quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

"Manifestação de solidariedade e de indignação."

TEXTO DA COMUNICAÇÃO ENVIADA NO DIA DE NATAL DO ANO DE 2015 (EM 24.12.2015), POR ALFREDO PINHEIRO MARQUES, DIRECTOR DO CENTRO DE ESTUDOS DO MAR (CEMAR), PARA O MESTRE POVEIRO DO BARCO "JESUS DOS NAVEGANTES", QUE NAS VÉSPERAS DESSE DIA DE NATAL (EM 21.12.2015) FOI ACUSADO E CONDENADO, PELO ESTADO PORTUGUÊS, EM COIMBRA, POR UM CRIME QUE NÃO COMETEU:


Figueira da Foz, 24.12.2015

ASSUNTO: manifestação de solidariedade e de indignação.

Exº. Senhor
Francisco Fortunato
M.I. Mestre do barco da Póvoa de Varzim
"Jesus dos Navegantes":

Escrevemos agora a V.Exª. em 24.12.2015, três dias depois de V.Exª. ter sido acusado e condenado, pelo Estado português, nas vésperas do dia de Natal, por um crime que não cometeu.
Escrevemos para lhe manifestarmos a nossa solidariedade e para lhe comunicarmos a nossa disponibilidade para, daqui para a frente (para sempre, no Futuro), continuarmos a acompanhar especialmente, e continuarmos a documentar exaustivamente (no nosso Arquivo e Centro de Documentação, e na futura divulgação pública das matérias que investigamos, documentamos, e publicitamos), o caso de V.Exª.: o naufrágio do pequeno barco "Jesus dos Navegantes" na barra do porto fluvial da Figueira da Foz em 25.10.2013 (na mesma barra onde, antes disso, já tinham naufragado outras embarcações… e, depois disso, ainda vieram a naufragar mais…).

Acompanhar, e documentar. Até que nesse caso seja feita Justiça. E mesmo depois de tal Justiça ser feita (para memória e exemplo futuro, nacional e internacionalmente).

Em primeiro lugar, lamentamos o infortúnio de que foram vítimas em 25.10.2013 V.Exª. e os seus sete (7) companheiros, com a tristeza então da perda de quatro (4) vidas — quatro companheiros desaparecidos para sempre, mortos ao lado de quem com eles também naufragou, exactamente nas mesmas circunstâncias de perigo e de segurança… Um infortúnio e uma tristeza que, infelizmente, deverão ficar com certeza para toda a vida, e que só não é capaz de verdadeiramente avaliar, ou sequer imaginar, quem lá não anda, nem nunca lá andou, e acha que lá não vai ter que andar nunca (e, por isso, pode achar que tudo se resume somente ao formal cumprimento de processualismos rotineiros, e a mediática afirmação de imagens públicas).

Mas é claro que, conhecendo, como conhecemos, a situação concreta do porto da Figueira da Foz (que está à vista de toda a gente, e que ninguém pode pretender fingir ignorar…), mais lamentamos a incapacidade técnica, científica, política, cívica e administrativa, por parte da entidade Estado português — uma incapacidade reiteradamente demonstrada, desde 1913, desde 1966, e desde 2008 —, para conseguir assegurar a construção (bem localizada) e, por isso, para conseguir assegurar a manutenção (bem desassoreada) de uma instalação portuária digna desse nome (e destinada não somente para cargueiros de transporte das fábricas de celulose, mas também para barcos pequenos, de pesca e de recreio…!) na região da cidade da Figueira da Foz e da enseada de Buarcos.

E, sobretudo, lamentamos que, nestas circunstâncias, sem que o verdadeiro problema seja resolvido (e sem que ninguém, ao que parece, tenha a iniciativa de por ele apresentar qualquer acusação), não somente aconteçam os previsíveis (e previstos) naufrágios (sete [7] naufrágios, com onze [11] mortes, em cinco [5] anos…) mas também, para além disso, os próprios náufragos sejam perseguidos com acusações judiciais (…!), assim se deixando ficar esquecida a matéria principal do que verdadeiramente está em causa…! Como é possível…!?

