António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 17 de julho de 2011
Bem observado...
foto Pedro Cruz
... por Olímpio Fernandes.
"Em Armação de Pêra, as arribas podem estragar os momentos de prazer e liberdade, afinal como em qualquer outra praia."
"Nas belas praias da Cova Gala e Figueira da Foz, não temos esses perigos de um desastre com arribas."
... por Olímpio Fernandes.
"Em Armação de Pêra, as arribas podem estragar os momentos de prazer e liberdade, afinal como em qualquer outra praia."
"Nas belas praias da Cova Gala e Figueira da Foz, não temos esses perigos de um desastre com arribas."
ah, a europa, a europa
as pequenas economias europeias são postas a pão e água. a terceira maior acaba de entrar no circo. a maior do mundo vê o seu estado federal correr riscos de incumprimento. apesar disso, muitos continuam a defender que a solução está na contenção orçamental. e, quem contesta, como eu, continua a imputar a responsabilidade à incompetência dos políticos. terão uns e outros razão. mas não sobre esta crise. o capitalismo sufoca no seu próprio vómito. não é a primeira vez, é certo, mas uma será a última.
os europeus, construtores de civilizações, são como borboletas à volta da luz. século após séculos, queimando as asas. morrer sim mas no espanto. é o que eu acho desta merda toda.
Via LOJA DE 300
os europeus, construtores de civilizações, são como borboletas à volta da luz. século após séculos, queimando as asas. morrer sim mas no espanto. é o que eu acho desta merda toda.
Via LOJA DE 300
sábado, 16 de julho de 2011
O novo visual do Limonete
Com esta “nova cara”, Fadigas da Silva, autor do Limonete, pretende “relembrar as origens nobres de Tavarede.”
A gabarolice
Uma deturpação da alma humana é o auto-elogio.
Ele pode acontecer, por várias razões: porque é solicitado – o que, vá lá, o torna desculpável; ou porque não se resisti à tentação de o lançar à cara dos outros, o que constitui o primeiro passo para a queda do indivíduo - não só aos olhos dos outros, como em termos da sua própria consistência interior.
Nós, os outros, passamos a ver o indivíduo com outros olhos. Mesmo que antes tivesse merecido a nossa admiração, perante a gabarolice, percebemos que já não pode viver sem fixar sobre si os holofotes. Deixa de haver dádiva fluida para dar lugar a um narcisismo irritante e estúpido.
Consequentemente, a consistência interior abre brechas, pois perante um processo de enrolamento sobre si o fulano deixou de olhar os outros e para os outros - considera-se um ser final e acabado, tal como um calhau perfeito.
A gabarolice acaba por mostrar o espectro daquilo que se poderia ter sido, mas que se foi perdendo à força de tanto se exibir.
Ele pode acontecer, por várias razões: porque é solicitado – o que, vá lá, o torna desculpável; ou porque não se resisti à tentação de o lançar à cara dos outros, o que constitui o primeiro passo para a queda do indivíduo - não só aos olhos dos outros, como em termos da sua própria consistência interior.
Nós, os outros, passamos a ver o indivíduo com outros olhos. Mesmo que antes tivesse merecido a nossa admiração, perante a gabarolice, percebemos que já não pode viver sem fixar sobre si os holofotes. Deixa de haver dádiva fluida para dar lugar a um narcisismo irritante e estúpido.
Consequentemente, a consistência interior abre brechas, pois perante um processo de enrolamento sobre si o fulano deixou de olhar os outros e para os outros - considera-se um ser final e acabado, tal como um calhau perfeito.
A gabarolice acaba por mostrar o espectro daquilo que se poderia ter sido, mas que se foi perdendo à força de tanto se exibir.
Actual...
«A diferennça entre o político e o homem de Estado é a seguinte: o primeiro pensa na próxima eleição, o segundo na próxima geração.» [James Clarke]
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Explorados, mal-pagos, enrabados, venerandos e obrigados!..
Imposto extraordinário de 3,5 por cento é “boa ideia”, dizem os portugueses!..
Ontem foi diferente. Hoje é assim. Amanhã logo se verá... Mas hoje estou de acordo com Mário Soares!
Em declarações ao Público Soares diz que a Constituição de 1976 “continua a ser muito actual e não deve ser mexida” |
Os ricos nunca pagam a crise
Muito já se falou, disse, «desdisse» e asneirou por aí sobre o novo imposto sobre o subsídio de Natal, explicada ontem pelo ministro das Finanças. Então vamos lá às contas. A receita total da taxa extraordinária em sede de IRS anunciada pelo Governo será €1025 milhões, dos quais €840 milhões este ano e €185 milhões em 2012. Em 2011, 75% dos €840 milhões arrecadados serão provenientes dos rendimentos dos salários e os restantes 25% dos rendimentos de pensões. Este é o lado bom para o Executivo. O lado mau, esse fica para o Zé Povinho. A começar pelos malogrados recibos verdes que, de forma infame, vão ter de contribuir também, quando nem sequer têm direito ao subsídio de Natal. Grosso modo não têm direito a nada, resumindo. A juntar a esta medida extremamente social, os dividendos, juros de aplicações financeiras e mais-valias ficam isentos. Ou seja, como sempre, os ricos nunca pagam a crise. A classe média, pobre e os reformados que se cheguem à frente, porque estes sim, é que são os verdadeiros culpados da delapidação do Estado português. Pedro Passos Coelho está a revelar-se. Mais cedo do que pensávamos. Paulo Portas também. Nada que nos surpreenda. É esta a primeira marca indelével que deixa no seu currículo governativo, dure este seja lá até quando.
Via Platonismo Político
Via Platonismo Político
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Para quando uma pessoa!..
Se acreditarmos que temos os políticos que merecemos, que o povo de votantes segregou eleitos à sua imagem e semelhança, somos responsáveis por estes. Eu sinto-me responsável por Jerónimo de Sousa. Vocês pelos outros.
Não alijo as minhas responsabilidades. Este é o meu país.
Gostava que o líder do meu país fosse diferente. Um homem ou uma mulher sábios, por terem pensado muito, cultos, por terem estudado, modestos, por haver certamente homens e mulheres mais sábios e mais cultos, viajados e cosmopolitas, por ser esta uma das maneiras de conhecer o próximo e demarcar-se às visões paroquiais, com humor. Capazes de dizer não sei, não faço ideia, não tenho solução para isso, não estou preparado para responder, não quero responder a essa pergunta.
Um líder raro como a gente comum. Capaz de se indignar, mas não em estado de permanente indignação. Capaz de emoção, riso, espanto, surpresa, alegria, esquecimento e fragilidade.
No fundo, uma pessoa!..
Não alijo as minhas responsabilidades. Este é o meu país.
Gostava que o líder do meu país fosse diferente. Um homem ou uma mulher sábios, por terem pensado muito, cultos, por terem estudado, modestos, por haver certamente homens e mulheres mais sábios e mais cultos, viajados e cosmopolitas, por ser esta uma das maneiras de conhecer o próximo e demarcar-se às visões paroquiais, com humor. Capazes de dizer não sei, não faço ideia, não tenho solução para isso, não estou preparado para responder, não quero responder a essa pergunta.
Um líder raro como a gente comum. Capaz de se indignar, mas não em estado de permanente indignação. Capaz de emoção, riso, espanto, surpresa, alegria, esquecimento e fragilidade.
No fundo, uma pessoa!..
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