quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O Largo de Santo António e a gestão "dos intelectuais baratos"...

foto Diário de Coimbra
A delegada regional da Cultura esteve, ontem, de visita à Igreja de Santo António e ouviu as «preocupações» do provedor da Misericórdia-Obra da Figueira, que tutela o monumento classificado como de interesse público. Joaquim de Sousa salientou que da igreja têm «tomado conta», mantendo a sua preservação, até porque integra «uma das fachadas mais históricas da Figueira». Mas o “cerne da questão” está na zona envolvente: «o muro a cair», escadas que «são um perigo», o freixo (a mais antiga árvore da cidade com 200 anos) «esquecido, com uma pernada que se cai é um perigo» e a «sujidade».
Para a requalificação do espaço, segundo o que disse aos jornalistas, Celeste Amaro, a diretora regional de Cultura do Centro, durante a visita à instituição, «têm de ser compatibilizadas todas as vontades», ou seja, a vontade da instituição, da autarquia e daquela direção regional. Uma coisa é certa, concluiu: «como está, não pode continuar».
Joaquim de Sousa, provedor da Misericórdia Obra da Figueira, revelou ainda que, em março de 2016, apresentou à vereadora Ana Carvalho um esboço das obras que defende que deviam ser feitas na zona protegida da igreja da Misericórdia, que abrange um raio de 50 metros, para corrigir a «asneira» da década de 1940, época em que foi reabilitado o espaço com uma solução arquitetónica desenquadrada do conjunto histórico. «Tal como está, não pode continuar», afirmou ainda o Provedor, que sublinhou a disponibilidade da Misericórdia para apoiar financeiramente a requalificação do espaço, como já fizera, aliás, no mandato autárquico do falecido presidente Duarte Silva, quando construiu um muro na rua do Hospital e cedeu uma área de terreno à câmara. A colaboração com a autarquia para a manutenção do largo, no entanto, durou até João Ataíde tomar posse, em 2009. «A primeira coisa que esta câmara fez foi meter uma placa de madeira para assinalar o que já estava assinalado, que entretanto já apodreceu, e duas mesas de madeira», afirmou Joaquim de Sousa aos jornalistas. 
«Perante isto», acrescentou: «retirámos o mobiliário que lá tínhamos e entregámos o largo aos intelectuais baratos».

Os gostos alteram-se com os tempos?...

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Provedor João Paulo Guerra, não? Porquê?

"Honrado com o convite da RTP" e "surpreendido pelo veto do Conselho de Opinião (CO)", João Paulo Guerra, que conheci pessoalmente em 1979 quando estive a estagiar no jornal O Diário,  não baixa os braços. "Estou à espera da fundamentação para a decisão do Conselho de Opinião", afirmou ao DN, sem querer alongar-se em mais comentários. Garante que "o assunto não está fechado", mas que o tempo agora é de silêncio. Depois logo se vê.
Entretanto, fica o depoimento de algumas figuras públicas. A ler clicando aqui.

Aqui, quem tem a responsabilidade de cuidar também se cansou?... O vandalismo não serve para explicar tudo!...

É mais do que a ideia: ir ao futebol na Figueira envolve perigo - existe mesmo perigo.
Ainda no passado fim de semana estiveram largas centenas de pessoas nesta estrutura em "degradação".
"De há uns tempos a esta parte tem-se debatido e discutido muito o estado de degradação do Municipal José Bento Pessoa.
Um dos últimos debates foi mesmo no interior da Câmara Municipal com Miguel Almeida a questionar o Presidente Ataíde o que pensava fazer para se encontrar uma solução.
João Ataíde respondeu que por hora não havia verba, que a Câmara não estava em situação económica de poder dar resposta."
Mas... "a bancada do Campo Sintético apresenta também ela um estado de degradação e de perigosidade que urge ser acudido. As fotos mostram como está a bancada e não existem dúvidas que se algum acidente com um espectador acontece de quem será o responsável.
As pessoas procuram sentar-se e correm o risco de se enfiarem em algum buraco. Parafusos que podem provocar ferimentos e tudo isto tão fácil de reparar apenas com meia dúzia de placas de contraplacado.
Não quero aqui hostilizar ou fazer a politica do deita abaixo, mas meus senhores há coisas que não têm justificação e esta para além de ser uma delas pode ainda trazer outros dissabores."