A entidade Estado português — que, agora, por último, em 2008-2010, aumentou e inflectiu em mais quatrocentos (400) metros o molhe norte do porto fluvial da Figueira da Foz… — não pode alegar ignorância ou desconhecimento destas matérias, pois foi publicamente alertada para a gravidade do que se propôs fazer (e que, mesmo assim, quis fazer… e fez…).

Os verdadeiros especialistas, que são os pescadores como V.Exª. (e, mais ainda, os pescadores originários da própria Figueira da Foz, que melhor conhecem esse mar e esse porto), logo avisaram, muito atempadamente. E até o maior dos ignorantes sobre matérias práticas de navegação, o autor destas linhas, cuja modéstia dos conhecimentos operacionais de navegação é evidente (pois nasceu muito longe do Mar, lá para os lados da Serra da Estrela… e é um simples investigador universitário de História da Cartografia Náutica e Descobrimentos…), avisou atempadamente, em 2006 e 2008, que a situação que estava a ser criada iria ser catastrófica ("… uma situação que poderá vir a ser desastrosa para os pescadores e os iatistas, e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio…"). Mas, mesmo assim, o Estado fez essa obra.

Agora, até as televisões já sabem, e noticiam, que "A Barra da Figueira da Foz é ArmadilhaMortal para os Pescadores"… (RTP, 30.10.2015). Quem é que não sabe…!?    

O nível de especialização e de competência reinantes no Estado português, sobre matérias específicas de administração portuária, está hoje em dia exemplarmente patente, sobretudo, no caso do porto da Figueira da Foz. Lamentamos que V.Exª. e os seus companheiros tenham sido em 25.10.2013 vítimas desse nível de especialização e de competência — um nível que, de facto, não é de hoje, e já vem desde há muito tempo (pelo menos, desde 1913, 1966, e 2008). Agora, em 2015, está só patente de maneira mais escandalosa e mais inadmissível do que nunca (e, por isso, ridiculamente ilustrativa do que tantas vezes acontece no Estado português e nas respectivas nomeações políticas). Mas este tipo de assunto não é para rir, e sim, infelizmente, para chorar.

Reafirmamos a nossa solidariedade e a nossa indignação. E a nossa disponibilidade para acompanhar esta matéria até que nela seja feita Justiça. E desejamos que, apesar de tudo, se possível, V.Exª. e os restantes náufragos sobreviventes possam ter, neste Natal do ano 2015, (apesar de nele renovada a tristeza do Natal de 2013…), as possíveis festas felizes, e o possível Bom Ano Novo de 2016, que se avizinha, e no qual é necessário encontrar a força para continuar.

Aceite os melhores cumprimentos, e votos pessoais.

Director do Centro de Estudos do Mar - CEMAR

À boleia da opinião figueirense que vale a pena...


"...Do outro lado estão os que se deixaram tentar, se acomodaram, se tornaram beneficiários do sistema, instalaram-se, elevaram-se à sua sombra e passaram a opinar de barriga cheia, rebuscando argumentos contraditórios, vivendo em permanente revogabilidade. Muitas vezes com inteligência. Tornaram-se na espécie mais perigosa de todas: o inteligente mal-intencionado. “Quem não tem caráter, não é homem, é coisa”. Nicolas Chamfort."

Eng. Daniel Santos, hoje no jornal AS BEIRAS, na sua habitual crónica das quartas-feiras. A última de 2015.

Protagonistas figueirenses

Para ver melhor, clicar na imagem

Tomem e embrulhem...


Quem vos manda atirar bocas foleiras sobre o futebol. Tipo, insinuações sobre interesses, dinheiro, enfim, a transparência daquilo tudo ...
Aprendam, de uma vez por todas,  o que verdadeiramente vos interessa...
Portugal vai ter novamente futebol em dia de eleições!
Depois da polémica dos jogos de futebol em dia de eleições legislativas - 4 de outubro foi a primeira vez em democracia que tal sucedeu (e a abstenção bateu novos recordes) -, a história vai repetir-se. 
A 24 de janeiro, data em que os portugueses vão às urnas eleger o mais alto representante do Estado, haverá futebol.
Em comunicado ontem divulgado, a Liga anuncia que estão agendados três encontros para o dia das presidenciais. Trata-se dos seguintes jogos da 19ª jornada. Para que nada vos falte, ficam os jogos e os horários:
16h Belenenses-Vitória de Guimarães
18h15 Braga-Rio Ave
20h30 FC Porto - Marítimo
Ainda não perceberam quem manda na "quinta"?..

