António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Nada de novo...
Cavaco Silva não vai dar qualquer passo para resolver a crise política, transferindo a responsabilidade da resolução do problema para o Parlamento. Ou seja, como diz o povo, sacode a água do capote.
Nunca uma frase foi tão verdadeira
"Este governo não cai, porque não é um edifício. Há-de sair com benzina, porque é uma nódoa!"
(Eça de Queirós, 1885)
(Eça de Queirós, 1885)
Em tempo.
A frase acima é uma citação do “Conde d’Abranhos”, proferida pelo protagonista em plena sessão
parlamentar.
Os portugueses, na República do séc. XXI, continuam a
confrontar-se com os mesmos sintomas de primitivismo político que existiam na Monarquia do séc. XIX...
terça-feira, 2 de julho de 2013
Uma maioria, um governo, um presidente...
O sonho de Sá Carneiro demorou 32 anos a cumprir-se. Em 1979, com a criação da Aliança Democrática (PSD+CDS+PPM), pretendia resolver um dos grandes problemas do nosso sistema político: o bloqueio do Governo gerado ora pelo Parlamento ora pelo presidente da República. Sá Carneiro esteve perto. Conseguiu a maioria absoluta que daria estabilidade ao Executivo, mas dias depois da sua fatídica morte os portugueses elegeram Ramalho Eanes e não Soares Carneiro, e o sonho ficou em suspenso.
E assim vivemos até 2011. Quando havia maioria de Direita, o presidente era de Esquerda (Cavaco, com Soares em Belém, Barroso e Santana, com Jorge Sampaio). Quando houve maioria socialista (Sócrates), o presidente era Cavaco. Só a vitória desta "AD" Passos/Portas, de 2011, com Cavaco em Belém, quebrou a tendência dos portugueses em privilegiar equilíbrios no sistema.
Durou dois anos... Pelos vistos, não podia acabar assim. Passos é um cadáver adiado, mas para já não se demite.
Provavelmente, Passos não será tão pouco esperto como dá a entender...
Mas Portas, número dois do Governo... O CDS nunca foi totalmente leal ao Governo de que faz parte, mas a demissão de Portas foi um momento de puro calculismo.
Pobres de nós. Pobre direita. Pobre país.
Provavelmente, Passos não será tão pouco esperto como dá a entender...
Mas Portas, número dois do Governo... O CDS nunca foi totalmente leal ao Governo de que faz parte, mas a demissão de Portas foi um momento de puro calculismo.
Pobres de nós. Pobre direita. Pobre país.
A outra margem (II)
Foto de antónio agostinho, tirada cerca das 17 horas e 20 minutos de hoje. Ontem, cerca das 8 horas da manhã, no mesmo local, tinha tirado esta. É só olhar atentamente e ver a diferença. O nosso obrigado, a quem de direito.
Até dá pena!.. Mais dez anos dentro?..
Em
tempo.
"Há
épocas de tal corrupção, que, durante elas, talvez só o excesso do fanatismo
possa, no meio da imoralidade triunfante, servir de escudo à nobreza e à
dignidade das almas rijamente temperadas."
E o prof. Gaspar já se demitiu há um dia...
O Prof. Gaspar, andou praticamente dois anos a dizer por aí, que cumprir metas assumidas era essencial para garantir solidariedade dos parceiros europeus.
Só que, e já lá vai um dia, ninguém me conseguiu ainda explicar bem é o que é que andámos a cumprir e o que é que deixaremos de cumprir por ele se ir embora.
Só que, e já lá vai um dia, ninguém me conseguiu ainda explicar bem é o que é que andámos a cumprir e o que é que deixaremos de cumprir por ele se ir embora.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
António Rama
Nos dias 28 e 29 de Janeiro
de 1983, por iniciativa do jornal Barca Nova, de que era redactor, a Figueira prestou uma significativa Homenagem ao doutor Joaquim Namorado, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura.
Participaram vultos
eminentes da cultura e da democracia portuguesa.
Antonio Rama, hoje falecido com 69 anos de idade, esteve presente.
Já estava atento ao seu percurso no teatro português, mas foi aí que o conheci pessoalmente.
Morreu hoje. Que descanse em paz.
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