer , apurando os seus interesses e as suas motivações, é da maior importância para quem tenta fazer uma escolha consciente em prol da sua visão de comunidade. 
Por isso, é também inevitável atentar nas entrelinhas, no que está para além do que vem no jornal. 
Não acredito que todos os políticos sejam iguais, muito menos que todos sejam oportunistas ou maus políticos. 
Não há gente exclusivamente oportunista e incapaz, em nenhuma área do trabalho humano e também não será assim na política. 
Por vezes, tem sido é difícil distinguir o trigo do joio…
Para melhor compreensão de todo este imbróglio, que já vai longo, aconselho a clicar, para  ler, as postagens abaixo.


Esteves vai candidatar-se a um terceiro mandato e Duarte pode ir para assessor ou para a Figueira Domus.

Segundo fonte segura, A AGÊNCIA CARALHETE NEWS apurou que João Portugal quer ser candidato à Assembleia Municipal. E Ataide terá aceite, perante a imposição de Pedro Nuno Santos. Albino Ataíde, um Presidente forte com os fracos e fraco com os fortes!..

PS figueirense ao rubro...

PS figueirense ao rubro... (II)

Política figueirense: a silly season fora da época... (X)

Vamos então continuar a discutir o PDM... (33)


Tanto a  Praia da Leirosa como a Costa de Lavos, no futuro, não vão poder expandir-se ...
São duas das localidades do nosso concelho fortemente fustigadas pela erosão costeira...
Com este PDM, um dia, se se tiver que realojar a primeira linha de habitações, em ambas as localidades nada está previsto nesse sentido...
Quem tiver que ser realojado terá que ir morar para outra localidade...

segunda-feira, 17 de abril de 2017

À ESPECIAL ATENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O PRESIDENTE ALBINO ATAÍDE

para ler melhor, clicar na imagem
Ora cá está um curso que muitos deviam ir frequentar...
Talvez, assim, fosse possível evitar o que aconteceu na Praceta Nogueira de Carvalho e um pouco por todo o concelho...

Valha-nos o CDS/Figueira, para repor a autenticidade figueirinhas, numa cidade onde se perdeu a noção de uma certa decência e de uma certa eticidade comportamental...

Para ler melhor, clicar na imagem

Vamos então continuar a discutir o PDM... (32)

Não tem nada de especial, mas é curioso! 
Alguém muito bem informado da sociedade figueirense, que o mesmo é afirmar, uma fonte seguríssima, confidenciou à CARALHETE NEWS, que tanto o doutor António Tavares, como o professor de biologia Carlos Monteiro, desde que são vereadores da maioria socialista, nunca meteram  os pés no Horto Municipal!

O doutor Tavares, só foi lá quando era vereador  da oposição!
O professor de biologia, recentemente, quando foi o dia da árvore, manifestou-se  admirado por as árvores terem vindo do Horto Municipal?
E perguntarão vocês?
E o que tem isto de especial...
Tem tudo de especial: tem a subtileza. Tem o contraste. Tem a vivência da Figueira fina, esguia e elegante. 
E tem o nosso sorriso! 

Como vêm tem tudo. 
Dá nas vistas e a gente nota.

Nota de rodapé.
De registar, que este ano,  o local escolhido para comemorar o Dia da Árvore na Figueira, teve de ser limpo à pressa, pois o matagal era de tal ordem que nem se viam as árvores plantadas em 2014.

Depois do "sonho" o pesadelo...

Na próxima época a Associação Naval 1º. de Maio retorna ao futebol distrital.
O Vilafranquense veio à Figueira da Foz, no passado sábado, dar o “xeque- mate” à Naval.
Com a vitória de 3-0, ditou uma sentença que há muito se adivinhava: o regresso da equipa da Figueira da Foz às competições distritais.
Resta acreditar no milagre: que a mais que centenária Associação Naval 1ª de Maio continue a ser "o popular clube fundado no dia 1 de Maio de 1893, o dia mundial do trabalhador, a data escolhida para a criação desta associação desportiva com origem no humilde proletariado da Figueira da Foz e que então sucedeu à extinta Associação Naval Figueirense."
As 6 presenças na primeira divisão de futebol, foram um "luxo" que está a  sair muito caro à Naval, à Figueira e a Portugal...
Agora é tarde...
Nesta altura do campeonato, para quê, mais balanços... 
A Naval já está na corda bamba há tempo suficiente para que seja entendido pelos navalistas e figueirenses que só firmes e unidos no essencial podem assegurar a mudança de rumo.
O futuro do Clube, apesar de bastante hipotecado, continua nas suas mãos,  e eles não o podem deixar delapidar, como alguns querem...
Com os compromissos deles, os navalistas e os figueirenses, nada têm a ver. 
Não foi a maioria dos navalistas, dos figueirenses e dos portugueses que  viveu acima das suas possibilidades: foi uma minoria...
Importante é protagonizarem o desenho e assumirem futuro da Coletividade.