E as dunas do Cabedelo?..

foto António Agostinho
Neste post, mais uma vez, alertava para o que estava a acontecer:


foto António Agostinho
"...todos os dias está a ser cometido um crime ambiental nas dunas do Cabedelo.
Tal está a acontecer, desde que, há mais de 2 anos, quem de direito, deixou chegar a protecção em madeira que segurava as areias das dunas, rente à estrada, entre o campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala e o Cabedelo, ao desleixo que pode ser constatado, clicando aqui.
A partir daí, todos os dias, várias pessoas vão retirando areia, que ficou à mão de semear: é só encostar o carro e carregar.
As areias roubadas às dunas do Cabedelo devem servir para diversos fins e utilidades: desde encher chouriços, até às gaiolas dos pássaros e, claro, passando pela construção civil...
Como sabemos, as dunas constituem um ambiente frágil, que se move em função dos ventos. Qualquer mudança no ambiente, numa zona sensível como o Cabedelo, causa danos irreversíveis. Quem de direito tem de conseguir que parem de tirar areia das dunas do Cabedelo. O problema ambiental, naquele local da freguesia de S. Pedro, já é enorme, como a foto demonstra, pelo que dispensa o contributo do homem.
Para que conste e por ser verdade, sublinho que todos os dias – e garanto que várias vezes ao dia – o local é alvo de "visita" por brigadas da GNR e da Polícia Marítima. No verão, durante o dia, a PSP foi presença quase permanente no local."

Entretanto, continua tudo na mesma. 
A protecção em madeira está cada vez mais degradada e ninguém se continua a importar que a areia continue a ser retirada. As viaturas continuam a encostar e a carregar...
E o mar não está para brincadeiras...

Uma dúvida a dois dias do final de ano...

Paulo Portas já compreendeu o óbvio.
Passos Coelho é de compreensão a vapor, ou não tem onde cair morto?

Em tempo.
"Todas as coisas têm um tempo e há um tempo para tudo e só Pedro Passos Coelho, agora só meia coligação-aventesma depois da declaração de independência de Paulo Portas, continua como se nada fosse, como se nada tivesse acontecido, sem perceber que cada dia que passa é mais um dia na memória do tempo que já passou e que corre contra ele e sem que ninguém no partido lhe diga que os regressos não se fazem no activo, como muito bem o sabe o seu ex-parceiro de coligação."

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O mar volta a atacar orla costeira na Cova (2)

foto  António Agostinho

Ontem, como alertámos aqui, o mar esteve mais revolto por estas bandas. 
Em consequência disso, as dunas de S. Pedro levaram uma valente "sova"
As fotos, que podem ser visionadas clicando aqui,  falam por si, pelo que me escuso a mais palavras a "quem de direito"...

Para ser sincero, gostei: "salve-se quem puder, deve ser o mote de 2016 e dos próximos anos."