Santos da casa…

"Recordando 2011, ano em que o Movimento Milénio-Expresso atribuiu o 1.º lugar, na categoria Cidades, ao Miguel Figueira e à sua equipa, um grupo de cidadãos da Figueira da Foz ligados ao surf, unidos por uma paixão comum e um propósito inequívoco, o movimento SOS Cabedelo. Miguel, figueirense de direito e de nome, arquitecto, preconizou uma ideia de desenvolvimento para a cidade, travando a erosão costeira pela via da reposição do equilíbrio das areias entre o norte e o sul recorrendo a um bypass (pipeline sob o Mondego, idêntico ao da baía de Coolangata na Austrália) para transportar a areia do lado norte da barra para as praias do sul. Estas com um visível recuo, e repondo assim a linha de costa “devolvendo o mar à cidade”. Ideia visionária e por demais apresentada em fóruns nacionais e internacionais, ainda não convenceu os decisores políticos, nem locais nem nacionais. A ousadia com que foi concebida é inversamente proporcional ao desinteresse dos decisores públicos (?) A semana passada mais uma tentativa de sensibilização foi feita com uma apresentação à Comissão Parlamentar de Ambiente e Ordenamento do Território na Assembleia da República. Será agora? O que diz o LNEC? Já o chamaram? Porquê tanta resistência? Que estudos técnicos já fizeram? Parece difícil acreditarem, mas… afinal Santos da casa até podem fazer milagres! Mexam-se."

Nota de rodapé.
Perante esta prosa da economista Isabel Maranha Cardoso, um pobre e modesto escribra como eu, só consegue pedir a quem de direito: não se esqueçam! Instruam-se, instruam-se, sempre! Uma pessoa, tal como um político, instruída, vale por duas carago!
E já agora: deixem de pensar que a única opinião sensata é a vossa.
Escrito isto, o melhor é citar quem percebe do assunto.
Há quem olhe para o mar e veja o horizonte. Há quem se fixe nas ondas ou nos surfistas que as enfrentam. Há quem descanse a vista nas curvas das mulheres em biquíni.
E há quem, como o arquitecto Miguel Figueira e o Surfista Eurico Gonçalves, veja mais além. A dupla, com o apoio de um grupo de pessoas ligadas ao mar e à Figueira da Foz, anda a tentar colocar o surf e o mar ao serviço do desenvolvimento da cidade. Para isso, defendem, é preciso travar a erosão da costa sul da Figueira e salvar a «onda» da cidade. «A protecção das ondas é a primeira fronteira de protecção da orla costeira, dissipando a energia que de outra forma se concentra com efeitos devastadores sobre o sistema dunar.» Dessa forma, será possível capitalizar um importante activo para a competitividade da cidade, o surf, «cujo potencial nunca foi aproveitado». A proposta passa pelo recurso a um “bypass” de areia para proteger o sul da erosão costeira e reactivar a «onda» do Cabedelo. «A cidade é descontínua, e no mar não é bem assim. Daí que as nossas propostas sejam sempre de integração: integração do mar como parte do território; do sul na cidade; das pessoas e das ideias. A cidade cresce na mesma medida em que consiga incorporar estas diferenças. Não é um acto de fé, é uma constatação de facto: uma cidade partida não é viável.».

Na Figueira é sempre carnaval: este ano, Romana deverá ser a rainha



A cantora de "Não És Homem para Mim" deverá ser a rainha do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz 2017, que desfila na avenida do Brasil nos dias 26 e 28 de fevereiro. Ao que o Diário As Beiras apurou, a organização está em conversações avançadas com a artista, podendo fechar contrato esta semana. Caso não haja acordo, a alternativa poderá passar por um ex-concorrente de um concurso de televisão ou outra figura mediática. Entretanto, este sábado, 28, pelas 21H30, no pavilhão do parque das Gaivotas, será eleito o rei, residente no concelho. A coroação realiza-se a seguir à eleição, com direito a baile. 
O tema do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz 2017 para os reis é os descobrimentos, tendo o mítico Adamastor, de Camões, como inspiração. Os dois desfiles vão contar com as três escolas de samba do concelho da Figueira da Foz (Unidos do Mato Grosso, A Rainha e Novo Império), sete carros alegóricos, seis grupos, dois grupos de foliões e um trio elétrico. 
A organização promete um dos melhores carnavais dos últimos anos.

O Povo foi quem mais ordenou...

Marcelo foi eleito há um ano PR

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Gordon Kaye (1941-2017)


Construções na areia...

Mistério dos mistérios no desporto local.
A câmara da nossa cidade, não tem piscina, pista de atletismo, pavilhão, campo de futebol, etc... 
Realisticamente, virou-se para as construções na areia.
Aliás, em devido tempo, todos fizemos as nossas construções na areia. 
Esse, porém, foi um tempo datado e bonito nas nossas vidas! Vivíamos os nossos sonhos através das construções que fazíamos na areia, o que era empolgante.
Hoje, podemos continuar a sonhar através das construções na areia duma câmara municipal que tem à frente dos seus destinos, há sete anos seguidos, o senhor doutor João Ataíde...

Nota de rodapé.
Imagem sacada da edição fim de semana do Diário de Coimbra.

O meu voto está garantido: no (pica) "sete"...

Teotónio Cavaco, hoje na sua crónica habitual no jornal AS BEIRAS.
"No que diz respeito ao ciclo eleitoral, em muitos concelhos já passou um pouco mais de sete anos desde que as respectivas equipas vencedoras iniciaram mandato, faltando um pouco mais de sete meses até serem sufragadas de novo – é o caso da Figueira. Há sete anos, foi prometido uma Aldeia do Mar (com esplanadas, comércio e um Hotel, entre outras), isenção de taxas e licenças e a redução do IMI, um Corredor Verde, o PDM, o coreto no Jardim, o Mundialito de Futebol, o Mundial de surf, uma Rede Integrada de Transportes, rastreios gratuitos no 1.º ciclo de Oftalmologia e Dentista… tudo anunciado em sete cartazes, nada disto efetivamente concretizado. E agora que faltam pouco mais de sete – meses… – para o sufrágio, promete-se a finalização da requalificação(zita) da praia, a iluminação da praia para o surf noturno, a intervenção na Piscina-praia, o PEDU(zinho). Somos convidados a perdoar setenta vezes sete, mas dizem os entendidos nestas coisas que o sete, justamente por representar o fim de um ciclo e o começo de um novo, traz a ansiedade pelo desconhecido, e portanto, a renovação… Voto em eleições a cada sete meses!…"

Lido isto, não é difícil imaginarmos o jardim municipal, com  música  vinda do coreto nos dias de festa. O coreto, evidentemente rodeado de gente ávida de a ouvir. 
Noutros tempos, isto é, noutra Figueira, era assim, com simplicidade, que a música chegava ao Povo. 
E hoje? 
Hoje, há concertos no CAE para elites...
E foi assim que a Câmara se foi demitindo de mais uma das suas funções culturais.
Para que não se perca tudo, deixo-vos com António Zambujo...

Seriedade da gente séria, é outra coisa...

Notícia Expresso Economia: "Fundo de Aprígio gera perdas à banca de €55 milhões"...
"São bens preciosos que justificavam o optimismo de Aprígio quando garantiu, no momento em que invocou a protecção judicial dos credores, que "somos um grupo com bons activos e ninguém vai pagar as dívidas por mim".

E A NAVAL 1.º DE MAIO?
No futebol, Aprígio celebrizou-se como presidente da Naval 1.º de Maio, levando o centenário clube da Figueira a competir seis épocas na liga principal
E como está a Naval? Esbraceja para sobreviver, definhando no último lugar, sem vitórias (dois pontos) na série E do terceiro escalão do futebol (Campeonato de Portugal).
Em 17 jogos sofreu 73 golos. Na jornada deste domingo sofreu mais uma goleada (5-0) no campo do Carapinheirense."

E o futuro?..

para ler melhor clicar na imagem
"Portugal...país engravatado todo o ano que se assoa à gravata por engano"- Alexandre O´Neill.

Se isto fosse para levar a sério, o problema estaria no simples facto de a "rapaziada" que tem governado a Figueira, nos últimos cerca de 40 anos, ainda não ter percebido que já se está no domínio da insustentabilidade. 
O porreirismo figueirinhas, o deixa andar, que nos caracteriza permitiu a criação de uma sociedade figueirense estratificada por castas, onde uns podem opinar e mandar bitaites, quiçá ter acesso a informação privilegiada, e outros não. 

O esquema, tem barbas e não deu grandes resultados. 
Eles - os que se julgam tocados por algo superior - quais guardiões do templo, acham-se únicos e imprescindíveis. Mesmo quando arrufam entre si, não vislumbram, muito menos desejam, qualquer alternativa que não sejam eles próprios. Nos entretantos esperam e desejam que o povo continue a votar neles ao mesmo tempo que canta e ri, levados, levados sim.