O militante e vereador PS, AntónioTavares, hoje nas BEIRAS, escreveu esta pérola. Passo a citar:
"É pouco provável que o mundo mude muito no próximo ano. Qualquer vidente pode fazer sua esta afirmação que não errará. Continuaremos a ter desigualdades e dificuldades acrescidas. O petróleo desce agora, mas subirá entretanto, idem para as taxas de juro, o défice, as exportações, o consumo público e privado, a inflação. A economia “aquece” e “arrefece”. É dos ciclos e, dentro dos ciclos, ciclos há. No final deste ano, o sistema financeiro voltou a demonstrar as suas debilidades, mas, vá lá saber-se porquê, tudo nos soa agora a desconfianças de outra ordem: éticas, de honestidade e rectidão. Parece-me que nunca tantos desconfiaram de outros tantos. O laço de confiança que John Locke achava necessário ao progresso das sociedades está hoje desfeito. O que é bom para a sociedade é bom para os indivíduos, pensava o filósofo. Ora, o individualismo invadiu de tal forma o espaço coletivo que o suplantou. Esquecemos o bem coletivo e o interesse público. Ficamos ardilosamente agarrados ao que é bom para cada um, ou para os seus interesses corporativos ou institucionais. Mesmo o interesse de classe desapareceu. O contrato social rasgou-se. Depois do poder político, agora nem o poder judicial nem o chamado quarto poder, a comunicação social, são merecedores de confiança. Salve-se quem puder, deve ser o mote de 2016 e dos próximos anos."
Em tempo.
A teoria da Relatividade diz que nada é instantâneo. 
Não sei se será bem assim, pois o Nescafé, aí está para a contrariar. 
Conheci, em tempos, o actual militante e vereador socialista.
Verifiquei que, a partir de 2009, desde que passou a vereador executivo inovou. 
Verifiquei, quatro anos depois, em 2013, que desde que passou a militante do PS, inovou ainda mais... 
Esta crónica, fica-lhe a matar. Aliás, neste momento,  quase tudo lhe fica a matar.
Não esperava é que conseguisse ser assim, como dizer...  tão fashion whore.

O mar volta a atacar orla costeira na Cova

Foto Pedro Agostinho Cruz

Hoje, às 17 horas, hora da preia-mar, era este o cenário em S.Pedro.
Segundas as previsões esta semana a situação poderá agravar-se.

Ponto final?

Será magia!.. 
Pensava que Portas seria imortal na presidência do CDS!..
Apercebo-me agora: em menos de um mês, estou a assistir  à irreversível partida de um colosso da política nacional. 
Agora, sim, passei a  acreditar que, mesmo politicamente, toda a gente morre. 

Em tempo.
"O líder do CDS-PP na última década e meia terá já comunicado aos companheiros de partido que não irá recandidatar-se à presidência dos democratas-cristãos. Paulo Portas deverá ainda abandonar a vida no parlamento".
Será que não o espera um grande tacho na Europa?..

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Marcelo Rebelo de Sousa

PS lembra que PSD de Marcelo votou contra Lei de Bases do Serviço Nacional de Saúde...

Depois do candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que sempre apoiou o Estado Social e votou a favor da Constituição de 1976 que o defende, o PS veio lembrar que o partido que já foi presidido por aquele político, o PSD, votou contra a Lei de Bases do Serviço Nacional de Saúde em 1979.

Quim Barreiros, já foste...


Alteração a Código Penal em agosto passou despercebida. 
Piropos já são crime e dão pena de prisão até três anos...
Lá conseguiram acabar com a música pimba!..

Portanto (e concluindo rapidamente porque começo a ficar enojado, quando esta gente vier falar dos preguiçosos que vivem de subsídios vários, do esforço e do valor pessoal como motor para conseguir emprego e etc. e tal, pensem e digam como eu...): vão dar banho ao cão...

foto sacada daqui
Conheci um tipo que se julgava tão artista, tão artista, tão artista, mas tão artista, que teve de deixar de andar de bicicleta. 
Não foi fácil, mas teve mesmo de ser, pois cada vez que, ao andar de bicicleta, fazia uma fractura, esta, era exposta...

Imperdível, porque é necessário conhecer a anatomia da fraude...

para ver melhor clicar na imagem

Como os bancos destruíram 40 mil milhões, debaixo do nosso nariz!.. 
A ler...

A única cena que realmente me vai lixar, quando morrer, é não poder voltar à Figueira pelo Natal...

Em tempo: "O lacinho", de Rui Beja.
"Um nó e duas pontas encarnadas; cada um dos Plátanos, Choupos, Olaias, Palmeiras e Eucaliptos do Jardim Municipal da Figueira da Foz tem direito a um laço natalício; durante a época festiva, temos o Jardim Natal...
Casinhas de docinhos, travessuras, abraços, insufláveis, selfies, carrocel, Pai Natal, artes, ténis, origami, farturas, castanhas, pipocas, face paiting, simulador de kart, Presépio, animais reais como o burro Batatinha e a cabra Riscada, etc, etc; o jardim transformou-se num paraíso para a criançada e para as suas plantas, flores, arbustos e árvores, em júbilo com os lacinhos e os cogumelos artificiais que decoram os seus troncos e ramos.
Os figueirenses têm acorrido em massa a este Eldorado de felicidade, mas, curiosamente, a mim só me ocorre uma quadra do poema de Miguel Torga, Só eu Sinto Bater-lhe o Coração: Dorme a vida a meu lado, mas eu velo. (Alguém há-de guardar este tesoiro!) E, como dorme, afago-lhe o cabelo, Que mesmo adormecido é fino e loiro.
Há pelo menos duzentos anos que esta tristeza endémica dos portugueses é atribuida à irrealidade do seu carácter, ao choque entre a miséria nativa e o convencimento de que somos um povo superior, ao saudosismo da glória passada, à esperança vã de que regressará o encoberto e o quinto império...
Mais: Unamuno, no seu Portugal Povo de Suicidas, sentencia: Portugal é um povo triste, até mesmo quando sorri. A sua literatura, inclusive a sua literatura cómica e jocosa, é uma literatura triste. Portugal é um povo de suicidas, talvez um povo suicida. A vida para ele não tem um sentido transcendente. Querem viver, sim, talvez; mas para quê? Mais vale não viver.
Os figueirenses parecem querer alterar o rumo da história procurando a felicidade na casinha das travessuras, no burro Batatinha ou nos workshops de origami; tudo isto é uma irrealidade... Bem melhor que o poema de Torga: Dorme a vida a meu lado, mas eu velo. (Alguém há-de guardar este tesoiro!)."

domingo, 27 de dezembro de 2015

É mais difícil apreciar as coisas simples da vida, do que conquistar as mais complicadas...

foto António Agostinho

Temos janeiro de 2016 à porta...

POLÍTICA (previsão...)
Um dos símbolos da Presidência, o Bolo-Rei, será substituído pela Tosta Mista em Pão de Forma Aparado...  

“Na roça com os tachos”, uma série em exibição na Figueira há 40 anos...

Ontem, publiquei este post.
Para quem não entendeu, basicamente, resume-se nisto.

Na Figueira, a seguir a Abril de 1974, primeiro foram os jotinhas da direita (leia-se, do PSD...) que tiveram de fazer-se à vida por outras paragens. Depois, em 1997, veio o Santana e, durante 12 anos, foi a vez de os jotinhas da esquerda (leia-se, PS...) se fazerem à vida por outras paragens (Condeixa, Poiares, Lisboa....)
De 2009 para cá, com a vitória de Ataíde, os jotinhas de direita viram a vida a andar para trás – isto é, recuaram ao depois do 25 de Abril de 1974...
Ironia do destino: ao que parece, cá pela Figueira, são os jotinhas da direita (leia-se do PSD...) que têm de fazer-se à vida e sair da zona de conforto...

A Figueira não para de nos surpreender.
Tendo em conta a política dos últimos 40 anos em Portugal, pensava eu, na minha santa e feliz ignorância, que os jotinhas ideologicamente mais próximos eram os PS e os do PSD, mas é óbvio, verificando o caso figueirense, que é muita burrice minha pensar nisso assim.

Por aqui, a ideologia não deixa de ser muito linda, seja à esquerda (leia-se PS...), seja à direita (leia-se PSD...). Porém, quando começa mais uma sessão do programa, velho de 40 anos, “na roça com os tachos”, aí é que o caldo entorna mesmo.
Fico à espera dos próximos capítulos...  

sábado, 26 de dezembro de 2015

Aquilo que fazemos conta. E aquilo que deixamos por fazer também...

Em outubro passado, devido à desgraça que abalou a sociedade figueirense com o naufrágio à entrada da barra do Olivia Ribau, ficámos a saber que a estação salva-vidas da Figueira da Foz "fecha às 18 horas", dado que os seus funcionários "têm o regime normal da função pública como qualquer funcionário de secretaria".
Alguém sabe se esta situação, entretanto, sofreu alteração?..