Só que, subsiste um pequeno pormenor: ao impedir - por acção e omissão - toda e qualquer espécie de escape e de equilíbrio - através do próprio sistema - estes senhores vão ajudando a cavar, não só a sua própria sepultura, como também a do regime democrático em que se dizem inserir, já que impedem toda e qualquer capacidade deste - ao mesmo tempo que a Figueira - se auto-regenerar por dentro.

Esta não é uma prosa pessimista. Quanto muito, será uma prosa levemente fatalista e resignada. 
Isto vai ainda mesmo ficar pior, antes de haver uma réstia de esperança de poder ficar melhor. As coisas são o que são.
"Que é o futuro para a Figueira?", eis a pergunta das perguntas  que resta, depois de ler o que está escrito na imagem acima, que saquei hoje do jornal AS BEIRAS.
E, a resposta, surgiu-me como se fora o verso de um poema: "o futuro terá de passar por uma coisa cá dentro que nos dá coragem." 

Da série serviço público e agitação e propaganda...



Temos uma extensa floresta de pinheiros em todo o concelho, de sul a norte.... Em especial junto à costa. O que já foi feito, no que às medidas preventivas para o combate à lagarta do pinheiro diz respeito?

domingo, 22 de janeiro de 2017

Escolher onde ir na Figueira, dizem eles...

Foto de António Agostinho. Manhã de 22 de janeiro de 2017
"...o actual farol, construído em 1917, formado por uma torre central e dois corpos longitudinais. O projeto inicial possuía um óptico lenticular de fresnel de segunda ordem alimentado a azeite; já o novo projecto dispõe de inovações técnicas, designadamente: electrificação geral, sinais sonoros e radiofarol.
 Este Imóvel está classificado como sendo de interesse municipal desde 2004."
- Via site da Câmara Municipal da Figueira da Foz

aF275


Pedro Rodrigues, um man que escreve bem para caraças...

Puto: e eu só tenho de ficar feliz com isso. E estou.
Vives numa época privilegiada: nasceste e cresceste em Liberdade.
Como recordo os meus vinte e tal anos e o mundo que então se abriu para mim e as marcas que ficaram para sempre agarradas à minha pela, gravadas a fogo, pelo 25 de Abril de 1974.
Muito menos esquecerei as pessoas excepcionais com as quais vivi esse sonho sem paralelo que foi ganhar a consciência de viver num Portugal Livre.
A partir daí, a porta abriu-se e a consciência de Homem Livre fez-me ver o valor de preservar a capacidade de não me deixar esquecer disso ou ter medo.
A Liberdade tem de ser cuidada. E quem ama a Liberdade cuida dela, para que nunca se cumpra o receio de Jorge de Sena que, um dia, expressou em verso: "Liberdade, Liberdade, tem cuidado que te matam".
Em nome do futuro - teu e de quem gosta de ter ler - não te acomodes. Escreve.
E continua a prepara-te para dar voz à tua geração. É um enorme desafio... Como muito bem sabes, existem muitos gritos mudos.
No dia 11 do próximo mês, pelas 16 horas, a não ser que aconteça alguma impossibilidade absoluta, lá estarei no Casino da Figueira. Espero que muitos covagalenses e figueirenses façam o mesmo: este man merece.
Deixo-vos, para ser lido, um pequeno texto de Pedro Rodrigues que respiguei do seu blogue.

Ela [2017]
Disse-lhe: “as melhores pessoas são as que falam sem filtros, as que dizem o que pensam, as que gritam as tripas para fora”. São as espontâneas, porque a mentira necessita de tempo. São as que estão partidas por dentro, mas não esperam que alguém as repare. São os relógios que não dão a hora certa - porque não há hora certa para amar; não há hora certa para ser feliz; não há hora certa para fugir, ou chegar. As melhores pessoas são essas: as que não necessitam de reparação, de acertos, de filtros na garganta. São as que não se demoram em explicações ou histórias. São as que não nos pedem para apagar ou esquecer o passado, mas que nos ensinam a aceitá-lo, como parte das nossas fundações. São as que não nos exigem um futuro, por saberem que o depois tem muitas portas - e todos devemos ter o direito de escolher qual queremos abrir. São as que percebem que nem sempre o horizonte é uma linha recta. E que no infinito todas as linhas acabam por se encontrar. São as que se perdem nos nossos olhos, como se contassem constelações e pudessem inventar galáxias. São as que brilham nessas noites longas, que por vezes parecem não terminar. São essas as pessoas que me fascinam. Ela era uma dessas pessoas.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Aqui entre nós...

Video sacado daqui.

O mundo é um sítio cada vez mais perigoso e mal frequentado...

"O actor Shia LaBeouf lançou um protesto contra Donald Trump que irá durar quatro anos, localizado numa das ruas de Queens, EUA, e que será transmitido em directo e sem paragens numa plataforma online."

Nota de rodapé.
Trump é presidente. E porquê: porque os americanos votaram nele.
Muitas mulheres que ele ofendeu votaram nele. Muitos mexicanos e afro-americanos votaram nele. Muitos universitários e cientistas votaram nele. Muitos americanos carenciados, votaram nele.
E votaram nele porque o queriam para  presidente.

Os americanos votaram Trump, tal como os portugueses votaram Cavaco e Passos Coelho.
Isso, a meu ver, prova duas coisas.
Primeira - tanto os americanos, como os portugueses, não fazem sempre boas escolhas.  
Segunda - tanto os americanos, como os portugueses, não têm sempre razão. 

O inverno continua bonito na Aldeia. Tem feito frio, mas não chove...

Para ver melhor, clicar na imagem
"Surpreende a velocidade a que mudanças estão a ocorrer. Daqui a poucos anos a Figueira terá um clima mais parecido com o de Nova Iorque, situada quase à mesma latitude, 40 graus norte. Mais frio no inverno e mais quente no verão. Estamos longe de adotar medidas de adaptação climática. A maioria das casas não estão preparadas para o frio. Gastamos muita energia a aquecer “paredes” sem isolamento. As lojas funcionam de portas abertas com temperaturas próximas dos zero graus. Faltam estratégias locais e nacionais para a mitigação dos desafios climáticos. Um casal de siberianos, de Novosibirsk, que visitou em janeiro a Figueira, afirmou que nunca tinham sentido tanto frio na vida. Acordavam e deitavam-se num quarto gélido."
João Vaz,  consultor de ambiente, hoje, na sua habitual crónica dos sábados no jornal AS Beiras,  constata o que tem sido óbvio nos últimos dias: está "frio na praia da Figueira".

Nota de rodapé.
Numa altura em que, na Figueira, o assunto do próximo momento vai ser o carnaval, o mínimo que se devia exigir era que a natureza aquosa da água fosse uma unanimidade local.
Até na Figueira, o frio esfria.
O facto de temperaturas baixas incomodarem os seres humanos, na altura do desfile do carnaval, também faz todo o sentido.
Como a nossa temperatura corporal é cerca de 37 graus, sentimo-nos mais confortáveis em temperaturas amenas. 
Para mais num descampado frente ao mar!
Na Figueira, o desfile do carnaval, costuma acontecer em demoníaca trindade de chuva, vento e frio.

Na Figueira, podemos discordar sobre quase tudo.
Mas, está mais do que na altura de chegarmos a um consenso sobre os fenómenos meteorológicos.
Todos sabemos o essencial sobre a matéria.
No Verão está calor e não chove; na Primavera está ameno e, às vezes, chove; no Outono está ameno e, frequentemente, chove; e no Inverno está frio e chove – muitas e muitas vezes.

A Figueira, continua detentora de uma luminosidade única.
Porém, a Praia da Claridade celebrizada no século XIX, quando o extraordinário desenvolvimento da Figueira da Foz e as condições naturais da paisagem atraíam banhistas de todo o país, celebrizada e imortalizada por Ramalho Ortigão, perdeu encanto e qualidade de vida.
A Figueira dos dias de hoje, é uma  cidade e uma construção que se tornou numa catástrofe onde  a assimetria e a desconformidade foram levadas ao limite.

E o limite, na Figueira, não é o céu.
Pode ser o simples facto de, na Figueira, ser sempre carnaval.
Na Figueira, esse sonho tem sido possível...
Portanto, nada mais natural, que este executivo camarário - na minha modesta opinião, o pior executivo camarário que geriu os destinos da Figueira da Foz, desde que tenho memória -   se sinta  na obrigação de mantê-lo e assegurar o engenho e arte de o ir tornando realizável.
A ele, ao carnaval...

E ainda bem que assim pensa quem de direito. 
A vida são dois dias, o carnaval são três e a saúde é um estado transitório que não augura nada de bom! 
E enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Viva o carnaval!

A folia, mesmo que artificial, e o bom humor, são duas das melhores peças de vestuário que alguém pode usar na sociedade...

A prospecção e exploração de hidrocarbonetos em Portugal



Video sacado daqui