Nos últimos dias ficámos a saber que, desde 2013, não havia equipa de neurorradiologia e que, a partir de 2014 também de cirurgia neurovascular a operar aos fins-de-semana nos Hospitais de São José e de Santa Maria. Ficámos ainda a saber que o Ministério da Saúde foi indagado sobre este facto também desde 2013, pelo BE, e que o DN falou no assunto no início deste ano.

Tanto no caso ocorrido na Figueira, como no caso de Lisboa, morreram pessoas. 
Tudo isto é demasiado mau, demasiado grave, demasiado triste, demasiado assustador. E tudo isto tem a ver com os portugueses e a sua responsabilidade colectiva.  

E o tempo a voltar para trás...

Uma notícia lida na edição de hoje do diário AS BEIRAS.
Título:Contratada autarca socialista  através de convite único
Texto: "A Câmara da Figueira da Foz contratou os serviços de uma psicóloga para apoiar a estrutura solidária Empresários Pela Inclusão Social, de que a autarquia é parceira, através de convite único. O vereador do PSD Miguel Almeida questionou, na reunião de câmara, o executivo camarário (PS) sobre esta contratação que excluiu outros potenciais candidatos, tendo obtido como resposta que a escolha recaiu na autarca socialista devido ao seu currículo. Trata-se de um elemento da Assembleia de Freguesia de Tavarede".

Em tempo.
Retornámos a um ponto já vivido na Figueira.
Pouco depois do 25 de Abril de 1974, até 1997, na Figueira, quem teve  dúvidas acerca do PS passou mal...
Depois, nos 12 anos que se seguiram a 1997, quem teve dúvidas acerca do PSD de Santana Lopes, passou mal...
A seguir a 2009 e até aos dias de hoje, quem teve dúvidas acerca do PS, voltou a passar mal...
É fácil de presumir, portanto, que do ponto de vista moral, certamente que a autarca socialista, pelo seu currículo, não vai ter dúvidas em aceitar o convite para trabalhar na Câmara da Figueira, como psicóloga. 

A função do verdadeiro jornalista é, precisamente, divulgar o que corre mal, já que aquilo que corre bem é, em termos noticiosos, um não-acontecimento. 
Os políticos locais, tal como eu, sabem  que os figueirenses são, por educação e temperamento, servilmente apáticos e muito respeitadores.
Um dia, talvez a Figueira venha a servir como case-study para quem quiser investigar como se destruiu uma cidade e uma paisagem única.
Se ainda fossem vivos, Aguiar de Carvalho e Duarte Silva poderiam proporcionar dos mais esclarecedores e probantes depoimentos sobre a matéria. Mas, desse tempo, ainda existe muita gente que foi protagonista activo no processo em condições de explicar muita coisa.
Mas, nem isso já deve interessar. É tarde. Para a Figueira e para os figueirenses.


Quem alguma vez se tenha debruçado sobre a etologia do intelectual béu-béu figueirense, vulgo guarda-portão, sabe que lema inspira a intervenção pública deste tipo de animal: forte com os fracos e fraco com os fortes
Esta fauna, sempre necessária à oligarquia do momento, é tão velha como o mundo e define-se pela aplicação sofistica e mercenária que dá à sua mioleira. As suas cabecinhas pensadoras, registam e estão sempre prontas a apontar os crimes dos pequenos e a silenciar ou desculpar os dos grandes.
Embora formado num niilismo moral muito prático e rentável, o béu-béu não gosta que lhe lembrem o seu cinismo.  É  fácil vender a “alma”;  difícil é admitir que se a vendeu. 
Daí que o intelectual béu-béu  deteste  quem  lhe lembre a humanidade e o direito dos fracos.  
Daí, que as mais encarniçadas acusações a Robin Hood tivessem vindo de antigos “companheiros de luta”, de trânsfugas ao ideal de justiça que na juventude os levara à floresta de Nottingham. 
Só esse mecanismo de auto-defesa (que de intelectual, em rigor, pouco tem) explica a inaudita sanha que os béu-béus costumam reservar para quem aponte o dedo ao seu dono.
Entendem eles - e bem - que a crítica ao dono é extensível ao jeco.